domingo, 1 de julho de 2018

Eleições | Cidade mexicana tem todos os policiais presos após assassinato


Autoridades detêm todos os membros da força de segurança de Ocampo após morte de candidato a prefeito. México vive campanha eleitoral mais sangrenta de sua história moderna, com ao menos 18 políticos assassinados.

Autoridades do estado mexicano de Michoacán prenderam todos os 28 policiais da cidade de Ocampo, por suposto envolvimento no assassinado de um candidato a prefeito da localidade.

As autoridades locais divulgaram neste domingo (24/06) um comunicado dizendo terem detido todos os membros da força policial do município para serem interrogadas pelo departamento de assuntos internos da polícia. Com uma população de cerca de 24 mil pessoas, Ocampo fica a 150 quilômetros a oeste da Cidade do México.

Mídias locais e nacionais afirmaram que os policiais foram presos sob suspeita de cumplicidade na morte do candidato a prefeito Fernando Ángeles Juárez. Ele foi morto a tiros na última quinta-feira, e concorria pela legenda de centro-esquerda Partido da Revolução Democrática (PRD).

Os mexicanos irão às urnas em 1° de julho para eleger um novo presidente e representantes federais, estaduais e municipais. A campanha para as eleições gerais tem sido marcada pela violência de gangues, tornando-se a mais sangrenta da história moderna do país.

Ao menos 18 candidatos à eleição para vários cargos já foram mortos. Além de Juárez, também foi assassinado outro candidato a prefeito em Michoacán, Omar Gomez Lucatero, que concorria no município de Aguililla, dominado por gangues.

Crescimento das gangues

O analista de segurança mexicano Alejandro Hope acredita que o aumento da violência foi em parte causado pelos cartéis de drogas do país, que se ramificam e ampliam sua atuação para outros crimes, como extorsão, roubo de combustível, extorquindo, inclusive, os governos locais, forçando-os a assinar contratos públicos inflacionados.

Acredita-se que setores da força policial também sejam altamente corruptos, estando envolvidos em crimes como sequestros e assassinatos, por ordem dos cartéis.

"Com a evolução do crime, torna-se muito mais importante ganhar controle sobre o território, sobre os governos locais", disse Hope à agência de notícias AP. As gangues tentam expandir sua influência dentro da polícia e entre os funcionários públicos, levando-as a eliminar políticos hostis, acrescentou.

O governo federal do México tem lutado para reprimir os cartéis de drogas do país. Apesar das repetidas ações repressivas, os números oficiais registraram o ano como o mais violento nas duas últimas décadas, com 25.339 homicídios.

MD/rtr/afp/ap | Deutsche Welle

Sem comentários:

Mais lidas da semana