A poucas semanas das
presidenciais, centenas de pessoas foram às ruas da capital argelina para
reclamar uma "nova independência" do país, no 65.º aniversário do
começo da luta armada contra o colonialismo francês.
Sem números oficiais, a 37ª.
sexta-feira consecutiva de manifestações ficou marcada por uma mobilização
semelhante à altura mais forte do movimento "Hirak", uma contestação
inédita ao Governo de Argel que começou a 22 de fevereiro deste ano.
"A Argélia quer
independência" e "Venderam o país, traidores" foram algumas das
palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, dirigindo-se ao Presidente
Abdelkader Bensalah, que desvalorizou o movimento de contestação como
"alguns elementos que saíram à rua".
Milhares de argelinos ocuparam
desde o início do dia a praça do Grande Poste, no centro de Argel, que se
tornou o epicentro dos protestos. Um forte esquema de segurança foi montado
pelo governo local para acompanhar o protesto. Agentes verificavam identidades
dos manifestantes e inspecionavam bolsas, como a agência de notícias EFE pôde
comprovar no local.
Para driblar os pontos de
fiscalização que impedem o acesso à capital todas as sextas-feiras desde o
início das manifestações, argelinos de diferentes partes do país chegaram a
Argel nos últimos dias para participar do movimento. Muitos deles se hospedam
em hotéis ou ficam nas casas de familiares ou amigos.
Contra o antigo regime
A mobilização dirige-se também ao
general Ahmed Gaid Salah, o dirigente mais poderoso no país depois da demissão
do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika, consumada em abril passado depois da
pressão das manifestações. Salah já garantiu que a eleição presidencial marcada
para o próximo dia 12 de dezembro tem "adesão total" dos argelinos.
Na manifestação de hoje, os
manifestantes gritaram que Salah não terá votos este ano, com o argumento de
que se trata apenas de uma votação para regenerar um regime que exigem que seja
desmantelado.
A 1 de novembro de 1954, a Frente
de Libertação Nacional desencadeou a revolução argelina e a luta armada pela
independência com uma série de atentados.
Deutsche Welle | tms, com agências
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