Santa Maria, Cabo Verde, 17 jul
(Lusa) -- O chefe da diplomacia timorense, Dionísio Babo, pediu hoje, em Cabo
Verde, aos países lusófonos para que apoiem o Instituto Internacional da Língua
Portuguesa (IILP) como órgão responsável pela afirmação do português como
língua global.
"É a língua portuguesa que
em primeiro lugar define a cidadania na comunidade e merece estar no mesmo
patamar que as restantes línguas internacionais", afirmou o ministro dos
Negócios Estrangeiros timorense, na abertura da XII conferência de chefes de
Estado e de Governo da CPLP, que decorre entre hoje e quarta-feira em Santa
Maria, ilha do Sal.
"Saibamos dar-lhe o crédito
e o valor que tem e sem dúvida merece", sustentou Dionísio Babo, que
começou a sua intervenção afirmando que o Presidente de Timor-Leste, Francisco
Guterres Lu-Olo, não pôde estar presente na cimeira "devido à situação de
mudança de Governo".
Timor-Leste, acrescentou,
"não poderia deixar de mencionar a importância vital que o IILP tem tido
na consolidação da visibilidade da língua nos fóruns internacionais e da
construção da própria língua".
O governante timorense recordou
que são "muitos milhões" os falantes da língua portuguesa "e
nada justifica o seu abandono".
"Esses milhões são uma
característica, entre muitas outras, que confere à língua portuguesa uma
dimensão global", salientou.
"Estou certo da consciência
comum de que o IILP é a instituição que, devidamente capacitada a nível humano
e financeiro, poderá e deverá ser o principal instrumento no que à língua diz
respeito na sua difusão, expansão e internacionalização", disse ainda.
O IILP vive um subfinanciamento
crónico e há dúvidas, nesta altura, sobre a sucessão da atual
diretora-executiva, a moçambicana Marisa Mendonça, já que a Guiné-Bissau, país
a quem compete indicar um nome, remeteu essa decisão para setembro.
A nomeação do próximo responsável
do IILP deveria ser aprovada na cimeira do Sal.
Durante a XII conferência de
chefes de Estado e de Governo da CPLP, com o lema "Cultura, Pessoas e Oceanos",
Cabo Verde vai assumir o exercício da presidência desta organização, durante o
período de dois anos.
Angola, Brasil, Cabo Verde,
Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e
Timor-Leste são os Estados-membros da CPLP.
JH // PJA
Sobre a realização da cimeira da CPLP
em Cabo Verde. Leia, da Agência Lusa, o manancial de notícias
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