sexta-feira, 24 de maio de 2019

Brasil | Presidente tenta passar impressão de normalidade em manifestação da ultradireita


Os atos de domingo foram chamados por apoiadores de Bolsonaro para se contrapor às manifestações do último dia 15 contra bloqueio nos recursos para a Educação, no que acabou se tornando um ato contra o governo.

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, em café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira, no Palácio do Planalto, que que as manifestações convocadas para domingo a favor do governo seriam apenas um movimento espontâneo cuja pauta “não tem nada de anormal”. Mas reiterou que não irá comparecer aos atos.

— É um movimento espontâneo, eu respeito a soberania popular. Eles têm uma pauta definida e essa pauta não tem nada de anormal, é um direito da população de se manifestar — disse Bolsonaro.

Os atos de domingo foram chamados por apoiadores de Bolsonaro para se contrapor às manifestações do último dia 15 contra bloqueio nos recursos para a Educação, no que acabou se tornando um ato contra o governo. O presidente inicialmente chegou considerar comparecer, mas depois decidiu não participar.


Manifestações

Perguntado se havia orientado ministros a também não comparecerem, Bolsonaro afirmou:

— Todo mundo é maior de idade e sabe o que faz. Eu não comparecerei.

Os filhos do presidente, especialmente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, têm defendido as manifestações. Mas o ato, que surgiu de grupos de apoiadores nas redes sociais, tem causado divergência dentro do próprio partido de Bolsonaro, o PSL.

Cidadão

O presidente da sigla, deputado Luciano Bivar (PE), afirmou que não vê sentido nas manifestações, mesmo achando que qualquer ato popular é “válido”. A líder do governo no Congresso, deputada Joice Hasselmann (PSL-SP), disse não ser contra, mas defendeu que parlamentares não devem participar, enquanto o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP), disse que estará na Avenida Paulista, no domingo, “como cidadão”.

A grande polêmica em torno da manifestação está no fato de as primeiras convocações terem centrado fogo no Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive falando em fechamento das duas instituições.

O tom belicoso afastou movimentos e dividiu a direita, a ponto de grupos tradicionais em outros atos, como o MBL e o Vem para Rua, terem avisado que não irão participar. Os defensores do ato têm tentado amainar o tom do protesto, que deve agora focar na defesa do governo e da reforma da Previdência, e centrar fogo no chamado centrão, grupo do Congresso apontado como o vilão que tem impedido o governo de avançar.

Correio do Brasil

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