Os atos de domingo foram chamados
por apoiadores de Bolsonaro para se contrapor às manifestações do último dia 15
contra bloqueio nos recursos para a Educação, no que acabou se tornando um ato
contra o governo.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL)
disse, em café da manhã com jornalistas nesta quinta-feira, no Palácio do
Planalto, que que as manifestações convocadas para domingo a favor do governo
seriam apenas um movimento espontâneo cuja pauta “não tem nada de anormal”. Mas
reiterou que não irá comparecer aos atos.
— É um movimento espontâneo, eu
respeito a soberania popular. Eles têm uma pauta definida e essa pauta não tem
nada de anormal, é um direito da população de se manifestar — disse Bolsonaro.
Os atos de domingo foram chamados
por apoiadores de Bolsonaro para se contrapor às manifestações do último dia 15
contra bloqueio nos recursos para a Educação, no que acabou se tornando um ato
contra o governo. O presidente inicialmente chegou considerar comparecer, mas
depois decidiu não participar.
Manifestações
Perguntado se havia orientado
ministros a também não comparecerem, Bolsonaro afirmou:
— Todo mundo é maior de idade e
sabe o que faz. Eu não comparecerei.
Os filhos do presidente,
especialmente o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) e o vereador do Rio
de Janeiro Carlos Bolsonaro, têm defendido as manifestações. Mas o ato, que
surgiu de grupos de apoiadores nas redes sociais, tem causado divergência
dentro do próprio partido de Bolsonaro, o PSL.
Cidadão
O presidente da sigla, deputado
Luciano Bivar (PE), afirmou que não vê sentido nas manifestações, mesmo achando
que qualquer ato popular é “válido”. A líder do governo no Congresso, deputada
Joice Hasselmann (PSL-SP), disse não ser contra, mas defendeu que parlamentares
não devem participar, enquanto o líder do PSL no Senado, Major Olimpio (SP),
disse que estará na Avenida Paulista, no domingo, “como cidadão”.
A grande polêmica em torno da
manifestação está no fato de as primeiras convocações terem centrado fogo no
Congresso e no Supremo Tribunal Federal (STF), inclusive falando em fechamento
das duas instituições.
O tom belicoso afastou movimentos
e dividiu a direita, a ponto de grupos tradicionais em outros atos, como o MBL
e o Vem para Rua, terem avisado que não irão participar. Os defensores do ato
têm tentado amainar o tom do protesto, que deve agora focar na defesa do
governo e da reforma da Previdência, e centrar fogo no chamado centrão, grupo
do Congresso apontado como o vilão que tem impedido o governo de avançar.
Correio do Brasil
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