Os manifestantes feridos pela
polícia francesa que pertencem ao movimento social coletes amarelos decidiram
formar um grupo denominado "Os Mutilados" e apelaram à presença na
manifestação em Paris de 26 de maio.
"Decidimos formar um grupo,
'Os Mutilados', por exemplo" contou Robin Pages, numa conferência de
imprensa realizada em Gennevilliers (Paris), manifestante que sofreu uma lesão
grave no pé em 2017 em Bure (nordeste), onde está previsto ser construído um
aterro para lixo nuclear.
Hoje, 19 pessoas que ficaram
feridas com balas de borracha ou por granadas lançadas pela polícia apresentam
o movimento que, dizem, pretende "combater a repressão ultraviolenta"
e deseja proibir o "uso destas armas de guerra".
"Estão aqui e estão apenas
26 olhos a olharem para vocês. Façam as contas", afirmou Jerome Rodrigues,
um dos "coletes amarelos" feridos numa manifestação realizada em
janeiro, em Paris.
Cada um dos presentes contou a
forma como os ferimentos os abalaram ou a incapacidade que têm "de se
olhar para o espelho."
"À noite temos insónias,
pesadelos, é o horror diário tentar lutar da melhor maneira possível com uma
mão só", disse Sébastien Maillet, que ficou sem uma mão na manifestação de
Paris a 09 de fevereiro.
No sábado, vários milhares de
"coletes amarelos" mobilizaram-se novamente em diversas cidades de
França, apesar do recente anúncio de medidas do Presidente Emmanuel Macron em
resposta à crise social no país.
Segundo dados do Ministério do
Interior, estavam registados às 12:00 TMG (13:00 em Lisboa) 5.500 manifestantes
em todo o país, 2.600 dos quais em Paris.
Na semana passada à mesma hora, o
número de manifestantes era de 9.600, dos quais 6.700 na capital francesa.
Há mais de cinco meses que os
"coletes amarelos" saem à rua todos os sábados para pedir mais
justiça social e fiscal, em desfiles por vezes entremeados de violência.
Lusa | Notícias ao Minuto | Foto:
Reuters
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