sexta-feira, 5 de abril de 2019

Portugal | Cavaco enganou-se ou é o trapaceiro que engana alguns mas não todos?


Cavaco Silva, de má memória para tantos portugueses, doentiamente armado de falsa memória, usa essa carapaça para ludibriar os incautos que depois não acompanham o desmontar das suas declarações repletas de falta de verdade. Cavaco sempre assim foi e assim continua. Desta feita pronto para mais um desgaste ao governo de António Costa acerca dos familiares existentes no quadro de membros do governo.

Disse ele, Cavaco, esfíngico e mumioso, que tanto quanto se recordava nos seus governos não aconteceu nada disso – de nepotismo por via da entrada de familiares para a governação. Acrescentou que teve o cuidado de ir verificar. Claro que verificou mal, ou nem sequer verificou nas suas papeladas, porque a intenção repleta de caráter chico-esperto era exatamente dizer o que disse e deixar a mensagem de que Costa usa e abusa do governo para dar emprego a familiares de outros membros do dito, arrogando-se de impoluto e "transparente" quando das suas atividades políticas e governativas. Nada mais falso.

A provar as mentiras de Cavaco Silva – que já colecionou imensos episódios escabrosos – podemos verificar a seguir, no Notícias ao Minuto, que as mentiras de Cavaco estão de pedra e cal, são inamovíveis e que ele não é mais nem menos que um descarado aldrabão. Uma "múmia" que devia remeter-se ao silêncio por ser opinião quase generalizada que os seus “rabos de palha” são de uma dimensão que dificilmente os portugueses vão esquecer pelos piores motivos.


Ao contrário do que alguns opinam, Cavaco Silva governante prejudicou a democracia, principalmente a transparência e honestidade exigível na governação. Politicamente, parece unânime, são mais os cidadãos que dele guardam esse sentimento do que o contrário.

Mas quem considera que Cavaco se enganou ou que é o trapaceiro que engana alguns mas não todos?

Mário Motta | Redação PG

Afinal, enganou-se. Executivo de Cavaco teve 11 mulheres de governantes

O ex-chefe de Estado, Cavaco Silva, tinha defendido anteriormente que não tinha detetado quaisquer ligações familiares nos seus governos. Mas não foi bem assim.

As ligações familiares no seio do Governo do PS têm estado na ordem do dia. Mas, de acordo com uma lista avançada pelo 'Polígrafo', o site português de fact checking da SIC Notícias, na altura em que Cavaco Silva assumia o leme do país havia 11 mulheres de ministros e secretários de Estado no governo.

Apesar de o antigo Presidente da República ter afirmado que não havia detetado nenhuma ligação familiar nos governos que liderou, o 'Polígrafo' desconstruiu essa afirmação, referindo que foram nomeadas 15 mulheres de ministros e secretários de Estado para gabinetes do Governo e estruturas dependentes do Estado, na altura em que Cavaco Silva era primeiro-ministro (entre 1985 e 1995).

Afinal, Cavaco também se engana.

Confira a lista que a SIC elaborou com as mulheres dos governos de Cavaco Silva que tinham relações com governantes.

Isabel Ataíde Cordeiro: mulher de Manuel Facão, chefe de gabinete do secretário de Estado da Cultura, nomeada para adjunta da secretaria de Estado do Desenvolvimento e Planeamento Regional. Ela entrou primeiro e só depois veio o marido;

Isabel Elias da Costa: mulher de Elias da Costa, secretário de Estado das Finanças; nomeada para adjunta de Couto dos Santos, dos Assuntos Parlamentares;

Fátima Loureiro: mulher de Carlos Loureiro; nomeada para a Administração Interna, "onde convivia com o seu marido";

O casal Paulo Teixeira Pinto e Paula Teixeira da Cruz: Ela entrou primeiro no Governo, como assessora de Marques Mendes; mais tarde, ele foi nomeado subsecretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros;

Maria Cândida Menezes: mulher do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Luís Filipe Menezes; nomeada secretária de Fernando Nogueira, ministro da Presidência e da Defesa Nacional;

Margarida Cunha: mulher do ministro da Agricultura, Arlindo Cunha; nomeada para secretária do ministro Couto dos Santos;

Fátima Dias Loureiro: mulher do ministro da Administração Interna, Dias Loureiro; nomeada para adjunta de Pedro Santana Lopes;

Maria dos Anjos Nogueira: mulher do ministro da Presidência e da Defesa Nacional, Fernando Nogueira; nomeada para adjunta do secretário de Estado da Saúde, José Martins Nunes;
Sofia Marques Mendes: mulher de Luís Marques Mendes, "na altura um dos membros mais influentes do Governo", segundo o Polígrafo; nomeada para adjunta do secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Amaro;

Maria Filomena de Sousa Encarnação: mulher de Carlos Encarnação, secretário de Estado Adjunto da Administração Interna; nomeada para adjunta do subsecretário de Estado da Cultura, António Sousa Lara;

Celeste Amaro: mulher do secretário de Estado da Agricultura, Álvaro Amaro; nomeada para vogal da direção, nos serviços sociais da Presidência do Conselho de Ministros;

Regina Estádio Marques: mulher do assessor de Cavaco Silva, Pedro Estácio Marques; nomeada secretária de Carlos Encarnação;

Eduarda Honorato Ferreira: irmã de José Honorato Ferreira, chefe de gabinete de Cavaco Silva; responsável pela coordenação de agenda do ministro das Finanças;

Teresa Corte Real Silva Pinto: irmã da secretária de Estado da Modernização Administrativa; Isabel Corte Real; nomeada secretária de Couto dos Santos;

Margarida Durão Barroso: mulher do secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, Durão Barroso; nomeada para a Comissão dos Descobrimentos.

Filipa Matias Pereira | Notícias ao Minuto

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