sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

Há 43 anos a Indonésia invadiu Timor-Leste, genocídio continua impune


A 7 de Dezembro de 1975 a Indonésia invadiu Timor-Leste com toda a brutalidade das suas poderosas forças armadas no cumprimento das ordens  do ditador Shuarto, presidente daquele país. A luz verde para a execução da operação foi dos EUA em visita à Indonésia e a Shuarto do presidente Ford e do secretário de estado Kissinger, mentor de vários crimes de guerra que imerecidamente foi galardoado com um Nobel da Paz.

Timor-Leste foi surpreendido pela invasão por terra, mar e ar a partir da fronteira, na costa norte e na costa sul. Dili viu os seus céus ofuscados devido ao lançamento de pára-quedistas indonésios que caíram pelas ruas - quase sempre em locais estratégicos  -  enquanto a linda baía da capital assistia à sobrelotação de navios de guerra e de transporte de tropas que esperavam à vez para desembarcar e aterrorizarem a população, assassinando indiscriminadamente os surpreendidos timorenses. A partir desse dia a Indonésia ocupou ilegalmente Timor-Leste durante cerca de 25 anos, com o conluio dos EUA, da Austrália, do Reino Unido, da própria França e da Alemanha. Principalmente daqueles países denominados potências.

Durante os 25 anos de ocupação foram assassinados pelas tropas indonésias e polícias mais de 200 mil timorenses – quase metade dos timorenses existentes no país, segundo um Censo realizado quatro anos antes (1971) pelo país que havia mais de 400 anos colonizava Timo, Portugal.

A resistência timorense (FALINTIL) organizou-se a partir das primeiras horas da invasão e refugiou-se nas montanhas, enveredando por operações de guerrilha que o armamento de que dispunham permitia, assim como os seus efetivos militares. Manteve-se ativa durante toda a ocupação. Até que por deliberação da ONU foi aprovada a pronúncia de um referendo que deu a possibilidade ao povo timorense de manifestar a sua vontade em 1999. A independência ou a autonomia e integração do país na Indonésia foram os itens a referendar. Venceu a independência por maioria de votos, cerca de 80 por cento. E eis que a sua vontade se cumpriu sob o patrocínio da ONU e nações que acompanharam todo o processo de independência e democratização do novo país.

Portugal desempenhou a função moral e historicamente devida em todo o processo. Algumas vezes atrapalhando a Austrália e os EUA na sua intenção de ali manterem uma independência de fachada policiada e militarizada pela Austrália (potencia regional) com vista a neocolonizarem Timor-Leste como o fizeram e ainda fazem em outros pequenos países da região. Timor-Leste era mais apetecível porque possui no Mar de Timor reservas de petróleo e gás natural que provocam a imensa gula da Austrália. País que afinal foi explorador das riquezas timorenses naquele Mar durante a ocupação indonésia por troca de a reconhecer e legitimar a ocupação em favor à Indonésia do ditador Shuarto, em absoluto conluio com o genocídio do povo timorense que em cada ano que passava somava a mortandade e as chacinas dos ocupantes por todo o território.

Desde a invasão até à retirada das forças armadas, polícia e milícias indonésias, foram assassinados mais de 200 mil timorenses... Um genocídio ignorado e branqueado pela ONU e por quase toda a comunidade mundial, a exemplo de outros genocídios ocorridos e criminosos de guerra ou semelhantes que, por exemplo, já há muito desacreditaram os vários prémios Nobel. Certo que há algumas exceções de nobilizados. Felizmente.

Num recurso à Wikipédia acrescentamos parcialmente o texto referente à invasão e ocupação indonésia em Timor-Leste. Uma falácia que oculta o que na realidade e no todo ocorreu em Timor-Leste. Como se diz: “Uma mentira para ser consistente tem de incluir um pouco de verdade”. Neste caso, referente ao texto que se segue, predominam as omissões – que consideramos intencionais.

É facto que existem dados históricos já publicados a que qualquer de nós pode aceder após aturadas pesquisas. É para isso que convidamos os interessados no tema e no que ocorreu. Desde o comportamento desleixado e criminoso de Portugal ao abandonar Timor-Leste e o deixar à mercê da ocupação indonésia, até ao roubo das suas riquezas naturais por parte da Indonésia e da Austrália, principalmente.

A seguir leia o que reproduzimos da Wikipédia sobre Timor-Leste. Saiba também mais sobre aquele país e aquele povo por via de pesquisas credíveis que poderá encontrar na Internet. Separe o trigo do joio e terá oportunidade de se aperceber da grandiosidade do resistente e maravilhoso povo timorense, dos seus heróis ainda vivos ou tombados para sempre na luta de libertação.

Acompanhe-nos em sentido, de modo enérgico e feliz: VIVA TIMOR-LESTE!

Redação PG


Da Wikipédia:

Indonésia ocupou o atual território do estado de Timor-Leste de dezembro de 1975 a outubro de 1999. 

Após séculos de domínio colonial português na parte oriental da ilha de Timor, um golpe de Estado em Portugal em 1974 levou à descolonização entre suas ex-colónias, criando instabilidade no território e deixando seu futuro incerto. Depois de uma guerra civil em pequena escala, a FRETILIN, pró-independência, reclama a vitória na capital Díli e declara Timor-Leste independente, em 28 de novembro de 1975.

Reivindicando ajuda solicitada pelos líderes timorenses, as forças militares indonésias invadiram a parte oriental da ilha em 7 de dezembro de 1975 e destruíram a resistência armada à ocupação. Na sequência de uma controversa "Assembleia Popular", que muitos disseram que não era um verdadeiro ato de autodeterminação, a Indonésia declarou o território como uma província da Indonésia. Por vinte e cinco anos, a população de Timor-Leste foi submetida a execuções extrajudiciais, tortura e fome.

A 20 de Junho de 1988, dez estudantes timorenses na Indonésia proclamaram a Insurreição Geral Política dos Estudantes de Timor-Leste, liderados por Fernando La Sama de Araújo. Este momento, juntamente com a criação da organização RENETIL, reforçaram e desenvolveram a consciência política, dando visibilidade exterior à luta, autodeterminação e independência timorense[1].

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