O secretário-geral da CGTP,
Arménio Carlos, afirmou hoje à Lusa que os primeiros dados apontam para uma
elevada adesão à greve dos funcionários públicos, referindo que caso o Governo
não responda às reivindicações novas lutas podem ocorrer em breve.
"Os dados que já temos neste
momento apontam para uma grande adesão dos trabalhadores do setor público a
esta paralisação, não só pelo descontentamento que manifestam pelas posições
que o Governo tem tomado de não resposta às sua reivindicações, mas também
porque consideram que num quadro em que continua a haver disponibilidade para o
Governo investir dinheiro no setor financeiro privado, continua a não dar
resposta a questões de fundo", disse Arménio Carlos.
Segundo o sindicalista, entre
queixas dos trabalhadores está a "não atualização dos salários de cerca de
600 mil trabalhadores pelo décimo ano consecutivo, as carreiras bloqueadas na
maior parte dos casos, as progressões longe do desejável e a falta de resposta
para a aquisição de mais trabalhadores".
Arménio Carlos, que está no
piquete de greve nas oficinas do Juncal dos Serviços Intermunicipalizados de
Águas e Resíduos dos Municípios de Loures e Odivelas (SIMAR), explicou que o
primeiro impacto da greve é na recolha de resíduos sólidos.
"Por agora os impactos são
na área dos resíduos sólidos, nos turnos das 22h00 e nos que se sucedem. Aqui
no Juncal a adesão é quase total e em muitos outros locais do país é muito
significava. A partir da meia-noite vamos ter a saúde, em particular os
hospitais, e na sexta-feira vamos ter as escolas e outras áreas dos serviços
públicos que vão ser afetadas", explicou.
O secretário-geral da CGTP
defendeu que o Governo deve perceber o descontentamento que existe, explicando
que, se tal não acontecer, "corre o risco de ser confrontado com novas
lutas nos próximos tempos".
A greve dos funcionários públicos
deverá ter uma elevada adesão, com um impacto mais visível nos setores da
saúde, educação, finanças e autarquias, podendo levar ao encerramento de
escolas e deixar lixo por recolher, segundo as estruturas sindicais que
convocaram esta paralisação nacional.
Na base do protesto, que envolve
sindicatos da CGTP e da UGT, está o facto de o Governo prolongar o congelamento
salarial por mais um ano, limitando-se a aumentar o nível remuneratório mais
baixo da administração pública, de 580 para 635,07 euros, na sequência do
aumento do salário mínimo nacional para os 600 euros.
A paralisação começou por ser
marcada pela Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública (CGTP), há cerca
de um mês, na expectativa de que o Governo ainda apresentasse uma proposta de
aumentos generalizados para a função pública, o que não veio a concretizar-se.
A Federação Sindical da
Administração Pública (FESAP) e a Federação Nacional da Educação (FNE), filiadas
na UGT, marcaram dias depois greve para a mesma data, pelos mesmos motivos.
Lusa | em Notícias ao Minuto | Foto:
Global Imagens
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