A Comissão Europeia assinalou
que, apesar do crescimento potencial português estar acima da média da zona
euro, "isso não se traduziu numa convergência nos rendimentos com
Estados-membros mais avançados".
Num relatório de análise
económica a Portugal elaborado esta quarta-feira, no âmbito do pacote de
inverno do semestre europeu, a Comissão Europeia salienta que "a forte
prestação económica nos últimos anos tem um impacto positivo no crescimento
potencial estimado".
"No entanto, isto não se
traduziu numa convergência com os Estados-membros mais avançados, já que o
rendimento 'per capita' de Portugal em paridade de poder de compra (PPC)
permanece à volta de 77% da média da União Europeia [UE]", assinala, por
outro lado, o organismo europeu.
O relatório assinala mesmo que
"este desenvolvimento difere significativamente de outras economias em
recuperação", já que "o rendimento 'per capita' em PPC para os dez
países que se juntaram à UE em 2004 já está ao mesmo nível que Portugal,
ultrapassando uma diferença de cerca de 17 pontos percentuais em 15 anos".
Em Portugal, "o crescimento
dos salários é moderado, mas tem vindo a aumentar lentamente, à medida que as
reservas do mercado de trabalho recuaram", e as remunerações por
trabalhador passaram de um crescimento de 1,2% em 2018 para 2,7% em 2019.
"A proporção de pessoas em
risco de pobreza ou exclusão social também continuou a baixar, de 23,3% em 2017
para 21,6% em 2018. Isto levou-a para ligeiramente abaixo da média da UE de
21,9% pela primeira vez. No entanto, o risco de pobreza das pessoas idosas
ainda é causa de preocupação. A desigualdade de oportunidades na educação
também permanece alta", refere a Comissão Europeia.
A desigualdade salarial está
agora em linha com a média da União, com o rácio de rendimentos dos 20% mais
ricos sobre os 20% mais pobres em 5,2, "abaixo do pico de 6,4 em
2014".
"Esta melhoria recente foi
sobretudo liderada por um aumento da quota de rendimentos recebida pela parte
mais baixa da distribuição, possivelmente relacionada com a melhoria das
condições do mercado de trabalho, o impacto dos recentes aumentos no salário
mínimo nos rendimentos mais baixos e a melhoria da adequação de alguns
benefícios", destaca Bruxelas.
TSF | Lusa | Imagem: © Reinaldo
Rodrigues/Global Imagens
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