Macau, China, 26 mai 2019 (Lusa)
- O presidente do BNU em Macau disse à Lusa que a região é "um mar de
oportunidades" e vincou que o projeto da Grande Baía configura "uma
explosão de oportunidades nos próximos dez anos".
"O projeto da Grande Baía é
um mar de oportunidades para quem quiser vir para Macau; um dos pilares é Macau
ser o centro mundial de lazer, e o segundo é ser uma plataforma de negócios
entre a China e os países de língua portuguesa", disse Carlos Álvares, em
entrevista à Lusa na sede do BNU, em Macau.
"O BNU pode ser um
congregador de esforços e um potenciador de negócios entre Portugal e Macau e a
China, e estamos investir bastante nisso; para além da proximidade que temos
com o Fórum Macau, estamos a tentar fazer o mesmo com a AICEP e a agência de
captação de investimento de língua portuguesa, para mostrar as oportunidades de
negócio na Grande Baía", acrescentou o responsável.
A Grande Baía é um projeto
político da China que pretender criar uma zona económica que inclui Macau, Hong
Kong e mais nove cidades chinesas, com um tamanho geográfico equivalente a dois
terços de Portugal, mas com um PIB atual de 1,4 biliões de dólares e que numa
década poderá evoluir para cerca de 3 biliões.
"A Grande Baía inclui 5% da
população chinesa, mas vale 11 ou 12% do PIB e um terço das exportações
chinesas", vincou o banqueiro, acrescentando que, com o BNU é detido a
100% pela Caixa Geral de Depósitos, está em todos os Países Africanos de Língua
Oficial Portuguesa, com uma quota de mercado significativa.
"Infelizmente, conta-se
pelos dedos as empresas portuguesas na China, mas uma coisa é ir para a China,
que é um mundo, e outra coisa é vir para a Grande Baía, que é uma zona com 70
milhões de habitantes com um potencial de compra muito grande e que pode ser
geradora de uma miríade de negócios", salientou o antigo presidente do
Banco Popular.
Macau, concluiu, "poderia
ser uma boa porta de entrada, até porque um dos pilares de desenvolvimento de
Macau é ser uma plataforma de negócios entre Portugal e os países de língua
portuguesa, e a China" e, neste contexto, "o BNU pode ser uma ajuda
preciosa para essas empresas se instalarem aqui, tendo a facilidade da língua,
fazendo o banco a ponte entre o Ocidente e o Oriente de forma bastante simplificada".
O BNU, "uma das operações
mais rentáveis do Grupo Caixa", está em Macau com 500 trabalhadores, 20
agências e tem uma operação de 4 mil milhões de euros em depósitos e 2,5 mil
milhões em crédito, registando também uma quota de 14% no mercado das
transações com cartões.
MBA/MIM // VM
Sem comentários:
Enviar um comentário