A Comissão Executiva da Teledifusão de Macau (TDM) estabeleceu novas normais editoriais para os canais portugueses de rádio e televisão da estação, impondo que estes devem abster-se de noticiar informação ou opinião que contrarie as políticas dos governos, central e local.
As novas diretrizes foram comunicadas verbalmente aos jornalistas em nome da Comissão Executiva da estação pelo diretor e diretor adjunto de informação daqueles canais, João Francisco Pinto e Gilberto Lopes. O PLATAFORMA tentou contactar os dois responsáveis, sem sucesso, até ao fecho desta edição.
O PLATAFORMA tentou, igualmente sem êxito, um comentário junto da presidente da Comissão Executiva da empresa, Lorman Lo.
O jornal soube também que as novas diretrizes foram passadas apenas aos colaboradores em língua portuguesa e inglesa, deixando de fora o canal em língua chinesa, uma vez que o objetivo desta decisão passará pela uniformização de critérios na área informativa.
No encontro foi igualmente comunicado de que a nova linha editorial para estes canais inclui a promoção e divulgação do patriotismo, o respeito e o amor à pátria e a Macau. Aos jornalistas também foi passada a mensagem de que a TDM, enquanto empresa concessionária do serviço público de rádio e televisão em Macau, apoia o princípio de Hong Kong governada por patriotas.
Foi ainda transmitido que o incumprimento destas orientações da parte dos jornalistas pode configurar desobediência, ficando esse eventual comportamento sujeito a procedimentos disciplinares internos, passíveis de culminar com despedimentos com justa causa.
A Comissão Executiva fez ainda saber que para a concretização destas orientações serão feitos os ajustamentos considerados necessários aos níveis das estruturas de pessoal e programação.
Foi ainda transmitido no encontro que, enquanto órgão de divulgação de informação dos Governos Central e da RAEM, a TDM tem o dever de difundir o princípio “Um Centro, Uma Plataforma, Uma Base”, de apostar na divulgação do papel de Macau na ligação entre as culturas chinesa e ocidentais e na promoção das relações entre a China e os Países de Língua Portuguesa, assim como de fomentar a solidariedade entre as diversas comunidades e religiões do território.
O PLATAFORMA tentou ainda obter uma reação da Associação da Imprensa em Português e Inglês de Macau, com a AIPIM a remeter para mais tarde um comentário à situação, alegando estar ainda a recolher e a processar informação.
A comissão executiva da TDM decidiu ainda, de acordo com o jornal Tribuna de Macau, renovar as comissões de serviço de João Francisco Pinto e Gilberto Lopes por apenas seis meses, entre Abril e Setembro, ao invés do período de um ano, como era habitual até aqui.
Plataforma | Lusa
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