segunda-feira, 4 de maio de 2020

A "GUERRA DAS IDEIAS"


Se só com uma grande dose de fé, de cegueira ou por interesse substantivo se poderia há muito ignorar quão absurda é a dicotomia ‘capitalismo/comunismo’, a eclosão da presente pandemia veio tornar mais clara a situação com que estamos confrontados.

Paulo Casaca*, em Bruxelas | Jornal Tornado | opinião

Da Jihad ao Comunismo maoísta

Foi em 2007 que Walid Phares publicou ‘A Guerra das Ideias’ marco essencial na compreensão do desafio colocado às democracias pelo Jihadismo – a mais importante ideologia totalitária do tempo – que os nossos sistemas políticos se negaram a entender enquanto tal, mas apenas como um ‘problema de segurança’ consequência do ‘terrorismo’ rapidamente rebaptizado pela máquina de ofuscação do ‘politicamente correcto’ como resultado da ‘radicalização’.

Ao abrigo dessa lógica foi feita uma fantasiosa doutrina da ‘radicalização’ em que a ‘Al Qaeda’ deveria entender-se como uma extensão no Médio Oriente do ‘Exército Republicano Irlandês’ e em que era proibido compreender a ideologia totalitária do jihadismo e sobretudo o conjunto de instrumentos usados por ela, que passam pelo terror mas que assentam no poder do dinheiro.

Walid Phares foi quem me chamou a atenção para o facto de o Jihadismo ter tomado conta dos principais centros de ensino americanos que tratavam do Islão ou do Médio Oriente, e isto por uma razão simples: era o dinheiro vindo das petro-ditaduras islâmicas que os pagava, da mesma forma que pagava uma explosão de centros e monumentos religiosos e assalariava pregadores responsáveis pela doutrinação jihadista no Ocidente ou pelo apaziguamento do jihadismo.

HOJE | Mais 20 mortos e 242 casos positivos de Covid-19 em Portugal


Portugal regista 1063 mortes e 25524 casos de infeção por covid-19. Internados em cuidados intensivos recua a números de finais de março.

Portugal conta 1.063 mortos relacionadas com a covid-19, mais 20 do que no domingo, e 25.524 infetados (mais 242), segundo o boletim epidemiológico divulgado esta segunda-feira pela Direção Geral da Saúde.

Os 242 novos casos confirmados de covid-19 representam uma subida de 1% em relação a domingo, enquanto o número de vítimas mortais regista o mesmo valor (20), mantendo-se abaixo dos 25 mortos pelo quinto dia consecutivo.

O número de doentes internados baixou para 813, menos 43 em relação aos dados de domingo, e há menos uma pessoa nos cuidados intensivos - são agora 143, o número mais baixo de pacientes mais graves desde 29 de março, quando havia 138 pessoas internadas em UCI.

Entre as vítimas mortais, 12 são da Região Norte, que concentra mais de metade dos 1063 mortos causados pela pandemia, num total de 609 em 15141 caos positivos confirmados.

As outras oito vítimas mortais foram registadas na Região de Lisboa e Vale do Tejo, que tem agora 218 mortos e 6136 casos positivos. Nas outras regiões do país, mantém-se inalterado o número de vítimas mortais: 209, em 3478 casos, no Centro, 13 em 333 casos no Algarve, também 13 em 132 doentes nos Açores e uma vítima mortal entre 218 pacientes no Alentejo. A Região da Madeira continua sem registar qualquer vítima mortal e mantém os mesmo 86 infetados de domingo.

Por concelhos, Lisboa (1567 casos) e Vila Nova de Gaia (1418) estão no topo da tabela, seguidos do Porto (1258) e Matosinhos (1149). Segue-se Braga, com 1112 casos, à frente de mais três concelhos limítrofes da Invicta: Gondomar com 1009 positivos confirmados, Maia com 871 e Valongo 729.

Segundo os dados da Direção-Geral da Saúde, 538 vítimas mortais são mulheres e 525 são homens.

Dos 1063 óbitos, 67,2% das vítimas têm mais de 80 anos (312 homens e 402 mulheres), enquanto a faixa etária entre os 70 e os 79 anos concentra 20,2% do total de vítimas (215, sendo 126 homens e 89 mulheres). A faixa etária imediatamente anterior, com 92 óbitos (59 homens e 33 mulheres), representa 8,7% do total.

Há, ainda, 32 mortos (23 homens e nove mulheres) com idades compreendidas entre os 50 e os 59 anos, e dez entre os 40 e os 49 anos. Abaixo dos 39 anos não há registo de vítimas mortais.

Jornal de Notícias

Realizador Pedro Costa premiado nos Estados Unidos


O realizador português Pedro Costa foi distinguido com o prémio «Persistence of Vision», atribuído pelo Festival de Cinema de São Francisco, nos Estados Unidos, revelou a produtora OPTEC Filmes.

A 63.ª edição do festival, organizado pelo Cineclube de São Francisco, marcada para abril, foi cancelada por causa do surto epidémico da Covid-19, mas a organização manteve a atribuição dos prémios, tendo distinguido Pedro Costa com o «Golden Gate Persistence of Vision 2020».

O prémio é atribuído graças ao filme Vitalina Varela, que teve estreia e distribuição nos Estados Unidos, em Fevereiro.

Para o festival, a «singular identidade cinematográfica [de Pedro Costa] combina a observação e a reinvenção ficcional, numa forma que vai muito para além do documentário e que toca a vanguarda».

De acordo com a produtora OPTEC Filmes, o prémio agora atribuído a Pedro Costa «celebra cineastas cuja obra vai para além das tradicionais fronteiras do cinema narrativo».

Porto | PUBLICIDADE CARA E ENGANOSA


Rui Sá* | Jornal de Notícias | opinião

Rui Moreira fez sair, na semana passada, em diversos jornais e como publicidade paga, anúncios ocupando páginas inteiras com loas à situação financeira do município sob o título "Câmara Municipal do Porto com contas que lhe permitem enfrentar a pandemia".

É naturalmente discutível que, independentemente da boa situação financeira do município, se gastem tantos milhares de euros neste ato de propaganda que não se insere, por muito que nos queiram fazer crer, na desejável "prestação de contas aos munícipes".

Mas o que me choca nestes anúncios é a tentativa de falsificação da verdadeira razão do atual estado das contas e, particularmente, do saldo de gerência resultante de 2019 (98 milhões de euros). Diz Rui Moreira que "é este saldo histórico, que tantas vezes foi diabolizado, que nos permite, agora, sem um imediato sobressalto, enfrentar a crise". O que é uma falácia! Se não vejamos (com linguagem que pode não ser rigorosa contabilisticamente, mas que toda a gente entende): pelas regras da contabilidade das autarquias, os orçamentos municipais têm de dar saldo zero, ou seja, as receitas e as despesas têm de ser iguais. Portanto, se há um saldo de gerência, ou seja, se no final do ano há "lucro", isso só pode significar que: arrecadou-se mais receita do que o previsto, mantendo-se a despesa; ou fez-se menos despesa mantendo-se a receita prevista.

Desde que Rui Moreira é presidente da Câmara, o que tem acontecido é sempre a segunda opção, ou seja, nunca a Câmara consegue executar a despesa a que se propõe no início do ano - e que em 2019 correspondeu aos tais 98 milhões de euros, o que representa cerca de 30% da despesa orçamentada. Dir-me-ão que isso pode corresponder a uma melhor gestão, que faz com que, com menos custos, tenhamos ganhos de eficiência. Infelizmente não é isso que acontece, dado que as despesas correntes (recursos humanos e restantes custos de estrutura) cumprem o orçamentado. O busílis é sempre nas despesas de capital, ou seja, nos investimentos, que nunca são cumpridos. Por manifesta incompetência, apesar da existência de seis empresas municipais, sempre apresentadas como modelo de profissionalização e de agilização, a verdade é que nunca Rui Moreira e a sua maioria conseguem cumprir o que se propõem fazer!...

Portanto, não é por termos "boas contas" que sobra dinheiro para fazermos face à pandemia! Nem sequer foi por capacidade de previsão (em dezembro, ninguém sonhava com o que aí vinha...). É, isso sim, por a Câmara não conseguir, por consecutiva "falta de arte e engenho", fazer os investimentos a que se tinha proposto. Bem sei que muitos eram mera propaganda e outros erros profundos, mas a verdade é que essa é a razão de sobrarem 98 milhões de euros, que agora podem ser gastos noutras coisas - e fico à espera de saber em que condições...

*Engenheiro

O conspiracionista contra a China na sombra de Trump


Conselheiro-adjunto de Segurança Nacional tem pressionado os serviços de inteligência para dar crédito à teoria da responsabilidade chinesa na pandemia.

Um nome: Matthew Pottinger. É a figura escondida que lidera, na Administração de Donald Trump, o processo de endurecimento do discurso contra a China, apontada, com base em informações não verificadas nem partilhadas, como a responsável - agora intencional - pela pandemia de covid-19.

Ex-jornalista e atual conselheiro-adjunto de Segurança Nacional da Casa Branca, Pottinger tornou-se especialista em assuntos chineses após sete anos como correspondente em Pequim, há duas décadas. E foi o primeiro a lançar suspeitas sobre a informação posta a circular pelos meios de comunicação chineses sobre o novo coronavírus. Classifica-a de campanha de desinformação promovida pelo Partido Comunista Chinês para ocultar as verdadeiras origens do SARS-CoV-2, desconhecidas e alvo de várias teorias.

A China colocou-as sempre em morcegos e no mercado de animais vivos de Wuhan e garantiu ter a situação contida em fevereiro. Altura em que, segundo os últimos estudos, o vírus já se instalara na Europa. Foi nesse mesmo mês que Pottinger - fiel opositor à político de controlo de informação na China - diz ter recebido informação urgente informando que o vírus ultrapassara as fronteiras chinesas.

Após a experiência asiática, Pottinger deixou o jornalismo e entrou no serviço de inteligência da Marinha dos EUA. E aí conheceu o general Michael Flynn que, nomeado Conselheiro de Segurança Nacional, o recrutou para a equipa de Trump, em 2017. Terá sido Pottinger a impulsionar o uso do termo "vírus de Wuhan", mais tarde adaptado por Trump para "vírus chinês".

Conta o "The Washington Post" que a relação entre o presidente e o ex-jornalista é cada dia mais próxima. Terão saído da cabeça dele propostas polémicas como a proibição, ainda em janeiro, de voos procedentes da China, ou a limitação de vistos de jornalistas chineses depois de Pequim expulsar vários jornalistas estrangeiros.

Apesar dos avisos de Pottinger, a Casa Branca relaxou na preparação para a pandemia. E ele optou por abastecer-se de material de prevenção, chegando, inclusive, a mudar de casa com medo de ser infetado.

Políticos arrogantes e paranóicos culpam outros pela pandemia face à sua incapacidade


Rod P. Kapunan* | China Daily | opinião

EUA apareceu com sua arrogância descarada

No topo do teste repentino e comum enfrentado por humanos em todo o mundo, há uma nuvem ainda mais escura - uma onda de vozes estigmatizantes dos EUA e de alguns países da Europa Ocidental.

Os barulhos aumentam à medida que a falha dos EUA em lidar efetivamente com a nova pandemia de coronavírus é revelada. A China conseguiu conter casos domésticos, com Wuhan liberando seu último paciente hospitalizado de COVID-19 em 26 de abril.

Há pouco tempo, as autoridades americanas ainda se vangloriavam do controle do vírus. Mas, logo depois, a pandemia expôs o despreparo dos EUA - que a nação mais poderosa do mundo simplesmente não tinha suprimentos médicos suficientes, comparáveis ​​ao chamado terceiro mundo. 

A sua arrogância de que "o vírus é asiático" e que seus próprios sistemas de saúde são mais fortes tem sido a sua armadilha.

Entre os que lideraram a cruzada contra a China está o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, atacando a China no que diz respeito ao nome do vírus e sua origem, sobre doações e compartilhamento de informações.

Todas as acusações flagrantes sem evidências apontam para paranóia política no atual governo dos EUA. O mau uso da crise pode comprometer as chances de o presidente dos EUA, Donald Trump, ser reeleito ainda este ano. 

China | Condenada interferência estrangeira em Hong Kong


O Gabinete de Ligação do Governo Popular Central da Região Administrativa Especial de Hong Kong no domingo condenou veementemente os políticos e organizações estrangeiras que estão interferindo nos assuntos internos do HKSAR por meio de ataques à legislação da cidade para promulgar leis de segurança nacional.

A entidade também os criticou por acusar injustamente a polícia de usar força excessiva ao defender a lei e a ordem.

A declaração online do Gabinete de Ligação foi direcionada especificamente para os políticos e organizações dos Estados Unidos e do Reino Unido que se opõem à proposta de Hong Kong de promulgar suas próprias leis de segurança nacional.

O gabinete enfatizou que salvaguardar a segurança nacional é um dever constitucional de Hong Kong. Este é o caso interno da China em que nenhum outro país tem o direito de interferir, acrescentou o porta-voz.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, acusou abertamente Pequim na quarta-feira de se afastar de seu compromisso com o princípio "um país, dois sistemas". Ele disse que qualquer legislação de segurança nacional em Hong Kong violaria o princípio.

População de Macau queixa-se de preços altos após estreia de vales eletrónicos


Macau, China, 03 mai 2020 (Lusa) -- As autoridades de Macau informaram hoje que receberam centenas de queixas sobre a subida de preços no comércio após a estreia do cartão de consumo eletrónico criado pelo Governo para relançar a economia afetada pelo surto da covid-19.

A maioria das queixas diz respeito a preços inflacionados nos supermercados, mas segundo as autoridades não foi detetada para já uma relação entre os aumentos e o dia em que começaram a ser usados os cartões de consumo eletrónico, sendo que em 48 horas o volume de compras efetuadas com estes vales atingiu as 125 milhões de patacas (14,2 milhões de euros).

As inspeções efetuadas concluíram até ao momento que os valores inflacionados foram justificados com o ajustamento de preços normal no início do mês, que coincidiu com um feriado, bem como por falhas dos trabalhadores.

Contudo, na conferência de imprensa diária de acompanhamento da covid-19, as mesmas autoridades apelaram aos comerciantes que colaborassem na estabilização dos preços e que garantissem o reforço de pessoal que permita eliminar estas falhas.

Saldo do Fundo Petrolífero timorense cai 640 milhões de dólares no primeiro trimestre


Díli, 04 mai 2020 (Lusa) -- O saldo do Fundo Petrolífero timorense caiu 640 milhões de dólares (584,4 milhões de euros) nos primeiros três meses do ano, afetado pelo impacto da covid-19 nos mercados internacionais, informou hoje o Banco Central de Timor-Leste.

O vice-governador do Banco Central de Timor-Leste (BCTL), Venâncio Alves Maria, disse que o saldo do Fundo Petrolífero (FP) era no final de março de 17 mil milhões de dólares (cerca de 16 mil milhões de euros), menos 640 milhões que os 17,69 mil milhões registados no final de 2019.

"Vemos neste período um grande impacto da pandemia da covid-19 na economia mundial e no valor dos investimentos do fundo", indicou.

Apesar do recuo no valor, o vice-governador explicou que "normalmente o investimento do FP é um investimento a longo prazo" pelo que os solavancos conjunturais acabam por ser ultrapassados.

"O FP é um investimento a longo prazo, ainda que o orçamento do Estado dependa muito do fundo de petróleo. E o mercado recupera", adiantou.

UE e Portugal lançam medidas de apoio aos jornalistas timorenses


Díli, 04 mai 2020 (Lusa) -- Apoio para comunicações, oferta de máscaras e compra de publicidade institucional são algumas das medidas da União Europeia e de Portugal para os meios de comunicação social em Timor-Leste devido à covid-19, disse hoje um responsável.

As medidas estão a ser desenvolvidas no âmbito da "Parceria para a melhoria da prestação de serviços através do reforço da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas em Timor-Leste" (PFMO), cofinanciada pela UE e pelo Camões-Instituto da Cooperação e da Língua, afirmou à Lusa o responsável da unidade de implementação do PFMO, Rui Dinis.

"Na mesma linha de apoio, outras medidas estão a ser preparada, para serem apresentadas e acordadas com as autoridades timorenses e com o Conselho de Imprensa, para fazer chegar mais apoio aos jornalistas e aos 'media' nacionais", adiantou.

O pacote de apoio, ainda a ser finalizado, foi apresentado simbolicamente no domingo, coincidindo com o Dia Mundial de Liberdade de Imprensa, com uma apresentação por responsáveis da UE e de Portugal.

"O objetivo do programa é apoiar mais de 150 jornalistas timorenses, durante os próximos três meses, através da promoção de estágios e de incentivos à produção e publicação de artigos e peças de jornalismo, bem como aos meios de comunicação social, através da aquisição de espaço para divulgação de informação, aquisição de publicidade e apoio a projetos de combate às notícias falsas na imprensa, em defesa da verdade da informação", de acordo com um comunicado do PFMO enviado à Lusa.

Moçambique | Jornalistas recorrem à autocensura para se protegerem


Moçambique assinala o dia mundial da Liberdade de Imprensa, com jornalistas cada vez mais preocupados com a deterioração do ambiente criado ao livre exercício da sua profissão e aumento de autocensura.

O Presidente do Conselho Superior da Comunicação Social, Tomás Vieira Mário, disse à DW África que nos últimos três anos, devido ao conflito violento no norte de Moçambique, registam-se restrições no exercício dos profissionais da comunicação social. "Os principais casos de violação têm a ver com o "blackout” à média na província de Cabo Delgado", disse.

"Esta situação concretiza-se até através da detenção que já ocorreu, de jornalistas", acrescentou Tomás Vieira Mário. Observou que para além do cerceamento à liberdade de imprensa regista-se a detenção ilegal de jornalistas com "desfechos muito mal encaminhados mesmo ao nível judicial".

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