Manifestantes pedem reunião de
2.300 crianças com seus familiares, presos ao tentar ingressar nos EUA, e
também fim da política de linha-dura para imigrantes ilegais.
Milhares de pessoas participaram
neste sábado (30/06), nos Estados Unidos, de protestos contra a polêmica
política migratória de "tolerância zero" do presidente Donald Trump,
realizados em centenas de cidades.
Sob o lema
#familiesbelongtogether ("Famílias devem estar unidas", em tradução
livre), os manifestantes pediram a reunificação das mais de 2.300 crianças que
foram separadas de seus familiares depois que estes foram presos ao tentar
ingressar ilegalmente nos Estados Unidos pela fronteira com o México, desde 19
de abril.
Os manifestantes também exigiram
o fim da política de "tolerância zero", que criminaliza os imigrantes
ilegais, e dos "campos de detenção" de imigrantes, onde Trump quer
manter reclusos durante longos períodos de tempo os imigrantes ilegais e suas
famílias.
Trump, que passou o dia jogando
golfe em Nova Jersey, atacou a "esquerda radical" do Partido
Democrata, que, segundo ele, quer o fim da agência ICE, responsável pela
execução da sua política migratória.
Em Washington, milhares de
manifestantes se concentraram diante da Casa Branca para exigir do governo dos
Estados Unidos que reunifique as famílias de imigrantes ilegais separadas e que
acabe com a política de "tolerância zero".
A cantora Alicia Keys, a atriz
America Ferrera e o dramaturgo de origem porto-riquenha Lin-Manuel Miranda
participaram de uma manifestação que, segundo os organizadores, reuniu mais de
30 mil pessoas no centro de Washington, enquanto outras 700 cidades em todo
território americano organizavam manifestações similares.
"Nossa democracia está em
jogo. Nosso valores humanitários estão em jogo. Estamos aqui para salvar a alma
de nossa nação", disse Alicia Keys. Ela e Ferrera, que é descendente de
imigrantes hondurenhos, leram as histórias reais de uma mãe que foi separada de
seu filho e de um avô que teve o pedido de acolher e cuidar da própria neta
rejeitado pelas autoridades americanas.
"Eu vivo ao lado de um
centro onde estão detendo acho que entre dez e 15 crianças", disse à
agência de notícias Efe a jovem Alexandra Cornejo, de 22 anos.
Na semana passada, Trump assinou
um decreto para acabar com a separação de famílias de imigrantes, depois de
intensos protestos motivados pelas imagens de crianças detidas em locais que
lembram jaulas. Não está claro, porém, o que acontecerá com as cerca de 2.300
crianças que já foram separadas de seus familiares e continuam detidas.
AS/efe/ap/afp | Deutsche Welle
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