quarta-feira, 3 de abril de 2019

Jornalistas essenciais no escrutínio às contas públicas timorenses - embaixador


Díli, 03 abr (Lusa) - Uma ação "informada, rigorosa e responsável" dos jornalistas timorenses fortalece o escrutínio dos cidadãos à ação das instituições do Estado no que toca a questões como as finanças públicas, disse hoje o embaixador de Portugal em Díli.

"Num momento em que Timor-Leste pretende consolidar a sua democracia, estabilizar a segurança e reforçar o investimento no desenvolvimento socioeconómico, num processo que apresenta ainda algumas fragilidades, a proximidade (...) como [a que] os meios de comunicação social têm com as comunidades revela um imenso potencial para contribuir para garantir a paz e o desenvolvimento inclusivo e sustentável do país assim como o seu regular processo de descentralização", disse José Pedro Machado Vieira.

"Uma atuação dos jornalistas e outros profissionais da área mais informada, mais rigorosa e responsável contribui para um melhor escrutínio por parte dos cidadãos, com impacto direto nas decisões públicas do Estado", frisou.

O diplomata falava em Díli no arranque do seminário "As Instituições Superiores de Controlo e o Estado de Direito Democrático: o Papel da Comunicação Social", realizado no âmbito da parceria para a melhoria da prestação de serviços através do Reforço da Gestão e da Supervisão das Finanças Públicas.



O seminário, que surge na sequência de outras ações formativas anteriores, pretende, entre outros aspetos, que os participantes "possam adquirir um conhecimento aprofundado das instituições superiores de controlo de Timor-Leste -- isto é, das entidades e autoridades políticas, judiciais e judiciárias que acompanham, avaliam e controlam as finanças públicas do País".

Direcionado para jornalistas timorenses, o programa ajudará a reforçar competências "para o acompanhamento dos processos de avaliação e supervisão das finanças públicas" dando a conhecer os instrumentos das autoridades de supervisão que acompanham e controlam o uso dos recursos públicos".

O diplomata notou que os temas "são complexos, muito exigentes e de enorme importância para o desenvolvimento das sociedades" e que, por isso, haverá ao longo do ano várias iniciativas para tentar abranger mais jornalistas.

A iniciativa foi desenvolvida pela Unidade de Implementação do Camões, do Programa da UE de Parceria para a Melhoria da Prestação de Serviços através do Reforço da Gestão e da Supervisão das Finanças Públicas em Timor-Leste.

Cofinanciado pela UE e implementado com o modelo de cooperação delegada pelo Camões - Instituto da Cooperação e da Língua, o projeto é um dos mais amplos programas de apoio institucional em Timor-Leste.

O projeto conta com um financiamento de 12 milhões de euros através do 11.º Fundo Europeu de Desenvolvimento e de cerca de 600 mil euros do instituto Camões, e divide-se em dois componentes essenciais, nomeadamente o apoio orçamental ao Ministério das Finanças e o fortalecimento e capacitação institucional.

A colaborar na iniciativa está ainda o Consultório da Língua para Jornalistas, um projeto de cooperação bilateral entre Portugal e Timor-Leste para capacitação dos profissionais de comunicação de Timor-Leste, em língua portuguesa, para transmissão de informação fidedigna ao público, financiado pelo Camões, I.P., com a duração de 48 meses.

O consultório trabalha com 150 profissionais do setor da Comunicação Social e 40 profissionais ligados à tradução, à formação em comunicação social e à assessoria de imprensa do Governo timorense.

A abertura do seminário -- que decorre até à próxima semana - contou, entre outros, com a presença do secretário de Estado da Comunicação Social, Merício Akara, e com representantes da União Europeia e do Conselho de Imprensa, entre outras entidades.

Com a participação de cerca de 30 jornalistas da imprensa escrita, rádio, televisão, jornalismo digital e assessores de comunicação, a ação contará com oradores timorenses e internacionais, oriundos de diversas áreas profissionais, designadamente especialistas do Parlamento Nacional, Câmara de Contas, Centro de Formação Jurídica, Conselho de Imprensa, organizações da sociedade civil, órgãos de comunicação social, entre outros.

ASP // JMC

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