terça-feira, 20 de abril de 2021

PJ investiga suspeitas de corrupção e abuso de poder em obras de Lisboa

A Polícia Judiciária (PJ) realizou buscas, esta terça-feira de manhã, na Câmara Municipal de Lisboa. Em causa estão suspeitas de corrupção, abuso de poder e tráfico de influências em processos urbanísticos em Lisboa.

As buscas estarão relacionadas com processos urbanísticos e empreitadas. Segundo a câmara municipal, em comunicado enviado às redações, as buscas acontecem a pedido do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), depois de várias denúncias e uma participação no Ministério Público (MP ), feita pela própria autarquia.

Na lista de obras investigadas estão o "Hospital da Luz, Torre da Avenida Fontes Pereira de Melo, Petrogal, Plano de Pormenor da Matinha, Praça das Flores, Operação Integrada de Entrecampos, Edifício Continente, Twin Towers, Convento do Beato". Já as empreitadas são a "Segunda Circular [cancelada pela autarquia], São Pedro de Alcântara e Piscina Penha de França".

Na tarde desta terça-feira, a PJ confirmou que estão em causa, no âmbito da "Operação Olissipus", "suspeitas da prática de crimes cometidos no exercício de funções públicas, relacionados com a área do urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa, nomeadamente, abuso de poder, participação económica em negócio, corrupção, prevaricação, violação de regras urbanísticas e tráfico de influências".

Já a autarquia adianta que estas são as primeiras diligências de que tem conhecimento sobre estes processos. As buscas foram feitas nos edifícios camarários no Campo Grande e nos Paços do Concelho e abrangeram ainda outros locais em Lisboa, Sintra, Cascais, Caldas da Rainha e Alvor.

"No âmbito de oito inquéritos dirigidos pelo DIAP Regional de Lisboa - 1.ª Secção, a Polícia Judiciária, através da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, com o apoio da Unidade de Perícia Tecnológica e Informática, juntamente com Magistrados do Ministério Público, procedeu à execução de vinte e oito mandados de busca, 10 buscas domiciliárias e 18 não domiciliárias, visando a recolha de documentação relacionada com suspeitas de práticas criminosas, sob investigação", precisa o comunicado da Polícia Judiciária. "As investigações prosseguem", conclui.

Inês Banha e Rita Neves Costa | Jornal de Notícias

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