Moçambique não teve mais casos
positivos do Coronavírus nas 24 horas a seguir à actualização de quarta-feira,
na qual o Ministério da Saúde (MISAU) anunciou o aumento de 10 para doentes
Esta quinta-feira, a instituição
disse que trabalhos estão a ser feitos para bloquear os contactos de todos
cidadãos até aqui diagnosticados positivos em Cabo Delgado. Dos 17 casos que o
país, nove de infecção local e oito importados.
Entretanto, o MISAU mostra-se
preocupado com o elevado número de casos positivos em África, com destaque para
a vizinha África do Sul, onde até esta quinta-feira 1.845 pessoas tinham sido
infectados.
“Em África, nos primeiros 30 dias
a evolução era lenta, mas depois a tendência ascendeu e isso nos preocupa.
Principalmente ao nível da África do Sul, que é nosso vizinho, onde os casos
chegam a 1845 casos positivos. Mas temos que destacar o facto de hoje todos os
países já terem casos de infecção de coronavírus, o que aumenta a nossa
preocupação”, disse Rosa Marlene, directora nacional de Saúde Pública.
Em Moçambique, nas últimas 24
horas, mais 16 suspeitos foram analisados, tendo os testes dado negativos, para
todos.
Os 16 suspeitos não são do décimo
caso registado em Cabo Delgado, e estão ainda a ser monitorados. Os resultados
serão conhecidos esta sexta-feira.
Segundo Eduardo Samo Gudo,
director-geral adjunto do Instituto Nacional de Saúde (INSE), os agentes de
saúde que deviam ter regressado na quarta-feira com as amostras dos cidadãos
moçambicano infectados em Cabo Delgado. Mas o seu regresso aconteceu esta
quinta-feira, depois do rastreio e impedimento de movimentação de todas as
pessoas com as quais o indivíduo contaminado manteve contacto, como forma de
reduzir a infecção local.
Os profissionais em causa trazem
consigo 11 amostras colhidas em Afungi, no projecto de fábrica de gás natural
liquefeito, em Cabo Delgado. Assim, os resultados das amostras só serão
conhecidos esta sexta-feira.
Ainda esta sexta-feira, uma outra
equipa parte de Maputo para Cabo Delgado, onde vai continuar o trabalho de
monitoria de todos os cidadãos que mantiveram contacto com o cidadão infectado
com coronavírus.
E porque estamos na semana santa
que culmina com o domingo da páscoa, o Ministério da Saúde apela ao cumprimento
das medidas de prevenção decretadas no âmbito do Estado de Emergência.
Ao todo, já foram detectados em
África 11.400 casos positivos, 312 nas últimas 24 horas, tendo-se registado 572
óbitos e 1311 recuperados. No nosso país foram testados, até esta quinta-feira,
483 suspeitos.
MITESS confirma que 217 empresas
foram afectadas com COVID-19
A Inspecção-Geral do Trabalho
confirmou que 217 empresas nacionais estão afectadas com as medidas de
prevenção do coronavírus e que 6.400 trabalhadores estão em situação de
suspensão ou férias obrigatórias devido ao encerramento ou interrupção das suas
empresas.
Devido à situação económica
descrita como difícil, que Moçambique e o mundo vivem, diversas empresas
nacionais estão a tomar medidas para fazer face à crise causada pela COVID-19 e
o Ministério do Trabalho e Segurança Social está a acompanhar de perto as
movimentações no mercado de emprego.
Até ao momento, de acordo com
Joaquim Siúta, inspector-geral do Trabalho, são 217 empresas afectadas, dos
quais 16 que concederam férias colectivas aos seus trabalhadores. Oito firmas
fecharam as portas e vão indemnizar os seus colaboradores. Outras cinco
empresas mandaram seus funcionários trabalharem a partir de casa e três que
optaram pela redução da carga horária.
Ademais, há duas firmas que
reestruturaram sua maneira de trabalhar e estão em regime de rotatividade,
enquanto as restantes companhias suspenderam actividades. Joaquim Siúta
garantiu que essas empresas estão a indemnizar os trabalhadores na seguinte
ordem: 75% do salário no primeiro mês, 50% no segundo mês, e 25% no terceiro
mês.
Relativamente aos salários em
período de COVID-19, o Ministério do Trabalho e Segurança Social esclarece que
não está a pagar aos cidadãos que ficam sem emprego por conta da COVID-19, mas
sim, a atribui subsídio aos trabalhadores que estejam em situação de doença,
devidamente justificada pela junta médica.
O Ministério do Trabalho e
Segurança Social assegura que nenhum trabalhador será dispensado por conta da
pandemia do Coronavírus sem a observância do estabelece que a Lei do Trabalho
em vigor no país.
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