sábado, 2 de novembro de 2019

Argélia | Multidão pede "nova independência" nas ruas de Argel


A poucas semanas das presidenciais, centenas de pessoas foram às ruas da capital argelina para reclamar uma "nova independência" do país, no 65.º aniversário do começo da luta armada contra o colonialismo francês.

Sem números oficiais, a 37ª. sexta-feira consecutiva de manifestações ficou marcada por uma mobilização semelhante à altura mais forte do movimento "Hirak", uma contestação inédita ao Governo de Argel que começou a 22 de fevereiro deste ano.

"A Argélia quer independência" e "Venderam o país, traidores" foram algumas das palavras de ordem gritadas pelos manifestantes, dirigindo-se ao Presidente Abdelkader Bensalah, que desvalorizou o movimento de contestação como "alguns elementos que saíram à rua".

Milhares de argelinos ocuparam desde o início do dia a praça do Grande Poste, no centro de Argel, que se tornou o epicentro dos protestos. Um forte esquema de segurança foi montado pelo governo local para acompanhar o protesto. Agentes verificavam identidades dos manifestantes e inspecionavam bolsas, como a agência de notícias EFE pôde comprovar no local.

Para driblar os pontos de fiscalização que impedem o acesso à capital todas as sextas-feiras desde o início das manifestações, argelinos de diferentes partes do país chegaram a Argel nos últimos dias para participar do movimento. Muitos deles se hospedam em hotéis ou ficam nas casas de familiares ou amigos.




Contra o antigo regime

A mobilização dirige-se também ao general Ahmed Gaid Salah, o dirigente mais poderoso no país depois da demissão do ex-presidente Abdelaziz Bouteflika, consumada em abril passado depois da pressão das manifestações. Salah já garantiu que a eleição presidencial marcada para o próximo dia 12 de dezembro tem "adesão total" dos argelinos.

Na manifestação de hoje, os manifestantes gritaram que Salah não terá votos este ano, com o argumento de que se trata apenas de uma votação para regenerar um regime que exigem que seja desmantelado.

A 1 de novembro de 1954, a Frente de Libertação Nacional desencadeou a revolução argelina e a luta armada pela independência com uma série de atentados.

Deutsche Welle | tms, com agências

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