< Artur Queiroz*, Luanda >
O Presidente Putin disse hoje em Moscovo, Dia da Vitória, que a Federação Russa está novamente a lutar contra o nazismo. Na luta contra o III Reich até à sua queda, todos os combatentes contaram, desde os resistentes franceses aos sitiados de Estalinegrado, a maior batalha da II Guerra Mundial, que decorreu entre 23 de Agosto de 1942 e 2 de fevereiro de 1943. Foi uma espécie de Batalha do Cuito Cuanavale e teve os mesmos resultados. Os nazis e seus aliados fizeram dois milhões e meio de mortos na cidade. O mesmo que toda a população da província de Benguela.
Depois o Exército Vermelho avançou desde as estepes russas até entrar triunfalmente em Berlim, no dia 2 de Maio 1945. Pelo caminho as tropas soviéticas foram libertando os prisioneiros dos campos de concentração nazis. E os países ocupados.
O melhor é passar a palavra ao embaixador da Federação Russa em Angola, Vladimir Tararov:
“A Grande Guerra Patriótica do povo soviético contra o Terceiro Reich começou dois anos após o início da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), sendo parte integrante e o seu teatro de operações principal. Os nossos pais e avós não apenas defenderam a liberdade da URSS, mas também desempenharam o papel fundamental na libertação da Europa da ‘peste castanha´. Graças à façanha do povo da União Soviética foi devolvida a soberania nacional aos países europeus.
Durante a II Guerra Mundial, a maioria dos países europeus estava sob opressão do Terceiro Reich: Áustria, Albânia, Bélgica, Grécia, Dinamarca, Luxemburgo, Países Baixos, Noruega, Polónia, França, Checoslováquia e Jugoslávia. De facto, os aliados da Alemanha - Hungria e Roménia - perderam a independência, e eram governados por regimes fascistas. A Bulgária e Finlândia, bem como a Itália, estavam dependentes da Alemanha. Nos territórios ocupados os nazis estabeleceram o regime cruel.
Em Março de 1944, perseguindo o inimigo que recuava, o Exército Vermelho cruzou a fronteira soviético-romena, iniciando a libertação dos países da Europa da ocupação alemã. Quilómetro por quilómetro, povoado por povoado, cidade por cidade, as tropas soviéticas avançavam e traziam a esperança para a vida pacífica aos povos oprimidos pelos nazis”.
A União Soviética sofreu as maiores perdas humanas na II Guerra Mundial, 27 milhões de mortos dos quais dez milhões soldados soviéticos e 17 milhões civis. São mais de metade de todos os mortos no conflito. Os EUA registaram 405 mil mortos em combate.
França e Reino Unido declararam
guerra à Alemanha após as tropas nazis invadirem a Polónia. No final do
conflito, Londres contou 383.700 militares mortos e 67.200 civis. Paris contou
210.000 militares mortos e 390.000 civis (Resistência). Os dois países tiveram
metade dos mortos
Em
Mentira. Os oligarcas de Bruxelas e os terroristas da Casa do Brancos decidiram, em 1991, fazer na Rússia o mesmo que fizeram na Jugoslávia. Guerra militar e guerra económica. A União Soviética tinha acabado. À boleia da “globalização” atacaram e destruíram países com recursos naturais. O objectivo final, declarado, é submeter a Federação Russa.
Oligarcas de Bruxelas e terroristas dos EUA roubaram os fundos soberanos do Iraque, mataram o Presidente e destruíram o país. Roubam o petróleo. Roubaram fundos soberanos à Líbia, mataram o Presidente, roubam o petróleo. Servem-se do seu “sargento” no Médio Oriente para meter medo e destabilizar a região. Roubaram os fundos soberanos da Venezuela e fazem tudo para destruir o país.
A Federação Russa é o alvo final.
Os oligarcas de Bruxelas e os terroristas da Casa do Brancos impuseram uma
guerra económica a Moscovo. Até hoje, Dia da Vitória. Roubaram 350 mil milhões
de euros dos fundos soberanos depositados nos EUA e na Europa. Fizeram um
atentado terrorista contra o gasoduto Nord Stream II, no mar Báltico, que liga
a Federação Russa à Alemanha, com
Os russos aguentam. Mesmo estando sob fogo cerrado dos nazis, como há 80 anos.
Nazis de Sempre
Hitler ocupou a França logo no início da guerra. Colaboracionismo mas também resistência. A Ucrânia teve um papel importante no III Reich. Os ucranianos serviram na polícia (SS), na administração pública e 250.000 nas forças armadas: Destacamentos Militares Nacionalistas, Irmandades dos Nacionalistas Ucranianos, Divisão SS Galícia, Exército de Libertação Ucraniano e o Exército Nacional Ucraniano. Só no “Reichskommissariat Ukraine”, as SS empregavam 238 mil policiais ucranianos, especialistas em tortura e extermínios. Hoje está tudo na mesma. Obedecem a Berlim, Bruxelas, Paris, Londres e Casa dos Brancos.
A Letónia forneceu à Divisão Waffen SS oficiais e soldados letões. Eram estes que cometiam as mais terríveis crueldades e torturas, nos campos de concentração e extermínio alemães realizando actos de crueldade indescritíveis, nos campos de concentração e extermínio. Verdade histórica: O ditador fascista Kārlis Ulmanis começou a construir campos de concentração muito antes de Hitler, em 1934.
Campos de concentração e extermínio na Letónia: Mezaparks Camp Kaiserwald próximo de Riga, Daugavpils, Lenta, Liepaja, Strazdu Manor, Dundaga, Jelgava, Valmiera, Salaspils e Jumpravmuita. Mais de 80.000 judeus foram exterminados nestes campos da Letónia. Os nazis estão de regresso ao poder neste país báltico.
Estónia. Os judeus conseguiram fugir ante da chegada dos tanques dos nazis. Mas 1.500 que se recusaram a abandonar as suas casas e o seu país foram assassinados pelos nazis estónios, aliados do III Reich. Durante a II Guerra Mundial foi criada a Divisão SS e o Batalhão 287 de Polícia. Autênticos exterminadores. Os nazis hoje no poder em Talin anseiam pela vingança. Nunca se conformaram com a vitória dos soviéticos e a consequente derrota do III Reich.
A Estónia tinha muitos campos de concentração e extermínio alemães. Guardas e torturadores eram estónios que rivalizavam em crueldade com os nazis. Tomem nota dos campos de extermínio criados no país durante a II Guerra Mundial: Auvere, Aseri, Dorpat, Ereda, Goldfields, Idu-Virumaa, Illinurme, Jagala, Johvi, Kalevi-Liiva, Kivioli, Klooga, Kukruse, Kunda, Kuremae, Lagedi, Narva, Narva-Joesuu, Petschur, Putki, Saka, Stara Gradiska, Sonda, Soski, Tartu, Vaivara, Viivikonna e Wesenburg. Entre 1939 e 1945 os nazis da Letónia exterminaram os ciganos. Hoje querem exterminar os russos. Kaja Kallas, chefe da diplomacia da União Europeia, é a nazi estoniana mais famosa.
A Lituânia alinhou com os nazis no extermínio de seres humanos. Os nazis lituanos mataram 220.000 pessoas, sobretudo judeus. Poucos sobreviveram nos campos de concentração e extermínio de Kovno (Kaunas), Kauen, Slobodka, HKP em Vilna e Prawienischken.
Grupos de extermínio começaram a atacar os judeus antes da chegada dos alemães, em Junho de 1941. Os auxiliares lituanos da Einsatzgruppe e a Polícia de Segurança da Lituânia chacinaram cruelmente milhares de pessoas por professarem o judaísmo.
Império da Política
A Rússia nasceu em 882 quando o príncipe Oleg conquistou Kiev Cidade-Estado. As crónicas da época chamam-lhe Rus’Kiev território dos vikings da região e dos eslavos orientais. Essa matriz continuou até aos dias de hoje. O Estado que então se formou, seguiu a Igreja Católica Ortodoxa, originária do Império Romano do Oriente. Essa influência moldou definitivamente a matriz russa. Outro contributo importante veio dos mongóis, que ocuparam o território entre o Século XIII e o final do Século XV, quando Ivan III, o Grande, expulsou os ocupantes.
A Identidade Nacional Russa ganhou nova expressão e a partir da derrota dos mongóis nasceu uma nova visão. O que é a Rússia? A resposta veio com as teorias do Ocidentalismo, do Eslavofilismo e o Eurasianismo. Mas os pilares eram o Czar e a Igreja Ortodoxa.
O Império Czarista aglutinou todos e durou do século XVI ao Século XX. Caiu com a Revolução de Fevereiro e depois a Revolução de Outubro, em 1917. Assim nasceu a União Soviética e o Patriotismo Soviético. Tudo pela Mãe Rússia! O Comunismo aparece como a ideologia unificadora de todos os povos do mundo. (Proletários de Todos os Países Uni-vos!).
A União Soviética é hoje Federação Russa. As transformações políticas, económicas e sociais acompanharam a globalização. Uma aproximação de Moscovo ao ocidente, mas a mensagem russa não foi compreendida. O eurocentrismo não deixou as capitais europeias ver as potencialidades da aproximação.
O aproveitamento abusivo dos EUA para imporem um mundo unipolar, tornou as reformas na Federação Russa dispensáveis e supérfluas. Ma também nasceu a falsa e perigosa ideia de que a Federação Russa é facilmente submetida aos interesses da Casa dos Brancos, da OTAN (ou NATO) e União Europeia.
Assim nasceu o avanço das tropas da OTAN para Leste num cerco de morte à Federação Russa. A propaganda ocidental engana as opiniões públicas e os líderes do ocidente alargado fazem tudo para imporem uma “derrota estratégica” à Federação Russa, numa guerra por procuração passada à Ucrânia. Até desenterraram os velhos fantasmas da “guerra fria”. Vendem um regime político na Federação Russa que não existe. Voltaram ao tempo de proclamar a destruição dos comunistas.
.O partido no poder é o Rússia Unida, do Presidente Putin. Uma maioria esmagadora conquistada em eleições democráticas. O maior partido da oposição é o Partido Comunista da Federação Russa (PKRF), liderado por Gennady Zyuganov.
O partido Rússia Unida tem maioria absoluta na Duma (parlamento) e lidera grande parte dos governos regionais. Outro partido da oposição é o Partido Liberal Democrata da Rússia (LDPR), ultranacionalista. O Partido Comunista da União Soviética (PCUS) foi banido em 1991 pelo então presidente russo Boris Ieltsin.
Também existe o partido “Comunistas da Rússia”, liderado por Maxim Suraykin. Não tem representação parlamentar. Partido Os Verdes de Andrey Nagibin. Partido Rússia Justa Pela Verdade (socialismo democrático) de Sergey Mironov. Partido Russo da Liberdade e Justiça (social democracia) liderado por Maksim. Partido Alternativa Verde liderado por Victoria Dayneko. Todos estão representados na Duma.
O partido Rússia Unida (nacionalismo conservador) nas últimas eleições elegeu 343 deputados em 450. O Partido Comunista 48 deputados em 450. O Partido Socialista (RJPV) tem 19 deputado em 450. Os outros elegeram entre 1 e 5 deputados. Registaram votações residuais.
A Alemanha nazi foi derrotada há 80 anos. Até 2023 era o motor económico da União Europeia. Daí para cá o motor gripou. Não funciona. As grandes potências ocidentais estão no mesmo estado. Mas olham para a Federação Russa com os mesmos óculos e os mesmos modelos. Não pode. Ao apostarem tudo na guerra contra a Federação Russa estão a lançar milhões de seres humanos para a miséria, a fome e a morte.
Os oligarcas de Bruxelas e os terroristas da Casa do Brancos hoje perceberam que o Dia da Vitória em Moscovo provou o seu fracasso total. A Federação Russa não está isolada. A economia russa não sucumbiu às sanções. A parada militar mostrou uma potência que esmaga os inimigos num instante.
Combatentes das FAPLA que
participaram na Guerra pela Soberania Nacional e Integridade Territorial, com o
apoio de soviéticos e cubanos, foram a Moscovo e participaram nas comemorações
do Dia da Vitória. João Lourenço frequentou uma academia militar soviética. No
final deram-lhe um papel de licenciado
* Jornalista
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