O Fórum de São Paulo denunciou,
na proposta de declaração final a assinar hoje, as "agressões sistemáticas
do imperialismo" e alertou para o "desenvolvimento de uma guerra
judicial" para isolar líderes políticos e sociais de esquerda na região.
"Reconhecemos a necessidade
urgente de travar as agressões sistemáticas do imperialismo contra a soberania,
a autodeterminação e a integração dos nossos povos", na América Latina,
disse o grupo na proposta de declaração final, que será assinada por quase 500
delegados, no último dia do encontro, em Caracas.
De acordo com o documento, o
imperialismo, numa referência aos Estados Unidos e a alguns países da Europa,
"pretende pôr fim a todos os princípios do Direito internacional público e
impor cenários de guerra" na América Latina.
Estas agressões manifestam-se em
ataques contra a Venezuela, através de sanções, no "agravamento do injusto
bloqueio a Cuba" e no "homicídio sistemático de líderes sociais"
na Colômbia, enumerou o texto do Foro.
O grupo denunciou também "o
desenvolvimento de uma guerra judicial que pretende a criminalização de líderes
sociais e políticos da região", o que impede o livre exercício da
democracia e integra uma "estratégia de recolonização da América Latina e
das Caraíbas", liderada pelos Estados Unidos.
No texto, movimentos e partidos
de quase 200 países comprometem-se a lutar contra "o patriarcado, a
xenofobia, o racismo, a criminalização da migração e, em geral, contra qualquer
forma de discriminação por motivos étnicos, religiosos, de género ou orientação
sexual".
O Fórum de São Paulo é um
mecanismo de concertação de formações políticas e movimentos sociais de
esquerda e progressistas da América Latina e das Caraíbas, fundado em 1990 com
o apoio do Partido dos Trabalhadores (PT) do Brasil.
Sob o lema "Pela paz, a soberania
e a prosperidade dos povos", o encontro de Caracas juntou mais de 1.100
participantes, incluindo cerca de 500 delegados de movimentos sociais do
continente americano, da Ásia, de África e da Europa.
A luta pela paz na Colômbia, o
apoio ao diálogo na Nicarágua, o processo de diálogo entre os setores políticos
venezuelanos, as sanções e pressões dos Estados Unidos contra a Venezuela, a
Nicarágua e Cuba dominaram a agenda.
Notícias ao Minuto | Lusa
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