Martinho Júnior, Luanda
Pela primeira vez foi declarado o
Estado de Emergência em Angola, o que por si só gerou uma onda de espectativas
que, ao 15º dia, pode-se atestar com resultados muito satisfatórios em relação
aos objectivos preconizados para o estado e para o povo angolano!
Há aptidões que estão a ser
paulatinamente adquiridas para se fazer frente à ameaça da pandemia do
Covid-19, pelo que se pode considerar que apenas se ganhou o “1º round” desta
luta!
01- Mal se verificou as
características da contaminação, sua perigosidade, seu poder muito rápido de
disseminação e a débil capacidade das respostas face à doença pandemónica,
inclusive nos países considerados mais desenvolvidos, o estado angolano
despertou e em tempo oportuno conseguiu estabelecer um conjunto de medidas que
foi confinando os riscos, impedindo até agora, tendo em conta os indicadores em
curso, a proliferação da ameaça.
Quinze dias depois, verifica-se
que os 19 casos são todos importados, não se registando casos locais e essa
estatística atesta a rapidez com que se agiu, a eficiente funcionalidade do
fecho das fronteiras e a implementação de métodos e medidas de isolamento
criados à volta e dentro do país, num regime de geometria varável e flexível
ainda por melhor equacionar e avaliar!
O Estado de Emergência foi assim,
em tempo oportuno, determinante nesses resultados e a sua prorrogação impôs-se
por que é necessário aumentar as capacidades de rastreio, de prevenção, de
detecção e de resposta, por todo o vasto espaço nacional, sem descurar a
atenção sobre as sequelas que vão surgir, particularmente nos substractos
sociais mais desfavorecidos e marginalizados em áreas suburbanas e espaços
rurais!
De facto, há outro alerta que
deve ser feito, em função da aplicação das medidas excepcionais em benefício da
vida: atenção, muita atenção para as sequelas do alastramento da mancha de
pobreza, de miséria e de fome, que obrigam a mais um enfrentamento que deve
também começar a mobilizar todo o povo angolano!