Uma invasão militar da Venezuela
terá consequências fatais para toda a América do Sul, disse o Ministério da
Defesa venezuelano em comunicado.
"As Forças Armadas da
Venezuela rejeitam categoricamente a ativação ilegal do Tratado Interamericano de Assistência Recíproca [TIAR] pela
Organização dos Estados Americanos contra a Venezuela. Esta é uma provocação
irracional destinada a legalizar uma invasão militar para derrubar o governo
legítimo de [presidente venezuelano] Nicolás Maduro", informou o
ministério.
De acordo com o comunicado, esse
mecanismo mostra quem são os verdadeiros instigadores da desestabilização da
situação na região.
"Eles estão buscando usar
este mecanismo de intervenção para fortalecer sua campanha de agressão, que,
junto com o imoral bloqueio financeiro e econômico, também prescreve o uso da
força [...] Tal resultado terá consequências fatais para toda a América do
Sul", comunicou o órgão superior de Defesa.
Na terça-feira (17), o
Departamento de Estado dos EUA afirmou que Washington e seus aliados no
hemisfério ocidental invocaram o TIAR relativamente à Venezuela após a
suspensão das negociações entre Caracas e o líder da oposição, apoiado
pelos EUA e autoproclamado presidente da Venezuela, Juan Guaidó.
Tratado do Rio
O acordo TIAR, também conhecido
como Tratado do Rio, foi assinado no Rio de Janeiro pela maioria dos países
americanos em 1947. Em essência, trata-se de um tratado de defesa mútua, já que
seu principal princípio diz que um ataque a qualquer país entre os signatários
significará um ataque a todos os países participantes.
Em 2012, o então presidente
venezuelano Hugo Chávez retirou o país do tratado, mas a Assembleia Nacional
venezuelana aprovou em julho deste ano o regresso de Caracas ao acordo.
Sanções em meio à crise
No dia 17 de setembro, os EUA
aplicaram uma nova rodada de sanções contra o país bolivariano.
A Venezuela tem sido alvo de
várias medidas lideradas pelos EUA para derrubar o governo de Maduro e
substituí-lo pelo líder da oposição e autoproclamado presidente Guaidó. Os
Estados Unidos impuseram sanções abrangentes contra a Venezuela e congelaram alguns
dos ativos do país.
O atual líder venezuelano acusou
Washington de orquestrar um golpe de Estado para efetuar uma mudança de governo
pela força na Venezuela e reivindicar os recursos do país.
Sputnik | Foto: © AP Photo /
Ariana Cubillos
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