Martinho Júnior, Luanda
27 DE MAIO DE 1977
E DAS CONDICIONANTES QUE SE ARRASTARAM DEMASIADO TEMPO E PROPICIARAM O FERMENTO
DUMA LONGA CAMPANHA FORMATADA
Todos os anos o exercício de memória pessoal vem ao de cima a 27 de Maio, em torno das impressões vividas surreal e inesperadamente, a quente, ainda que num exercício recolhido de dores, de sortes e de inevitáveis balanços, que jamais um combatente da justa causa de libertação em África deveria ter alguma vez passado e sentido.
A data obriga-me ao recolhimento, isolando-me tanto quanto o que me é possível, pois assim o obriga a memória e o significado do juramentado compromisso de defender a soberania do estado angolano, ainda que haja de então para cá tantas nuances de autodeterminação, de independência e até de soberania!
Se os juramentos foram feitos por via dum compromisso intimamente relacionado com a República Popular de Angola e sua mais que legítima aspiração socialista, nem por isso esses compromissos estão desfeitos hoje, por que participar no parto sangrento mas decisivo duma pátria como a de Agostinho Neto, obriga a revigorá-los ainda hoje, tal é o cuidado com a criança que nasceu, vai fazer 46 anos e com a paz que há que cultivar abrindo caminho ao renascimento africano que tarda!
A 27 de Maio não foram missões de carácter proactivo que desempenhámos, foram missões obrigatoriamente de carácter reactivo, a que não podemos fugir nem escolher em função de juramentados compromissos de estado, que nada têm a ver com o indivíduo em si, nem com as suas propriedades, nem com seus interesses, nem com os seus bens, nem com as suas próprias famílias, apesar dos riscos de elas poderem ser directa ou indirectamente, por tabela atingidas por causa de algum acontecimento…
Na época, ainda no quadro das missões que empenhavam o Grupo de Operações Especiais da Segurança do Estado Maior Geral das FAPLA, partia logo pelas primeiras horas da manhã de cada dia para o CIR que era preenchido pelo improvisado campo de treinos da Funda, onde em regime de semiclandestinidade um esquadrão reforçado do People Liberation Army of Namibia e uma secção do Umkhonto we Sizwe, respectivamente braços armados da SWAPO e do ANC, recebiam treino.
As tarefas preenchiam a vocação dos instrutores por inteiro, por múltiplas razões, porque era uma época de empolgamento e de grande responsabilidade, antes, durante e no imediato seguimento da Proclamação da República Popular de Angola, quando tudo decorria de forma decisiva, vertiginosa e também vitoriosa.
Era também a época da internacionalização no quadro da Linha da Frente contra o “apartheid”, com as missões que nos seriam inevitavelmente reservadas.
No dia 27 de Maio de 1977 estava mobilizado e pronto para cumprir mais um dia em prol da instrução e iria aguardar a pequena viatura brasileira de marca “Gourgel”, descapotável, com carroçaria em fibra de vidro e de cor branca, que estava distribuída ao corpo de instrução a fim de partir para a Funda (uma fazenda abandonada de palmares, à beira duma lagoa do Bengo e na direcção da Rádio Marconi, situada num morro fronteiro).
Para esse dia a hora da partida seria sensivelmente pelas sete, desde o local das residências onde cada um seria recolhido.
Cerca das cinco e meia da manhã, estava ainda na cama, o meu vizinho Fernando Abrantes (já falecido) veio bater à porta a chamar-me em voz alta.
Acorri, trocámos saudações e ele pediu para que tomasse atenção em relação aos tiros de armas de grosso calibre que ele estava a ouvir da varanda da frente do prédio onde morávamos, pois o quarto dele era-lhe contíguo.
Os disparos ainda que à distância provocavam ressonância e ele tinha percebido pela insistência que não era coisa normal.
Naquele tempo em Luanda havia disparos avulsos para o ar de armas ligeiras um pouco por toda a cidade, por que para muitos ainda não se tinham esfriado as emoções da independência, mas aqueles disparos fugiam a essa bitola, pois eram de armas pesadas e numa cadência que fazia supor algum combate...
Mais tarde viria a saber que eram disparos das armas de 14,5mm dos blindados BRDM que foram atacar a cadeia de São Paulo.
Concordei então na altura que havia algo alarmante e decidi vestir-me apressadamente usando roupa civil, pedindo ao Fernando Abrantes que fizesse o especial favor de me levar ao contacto com o chefe do corpo de instrutores que residia num prédio da Marginal 4 de Fevereiro, a fim de melhor me poder situar sobre o que quer que estivesse a ocorrer.
Despedi-me da minha companheira Teresa Cassule, (falecida a 18 de Junho de 1999) e dei um beijo na testa dos meus putos ainda adormecidos…
O Fernando usava uma carrinha com carroçaria fechada, um “fourgon”, que era propriedade da torrefacção de café que ele próprio tinha entregue voluntariamente ao estado, onde ele trabalhava e foi nesse veículo que me desloquei com ele ao volante.
Confesso que nunca conduzi e nunca tive intenção de ter carta, dados os meus olhos… sem qualquer alarde procurei sempre reservá-los para outros fins, desde os meus onze anos, quando foram detectados problemas de visão…
Posto na residência do chefe, o meu camarada Eduardo Cruzeiro, “Alex” (também já falecido), não consegui o contacto: bati à porta e ninguém veio abrir (posteriormente soube que ele, por precaução, tinha mudado de posição logo pela madrugada)…
Então desci o prédio, voltei ao veículo do Fernando e pedi-lhe que ele me transportasse para outro lugar, um lugar que se situava no bairro de Alvalade, pois tornava-se premente estabelecer a ligação a fim de me situar a contento e poder-me enquadrar.
Quando o Fernando entrou no Largo do Ambiente, por detrás da capela da Nazaré e disposto a subir o Eixo Viário na direcção de Alvalade, um grupo de militares na altura não suficientemente identificados por mim, mandou-nos parar e ver quem éramos, o que fizemos imediatamente.
O meu vizinho tinha a identificação civil, eu vestido à civil tinha identificação militar, um salvo-conduto para os percursos diários Luanda-Funda, um cartão militar das FAPLA e uma pistola de defesa pessoal.
Os militares que nos pararam e pediram a identificação estavam fardados, equipados e armados a preceito, algo que contrastava com qualquer posto de controlo da época e os ares do que parecia ser o chefe eram de decisão: sem me dar voz de prisão fez-me descer da viatura, recebeu os documentos e a pistola e, sob armas aperradas dos soldados que comandava, mandou-me para uma pequena clareira onde havia já um pequeno grupo de pessoas cercadas por um pequeno dispositivo de homens armados.
Juntei-me ao grupo e o meu vizinho partiu por que foi mandado embora sem mais.
No inusitado grupo cercado por militares armados, não conhecia pessoalmente ninguém, mas tentei em conversa saber do que afinal se tratava.
Ninguém estava à altura de dar uma explicação razoável, ou não quiseram dar e entretanto o tempo avançava, connosco nessa situação e o grupo a ficar cada vez mais engrossado, à medida que eram feitas parar mais pessoas, entre elas, umas quantas uniformizadas…
Naquela altura o trânsito automóvel era rarefeito.
Seriam para aí umas oito e meia, ou nove horas, vi uma viatura de marca Peugeot, azul clara, descer vagarosamente o Eixo Viário e a ser mandada parar no outro lado (o lado descendente) do Largo.
O grupo de militares que estava em acção mandou-a parar portanto do outro lado do local onde estávamos e da viatura ligeira saiu um homem alto, fardado, barbudo e com pistola à cintura.
Reconheci que era o camarada Saidy Mingas, Ministro das Finanças de então, que ao sair trocou diálogo com os militares.
Depois duns breves momentos desse diálogo impossível de ouvir por que acontecia à distância e do lado descendente, oposto ao local onde nos encontrávamos, os militares, de armas aperradas deram-lhe ordem para entrar na viatura, mandando-o sentar no meio do banco detrás e quatro deles, com um ao volante, outro no banco da frente e outros dois de escolta, um a cada lado do camarada Saidy Mingas, preencheram o carro.
Com esses ocupantes o veículo fez o movimento inverso ao da sua chegada ao local, passando bem à nossa frente e subindo o Eixo Viário na direcção do Miramar.
Mal sabia eu que esse seria um dos relatos sobre os últimos momentos do heroico camarada Saidy Mingas, tornado mártir da nossa jovem República Popular de Angola.
Depreendi na altura, por via desses movimentos estranhos, que todos seríamos levados para algures, apenas estávamos à espera de algum transporte para esse efeito e, por ser uma figura pública, tinham-se adiantado com o camarada Saidy Mingas, servindo-se de sua própria viatura…
Mesmo nessas condições, ainda não tinha chegado a uma conclusão inequívoca sobre o que estava efectivamente a ocorrer, apesar de ser tudo tão suspeito, pois a forma rigorosa com que se conduzia o grupo (mais tarde soube que era uma secção da 9ª Brigada comandada por um indivíduo conhecido por Zaca Candongo), permitia supor que havia alguma orientação duma unidade bem organizada e disciplinada, para um efeito que desconhecia.
Pelas 10, ou 11 horas, apareceu um pequeno gipe da CPPA com indivíduos fardados de polícia e outros à civil, um deles ao volante e todos eles para mim deconhecidos.
Conjuntamente com outros dois camaradas detidos, fomos introduzidos sob escolta na parte detrás do gipe, que partiu na direcção de Alvalade buscando a direcção de uma das entradas do quartel Gika.
Pude verificar chegado lá, sob os olhares desconfiados de quem por lá se encontrava, que o elemento da polícia que ia ao volante pretendia encher o depósito do gipe connosco detidos (esteve mesmo parado nas bombas do quartel) e, sendo-lhe negado, partiu contrafeito em direcção ao Sambizanga.
Quando o gipe chegou ao Largo da Académica, no Sambizanga, presenciei um movimento de tanques T-34 (eram os tanques da Unidade da Guarda Presencial cujo quartel era na Vidrul), tendo o polícia que ia ao volante trocado um diálogo com um dos comandantes da coluna blindada…
Do diálogo, apercebi-me pelo seu semblante apreensivo, que o condutor do gipe saía contrariado e, com isso, ainda connosco sob detenção, fez meia volta, dirigiu-se à Raínha Ginga e depositou os três detidos na arcada do prédio que albergava a Direcção Política Nacional das FAPLA, onde se encontrava outro grupo de pessoas sob detenção tendo à sua volta militares armados e de armas aperradas.
Nos curtos diálogos interrogativos que ansiosamente troquei então com outros nas mesmas condições e de forma a não dar nas vistas dos guardas, ouvindo-se o programa radiofónico Kudibanguela através de alguém que tinha um pequeno transístor, finalmente se chegou à conclusão que estava em curso um golpe de estado e os que manobravam e nos tinham à sua guarda, faziam parte desse golpe.
Passado algum tempo, em situações como essas perde-se um pouco a noção de tempo, o comportamento dos guardas começou a alterar-se: se antes eram firmes nas suas atitudes, depois transpareceu algum afrouxamento seguido de alguma hesitação; a partir dum determinado momento, o que tinha o transístor desapareceu e quem se começava a interrogar eram os cada vez mais inquietos guardas.
Com esses sinais fiz um sussurrante contacto com os detidos mais próximos: tínhamos de sair daquela armadilha o mais rapidamente possível, em díspares direcções e ao mesmo tempo, sem corrermos, mas de forma decidida e sem olharmos mais para trás (havia o risco de dispararem sobre nós e pelas costas).
Assim o fizemos, vários dos mais intrépidos, explorando os sinais de hesitação dos guardas e da equivocada indecisão que se havia entretanto filtrado entre eles…
Eu decidi chegar à esquina mais próxima, afastando-me da direcção do Largo do Ambiente e descer depois para a Marginal 4 de Fevereiro, onde finalmente, subindo de novo o prédio onde ele morava, consegui por fim fazer a ligação ao “Alex” e com ela, a devida ligação à estrutura das FAPLA fiel ao camarada Presidente Agostinho Neto, prestando as contas pessoais da curta odisseia que tinha nessa contingência passado e o que tinha presenciado e visto.
Desse modo, restabelecidas as ligações e já com a tentativa do golpe em vias de aborto, haveria de receber a missão de integrar um dispositivo de contenção, que formava um cinturão de protecção a uma vasta área que compreendia o Palácio Presidencial, o Ministério da Defesa e os edifícios da DISA.
Eu fiquei instalado com bazzokas retráteis num buraco aberto pela companhia de electricidade que me passou a servir de improvisada trincheira junto às raízes duma árvore frondosa que ali havia na altura, à ilharga da entrada principal dos edifícios da DISA, na via que une os Largos Serpa Pinto e Maianga, pois havia a espectativa dos golpistas poderem continuar a fazer uso dos BRDM que pertenciam à 9ª Brigada e ainda não estavam localizados nem controlados, a fim de fazerem mais algum inesperado ataque.
Estive nessa posição três dias completos (dia e noite) e a minha única alimentação foram bolachas e café forte feito pelos companheiros que preenchiam o dispositivo cubano das FAR que se instalou frente ao meu buraco, no que viria a ser, largos anos mais tarde, o lugar onde se albergou a Comissão Nacional Eleitoral.
Só de lá saí quando houve a certeza de não haverem mais blindados nas mãos de fraccionistas.
Os companheiros faziam amiúde a ligação à minha posição e tiveram o cuidado de me ir alimentando dessa maneira, a fim de me manter desperto e em prontidão para qualquer eventualidade que exigisse combate.
Os golpistas que estavam infiltrados na DISA desconheciam que no edifício que servia de logística, se haviam guardado poucos dias antes, as armas e os equipamentos que iriam para o Bié, que iriam dotar o 1º Batalhão das Forças Especiais Provinciais que o corpo instrutor do GOE iria lá treinar.
Se eles tivessem sabido a tempo e horas, seriam eles a utilizar, a seu modo traiçoeiro, esse armamento…
Desse espólio ainda hoje restam dois anteparos blindados que iriam guarnecer viaturas de transporte de tropas no Bié, anteparos que se encontram na sentinela externa do edifício “A” dos Serviços.
As bazookas retráteis antitanque que foram-me dotadas na contingência faziam parte desse lote providencial de armamento, que na emergência serviu por inteiro para preencher as forças do cinturão de segurança.
Na ocasião foi a primeira vez que estive presente nos edifícios centrais da DISA (até essa altura mantinham-se as regras de semiclandestinidade do corpo de instrutores do GOE destacados naquela época nos treinos do CIR da Funda)…
Quando finalmente se teve a certeza que o golpe havia sido neutralizado por completo, recebi a ordem que me permitiu ir a casa, a fim de tomar um banho, descansar um par de horas e alimentar-me com uma revitalizadora refeição quente completa!
Quando voltei a casa e por que a minha família só tinha conhecimento do relato do meu vizinho Fernando que assistiu à minha detenção pela secção golpista da 9ª Brigada, como haviam passado três dias, supondo-me morto, encontrei os preparativos para o que seria o meu próprio óbito…
Em toda a minha trajectória a família não conhecia, por inerência do carácter das missões, o que fazia, nem por onde andava, nem quando poderia chegar a casa, nem o que me poderia atormentar… por isso o quadro de sua inocência era total, mas sujeita a muitos rescaldos que entretanto foram ocorrendo, por vezes apanhada completamente desprevenida!
A história desse dia teve logicamente seguimento, pois pouco a pouco se foram conhecendo os enredos, as circunstâncias e as ocorrências, que implicaram em decisões e cumprimentos de múltiplas missões.
Ao mover-me estritamente em função dos compromissos juramentados em defesa da soberania do estado que constituía a República Popular de Angola, contribuindo por defender os ideais do Presidente Agostinho Neto e ele próprio, em relação aos que alinharam no golpe não me moveu ódio algum pessoal, nem sentido de vingança, nem qualquer motivação pessoal de perseguição, até porque na generalidade não conhecia os fraccionistas e os que um dia conheci entre eles, não foi naquelas circunstâncias e com eles não houve contactos nessa época.
Devido às minhas missões, tinha-me mantido afastado da efervescência fraccionista e o que sabia na altura eram notícias dispersas duma fermentação que não podia suficientemente avaliar.
Desconhecia quase por completo os meandros do fraccionismo, os argumentos, as ideologias que levaram à prática tais actos, os contactos eventuais de inteligência, as motivações colectivas e pessoais de cada um dos intervenientes, ou as suas aspirações, ou recalcamentos.
O que tenho vindo a saber foi desde então, fruto de estudo e de aprendizagem ao longo dos tempos e, quando verifiquei que haviam aproveitamentos em Portugal em função das sucessivas campanhas contra Angola, comecei-me a debruçar com mais intensidade sobre este assunto e publicado no Página Global!
Considero que ao nascer de novo a 27 de Maio de 1977 (durante a minha actividade de combatente houve vários “nasceres de novo”), se a sorte me tinha sido favorável, foi terrível a de muitos dos meus camaradas, como o camarada Saidy Mingas e o camarada Comandante N´Zage, responsável pela minha integração na Segurança do Estado Maior Geral das FAPLA, Grupo de Operações Especiais.
Imaginam o peso substantivo que nos acarreta hoje, com esses factos e com essa memória, “honrar o passado e a nossa história”, quando em épocas sucessivas os sacrifícios que envolveram inocentes como os da minha própria família, se engrossaram com o rol dos reveses que foi sendo sucessivamente carregado, particularmente depois de Março de 1986, há 35 anos?...
Sempre houve razão para dignamente perfilhar a lógica com sentido de vida e a paz, pois a morte, nas mais inesperadas e por vezes terríveis circunstâncias, durante décadas foi um risco permanente, à nossa espera, na esquina mais próxima e quantas vezes, pela multiplicidade de imponderáveis em cada desafio, era muito difícil a felicidade, ou a sorte, dela nos podermos esquivar!
Imaginam quanto em vida, ela ainda indelevelmente nos toca nas suas mais que desencontradas, incisivas e acrescidas emoções, obrigando-nos ao recolhimento e tantas, tantas vezes ao silêncio?
Para “os homens da cor do silêncio” a paz é muito mais que a ausência de tiros e por isso aqueles que estiveram no parto da República Popular de Angola e sobreviveram até nossos dias, a acarinham em cada passo construtivo que se consiga dar em função da necessidade de se poderem alcançar os resgates de que África ainda tem por realizar, vencer o subdesenvolvimento que nos afecta colectivamente e abrir caminho para uma saudável cultura de inteligência patriótica nutrida de conhecimento científico e tecnológico, aberto à construção da identidade nacional. também à imprescindível justiça social e ao imenso respeito que falta dar à Mãe Terra!
Martinho Júnior, Luanda, 26 de Maio de 2021
*Imagem na pantalha da TPA captada através dum televisor a 20 de Junho de 2018, numa cerimónia de justa homenagem ao camarada e patriota Lúcio Lara, realizada no anfiteatro do Mausoléu de António Agostinho Neto em Luanda.
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