Ana Alexandra Gonçalves* | opinião
Mariana Mortágua, em entrevista
ao DN, tece considerações sobre aquilo que foi designado, com intenções
pejorativas, por geringonça. O futuro à esquerda não se
avizinha risonho e parece ter ficado o aviso.
Agora ficam também os avisos dos
partidos à esquerda do PS sobre uma hipotética Lei de Bases para a Saúde – um
hipotético entendimento entre PS e PSD, também neste particular.
António Costa estica
alegremente a corda e está mais do que visto que a mesma corre o
sério risco de partir. E Rui Rio goza o prato de ver a esquerda
titubear com o pais a falar nele e com a oposição interna
mais refreada.
Rio acaba por ser o grande
vencedor, com um sorriso nos lábios, deixa a possibilidade de um novo
entendimento sobre segurança social. Costa sairá mais derrotado do que parece
pensar: esta aproximação ao PS põe em causa o entendimento à esquerda, mas põe
sobretudo em causa o resultado nas próximas legislativas. Costa talvez
considere que a ideia de um bloco central é apelativa. Tenho dúvidas que o
eleitorado pense da mesma forma, até porque a dita “geringonça” está a
funcionar com um relativo grau de sucesso.
Os partidos mais à esquerda serão
vistos como vítimas da acção de Costa, papel esse que lhes será vantajoso no
próximo acto eleitoral.
António Costa e o PS serão os
grandes derrotados e se, por hipótese, na eventualidade de um maior
entendimento com o PSD, o partido de Rio roer a corda, estes partidos de
esquerda não farão parte de novos entendimentos com o PS. Naturalmente.
E hoje subsiste uma certeza para
muitos eleitores: não será positiva uma maioria absoluta para o PS que lhe
permita governar sozinho e talvez seja imperativo reforçar o poder dos partidos
à sua esquerda.
*Ana Alexandra Gonçalves |
Triunfo da Razão
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