Sami A. e sua família recebem
mais de mil euros mensais do estado da Renânia do Norte-Vestfália. ele é
considerado uma ameaça extremista e é monitorado pela polícia, mas não pode ser
deportado para a Tunísia.
O ex-guarda-costas de Osama bin
Laden recebe mais de mil euros em assistência social na Alemanha, revela a
imprensa alemã nesta terça-feira (24/04). Sami A. vive há quase 20 anos no país
sob vigilância por ser considerado um "pregador perigoso" e uma ameaça
islamista, mas não pode ser deportado para a Tunísia.
A pedido do partido populista de
direita Alternativa para a Alemanha (AfD), o estado da Renânia do
Norte-Vestfália comunicou repassar, de acordo com a legislação de assistência
social para requerentes de refúgio, o valor de 1.167,48 euros mensais ao
ex-guarda-costas de Bin Laden, segundo publicação do tabloide alemão Bild.
O valor se compõe da seguinte
forma: 194 euros para Sami A. e para sua esposa, além de pagamentos entre 133 e
157 euros por cada uma das quatro crianças do casal. No entanto, para chegar ao
valor de 1.167,48 euros mensais, Sami A. teria de receber outros benefícios,
mas estes não foram especificados pela cidade de Bochum, onde ele mora, sob
alegação de proteção de dados pessoais.
Apesar de ser considerado uma
ameaça islamista na Alemanha, Sami A. não pode ser deportado. Em abril de 2017,
em última instância, um tribunal da Alemanha considerou que, apesar das
mudanças na situação política da Tunísia, ainda havia o risco de Sami A. enfrentar tratamento
desumano ou tortura ao retornar ao país. Desta forma, Sami A. permanece na
Alemanha. Todos os dias, o suposto extremista tem que se reportar à polícia em
Bochum, cidade onde reside.
Desde 2006, autoridades alemãs
tentam em vão deportar o ex-guarda-costas de Bin Laden. Em 2005, o Departamento
de Estrangeiros chegou a negar ao tunisiano uma extensão de sua permissão de
residência. Há anos, Sami A. trava uma batalha judicial contra sua deportação.
"Aqui, a lei de refúgio
alemã é explorada descaradamente. Temos que financiar um terrorista com
dinheiro dos impostos porque não podemos deportá-lo", disse Eckhardt
Rehberg, presidente do grupo de trabalho para Orçamento Familiar da União
Democrata Cristã (CDU), ao diário Bild.
Sami A. veio para a Alemanha em
1997 como estudante. De 1999 a 2000, ele passou à clandestinidade num campo
afegão de treinamento terrorista e subiu ao posto de guarda-costas de Bin
Laden. Atualmente, ele é casado e tem quatro filhos. Sua família tem cidadania
alemã.
Nos anos seguintes ao ataque de
11 de setembro de 2001, o tunisiano esteve repetidamente sob suspeita de se
mover em meio a círculos terroristas. Em 2009, o serviço de inteligência alemão
chegou a deter Sami A. no carro de um suposto terrorista da Al Qaeda.
PV/ots | Deutsche Welle
Na foto: Ex-guarda-costas de
Osama bin Laden, Sami A., de camiseta listrada, em uma de suas várias
audiências judiciais
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