quinta-feira, 17 de maio de 2018

Timor-Leste/Eleições: Apuramento nacional confirma vitória com maioria absoluta do AMP


O processo de apuramento dos votos nas legislativas antecipadas de sábado confirmou o escrutínio municipal que deu a maioria absoluta à Aliança de Mudança para o Progresso (AMP), que vai controlar 34 dos 65 lugares no Parlamento Nacional.

Os dados finais foram confirmados depois de três dias de verificação na sede da Comissão Nacional de Eleições (CNE), em que foram resolvidos os 598 votos reclamados e confirmadas as atas de apuramento.

Segundo os dados finais, que têm agora de ser certificados pelo Tribunal de Recurso, a Aliança de Mudança para o Progresso (AMP) venceu as eleições com 309.663 votos, ou 49,6% do total, o que representa uma maioria absoluta de 34 assentos no parlamento de 65 lugares.

Em segundo lugar ficou a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), que lidera a coligação minoritária do atual Governo, e que obteve 213.324 votos (34,2% do total), mantendo o mesmo número de deputados, 23.

No Parlamento estará ainda o Partido Democrático (PD) - parceiro da Fretilin no VII Governo -, que perde dois deputados, para cinco, tendo obtido 50.370 votos ou 8,1% do total.

Pela primeira vez no parlamento estará a Frente de Desenvolvimento Democrático (FDD) - uma coligação de quatro pequenos partidos - que terá três lugares e que obteve 34.301 votos ou 5,5% do total.

Os dados confirmam que votaram 635.116 eleitores (de um universo de 784.286 recenseados), o que representa uma taxa de participação de 80,98%, tendo votado mais 51.160 que em 2017.

Registaram-se 7.547 votos nulos, 2.995 votos brancos, 20 rejeitados e 29 abandonados.

Nenhuma das outras quatro forças políticas conseguiu chegar à barreira dos 4% de votos válidos que é necessária para conseguir eleger deputados.

De entre elas, o Partido Esperança da Pátria (PEP) foi o mais votado, com 5.060 votos ou (0,8%).

Os dados confirmam, no essencial, os valores do escrutínio a nível municipal, que foi da responsabilidade do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), tendo na prática sido resolvidos cerca de 600 votos reclamados e algumas discrepâncias ligeiras nas atas.

Desde terça-feira, funcionários da CNE, fiscais partidários, observadores nacionais e internacionais têm acompanhado, a par e passo, cada momento do processo de apuramento e verificação nacional dos resultados.

As atas são confirmadas, é confirmado o número de votos reclamados - e posteriormente resolvidos - e registada a distribuição final de resultados que varia, face aos números do STAE, quase sempre apenas pela distribuição de votos reclamados.

O caso mais bicudo, que demorou mais tempo a resolver, foi também o que testou ao máximo o sistema de escrutínio e confirmou a transparência de todo o processo.

Tratou-se de uma pequena diferença em duas mesas de votação da pequena aldeia de Opa, no município de Bobonaro, que obrigou a que fosse feito um pedido ao Tribunal de Recurso para a reabertura das urnas e recontagem dos votos.

A urna foi aberta na presença de dezenas de funcionários eleitorais, fiscais partidários e jornalistas e os votos foram verificados. Depois de alguma discussão, com confusão sobre números, finalmente o voto ‘perdido' foi encontrado: e dado ao PD.

Em termos gerais e durante este processo foram resolvidos 598 votos reclamados com a sua distribuição a ser idêntica à do escrutínio em geral: a maioria foram para a AMP e Fretilin.

Os dados finais mostram que os votos se polarizam, com as duas maiores forças políticas a terem 83,74% dos votos, acima dos 76,13% do ano passado.

Os dados mostram que os três partidos que integram a AMP conseguiram aumentar, em conjunto, a sua vantagem sobre a Fretilin, de cerca de 95.510 em 2017 para 96.339 este ano.

Globalmente, a AMP viu aumentado o seu apoio total em 45.673 votos, enquanto a Fretilin viu crescer o seu apoio eleitoral em 44.844 votos.

Os piores resultados foram dos partidos que integram a coligação MSD, que perderam 10.485 votos, da FDD, que perdeu 5.536 e do PD que perdeu 5238.

A AMP venceu na maioria dos municípios, em concreto Aileu, Ainaro, Bobonaro, Covalima, Dili, Ermera, Liquiçá, Manatuto, Manufahi e ainda na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) e no centro instalado na Coreia do Sul.

A Fretilin, por seu lado, venceu em todos os municípios do leste do país, Baucau, Lautem e Viqueque e ainda na Austrália, Portugal e Reino Unido.

No ano passado, os partidos que compõem a AMP venceram - se os votos fossem contabilizados em conjunto - em todos os municípios menos em Lautem e Viqueque e na diáspora.

O processo de confirmação dos resultados termina com a certificação dos dados finais pelo Tribunal de Recurso, o que deve ocorre durante o fim de semana.

Lusa | em SAPO TL

Moçambique | Familiares de membro da RENAMO desaparecido consideram hipótese de rapto


Desapareceu um membro da RENAMO na província moçambicana da Zambézia. Trata-se de Jonathan Suleimane, chefe de programas na delegação provincial. Familiares temem que tenha sido raptado por motivos políticos.

Jonathan Suleimane está desaparecido desde sexta-feira passada (11.05), mas só agora o caso foi tornado público. O pai, Eugénio Suleimane, diz que primeiro pensou que o jovem tinha saído com amigos. Mas, com o passar dos dias, ficou preocupado.

"Primeiro fui aos hospitais. Fui à primeira, segunda, terceira e quarta esquadras de Quelimane à procura".

A família teme que Jonathan Suleimane tenha sido raptado por ser membro da RENAMO. Segundo o pai, o jovem já tinha recebido ameaças de desconhecidos por telefone.

"Em Setembro do ano passado, ele falou-me que por causa de ser membro da RENAMO estava a receber ameaças de pessoas que não conhecia. Nesse preciso momento, entreguei tudo as autoridades. Estou à espera das investigações dos serviços nacionais de investigação criminal."

Amigos procuram em vão, polícia não sabe de nada

O presidente da Liga da Juventude da RENAMO em Quelimane, José Macuvá, também está preocupado com o desaparecimento, sobretudo depois de vários membros do partido serem ameaçados a seguir às cerimónias fúnebres de Afonso Dhlakama, na semana passada.

"Naquele dia de sexta-feira, saiu de casa dele. No sábado, quando nos apercebemos, como é um um colega e amigo, saímos e começámos a fazer as buscas. Até agora, não temos a certeza do que aconteceu. Já fomos às casas mortuárias dos hospitais, tentámos vasculhar todas as artérias da cidade e até agora não temos informação do paradeiro dele", conta Macuvá.

O porta-voz da Polícia da República de Moçambique na província da Zambézia, Miguel Caetano, disse que ainda não teve conhecimento da ocorrência, no comando provincial. O porta-voz não afasta a possibilidade de rapto, mas refere que pode haver outras explicações para o desaparecimento do membro da RENAMO.

"Nós estivemos reunidos. Em momento algum se falou disso. Até pode não ser rapto", considera Miguel Caetano.

Contudo, o pai de Jonathan Suleimane indicou que já deu conhecimento do desaparecimento, numa esquadra da polícia, e que o processo foi enviado para a divisão de investigação criminal.

Marcelino Mueia (Quelimane) ! Deutsche Welle

Angola | LUNDA NORTE ESTÁ DE LUTO. REGIME CONTINUA A MATAR


A Polícia Nacional (do MPLA) da Lunda Norte decidiu empreender uma verdadeira “caça ao homem”, com “ordem para matar”, no dia 15 de Maio, na localidade do Lukapa, sector Kalonda, mais concretamente no topo sul do Bairro Tchindja, uma zona de extracção manual de diamantes a céu aberto.

Na incursão os agentes não abordaram nenhum garimpeiro, limitaram-se em irromper acampamento adentro em posição de combate, disparando indiscriminadamente contra tudo que se movimentava.

Foram momentos de autêntico terror, culminando com a morte de um garimpeiro que estava a repousar numa tenda, por se encontrar doente e quando abordado, apenas apelou aos agentes para que não levassem a sua motobomba.

Em resposta os diligentes assassinos, que se denominam, também, agentes da Polícia Nacional, em atendimento ao pedido responderam com uma chuva de balas, cravando o corpo do indefeso cidadão, natural de Saurimo que em vida se chamava Henrique Domingos.

Em reacção, as populações sublevaram-se, contra mais um acto bárbaro e cruel, que se juntam a tantos outros, numa clara demonstração que nada mudou nos métodos discriminatórios do regime, pese a transição na cadeira presidencial, exigindo que levassem o corpo, uma vez lhe terem, cobardemente, tirado a vida.

“Ninguém sabe como pode uma polícia matar um cidadão doente, acamado e inofensivo, que não inspira cuidados de defesa. São uns assassinos esses senhores e o povo tem de despertar, para tudo fazer, no sentido de os tirar do poder, pois a continuarem nada vai mudar”, disse Jonas Tchilinde.

F8 tentou comunicar o comando provincial da Lunda Norte, mas ninguém se mostrou disponível, chegando mesmo a alegar que o porta-voz se encontrava fora da província.

Mais do que qualquer outra província, a Lunda Norte é o feudo dos feudos do MPLA/Estado. Funciona como uma quinta privada do regime onde os escravos ainda são mais escravos.

É uma província tão rica (diamantes) que o regime a isolou e quase a fez desaparecer do mapa. A única lei vigente é a da violência imposta por quem manda. E já nem vale a pena pedir a intervenção do governo/Presidente, porque é esse mesmo governo que quer que a situação assim permaneça.

Dia 24 de Fevereiro de 2018. Um morto e mais de 100 detidos em manifestação nas Lundas era o balanço provisório do Movimento do Protectorado Lunda-Tchokwe feito nesse dia em que convocou uma manifestação para defesa da autonomia da região diamantífera.

Segundo a organização, as detenções começaram antes do protesto, durante a madrugada, na localidade do Cuango, na Lunda-Sul, até chegarem aos locais indicados para o início da manifestação, enquanto os manifestantes se concentravam.

“No Cuango e em Capenda-Camulemba [Lunda Sul], muitos foram apanhados dentro das suas próprias casas. Em Cafunfu [Lunda Norte], na sua maioria, foram detidos na manifestação” explicou na altura o líder da organização, José Mateus Zecamutchima, referindo ainda “8 pessoas feridas, entre as quais duas em estado grave, por terem sido atingidas com balas de fogo”.

Segundo o presidente do Movimento, as forças de segurança abriram fogo contra cerca de 4 mil manifestantes em Cafunfo. Os oito feridos foram levados para a única esquadra policial da localidade, sem receber assistência médica. Um dos feridos graves, Estêvão Aroma, de 25 anos, baleado na cabeça, morreu nessa esquadra.

Um outro detido, André Zende, viu a sua casa totalmente destruída pela Polícia de Intervenção Rápida (PIR) após ser detido na sua residência. “Outro cidadão que está num estado lastimável é Cândido Mwanhende”, diz o presidente do Movimento, que acusa a polícia de torturar o manifestante.

Durante o dia continuou a “caça ao homem” contra todos aqueles que se identificam com o Movimento do Protectorado, numa operação coordenada entre a Polícia Nacional da Ordem Pública, a Polícia de Intervenção Rápida e as Forças Armadas. Houve relatos de raptos desencadeados por homens trajados à civil que se supõe pertencerem aos Serviços de Inteligência do Estado (SIE).

O presidente do Movimento do Protectorado Lunda Tchokwe afirma ainda que a repressão contra o protesto do “povo Lunda” é um sinal de que o Governo do Presidente João Lourenço não está preparado para governar, apesar dos seus discursos sobre dialogar e saber ouvir as críticas: “O MPLA tem uma estrutura hipócrita e hoje só tivemos mais uma vez prova que Lourenço é uma das caras da mesma moeda”.

“Escrevemos à Presidência da República, ao ministro do Interior e aos governos locais com 45 dias de antecedência, mas como o MPLA é um partido comunista e contrário às leis e à Constituição que ele próprio aprovou, mais uma vez estamos a ser reprimidos e humilhados, por tentarmos usar um direito Constitucional e defendermos a nossa própria terra e o direito de autodeterminação”, acusa o presidente do Movimento do Protectorado.

A organização reivindica há vários anos a autonomia da região, que compreende as províncias de Kuando Kubango, Moxico, Lundas-Norte e Sul, alegando “que a região rica em diamante e madeira não faz parte de Angola”, baseando-se num tratado assinado em 1887 entre as autoridades coloniais portuguesas e reinado de Mwatiãnvua [o imperador da região na época], sendo que as Lundas foram anexadas oficialmente ao território angolano a partir de 1920.

Crianças, mulheres e idosos não foram poupados na “acção musculada” das forças de segurança, diz o Movimento do Protectorado.

Nas várias cadeias onde se encontram espalhados os manifestantes detidos, muitos foram submetidos a tortura.

“É arrepiante como nós, enquanto órgão vocacionado para protecção da segurança dos cidadãos, estamos a agir como se fôssemos terroristas ou uma organização criminosa”, disse um agente da PIR que pede para não ser identificado. “É mesmo muito doloroso ver como as pessoas estão a ser batidas, mesmo a sangrar, e os nossos chefes [comandantes] têm o prazer de ver e incentivar tudo isso. Vou abandonar a corporação por essas práticas”, referiu o agente.

Entretanto, José Mateus Zecamutchima disse que iria colocar o assunto junto de instâncias internacionais devido às violações graves dos direitos humanos desencadeados pelo Estado angolano, que é membro do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

“Sempre apelámos ao diálogo. A nossa luta foi sempre pacífica. Mas o Governo sempre usou sempre a força da arma e outros meios violentos contra o ‘povo da Lunda’. Depois disso, não nos resta outra saída senão apresentar uma denúncia junto das Nações Unidas e da União Europeia, assim como junto na Organização da União Africana”, garante.

Folha 8 | Foto: Arquivo

Uma estranha paixão

Paula Ferreira | Jornal de Notícias | opinião

Foi preciso um grupo de bárbaros agredir os jogadores do Sporting, no interior da Academia de Alcochete, para centrar a atenção na pobreza do mundo da bola em Portugal. Não bastava o discurso de ódio que os representantes dos clubes destilam no espaço público; não chegava a perceção de que o futebol, enfim, não é bem o que se passa dentro das quatro linhas. Não chegava vislumbrar o perigo que muitos jogos constituem para quem ainda acredita poder assistir, em família, a uma festa do desporto.

Parecia imagem pouco forte ver os jogos de futebol serem preparados como uma batalha, com muitos efetivos policiais plantados, de escudo, viseira e bastão, como se os estádios não fossem lugar onde se pratica desporto. Mas um território de violência, onde os espectadores são revistados à entrada, porque alguns podem levar armas, explosivos, no propósito de atacar o outro.

Ano após ano, as autoridades vão tolerando, não raro branqueando, as indecências das claques. O rasto de destruição atrás de si, em viagens escoltadas por batalhões policiais, os insultos, a falta de respeito pelo adversário. Como se o futebol fosse um mundo à parte, e os adeptos e dirigentes uma casta intocável, diferente de nós, tocada por uma irracionalidade que dizem ser paixão - "paixão clubística".

Não há, pois, motivo de espanto perante a vergonha que o país sentiu ao conhecer os relatos do assalto à Academia de Alcochete, e o presidente da República deu rosto. "Tive o sentimento de alguém que se sente vexado pela imagem projetada por Portugal no Mundo. Vexado porque Portugal é uma potência, nomeadamente no futebol profissional, e vexado pela gravidade do que aconteceu". Sem dúvida, uma vergonha, independentemente do impacto na imagem internacional, a poucos dias do início do Mundial da Rússia. Vergonha, antes de tudo, pelo que se está a passar cá dentro.

Como de costume, as medidas chegaram de forma reativa e devagar. Após a patética conferência de imprensa conjunta dos secretários de Estado do Desporto e da Administração Interna, que nada acrescentou, foram as palavras do presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, de repúdio pela banalização do crime, a imprimir urgência de atuar. E a resposta aí está. O primeiro-ministro, António Costa, anuncia a criação da Autoridade Nacional para a Violência no Desporto. Veremos se a tempo de apagar as chamas ateadas no mundo do futebol, alimentadas por um culto quase fascista a alguns dos presidentes dos clubes.

* Editora executica adjunta

O "FURO" EM ALJEZUR E OS NEGÓCIOS À VISTA - já esfregam as mãos?


Antes, disse Raul Solnado, "Há Petróleo no Beato". Não havia nem há, felizmente. Era só a definição de uma peça de teatro. Atualmente dizem que há petróleo no Algarve e em mais locais da costa portuguesa. Por azar, ao que parece, até há. Pelo menos haverá o que justifique exploração no Mar de Aljezur, paredes-meias com a Costa Alentejana. 

Querem agora fazer um furo exploratório frente a Aljezur, no mar além a cerca de 45 quilómetros. A Galp e a ENI são o consórcio exploratório. Há dias a APA, Agência Portuguesa do Ambiente, foi a favor e dispensou um estudo de impacto ambiental. Como quem diz: "Furem e depois logo se vê". Não se sabe que por debaixo da mesa corre mais alguma coisa a não ser petróleo. Mas é de desconfiar, de tão "queimados" que os portugueses estão.

Mas então fazem um "furo" assim, sem mais nem menos, e antes não é preciso saber sobre os riscos nocivos para o ambiente? E essa tal APA (estamos a pagar essa coisa, não é?) toma o partido dos interesses das petrolíferas em vez dos interesses do ambiente e das populações? Estranho. Até parece que "corre" por debaixo da mesa alguma coisa para além de prospeção de petróleo. Português desconfia e tem toda a razão. E se não fôr isso? Pois então será desleixo, desprezo pelo ambiente, pelas populações, desprezo pela transparência... Até parece uma "encomenda" dos da GALP/ENI e de futuros benefícios para uns quantos. O que dá para os portugueses desconfiarem. Quem nos garante que daqui por uns tempos alguém dessa dita agência pseudo defensora do ambiente não passa a viver à grande e à custa do ouro negro que afinal é parte integrante de Portugal? Pois se há petróleo, gás, ouro, prata ou mijo, deixem-no lá. 

As populações não querem o tal "furo", não querem ali exploração de petróleo, não querem desgraça associada ao petróleo como é comum noutros locais, noutros países. O Golfo do México ficou às costas com um desastre ambiental gigantesco - ainda existe hoje - por causa de um "furo". Ora vão furar para outro lado, dizem as populações que temem e se opõem justificadamente. E os governos? Quem dos governos, atualmente deste do PS, mas de futuros governos, está de mãos estendida para a GALP e para a ENI? Estamos muito fartos de ver isso. Ministros e das suas ilhargas que depois vão para grandes empresas a quem "facilitaram" isto e aquilo... Pois. Então agora, neste caso quem são os que estão a projetar vir a beneficiar com o tal "furo" e provável exploração petrolífera? E quando acontecer o desastre ambiental quem paga? O povo local e os contribuintes a nível nacional? Tudo por causa do "furo" em Aljezur e os negócios à vista e o esfregar de mãos, à espera dos cifrões que em nada beneficiarão os portugueses nem Portugal. Antes pelo contrário.

Deixem-se de "ouro negro". Deixem-se de ser chicos-espertos e tão sacanas.

Palavra que isto até parece um filme de mafiosos. (MM | PG)

Ambientalistas revoltados e incrédulos com decisão sobre furo em Aljezur

Plataforma Algarve Livre de Petróleo condena a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente de dispensar de estudo de impacto ambiental a prospeção de petróleo ao largo de Aljezur.

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) considerou ser desnecessária a Avaliação de Impacto Ambiental do furo de prospeção de petróleo ao largo de Aljezur. Uma decisão "vergonhosa e injustificada", diz a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP).

A PALP pede aos cidadãos que se manifestem contra a decisão da APA e defendam o património ambiental, social e económico português.

A organização, que agrega várias associações ambientalistas, diz-se incrédula e revoltada perante a decisão da Agência Portuguesa do Ambiente de não sujeitar o furo de prospeção de petróleo de Aljezur a Avaliação de Impacte Ambiental." As pessoas que vivem nesta zona vivem da pesca e do turismo. Como é que quer que as pessoas não se revoltem?",pergunta Ana Matias, da PALP.

Esta ambientalista lembra que os argumentos da APA caem por terra dando o exemplo do que aconteceu no Golfe do México, onde foi na fase de prospecção que se deu o enorme derramamento cujos efeitos devastadores ainda persistem."Se a APA existe para defender o ambiente e os cidadãos o que é que se está a passar?" ." Obviamente, vamos impugnar o parecer da APA".

A Plataforma Algarve livre de Petróleo acusa a Agência Portuguesa do Ambiente de ignorar a vontade de milhares de cidadãos na Consulta Pública e o governo de estar conivente com as petrolíferas e defender o interesse privado em detrimento do público.

Maria Augusta Casaca | TSF

Sporting | BRUNO CONTINUA EM ALVALADE, DE LÁ NÃO PODE SAIR!


Prontinho desde pouco depois das 9 da manhã está o Curto que habitualmente aqui trazemos. Se não o leu no Expresso aproveite agora para o fazer. Já sabe que o Sporting é tema nacional em Portugal. Mas este Curto não trata só disso. Tem o que ler com interesse, nacional e estrangeiro. Já nem pedimos desculpa por sermos retardatários mas aqui importa explicar este nosso atraso de hoje. Ora leia a nossa explicação e compreenderá porque nos rodeamos de cuidados. É que isso e caldos de galinha nunca fizeram mal ao pessoal, à mole imensa e descuidada que se põe a jeito.

Decerto sabem que o presidente armado em maluco do Sporting processou o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues. Mas não só esse. Processou uma catrefa de gente. Por acaso Marcelo Rebelo de Sousa escapou mas mereceu criticas do grande maluco faz-de-conta Bruno (tive um cão Serra da Estrela com esse nome… mas era muito ajuizado). Adiante. Como Bruno está nessa de processar judicialmente tudo e todos que opinam sobre Bruno (não o tal cão) considerámos por bem contactar Bruno e pedir-lhe autorização para abordarmos aqui no PG mais uma vez o Caso Sporting da sua (dele) presidência. E telefonámos-lhe. E ele não atendeu… Andámos até para além do meio-dia a tentar, a tentar. E nada. Há pouco voltámos a tentar, eram já 3 da tarde. Atenderam. Aleluia! Pois…

Pois. Pois. Era uma voz feminina que mal percebíamos o que dizia lá no outro lado. Ouvíamos melhor os urros de fundo que a senhora. E berros, e uma voz alterada a afirmar repetidamente “eu sou presidente e eu é que mando nisto tudo…” Oh diabo, pensámos. O Bruno está em Alvalade a discutir com tudo e todos… “E eu não quero essa camisa!” Ouvimos gritar esse tal que dizia que era presidente segundos antes… Enfim, uma grande balbúrdia sonora. Mais que uma cacofonia. “Dá-lhe, a injeção, dá-lhe a injeção, dá-lhe a injeção.” Gritava repetidamente uma voz meio esganiçada e ofegante do outro lado da agitada chamada telefónica…

“Está lá? Pergunta a voz feminina por entre aquele barulho produzido por várias vozes alteradas. “Sim”, respondemos. “Queríamos falar com o presidente Bruno”, esclarecemos. “Bruno? Ah, não pode atender. E daqui não pode sair.” Respondeu. Achámos estranho. “Mas de onde fala, não é de Alvalade?”, perguntámos. “Sim, é de Alvalade. Respondeu. “Fala da Av. do Brasil, 53.” Informou a voz feminina por entre um desassossego sonoro estranho. “Mas isso aí não é o Estádio José Alvalade.” Dissemos. “Não, não. É o Hospital Psiquiátrico Júlio de Matos. O Bruno está a vestir a camisa de forças contrariado. Mas tem de ser. E agora não pode atender telefonemas. E daqui não pode sair.”

“Oh porra! Então o Bruno não estava armado em maluco. Ele é mesmo maluco!” Exclamámos e desligámos.

Estamos pesarosos. Pobre Bruno (não o cão). Por isso ele processa tudo e todos. Até o Trump vai levar com um processo em cima se falar dele (mal ou bem). E nós aqui no PG provavelmente também não escapamos. Pois.

Bem, o melhor é vestirem-lhe a camisa que ele assim fica sem poder assinar os processos e além disso devido à doença talvez não haja juiz que lhes dê seguimento.

Bruno continua em Alvalade, na Av. do Brasil. A vida dá com cada “volta” às pessoas.

As melhoras Bruno. Boa estada e muitas felicidades nesse “Palácio” de Alvalade. Um grande abraço!

MM | PG

Bom dia este é o seu Expresso Curto

Esforço, dedicação, devoção e glória. Eis o Sporting?

Cristina Figueiredo | Expresso

A telenovela mexicana em que se transformou a vida do Sporting Clube de Portugal continua a pintar de verde as capas dos jornais, mesmo a do habitualmente azul "O jogo", que com duas palavrinhas apenas resume o que se passa em Alvalade: "Caos total". O tema tornou praticamente monocolores os noticiários de ontem (e já de anteontem) e, por enquanto pelo menos, continua a ser impossível escapar-lhe (até porque os detidos começam hoje a ser ouvidos em tribunal).

Já passava da meia noite quando soubemos pela Tribuna Expresso que o assunto passara a ser de Estado, pois é disso mesmo que se trata a partir do momento em que Marcelo Rebelo de Sousa e Ferro Rodrigues avaliam as condições de segurança para se apresentarem no Estádio Nacional no próximo domingo, na final da Taça de Portugal. Com esta nada despicienda frase, atribuída a "fonte que está a acompanhar o processo": "Imagine o que seria se adeptos sportinguistas começassem a mandar objetos para a bancada de honra em protesto contra o presidente do clube. As duas figuras cimeiras do Estado (que estariam na mesma galeria que Bruno de Carvalho) não podem sujeitar-se a isso". Uma formulação diplomática que não quer senão sugerir ao presidente do clube que contrarie o famoso cântico de Alvalade e, domingo, "fique em casa". O Diário de Notícias di-lo mesmo com todas as letras: Marcelo recusa Bruno de Carvalho a seu lado no Jamor. Bruno de Carvalho soube-se agora mesmo vai processar Ferro e critica Marcelo.

Se Marcelo considera que "não podemos banalizar" os acontecimentos graves de Alcochete e Ferro (numa veementíssima declaração) pede medidas "doa a quem doer", António Costa (noutras matérias avesso a que se resolvam os problemas com mais legislação) sugere que se crie rapidamente uma Autoridade Nacional contra a Violência no Desporto. Mas o Público descobriu que o Governo tem parada há um ano uma lei precisamente sobre este assunto, confirmando que, na boa tradição portuguesa, "depois de casa roubada...".

Antes de convocar para a próxima segunda-feira - antecipando-se aos crescentes críticos da direção - uma assembleia geral extraordinária, o presidente da Assembleia Geral do Sporting, Jaime Marta Soares, deu uma entrevista à Tribuna Expresso onde pede que se apure "a origem moral" dos acontecimentos de Alcochete (na terça-feira). Não leve a mal que pergunte: mas ainda há dúvidas? O Público avança que os orgãos sociais sportinguistas estão dispostos a demitir-se para pressionar Bruno de Carvalho a sair, numa altura em que Rogério Alves e José Maria Ricciardi já admitem poder vir a candidatar-se à sucessão.

E, depois, há o resto. Que não é pouco: as suspeitas de corrupção que começaram no andebol (só para anunciantes) e podem alastrar não se sabe ainda muito bem até onde dentro de Alvalade. Há pelo menos 62 escutas sobre o Sporting que estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária, no âmbito da Operação Cashball.

OUTRAS NOTÍCIAS, CÁ DENTRO...

Com a atualidade noticiosa dominada pelos tons verde e branco, parece que foi há muito, muito tempo que as atenções nacionais se focavam afincada e calorosamente nos casos de corrupção nos governos de José Sócrates, na recém-professada indignação do PS com os (alegados) comportamentos dos ex-governantes socialistas e na necessidade de alterar as leis no sentido de apertar o controlo, acelerar a investigação, apressar os julgamentos, enfim,(alerta chavão!) "tornar mais eficaz o combate a essa chagaque ameaça a democracia". Mas se parar um minuto vai recordar-se que tamanha discussão aconteceu há apenas uns dias. E ainda produz réplicas, a saber:

1) o histórico socialista João Cravinho foi ontem à RTP3, de certa forma repetir o que já tinha dito há dois dias na TSF: que o combate à corrupção continua "sem rei nem roque", em grande medida porque falta vontade política;

2) o menos histórico mas não menos relevante Sérgio Sousa Pinto dá uma entrevista ao Público e à Renascença onde diz, a propósito do caso Sócrates, que os portugueses continuam "a apreciar uma boa fogueira no Rossio" e onde critica o pacote da transparência dos titulares de cargos públicos que está em discussão no Parlamento: "É um atestado de desconfiança e torna a vida dos deputados num inferno impraticável".;

3) o CDS, que recuperou a ideia de rever a Constituição no capítulo da justiça, é recebido pelo Presidente da República para o sensibilizar a esse respeito. A audiência vai acontecer às 14h00 (é conhecida a "mania" de Marcelo Rebelo de Sousa fazer render o seu tempo, marcando reuniões para o que o comum dos mortais considera "hora de almoço"). Veremos se Assunção Cristas consegue no PR um aliado para a sua causa, quando do líder do PSD já se ouviu que rever a Constituição "para já, não" e os outros partidos (a começar no PS) têm tanta vontade de mexer na Lei Fundamental como de obrigar os deputados a serem reembolsados por despesas de viagem contra a apresentação de faturas (texto só disponível para assinantes) - isto é, pouca ou nenhuma;

4) o BE agendou para as 15h00, na Assembleia da República, a discussão dos seus projetos-lei sobre sigilo bancário e o Governo aproveitou para recuperar a proposta que "estabelece regras para a aplicação do regime de acesso automático a informações financeiras a residentes em território nacional" (que Marcelo vetara em setembro de 2016 invocando como principal razão "a situação particularmente grave vivida então pela banca portuguesa", como fez questão de lembrar em nota publicada na semana passada no site da Presidência ). O tema ganhou foros de inesperado (?) consenso (tanto PSD como CDS concedem ser fundamental que se levante o sigilo bancário no que respeita pelo menos aos grandes devedores dos bancos com ajuda do Estado) e parece certo que algo a este respeito há-de mudar a partir de hoje. Esperemos que não seja para ficar tudo na mesma.

Está marcada para as 16h30 uma manifestação, frente à Câmara Municipal de Aljezur, promovida pelo Movimento Algarve Livre de Petróleo. O protesto é obviamente contra a prospeção de petróleo na costa vicentina, um dia depois de se saber que a Agência Portuguesa do Ambiente dispensou de estudo de impacto ambiental a prospeção de petróleo ao largo daquela vila alentejana pelo consórcio Eni/Galp, pesquisa que está prevista iniciar-se já entre setembro e outubro.

A menos de duas semanas da discussão, na Assembleia da República, dos projetos de BE, PAN e PEV sobre eutanásia, oito religiões subscreveram ontem uma tomada de posição conjunta contra a morte assistida. "Cuidar até ao fim com compaixão", intitula-se o documento - que pode ser lido na íntegra aqui -, assinado por D. Manuel Clemente (cardeal patriarca de Lisboa) e pelos responsáveis da Aliança Evangélica Portuguesa, da Comunidade Hindu Portuguesa, da Comunidade Islâmica de Lisboa, da Comunidade Israelita de Lisboa, do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, da União Budista Portuguesa e da União Portuguesa dos Adventistas do Sétimo Dia.

Outro tema que não é só atual, mas urgente: hoje à tarde, na fundação Gulbenkian, a pretexto do lançamento de um concurso para atribuição de bolsas para projetos de jornalismo de investigação, discute-se "Democracia e Jornalismo". O debate, moderado pelo diretor adjunto de Informação da RTP António José Teixeira, trava-se entre dois protagonistas que sabem bem do que falam: Francisco Pinto Balsemão e Paulo Portas.

E, por fim, é futebol mas não é Sporting: hoje são conhecidos os 23 jogadores que Fernando Santos decidiu levar em junho até Moscovo, para a disputa do Campeonato do Mundo. A Tribuna Expresso arriscou as suas próprias previsões: confira pelas 20h15 se acertou.

...E LÁ FORA

É futebol, podia ser o Sporting. E, se fosse, como tudo teria sido diferente: o Atlético de Madrid (o adversário que o clube de Alvalade não conseguiu ultrapassar num jogo em Madrid que motivou o primeiro dos posts incendiários de Bruno de Carvalho no Facebook) venceu o Marselha por 3-0 (dois dos golos marcados pelo francês Griezmann) e levou para casa o troféu da Liga Europa (o terceiro em oito anos). O feito dos colchoneros domina as primeiras páginas espanholas, pois claro, mas tem presença bem destacada em todos os sites de informação nacionais e internacionais.

Israel lançou um ataque aéreo sobre várias posições do Hamas ao longo de Gaza. Mesmo depois dos acontecimentos de segunda-feira (de que resultaram 62 mortos e mais de 2500 feridos palestinianos), o regime de Benjamin Nethanyau, (agora ainda mais) respaldado no apoio dos EUA, não desiste de usar a força (desproporcionada, como admite o próprio secretário-geral da ONU, António Guterres) sobre a Palestina. O papa Francisco lamentou a espiral de violência, lembrando uma evidência: "A violência nunca conduz à paz".

O ataque aconteceu já perto da uma da manhã (23h em Portugal) e os líderes europeus, reunidos em Sófia (Bulgária) no primeiro de dois dias de cimeira, já teriam dispersado. Mas ainda ecoavam as duras palavras do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, contra a Administração Trump, pela saída do acordo nuclear com o Irão e a ameaça de uma guerra comercial transatlântica: "Assistimos hoje a um novo fenómeno: a assertividade caprichosa da administração americana. Olhando para as últimas decisões do presidente Trump, alguns até poderiam pensar: com amigos destes, quem precisa de inimigos?".

Mark Zuckerberg aceitou, finalmente, depor perante o Parlamento Europeu ainda na sequência do escândalo Cambridge Analytics. A notícia foi dada pelo presidente da instituição, Antonio Tajani, e a audiência pode ter lugar já na próxima semana.

Senado norte-americano confirmou que Vladimir Putin ajudou mesmo Donald Trump a vencer as eleições presidenciais norte-americanas. "O esforço russo foi extenso, sofisticado, e ordenado pelo próprio Presidente Putin com o propósito de ajudar Donald Trump e prejudicar Hillary Clinton”, concluiu a Comissão de Serviços Secretos.

E ainda Trump: o Presidente tornou públicas, finalmente, as suas declarações de rendimentos. Ficou a saber-se que tem bens no valor de 1400 milhões de dólares, mas o mais importante revelado pelos papéis nem é isso mas que Trump transferiu 100 mil dólares para o seu advogado, Michael D. Cohen, em 2017 - informação que omitira anteriormente, assim consolidando as suspeitas de que pagou o silêncio da atriz porno (que alega ter tido um caso com Trump) Stormy Daniels durante a campanha presidencial.

AS MANCHETES DOS JORNAIS

"Bruno pressionado por todos para sair" (Jornal de Notícias)
"Governo tem parada há um ano lei contra violência no desporto" (Público)
"Governo vai reabilitar casas para alojar 50 mil estudantes" (Diário de Notícias)
"Semana negra: corrupção e terrorismo abalam Sporting" (i)
"Ajudante de Bruno corrompe finalista da Taça" (Correio da Manhã)
"Fisco vai avisar empresas em risco" (Jornal de Negócios)
"A história da rica e discreta família Arié" (Visão)
"Donos do dinheiro contra Bruno" (Sábado)
"As mensagens que podem tramar o Sporting" (A Bola)
"Jesus fica se Bruno sair" (Record)
"Caos total" (O Jogo)

O QUE ANDO A OUVIR E A LER 

Já uma vez (há cerca de um ano) falei aqui de Alexander Search, a banda que se inspirou nos poemas relativamente desconhecidos do heterónimo de um Fernando Pessoa adolescente. A banda, projeto de Júlio Resende/Augustus Search e Salvador Sobral/Benjamin Cymbra, toca amanhã no Centro Olga Cadaval, em Sintra, no espectáculo que marca oficialmente o regresso de Salvador aos palcos após oito meses de ausência - excepção feita à sua breve participação na final da Eurovisão, no último sábado. A semana passada, em entrevista à Visão, ele confessava alguma ansiedade: "É bom voltar ao palco com Alexander Search, porque me tira um bocadinho de pressão, de responsabilidade. Vai primeiro o tipo de óculos, o Benjamin, ver se o caminho está bom, e depois diz-me se posso ir...". Não tenho dúvidas que pode. E vou lá estar, na plateia, a aplaudir.

Raras vezes as publicações oferecidas pelo Expresso tiveram tanto sentido de oportunidade. No sábado começou a ser distribuído com o semanário o livro de Simon Sebag Montefiore "Jerusalém, a Biografia". O pretexto para a edição foi, naturalmente, o 70º aniversário do estado de Israel (objeto, aliás, de um vasto trabalho na última edição da revista E), mas coincidiu precisamente com a transferência da embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém, na segunda-feira, e a carga do exército israelita sobre os palestinianos que se manifestavam contra a decisão norte-americana. Tentar perceber o "porquê" deste guerra sem fim é uma boa razão para se abalançar a estas quase 700 páginas (que o Expresso reparte em suaves 7 prestações, ou volumes, o último dos quais chegará às bancas a 23 de junho). O historiador britânico (autor de uma biografia de Estaline, também já distribuída com o Expresso, e de outra dos Romanov) admite que este foi o livro "mais duro e desafiante", mas também "o mais importante", que já escreveu.

E pronto. Saiba que hoje,17 de maio, é o Dia Mundial da Hipertensão. Uma doença silenciosa que, segundo as estatísticas (dados de 2015) da Organização Mundial de Saúde, afeta 1130 milhões de pessoas em todo o mundo. Só em Portugal, estima-se que 24,4% da população seja hipertensa, o mais certo devido ao consumo excessivo de sal. E se insossa a vida não sabe ao mesmo ("pãozinho sem sal" não tem graça nenhuma), a receita está, como em quase tudo, em saber quando parar. Eu paro aqui mesmo. Para mais salero é continuar a "consumir" o mundo nos sítios que o oferecem na medida certa: no Expresso, na Tribuna, na Blitz, na SIC, para só citar alguns. Tenha um dia bom.

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