segunda-feira, 23 de novembro de 2020

China e outros 14 países criam maior pacto comercial do mundo

Tratado entre economias da região Ásia-Pacífico deixa EUA de fora, abarca um terço da economia mundial e mais de 2,2 bilhões de pessoas. Com ele, Pequim amplia ainda mais sua influência.

Foi oficializada neste domingo (15/11), em conferência virtual, a criação do maior tratado comercial do mundo, que envolve a China e outros 14 países da região Ásia-Pacífico, deixa de fora os Estados Unidos e abarca uma área onde vivem mais de 2,2 bilhões de pessoas.

O tratado RCEP (Parceria Regional Econômica Abrangente) abrangerá um terço da atividade comercial do planeta, e seus signatários esperam que sua criação ajude os países a sair mais rápido da turbulência imposta pela pandemia de coronavírus.

"Tenho o prazer de dizer que, após oito anos de trabalho duro, a partir de hoje, concluímos oficialmente as negociações da RCEP para a assinatura", afirmou o primeiro-ministro do Vietnã, Nguyen Xuan Phuc, "país-anfitrião” da cúpula online.

Segundo o premiê, a conclusão das negociações da RCEP envia uma mensagem forte ao mundo, ao "reafirmar o papel de liderança da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean) em defesa do multilateralismo.”

"O acordo apoia o sistema comercial multilateral, criando uma nova estrutura comercial na região, permitindo a facilitação do comércio sustentável, revitalizando as cadeias de abastecimento interrompidas pela covid-19 e ajudando na recuperação pós-pandêmica", completou Phuc.

Além dos dez membros da Asean, o tratado inclui China, Japão, Coreia do Sul, Austrália e Nova Zelândia. As autoridades dizem que o acordo deixa a porta aberta para que a Índia, que desistiu devido a uma oposição interna feroz às abertura de mercado, volte a aderir ao bloco.

Ministro da Saúde da Alemanha espera vacinação ainda em dezembro

Jens Spahn diz estar otimista de que primeiras imunizações comecem neste ano no país. Ele afirma que a Alemanha deve obter entre 100 milhões e 300 milhões de doses.

O ministro da Saúde alemão, Jens Spahn, afirmou esperar que as primeiras vacinações contra a covid-19 na Alemanha sejam iniciadas em dezembro. "Há motivos para estar otimista de que haverá aprovação para uma vacina na Europa este ano. E, então, poderemos começar com as vacinações imediatamente", disse o político, em entrevista publicada nesta segunda-feira (23/11) pela imprensa alemã.

Spahn afirmou ter pedido que os governos estaduais do país preparem os centros de vacinação, atualmente em fase de planejamento, para começar a operar em meados de dezembro, afirmando preferir um posto de vacinação pronto para funcionar mas fora de serviço por alguns dias do que uma vacina aprovada que não possa ser usada imediatamente.

O ministro também se disse otimista de que antes do fim de 2021 todos os grupos populacionais possam ser vacinados.. "Não podemos esquecer que anualmente conseguimos vacinar até 20 milhões de pessoas contra gripe em apenas algumas semanas", afirmou Spahn.

A feia verdade por trás da devastadora derrota arménia em Karabakh

South Front

O primeiro-ministro da Arménia Nikol Pachinyan conduziu as forças arménias ao colapso na guerra de Nagorno-Karabakh e perdeu [a cidade de] Shusha porque se recusou a aceitar forças russas de manutenção da paz e permitir o retorno de cidadãos azerbaijanos deslocados. Isto foi revelado em 17 de Novembro pelo presidente russo Vladimir Putin em resposta a perguntas dos media.

"Em 19-20 de Outubro, tive uma série de conversações telefónicas tanto com o presidente Aliyev como com o primeiro-ministro Pashinyan. E então as forças armadas do Azerbaijão recuperaram controle sobre uma insignificante parte de Karabakh. De modo geral, procurei convencer o presidente Aliyev de que precisava cessar hostilidades, mas uma condição obrigatória da sua parte era o retorno de refugiados, incluindo para a cidade de Shusha", disse Putin. O acordo de paz proposta implicava permitir às forças arménias manterem controle sobre o seu lado da linha de contacto, incluindo Shusha, e permitir o retorno de civis sob a supervisão de tropas russas de manutenção da paz. Contudo, o governo Pashinyan disse que isto era "inaceitável" para eles porque este movimento supostamente ameaçaria interesses arménios. Nas semanas que se seguiram após a recusa em aceitar o posicionamento de forças da paz russas, as forças arménias retiraram-se de um grande número de áreas no sul e no centro de Karabakh, perderam a cidade simbólica de Shusha e acabaram por aceitar um acordo de paz muito pior. Após a derrota total na guerra com o Azerbaijão, foram obrigadas a entregar os distritos de Lachin, Kalbajar e Agdam. Shusha está nas mãos de tropas azerbaijanas. Milhares de arménios foram mortos. Estes são os custos das acções da clique Pashinyan cultivada por Soros que estava obcecada em agradar seus mestres ocidentais distanciando-se da Rússia ao invés de defender os arménios.

A pandemia na China: uma lição de governança para o Ocidente

Enquanto por cá e pelo mundo ocidental em geral prossegue uma campanha verdadeiramente terrorista tentando incutir um medo sem rosto e irracional (a ponto de se pretender ser necessário prescindir de direitos e liberdades básicas para a combater a pandemia), é necessário recordar o que se passa a Oriente, e não só na China. É que aí a pandemia não só está contida como gerou uma mortalidade incomparavelmente mais baixa do que no Ocidente. Aí não se coloca a alternativa entre “saúde” e “economia”: controlada a pandemia, a actividade social retomou toda a normalidade.

Ugo Bardi

O texto abaixo parte de um post que publiquei no site “Pills of Optimism” do Facebook ( ) no dia 26/10. Há ainda muitas coisas que precisamos de entender sobre como a China conseguiu controlar a epidemia de COVID-19. Mas uma coisa é certa: foi controlada e está ainda sob controlo.


Na China, deter a infecção exigiu pouco mais do que um bloqueio regional que afectou uma pequena fracção do território chinês: a província de Hubei, cerca de 4% da população total da China. Associado a rastreio agressivo e isolamento, foi o suficiente para se livrar do vírus. Não há mortes relacionadas ao COVID na China desde Março de 2020. A máquina económica chinesa está em movimento, as pessoas deslocam-se, viajam, fazem compras, circulam, frequentemente sem máscara. Resumindo, a vida é normal. E tem sido normal nos últimos seis meses, pelo menos.

Em comparação, a epidemia no Ocidente tem sido tão mal administrada que dá vontade de chorar de raiva. Uma ameaça que nunca foi avassaladora foi ampliada a ponto de correr o risco de destruir a própria estrutura da máquina económica ocidental. Como pôde isso acontecer?

Dentro de certos limites, o colapso da economia ocidental era inevitável por motivos relacionados com o declínio da disponibilidade de recursos naturais. Mas que tenha acontecido tão rapidamente é desconcertante. Tão surpreendente que algumas pessoas afirmam que foi uma conspiração contra o Ocidente arquitectada pela China ou mesmo uma conspiração da malvada elite ocidental para se livrar dos seus inúteis Untermenschen (sub-humanos).

Talvez, mas é mais provável que o Ocidente tenha simplesmente perdido o controlo do seu sistema de governança, que funcionava por si próprio como um sistema imunológico individual que de repente ataca o seu hospedeiro.

O que podemos aprender com esta história? Principalmente, que não nos podemos dar ao luxo de ser dominados pelas ondas de histeria que se reforça a si própria que passam pelos media e pelas redes sociais. Como podemos gerir isso? Bem, boa pergunta. Imitar a China significaria dar a maior parte do poder ao Partido Comunista, e isso não soa tão viável, hoje em dia, no Ocidente. Mas, falando a sério, devemos repensar o nosso sistema de governança, caso contrário a próxima crise séria irá realmente destruir-nos. (supondo que sobrevivemos à actual)

Bielorrússia anuncia sanções a altos representantes da UE

O governo bielorrusso vai aplicar sanções a altos funcionários da UE, como resposta às medidas restritivas impostas pelo bloco a dezenas de figuras do país do Leste da Europa e recentemente ampliadas

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Bielorrússia, Vladimir Makei, afirmou este domingo que o seu país tem o direito a responder às sanções adicionais aplicadas pela União Europeia (UE), há mais de uma semana, a vários funcionários bielorrussos.

«Hoje, ao debater esta situação, vimo-nos obrigados a constatar que também vamos ampliar as nossas listas de sanções pessoais, que incluirão representantes das autoridades da UE e as autoridades de vários Estados europeus», disse numa entrevista a um canal de TV, citado pela agência Sputnik.

Makei revelou que a decisão sobre as medidas de resposta foi aprovada no passado dia 17, numa reunião dedicada à política externa em que participou o presidente do país, Alexander Lukashenko – um dos visados pelas sanções da UE.

Sondagem | Portugueses não aprovam coligação de direita com o Chega

Ventura e Marisa Matias aproximam-se de Ana Gomes nas presidenciais

Segundo a última sondagem da Intercampus, 66,2% dos portugueses não querem um acordo de direita com a participação do Chega. Já nas presidenciais, Marcelo continua a ser indicado como vencedor à primeira volta e Ventura e Marisa Matias aproximam-se de Ana Gomes

A maioria dos portugueses recusam a constituição de um Governo de direita apoiado pelo Chega nas próximas eleições legislativas. Segundo a sondagem da Intercampus para o "Correio da Manhã" e para o "Jornal de Negócios", só 21,9% dos inquiridos concordam com uma geringonça com o partido de André Ventura, à semelhança daquilo que aconteceu nos Açores. Já 66,2% consideram que uma coligação com o Chega não deve existir.

A opinião dos portugueses só muda quando o tema deixa de incluir o Chega: sobre um acordo de direita sem a participação do Chega, a sondagem revela que 51,8% dos portugueses inquiridos estão de acordo com este cenário.

Mortes por poluição do ar com ligeiro aumento em Portugal e recuo na Europa

Apesar dos esforços dos vários países, 99% da população urbana europeia continua exposta a níveis de ozono acima dos valores recomendados pela OMS.

A Europa continua a marcar passo no combate à poluição. Se a covid-19 veio, inadvertidamente, limpar o ar das cidades em 2020, no último ano normal de que há registos definitivos, o de 2018, os dados recolhidos pela Agência Europeia do Ambiente (EEA) mostram um decréscimo muito ligeiro, de apenas 1,1%, no número de mortes associadas aos poluentes mais preocupantes. Já Portugal registou uma tendência inversa, também ligeira, e viu o número de óbitos aumentar 3,36% face aos dados de 2016.

A EEA também se deu ao trabalho de comparar os dados de 2018 com os de 2009, e, neste período, alguns indicadores principais, como os de poluição por partículas inaláveis mais pequenas (PM2,5) e por dióxido de azoto (NO2), bem como as consequências das respectivas emissões na saúde, melhoraram bastante. Num total de 41 países europeus registaram-se quebras consideráveis nos óbitos relacionados com o NO2 (que caíram 54%, fixando-se, ainda assim, nas 55 mil pessoas/ano). Em relação à exposição de longo prazo às partículas de menor diâmetro, o relatório contabiliza 417 mil mortes prematuras, em 2018, menos 13% do que se registava dez anos antes. 

74 mortes, recorde de internados em UCI e 4044 novos infetados por covid-19

Portugal regista, esta segunda-feira, mais 4044 infetados por covid-19 e soma mais 74 mortos à lista de vítimas, que vai já em 3971. O Norte tem 56% dos novos casos. O número de internados atinge novos máximos.

Depois de domingo ter trazido uma redução de quase 1700 novos casos face a sábado, com 4788 infetados, a tendência decrescente continua esta segunda-feira, dia em que o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde apresenta mais 4044 infeções, elevando para 264.802 o número total de casos. E aqui impõe-se uma reserva: os números de novos contágios costumam ser mais baixos às segundas-feiras, podendo a explicação residir no facto de se realizarem menos testes de diagnóstico aos fins de semana, uma vez que há menos laboratórios abertos.

O recorde diário de infeções foi registado na quinta-feira passada, com 6994 novos casos. O dia com mais óbitos foi 16 de novembro, com 91 vítimas mortais.

Olhando para as regiões isoladamente, o Norte tem agora mais 2258 infeções (representando 55,8% do total de hoje), elevando para 137.621 o número total de casos na região. Lisboa e Vale do Tejo soma mais 1052 casos (em 90.035), o Centro mais 490 (em 25.503) Alentejo mais 68 (5237) e o Algarve mais 126 (4805). No arquipélago dos Açores, há mais 31 infetados (total de 810) e a Madeira conta mais 19 (791).

Recorde de internados

Morreram em Portugal mais 74 pessoas, elevando para 3971 o número total de óbitos por covid-19 (2056 homens e 1915 mulheres). É também o Norte a região onde foram contabilizados mais óbitos, 35. Em Lisboa e Vale do Tejo, registaram-se 26, no Centro 10, no Alentejo duas, e no Algarve uma. Mais de 60% das vítimas tinham 80 anos ou mais - 23 homens e 23 mulheres. Com 70 a 79 anos, morreram 21 pessoas (14 homens e sete mulheres) e ainda três homens na faixa etária dos 60-69, e três homens e uma mulher na faixa dos 50-59.

O número de internados nunca foi tão alto: 3241 doentes estão em enfermaria hospitalar (mais 90 do que ontem) e 498 em unidades de cuidados intensivos (mais 7). Por outro lado, há agora 176 827 recuperados, mais 3908 face ao relatório anterior. Contas feitas, subtraindo ao número total de infetados o número de óbitos e recuperados, há agora 84.004 doentes ativos, mais 2703 do que ontem.

Rita Salcedas | Jornal de Notícias

Portugal | Vacinas contra a incoerência

Vítor Santos* | Jornal de Notícias | opinião

O dinheiro investido pelo Governo na comunicação encontra paralelo naquele que é aplicado pelos consumidores nas cadeias de fast food.

A satisfação imediata está garantida, mas os efeitos a médio prazo são maus e podem trazer consequências graves. A rábula com as vacinas da gripe ilustra bem um Executivo que coloca na mesa dos portugueses um discurso redondo e descoordenado nas questões mais sérias, quando se impõe assertividade.

Num primeiro momento, foi garantido que quem quisesse poderia adquirir a vacina. A garantia foi mesmo dada pelo presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, citando a ministra da Saúde, Marta Temido. Nem era necessário, pois, mais tarde, também o secretário de Estado adjunto e da Saúde, Lacerda Sales, tratou de sossegar as almas que, justificadamente, percebemos agora, andavam preocupadas.

O tempo deu nova machadada na credibilidade do Governo. As vacinas estão esgotadas nas farmácias e, ao contrário do que foi prometido, não chegaram para todos. Seria sempre difícil, sabendo-se que, numa conjuntura de pandemia, mais portugueses teriam a preocupação de se vacinarem. Bem mais fácil, no entanto, teria sido prever o óbvio, ou, melhor, dizer o óbvio, como corrigiu, recentemente, Marta Temido.

A bonomia dos portugueses poderia atirar num abrir e fechar de olhos para o esquecimento novo episódio de desacerto comunicacional. Mas é impossível. Nem com toda a bondade do Mundo se pode ignorar que é com desconfiança que todos olham para o que se segue: a campanha de vacinação para a covid-19. E se de desassossego já estamos fartos, é importante explicar quantas vacinas chegarão a Portugal e se serão suficientes para os grupos prioritários. Sem discursos fast food, que só servem para engordar a desconfiança dos portugueses em relação aos políticos.

*Chefe de redação

Mais lidas da semana