Cavaco Silva, de má memória para
tantos portugueses, doentiamente armado de falsa memória, usa essa carapaça
para ludibriar os incautos que depois não acompanham o desmontar das suas
declarações repletas de falta de verdade. Cavaco sempre assim foi e assim
continua. Desta feita pronto para mais um desgaste ao governo de António Costa
acerca dos familiares existentes no quadro de membros do governo.
Disse ele, Cavaco, esfíngico e
mumioso, que tanto quanto se recordava nos seus governos não aconteceu nada
disso – de nepotismo por via da entrada de familiares para a governação.
Acrescentou que teve o cuidado de ir verificar. Claro que verificou mal, ou nem
sequer verificou nas suas papeladas, porque a intenção repleta de caráter chico-esperto
era exatamente dizer o que disse e deixar a mensagem de que Costa usa e abusa
do governo para dar emprego a familiares de outros membros do dito, arrogando-se de impoluto e "transparente" quando das suas atividades políticas e governativas. Nada mais falso.
A provar as mentiras de Cavaco
Silva – que já colecionou imensos episódios escabrosos – podemos verificar a
seguir, no Notícias ao Minuto, que as mentiras de Cavaco estão de pedra e cal,
são inamovíveis e que ele não é mais nem menos que um descarado aldrabão. Uma "múmia" que devia remeter-se ao silêncio por ser opinião quase generalizada que os seus
“rabos de palha” são de uma dimensão que dificilmente os portugueses vão
esquecer pelos piores motivos.
Ao contrário do que alguns opinam, Cavaco Silva governante
prejudicou a democracia, principalmente a transparência e honestidade exigível na
governação. Politicamente, parece unânime, são mais os cidadãos que dele guardam esse
sentimento do que o contrário.
Mas quem considera que Cavaco se enganou ou que é o trapaceiro que engana alguns mas não todos?
Mário Motta | Redação PG
Afinal, enganou-se. Executivo de
Cavaco teve 11 mulheres de governantes
O ex-chefe de Estado, Cavaco
Silva, tinha defendido anteriormente que não tinha detetado quaisquer ligações
familiares nos seus governos. Mas não foi bem assim.
As ligações familiares no seio do
Governo do PS têm estado na ordem do dia. Mas, de acordo com uma lista avançada
pelo 'Polígrafo', o site português de fact checking da SIC Notícias, na altura em que Cavaco Silva
assumia o leme do país havia 11 mulheres de ministros e secretários de
Estado no governo.
Apesar de o antigo Presidente da
República ter afirmado que não havia detetado nenhuma ligação familiar nos governos que
liderou, o 'Polígrafo' desconstruiu essa afirmação, referindo que foram
nomeadas 15 mulheres de ministros e secretários de Estado para gabinetes do
Governo e estruturas dependentes do Estado, na altura em que Cavaco Silva
era primeiro-ministro (entre 1985 e 1995).
Afinal, Cavaco também se engana.
Confira a lista que a SIC
elaborou com as mulheres dos governos de Cavaco Silva que tinham relações com
governantes.
Isabel Ataíde Cordeiro: mulher de
Manuel Facão, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura, nomeada
para adjunta da secretaria de Estado do Desenvolvimento e Planeamento Regional.
Ela entrou primeiro e só depois veio o marido;
Isabel Elias da Costa: mulher de
Elias da Costa, secretário de Estado das Finanças; nomeada para adjunta de
Couto dos Santos, dos Assuntos Parlamentares;
Fátima Loureiro: mulher de Carlos
Loureiro; nomeada para a Administração Interna, "onde convivia com o seu
marido";
O casal Paulo Teixeira Pinto e
Paula Teixeira da Cruz: Ela entrou primeiro no Governo, como assessora de
Marques Mendes; mais tarde, ele foi nomeado subsecretário de Estado da
Presidência do Conselho de Ministros;
Maria Cândida Menezes: mulher do
secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Luís Filipe Menezes; nomeada
secretária de Fernando Nogueira, ministro da Presidência e da Defesa Nacional;
Margarida Cunha: mulher do
ministro da Agricultura, Arlindo Cunha; nomeada para secretária do ministro
Couto dos Santos;
Fátima Dias Loureiro: mulher do
ministro da Administração Interna, Dias Loureiro; nomeada para adjunta de Pedro
Santana Lopes;
Maria dos Anjos Nogueira: mulher
do ministro da Presidência e da Defesa Nacional, Fernando Nogueira; nomeada
para adjunta do secretário de Estado da Saúde, José Martins Nunes;
Sofia Marques Mendes: mulher de
Luís Marques Mendes, "na altura um dos membros mais influentes do
Governo", segundo o Polígrafo; nomeada para adjunta do secretário de
Estado da Agricultura, Álvaro Amaro;
Maria Filomena de Sousa
Encarnação: mulher de Carlos Encarnação, secretário de Estado Adjunto da
Administração Interna; nomeada para adjunta do subsecretário de Estado da
Cultura, António Sousa Lara;
Celeste Amaro: mulher do
secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Amaro; nomeada para vogal da
direção, nos serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros;
Regina Estádio Marques: mulher do
assessor de Cavaco Silva, Pedro Estácio Marques; nomeada secretária de Carlos
Encarnação;
Eduarda Honorato Ferreira: irmã
de José Honorato Ferreira, chefe de gabinete de Cavaco Silva; responsável pela
coordenação de agenda do ministro das Finanças;
Teresa Corte Real Silva Pinto:
irmã da secretária de Estado da Modernização Administrativa; Isabel Corte Real;
nomeada secretária de Couto dos Santos;
Margarida Durão Barroso: mulher
do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Durão
Barroso; nomeada para a Comissão dos Descobrimentos.
Filipa Matias Pereira | Notícias
ao Minuto
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