Desde ontem, foram registados
1.146 pacientes infectados
O número de casos confirmados de
infecção pelo novo coronavírus no Brasil subiu de 7.910 para 9.056 entre ontem
(2) e hoje (3), conforme a atualização do Ministério da Saúde.
O número de óbitos por covid-19,
doença causada pelo novo coronavírus, saltou de 299 para 359. O índice de
letalidade, que era de 3,5% no início da semana, foi para 3,8% ontem e chegou a
4% no balanço anunciado hoje.
As mortes ocorreram em São Paulo
(219), Rio de Janeiro (47), Ceará (22), Pernambuco (10), Amazonas (7), Minas
Gerais (6), Distrito Federal (5), Bahia (5), Rio Grande do Sul (5), Santa
Catarina (5), Paraná (4), Piauí (4), Espírito Santo (4), Rio Grande do Norte
(4), Sergipe (2), Alagoas (2), Goiás (2), Maranhão (1), Mato Grosso do Sul (1),
Mato Grosso (1), Pará (1), Paraíba (1) e Rondônia (1).
Os novos casos totalizaram 1.146.
O resultado significou um aumento de 15% em relação ao total registrado antes.
Foi o maior número de novos casos em um dia desde o início da série.
Casos por dia
Já as novas mortes em um dia
também bateram recorde, com 60. Nos quatro dias desta semana, os números de
novas mortes foram de 23, 42, 40 e 58. No tocante ao perfil, 57,7% eram homens
e 42,3%, mulheres. No recorte por idade, 85% das vítimas tinham acima de 60
anos.
Já com relação às doenças de
pessoas que faleceram, 164 tinham alguma cardiopatia, 114 tinham diabetes, 45
passavam por alguma condição respiratória e outros 30 apresentavam alguma
patologia neurológica. As hospitalizações por covid-19 totalizam 1.769.
Insumos e equipamentos
O ministro da saúde, Luiz
Henrique Mandetta, voltou a fala no receio com o abastecimento de insumos e
equipamentos. Isso porque a China é responsável por boa parte do mercado e
ficou sem exportar durante dois meses. Quando voltou a comercializar, há
algumas semanas, a demanda internacional tem sido enorme.
Governos do Nordeste,
exemplificou Mandetta, adquiriram respiradores e ventiladores de fornecedores
chineses. Mas hoje foi comunicado que a compra não se confirmou. Com a
pandemia, diversos países estão tendo políticas voltadas a garantir o seu
mercado interno.
“Temos um clima delicado no
mundo. Estamos vendo retenção sobre produções globais de máscaras. Antes era
global agora é só para atender o meu país. Estamos dialogando com países para
ter racionalidade e achar ponto de equilíbrio. Vamos precisar de entendimento
para que cada país ultrapasse com dignidade essas questões”, disse.
O titular da pasta da saúde
comentou o caso de Manaus, que pediu socorro ao Ministério da Saúde por falta
de capacidade do sistema de saúde local de atender à demanda. O órgão
viabilizou o transporte de respiradores obtidos juntamente à Rede D´Or
utilizando a Força Aérea Brasileira.
Mandetta reiterou a importância
das medidas de retenção da circulação de pessoas adotadas pelos governos
estaduais. “Cada pessoa que deixa de ir pro CTI é insumo que estamos
economizando porque sabemos que podemos ter espiral de casos que vão demandar
todo o sistema de saúde”, acrescentou.
Médico não abandona paciente
Perguntado por jornalistas,
Mandetta falou sobre a relação com o presidente Jair Bolsonaro. Ele afirmou que
“médico não abandona paciente.” O ministro disse entender as pressões de
empresários, o lado político e a cobrança de que a solução seja rápida. E
cogitou sair no futuro, mas reafirmou que não deixará o cargo agora.
“O caso é uma situação global que
nos desafia a todos, e estamos aqui para trabalhar, para ajudar. Se depois que
isso terminar, tenho certeza que por qualquer uma das situações, talvez seja
mais importante ir debater o sistema de saúde pós-covid em outro lugar. Mas no
momento, eu vou estar ali. E vamos ter dias ruins”, afirmou.
O presidente Jair Bolsonaro vem
defendendo a retomada das atividades econômicas e alívio nas medidas de
distanciamento social. O ministro defendeu que as pessoas atendam às
recomendações dos governadores dos seus estados, que têm os melhores números e
avaliações sobre a realidade das suas localidades. “Sociedades que conseguiram
código de comportamento restrito, conseguiram passar sem a espiral alta. As que
não conseguiram, tiveram colapso. E quando acontece isso, a economia sofre
muito mais”, opinou.
Hospital de campanha
O ministro informou que o governo
está desenvolvendo um modelo de hospital de campanha que poderá ser implantado
em estados que tenham necessidade. A primeira unidade deverá ser instalada no
entorno de Brasília, região que pertence ao estado de Goiás mas que fica
distante da capital, Goiânia.
O projeto vai funcionar como uma
espécie de “piloto”. “Vamos ver como a unidade se dá, do ponto zero até hora
que está instalada. Após a confecção devemos saber como apoiar os estados”,
disse Mandetta.
Matéria ampliada às 19h10 - 3.4.20
Agência Brasil | Edição: Aline
Leal/Denise Griesinger
Na imagem: Cemitério de Vila
Formosa, em São Paulo / Edson Lopes JR/EPA
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