Díli, 04 mai 2020 (Lusa) -- Apoio
para comunicações, oferta de máscaras e compra de publicidade institucional são
algumas das medidas da União Europeia e de Portugal para os meios de
comunicação social em Timor-Leste devido à covid-19, disse hoje um responsável.
As medidas estão a ser
desenvolvidas no âmbito da "Parceria para a melhoria da prestação de
serviços através do reforço da Gestão e Supervisão das Finanças Públicas em
Timor-Leste" (PFMO), cofinanciada pela UE e pelo Camões-Instituto da
Cooperação e da Língua, afirmou à Lusa o responsável da unidade de
implementação do PFMO, Rui Dinis.
"Na mesma linha de apoio,
outras medidas estão a ser preparada, para serem apresentadas e acordadas com
as autoridades timorenses e com o Conselho de Imprensa, para fazer chegar mais
apoio aos jornalistas e aos 'media' nacionais", adiantou.
O pacote de apoio, ainda a ser
finalizado, foi apresentado simbolicamente no domingo, coincidindo com o Dia
Mundial de Liberdade de Imprensa, com uma apresentação por responsáveis da UE e
de Portugal.
"O objetivo do programa é
apoiar mais de 150 jornalistas timorenses, durante os próximos três meses,
através da promoção de estágios e de incentivos à produção e publicação de
artigos e peças de jornalismo, bem como aos meios de comunicação social,
através da aquisição de espaço para divulgação de informação, aquisição de
publicidade e apoio a projetos de combate às notícias falsas na imprensa, em
defesa da verdade da informação", de acordo com um comunicado do PFMO
enviado à Lusa.
Na ocasião, o programa PFMO
organizou, em conjunto com a Associação de Jornalistas e o Sindicato de
Jornalistas, uma oferta de comunicações de internet e de telemóvel aos
jornalistas do país e a entrega de 250 máscaras para uso dos jornalistas na
cobertura da pandemia.
Além destes apoios, o projeto
pretende adquirir espaços de divulgação de informação e publicidade, para os
parceiros, para assim contribuir para a melhoria das receitas de que vive
grande parte da comunicação social em Timor-Leste, explicou Rui Dinis.
"Atendendo à atual situação
da covid-19 e ao estado de emergência no país, os jornalistas e a comunicação
social, devem desempenhar um papel muito importante no atual contexto de luta à
situação de pandemia mundial", indicou a mesma nota.
"A atual situação dos
'media' e dos jornalistas timorenses, tem sido uma preocupação para
todos", acrescentou.
A cerimónia de entrega simbólica
do apoio teve a presença do embaixador da UE em Timor-Leste, Andrew Jacobs, da
adida da Cooperação de Portugal em representação do embaixador de Portugal,
Cristina Faustino, da presidente da Associação dos Jornalistas em Timor-Leste,
Zevonia Vieira, do presidente do Sindicato de Jornalistas de Timor-Leste,
Manuel Pinto, e de jornalistas de vários órgãos de comunicação social locais.
"Os jornalistas precisam ter
os meios para noticiar com rigor e em tempo útil, para que o público seja
informado sobre a covid-19, sobre como se proteger e aos seus entes queridos, e
sobre como está a decorrer a batalha contra o vírus", referiu Andrew
Jacobs.
"Nunca houve um momento mais
importante para os 'media' livres e independentes, não apenas para sobreviver,
mas para prosperar. O jornalismo independente é essencial para dar ao público
acesso a informações precisas e combater a desinformação sobre a
pandemia", sublinhou.
Para a adida de cooperação,
"a existência de uma imprensa livre, séria, de qualidade, constitui um
pilar essencial da democracia e do Estado de Direito".
"Não há verdadeira
democracia sem cidadãos responsáveis e não há cidadãos esclarecidos sem uma
imprensa livre", afirmou Cristina Faustino.
"Na atual situação da
covid-19 e do estado de emergência, a liberdade de imprensa ganha outra relevância:
a comunicação social torna-se um instrumento fundamental para a transmissão da
informação entre as autoridades e os cidadãos, desempenhando os jornalistas e
outros profissionais da área, o papel fundamental de manter os cidadãos
informados, como parte da prevenção e do combate à pandemia", acrescentou.
Zevonia Vieira aproveitou a
intervenção para apelar aos jornalistas para que combatam as notícias falsas,
porque "quando os jornalistas escrevem notícias falsas, estão a
desinformar a população, causando o surgimento de outras doenças psicológicas
relacionadas com o pânico".
O presidente do Sindicato dos
Jornalistas, Manuel Pinto, agradeceu o apoio, frisando que isso ajuda "os
jornalistas não apenas a informarem, mas a melhorarem a sua consciencialização
e educação da população quanto à prevenção da covid-19".
Timor-Leste tem atualmente oito
casos ativos da covid-19.
ASP // EJ
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