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Necessidade da expropriação
O conjunto da riqueza dos bilionários do mundo disparou em mais de 60% no ano passado, passando de US$ 8 trilhões a US$ 13,1 trilhões, segundo o ranking global de bilionários da revista Forbes, divulgado na terça-feira.
“A COVID-19 trouxe uma aflição terrível, sofrimento econômico, tensão geopolítica – e a maior aceleração da riqueza na história da humanidade”, escreve a Forbes.
O número de bilionários no mundo cresceu de 660 para 2.775, o maior número absoluto e o maior aumento anual de todos os tempos. A cada 17 horas, forjava-se um novo bilionário.
O CEO da Amazon, Jeff Bezos, e o CEO da Tesla, Elon Musk, lideram o grupo com US$ 177 bilhões e US$ 151 bilhões, respectivamente. Depois deles, estão: Bernard Arnault e sua família (US$ 150 bilhões), que controlam a LVMH, empresa francesa de bens de luxo; o cofundador da Microsoft, Bill Gates (US$ 124 bilhões); e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg (US$ 97 bilhões).
Os artigos da imprensa discutem como Zuckerberg “ganhou” US$ 50 bilhões e Elon Musk “ganhou” US$ 130 bilhões no ano passado. Mas o próprio termo é um absurdo. Não se pode “ganhar” um valor equivalente ao produto interno bruto de um país de médio porte.
Essa riqueza é socialmente apropriada. Primeiro, por meio da exploração da classe trabalhadora no processo de produção.
Em segundo lugar, e não menos importante, a riqueza é apropriada como resultado da política de Estado, destinada a garantir a valorização contínua do mercado de ações por meio de uma combinação de estímulo monetário do Federal Reserve e o fornecimento de uma reserva infinita de mão de obra barata para exploração. Como resultado, o índice de ações S&P 500 quase dobrou desde sua baixa em março de 2020.
Em meio a uma pandemia devastadora, todos os países da Europa e das Américas se recusaram a interromper a produção não essencial, alegando que o custo seria muito alto. Esta política, que já provocou a morte de mais de três milhões de pessoas, busca deliberadamente ampliar as riquezas da oligarquia financeira.
A cada morte, acrescentou-se