domingo, 11 de abril de 2021

Riqueza dos bilionários aumentou 60% no primeiro ano da pandemia

# Publicado em português do Brasil

Necessidade da expropriação 

Niles Niemuth | WSWS*

O conjunto da riqueza dos bilionários do mundo disparou em mais de 60% no ano passado, passando de US$ 8 trilhões a US$ 13,1 trilhões, segundo o ranking global de bilionários da revista Forbes, divulgado na terça-feira.

“A COVID-19 trouxe uma aflição terrível, sofrimento econômico, tensão geopolítica – e a maior aceleração da riqueza na história da humanidade”, escreve a Forbes.

O número de bilionários no mundo cresceu de 660 para 2.775, o maior número absoluto e o maior aumento anual de todos os tempos. A cada 17 horas, forjava-se um novo bilionário.

O CEO da Amazon, Jeff Bezos, e o CEO da Tesla, Elon Musk, lideram o grupo com US$ 177 bilhões e US$ 151 bilhões, respectivamente. Depois deles, estão: Bernard Arnault e sua família (US$ 150 bilhões), que controlam a LVMH, empresa francesa de bens de luxo; o cofundador da Microsoft, Bill Gates (US$ 124 bilhões); e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg (US$ 97 bilhões).

Os artigos da imprensa discutem como Zuckerberg “ganhou” US$ 50 bilhões e Elon Musk “ganhou” US$ 130 bilhões no ano passado. Mas o próprio termo é um absurdo. Não se pode “ganhar” um valor equivalente ao produto interno bruto de um país de médio porte.

Essa riqueza é socialmente apropriada. Primeiro, por meio da exploração da classe trabalhadora no processo de produção.

Em segundo lugar, e não menos importante, a riqueza é apropriada como resultado da política de Estado, destinada a garantir a valorização contínua do mercado de ações por meio de uma combinação de estímulo monetário do Federal Reserve e o fornecimento de uma reserva infinita de mão de obra barata para exploração. Como resultado, o índice de ações S&P 500 quase dobrou desde sua baixa em março de 2020.

Em meio a uma pandemia devastadora, todos os países da Europa e das Américas se recusaram a interromper a produção não essencial, alegando que o custo seria muito alto. Esta política, que já provocou a morte de mais de três milhões de pessoas, busca deliberadamente ampliar as riquezas da oligarquia financeira.

A cada morte, acrescentou-se em média US$ 1,7 milhão ao patrimônio líquido dos bilionários. Centenas de milhões de pessoas em todo o mundo adoeceram ou foram demitidas. Centenas de milhões passaram fome. Mas as carteiras de ações dos ricos dispararam a alturas cada vez maiores.

O camelo e o ministro

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião

Quando os ultra-ricos suplicam por pagar mais impostos, alguma coisa está errada. Quando esses ultra-ricos rogam para que os taxem e, ainda por cima, ninguém lhes liga nenhuma, alguma coisa está mesmo muito errada.

Globalmente, com o coronavírus, os trabalhadores perderam cerca de 4 biliões de euros. Os milionários ganharam quase 4 biliões. Trata-se da maior transferência de riqueza num tão curto espaço de tempo na história da humanidade, e o nosso país não é excepção. Esta semana, a Forbes apresentou o seu ranking anual desta fauna e confirmou níveis de enriquecimento sem precedentes. Em 2020, a coisa inchou de 660 para 2755 mega-afortunados, sendo que 493 são estreias, com uma percentagem considerável a lucrar à tripa-forra durante este negro período.

No meio desta pornográfica abundância para um punhado de gente, há ultra-ricos que gritam na praça pública "venham tributar-nos". O ano passado, um grupo de 83 indivíduos desta especial espécie, provenientes de mais de meia dúzia de países, propôs que os decisores públicos lhes aumentassem os impostos. Até escreveram uma carta: "Os problemas causados e revelados pelo covid-19 não podem ser resolvidos com caridade. Os líderes dos governos têm de assumir a responsabilidade de captar os fundos necessários e gastá-los de uma forma justa - em saúde, educação e segurança. Pedimos que aumentem os impostos cobrados a pessoas como nós. Imediatamente", apelaram. Já os Patriotic Millionaires são um grupo que pretende que estes neófitos sultões e xás também dêem maiores contribuições. Aliás, até mesmo o FMI, pela voz de Vítor Gaspar, sugeriu agora taxar os indivíduos e empresas mais ricas, lembrando que há multinacionais que prosperaram nos mercados de capitais no meio desta hetacombe. O ex-ministro chegou a dizer que é preciso "um esforço mundial para combater a evasão fiscal e assegurar que as grandes empresas pagam a sua justa parte". Também tu, FMI?! Aquele que tem sido responsável (inclusive em Portugal) pela implementação de programas de austeridade que desprotegem trabalhadores, esbulham recursos e degradam a vida das populações? A sério?

Portugal | PS quer que Cavaco Silva diga “quando é que soube do buraco do BES”

O PS quer que o antigo Presidente da República Cavaco Silva esclareça "quando é que soube do buraco do BES" e porque é que "não agiu atempadamente" para evitar o aumento de capital, que gerou "um universo de lesados"

À agência Lusa, João Paulo Correia, coordenador do PS na Comissão Eventual de Inquérito Parlamentar às perdas registadas pelo Novo Banco e imputadas ao Fundo de Resolução, adiantou quais são as perguntas que o partido quer ver respondidas por escrito por parte de Cavaco Silva.

“As perguntas que têm de ser feitas a Cavaco Silva, que era Presidente da República, a autoridade política máxima na altura, é se confirma que tomou conhecimento no final de março de 2014 da exposição do BES ao GES e se essa foi a primeira vez que teve acesso a informação privilegiada do BES”, questiona.

O deputado socialista quer ainda que o antigo chefe de Estado confirme se “tinha conhecimento em maio de 2014 do buraco do GES”.

“Sobretudo porque é que não tomou nenhuma diligência nessa altura, naqueles meses, de forma que o aumento de capital, que foi concretizado em junho desse ano, não se viesse a concretizar”, pergunta ainda.

Sócrates | Juiz levanta arresto a casa da rua Braamcamp e apartamento de Paris

O apartamento da rua Braancamp, em Lisboa, a casa em Paris onde José Sócrates viveu, ambos propriedade de Carlos Santos Silva, e ainda o Monte das Margaridas deixam de estar arrestadas na Operação Marquês, por decisão do juiz de instrução.

No despacho instrutório, proferido na sexta-feira, o juiz Ivo Rosa ordenou o levantamento imediato do arresto de vários bens imóveis dos arguidos, designadamente três casas localizadas em S. Martinho (Sintra), o Monte das Margaridas, em Montemor-o-Novo, adquirido pela ex-mulher de Sócrates Sofia Fava, um apartamento de seis assoalhadas na avenida President Wilson, em Paris, dois imóveis no Cacém e um apartamento de luxo no edifício Heron Castilho, na rua Braamcamp, em Lisboa.

A residência na capital francesa foi comprada por cerca 2,6 milhões de euros por Carlos Santos Silva, amigo de longa data de Sócrates e a quem a acusação dizia ser o "testa de ferro" do antigo primeiro-ministro, que habitou o apartamento quando estudou em França.

"Tendo em conta a decisão de não pronúncia relativamente aos crimes ora em causa, quanto aos saldos bancários apreendidos e bens imóveis arrestados, verifica-se que não existem indícios que as quantias e bens imóveis em causa são produto dos crimes de corrupção passiva de titular de cargo político imputados ao arguido José Sócrates", lê-se no despacho.

Portugal regista mais seis mortes e 566 novos casos de Covid-19

Já foi divulgado o boletim epidemiológico deste domingo, dia 11 de abril.

Portugal reportou, nas últimas 24 horas, mais seis óbitos associados à Covid-19 e 566 novos contágios do novo coronavírus, informou, este domingo, a Direção-Geral da Saúde (DGS). Trata-se de um aumento de 0,07% nos novos casos de infeção e de 0.04% no que toca aos óbitos.

No total, o país regista 827.494 infetados e 16.916 óbitos.

O relatório deste domingo dá conta de 410 recuperados nas últimas 24 horas (total é de 784.618).

O boletim revela ainda que há menos 150 pessoas com a doença, ou seja, 25.960 pessoas estão com o vírus ativo em Portugal.

O número de internamentos em enfermaria mantém-se igual a ontem: 466. Já nos Cuidados Intensivos estão 163 pessoas internadas, menos seis que este sábado.

Nas últimas 24 horas apenas registaram-se óbitos em Lisboa e Vale do Tejo (4) e na região Norte (2).

A nível de contágios, foram registados mais 183 no Norte, 62 no Centro, 200 em Lisboa e Vale do Tejo, 16 no Alentejo, 33 no Algarve, 41 nos Açores e 31 na Madeira.

Notícias ao Minuto

Timor-Leste. Proteção Civil já identificou 36 mortos e 10 desaparecidos

As autoridades timorenses já identificaram 36 mortos e 10 desaparecidos nas cheias que assolaram há uma semana Timor-Leste, informou no sábado a Proteção Civil, revendo o balanço anterior de 26 mortos e 11 desaparecidos.

De acordo com os dados a que a agência Lusa teve acesso, há 20 mortos e dois desaparecidos na capital Díli, enquanto os restantes municípios totalizam 16 óbitos. Oito corpos (quatro em Ainaro e outros tantos em Manatuto) ainda estão por resgatar.

"No caso de Díli, o maior número de vítimas regista-se no posto administrativo de Don Aleixo, com sete mortos em Manleuana-Beduku, cinco em Moris Foun, quatro na aldeia 30 Agosto, um em Malinamuk, um em Fatuhada e um em Vila-Verde. Há ainda mortos a registar nos arredores da capital em Hera", lê-se em comunicado da Proteção Civil.

A Componente Naval das Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e a Unidade de Polícia Marítima da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) têm ajudado nas buscas dos desaparecidos, que podem vir a reclassificar esta contagem nas próximas horas.

RTP | Lusa

Moçambique | Consultora avisa para risco de ataque a Pemba e tentativa de recuperar Palma

A consultora Pangeas-Risk considerou hoje que os insurgentes no norte de Moçambique estão a preparar um ataque a Pemba e deverão, nas próximas semanas, insistir no controlo de Palma, que está "vulnerável a novos ataques".

"Vai haver um vazio de segurança em Cabo Delgado no próximo mês, senão nos próximos, o que deixa quer Palma, quer outras localidades na província, expostas a mais ataques dos militantes", escreve a consultora numa nota dedicada à violência no norte de Moçambique.

"As nossas fontes locais esperam um ataque à localidade de Quitunda, perto do local do projeto de Afungi, nas próximas semanas; um ataque destes colocaria pressão para que a guarnição de Afungi saísse da zona de segurança à volta do local da construção do projeto de gás natural liquefeito e mobilizasse para proteger as comunidades deslocadas e vulneráveis em Quintunda, talvez violando o acordo de segurança entre o Governo e a petrolífera Total", escrevem os analistas.

Na nota enviada aos clientes, e que a Lusa teve acesso, estes analistas afirmam que "mais ataques a Palma devem ser esperados nas próximas semanas, já que os insurgentes procuram recuperar o controlo do território e estender o seu controlo a norte de Mocímboa da Praia".

Moçambique | A Frente Mais Nova Na Conhecida Guerra Global Contra o Terror dos EUA

#Publicado em português do Brasil

Andrew Korybko* | OneWorld

Muitos observadores perderam a designação dos EUA no início de março de “Al Shabaab” de Moçambique como uma organização terrorista global afiliada ao ISIS e seu subsequente envio de cerca de uma dúzia de Boinas Verdes ao país para ajudar os militares nacionais em suas operações antiterroristas, mas este desenvolvimento sinaliza que o estado da África Austral se tornou de forma importante a mais nova frente na “Guerra Global ao Terror” da América.

A mais nova frente dos EUA na sua “Guerra Global ao Terror” foi oficialmente aberta no estado de Moçambique na África Austral após a designação do Departamento de Estado no início de março do país “Al Shabaab” como uma organização terrorista global afiliada ao ISIS e o envio subsequente de cerca de uma dúzia de Boinas Verdes para ajudar os militares nacionais em suas operações antiterroristas. Muitos observadores perderam esses desenvolvimentos, talvez porque estivessem muito ocupados prestando atenção às últimas voltas e reviravoltas do que eu descrevo como Guerra Mundial C , ou a tentativa descoordenada do mundo de conter COVID-19, que catalisou processos de mudança de paradigma de espectro total em todos os esfera da vida. Eu avisei em setembro passado que “Moçambique pode exigir assistência militar estrangeira para limpar sua bagunça híbrida de guerra ”depois que ficou claro que o país não poderia enfrentar esta tarefa urgente por conta própria, nem foram os seus parceiros contratantes militares privados (PMC) relatados anteriormente capazes de ajudá-lo o suficiente para Este fim. Essa previsão acabou se concretizando em março.

Interesses americanos na África Austral são variados, mas compartilham o objetivo comum de reagir contra as tendências multipolares regionais, especialmente a crescente influência da China ali. No caso moçambicano, o país tem a chance de se tornar um dos maiores exportadores de GNL do mundo no futuro, caso seus vastos depósitos de gás offshore no norte que estão acidentalmente nas proximidades da atual zona afetada por terroristas sejam totalmente explorados. Até agora, houve sérias preocupações por parte dos Estados Unidos de que a influência chinesa em Moçambique pudesse moldar indiretamente a indústria global de energia, bem como facilitar os esforços de Pequim para conectar mais estreitamente os países sem litoral à sua Belt & Road Initiative (BRI) por meio de trans -Corredores comerciais da Mozambican.

Moçambique | Palma: Governo está a trabalhar para retorno de deslocados

Autoridades em Cabo Delgado garantem estar a trabalhar para o retorno dos deslocados a Palma, duas semanas após ataques armados. Esforços surgem depois da vila estar controlada na sua totalidade pelas forças do Governo.

O governador da província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique, visitou esta sexta-feira (09.04) o centro transitório de deslocados de Pemba para consolar e transmitir mensagens de esperança às famílias que se viram obrigadas a fugir de Palma devido aos ataques dos terroristas.

No local, o governante ofereceu leite artificial aos bebés, tendo também garantido mais apoios às famílias de modo a minimizar o seu sofrimento.

Valige Tauabo assegurou estar em curso o abastecimento ao distrito de Palma em alimentos e outros produtos em apoio aos cerca de 60 mil residentes que não tinham conseguido abandonar o distrito durante invasão de insurgentes, a 24 de março.

"Nós temos um grosso de mais ou menos 60 mil habitantes que neste momento estão ainda em Palma. Com todo aquele impacto negativo que [o ataque armado de terroristas] trouxe, eles não saíram e o Governo, sem excluir estes que estão aqui na cidade, está também a priorizar a criação de condições para fazer chegar os produtos alimentares em Palma", explicou o governante local.

Moçambique | Mariano Nhongo volta a fazer ameaças

Líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO ameaça inviabilizar governação no centro e norte de Moçambique. "Se continuar a ouvir os traidores, o Governo estará a queimar tempo", diz Mariano Nhongo.

"Se o Governo não quer negociar com a 'Junta Militar' não vai governar em seis províncias. Se conseguir governar, vai governar à força, mas terá sempre consequências", disse esta quinta-feira (08.04) à comunicação social Mariano Nhongo, falando por telefone a partir de um ponto incerto no centro de Moçambique.

A "Junta Militar", um grupo dissidente do principal partido da oposição chefiado por Nhongo, contesta a liderança da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) e as condições para a desmobilização decorrentes do acordo de paz, sendo apontada pelas autoridades como a responsável pelos ataques armados no centro do país que já mataram, pelo menos, 30 pessoas desde 2019.

Segundo Nhongo, o documento contendo as exigências para reintegração dos seus guerrilheiros foi enviado ao Governo e ao grupo de contacto das negociações de paz em 02 de outubro do ano passado.

"Se o Governo continuar no silêncio, chegará o tempo em que anunciaremos ao mundo sobre quando vamos iniciar com as nossas ações. Eu não estou a fazer nada porque estou à espera da resposta do Governo", referiu Nhongo.

Nos últimos meses, vários membros influentes do grupo abandonaram as matas e juntaram-se ao processo de paz, mas o seu líder mantém as revindicações, acusando os desertores de traição.

"Se continuar a ouvir os traidores, o Governo estará a queimar tempo", frisou o antigo líder de guerrilha da RENAMO.

Deutsche Welle | Lusa

PALMA COMO CAFUNFO! -- Martinho Júnior

Martinho Júnior, Luanda 

PARA O “HEGEMON” VALE TUDO: CAOS, TERRORISMO, DESAGREGAÇÃO, RETALHE ÉTNICO OU RELIGIOSO, SUBVERSÃO CONTINUADA…

É ASSIM QUE SE FAZ PROLONGAR A ITINERÂNCIA DA IIIª GUERRA MUNDIAL CONTRA O SUL GLOBAL!

É ASSIM QUE SE COLOCA UM CONTINENTE, POR INTEIRO, AO NÍVEL DO PÂNTANO DA CONVENIÊNCIA NEOCOLONIAL!

Ahí está la IIIª Guerra Mundial – https://frenteantiimperialista.org/blog/2020/01/11/ahi-esta-la-iii-guerra-mundial/

Em termos de comportamento dos media mercenários que dão voz ao “hegemon” sobre este tipo de acontecimentos, a receita para Palma e para Cafunfo é sensivelmente a mesma, ainda com condimentos locais distintos: contribuir para fragilizar tudo o que diga respeito à autodeterminação, à independência e à soberania dos estados africanos implicados (neste caso Moçambique e Angola), tornando-os alvo das ingerências e manipulações sob controlo remoto e/ou próximo de inteligências das potências com vocações neocoloniais, com o império hegemónico dos Estados Unidos à cabeça e “dando o exemplo”!

Depois em grandes parangonas vão “esclarecendo”: “guerra civil”, ou mais uma “colorida primavera”, à escolha do freguês!

Os media são invariavelmente os mesmos, pois os orçamentos estão a ser cada vez mais minguados e não chegam para todas as “encomendas”, algumas das quais presentes e actuantes nos países-alvo e nas “transversalidades” de suas sociedades, que à viva força o poder dominante quer que sejam “sociedades civis” (na guerra psicológica há que ir moldando os cérebros e as convicções, em nome dos “direitos humanos”)!

Em ambos os casos a entrada nas disputas dos interesses teleguiados pelo “hegemon” incidem sobre indústrias extractivas e matérias-primas invejadas e sob constante cobiça: gás em Moçambique e (ainda os “eternos”) diamantes em Angola, a juntar-se a um caudal imenso de riquezas naturais!...

Se não fossem esses interesses, jamais os “media de referência” se teriam pronunciado com a mesma ênfase sobre os acontecimentos, como o fizeram, aproveitando para colocar a sua sardinha na brasa!

Poucos se debruçam sobre actualidades deste tipo: o prolongamento das guerras, muito para além do seu fim!... (https://www.abrilabril.pt/internacional/bombas-e-minas-no-vietname-um-drama-ainda-muito-actual?fbclid=IwAR3UkVt2w3yOXfNYlhCqPQ4DfkWFhMTtTPjfe9efiHUYKjecm4YjzT5ctQw).

A lavagem cerebral dos “media de referência” neoliberais, “é uma constante da vida”, não em jeito dum salutar sonho, mas num interminável pesadelo!

Angola | O que pretende o MPLA ao resgatar políticos influentes?

Ativistas dizem que João Lourenço "ilude-se" ao pensar que será reeleito por "pescar" figuras com imagens gastas. A indicação de políticos da era JES para altos cargos do MPLA é vista como um sinal de perda popularidade.

Após terem sido afastados da liderança do Movimento pela Libertação de Angola (MPLA) depois de João Lourenço assumir a presidência do partido que governa Angola, Rui Falcão, ex-governador de Benguela, voltou ao Bureau Político para assumir as funções secretário para Informação. Virgílio Fontes Pereira, que já foi ministro da Administração do Território, volta a ocupar o cargo de presidente do Grupo Parlamentar do MPLA.

Também volta em grande, para o topo do partido dos camaradas, o deputado Bento Francisco Bento, o Bento Bento. O político que governou Luanda até 2016, volta a ser o líder do Comité Provincial do MPLA em Luanda, a maior praça eleitoral de Angola.

Este mês, o partido realiza uma conferência extraordinária para confirmar a eleição de Bento Bento ao cargo de primeiro secretário do "M" na capital angolana, em substituição a Joana Lina, que vai se dedicar somente ao cargo de governadora de Luanda - província que vive uma crise de saneamento básico há quase três meses.

A decisão saiu da quinta sessão ordinária do Comité Central, orientada pelo presidente do MPLA, João Lourenço, realizada na passada terça-feira (06.04), em Luanda.

Conhecido como grande mobilizador das massas, Bento Bento dirigiu o MPLA na província de Luanda, entre 2007 e 2016. Neste ano pré-eleitoral, foi "repescado" para o Bureau Político.

Caso IURD: Mais missionários brasileiros devem deixar Angola

Pelo menos 50 missionários brasileiros ligados à antiga liderança da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola estão a ser notificados para sair do país dentro de oito dias, segundo o Jornal de Angola.

A informação foi avançada este sábado (10.04) ao Jornal de Angola pelo porta-voz do Serviço de Migração e Estrangeiros (SME), que justificou a decisão com a situação migratória irregular dos missionários.

O comissário Simão Milagre indicou que o SME recebeu da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola uma lista com 51 missionários brasileiros com vistos de permanência no país caducados. "Não posso confirmar se são bispos, pastores ou obreiros", disse.

Em declarações à Rádio Nacional de Angola, o pastor brasileiro Valdir de Sousa, que encabeçou uma delegação que se deslocou ao SME, confirmou que recebeu a notificação das autoridades.  

"Recebemos a notificação de abandono do país e temos oito dias para sair de Angola, porque, supostamente, a Igreja Universal do Reino de Deus já não está a renovar as cartas de chamada para missionários brasileiros", contou.

“Obstinação doentia do líder do PAIGC é uma das causas da fragilidade do partido”

O dirigente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), António Oscar Barbosa (Cancan), alertou os militantes, dirigentes e simpatizantes daquela formação política que a “obstinação presidencial doentia do líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, é uma das causas da fragilidade política em que se encontra o partido”. 

Cancan, como é carinhosamente  chamado pelos seus próximos, membro do Bureau Político e antigo Secretário para a Informação, Comunicação e Documentação do partido, fez esta chamada de atenção em carta de nove páginas datada de 01 de Abril de 2021, que terá dirigido ao presidente do Conselho Nacional da Jurisdição e Fiscalização (CNJF) do PAIGC, Francisco Benante, a que a redação do Jornal O Democrata teve acesso.      

Na carta, António Oscar Barbosa fez várias críticas à atual liderança do Domingos Simões Pereira, afirmando  que a agenda e ambição presidencial do líder do PAIGC é incompatível e contrária aos interesses do partido. Acrescenta que depois das eleições presidenciais, o partido devia voltar a focar-se no seu objetivo estatutário e programático, a governação. 

“Em primeiro lugar quero testemunhar ao CNJF todo o meu desagrado e profunda tristeza pelo facto de registar com bastante mágoa, o total silêncio e desprezo de que fui alvo, sendo membro do Bureau Político reeleito pelo IX Congresso do PAIGC e do seu Secretariado Nacional, enquanto Secretário para a Comunicação, Informação e Documentação, reeleito pelo Comité Central do Partido e alvo de uma campanha insidiosa (calúnias, insultos e ameaças) vindas de quase todos os quadrantes de gente ligada, de uma maneira ou outra, à vida do Partido e alguns até usufruindo de amizades pessoais no seio das mais altas figuras do PAIGC”, lê-se na carta.

Cancan diz que os estatutos recomendam que o presidente do partido é candidato ao cargo do Primeiro-ministro, pelo que ao candidatar-se à Presidência da República [sem renunciar ao cargo do presidente do partido] e depois recusar aceitar o veredicto das urnas, arrastou o partido para um conflito que lhes custou a governação, confirmando assim, que “o interesse e a agenda do presidente é contrária aos interesses do partido. Se não fosse esse conflito de interesses, hoje o PAIGC seria governo”. 

ELEIÇÕES | Janira vai porta a porta pedir o voto num "Cabo Verde para todos"

Na campanha para as legislativas de 18 de abril, a candidata do PAICV andou pelo bastião de Santa Cruz à procura de votos que levem o partido de volta ao poder, após cinco anos.

e bairro em bairro, ao som do Janira mulher guerreira e envolvida numa onda amarela de apoiantes, a líder da oposição cabo-verdiana e do PAICV vai casa a casa pedir o voto para construir um "Cabo Verde para todos". A campanha para as legislativas de 18 de abril entrou na segunda semana e Janira Hopffer Almada jogou em casa, ou não fosse o município de Santa Cruz, norte da ilha de Santiago, uns dos bastiões do Partido Africano da Independência de Cabo Verde, que aposta tudo em voltar ao poder, cinco anos depois.

São 10h00 e a líder do PAICV, que pela segunda vez tenta ser a primeira mulher a chefiar um governo em Cabo Verde, chega do concelho vizinho de São Miguel e é recebida em festa ainda à entrada em Santa Cruz por centenas de apoiantes, bombos e ao som da música estridente que sai das colunas montadas em carros de apoiantes: "Janira mulher guerreira. É a nossa líder."

Sahara Ocidental | Emmanuel Macron nas pegadas de Donald Trump

Até onde irá o desprezo da França pelo direito internacional no Saara Ocidental?

Jean-Paul Lecoq

Dez dias antes das discussões no Conselho de Segurança das Nações Unidas para a renovação da Missão das Nações Unidas para a organização de um referendo no Sahara Ocidental, Minurso, ficamos a saber que o partido de Emmanuel Macron decidiu “comemorar os cinco anos desde o nascimento do movimento ”para abrir uma filial do “En Marche” em Dakhla, indicando que está localizada nas“ Províncias do Sul ”de Marrocos.

No entanto, Dakhla é uma cidade do Sahara Ocidental que está ocupada por Marrocos há mais de 40 anos, conforme indicado pelo direito internacional e mais de quarenta resoluções das Nações Unidas!

Essa escolha do partido presidencial contra o direito internacional está de acordo com a escolha de Donald Trump, embora seja ainda pior, já que é feita de forma sinistra e dissimulada.

Maneira sui generis de comemorar um aniversário maculando as resoluções das Nações Unidas! Porque não há palavras suficientemente duras para qualificar essas violações do direito internacional, embora os presos políticos saharauis sejam torturados durante uma década pela sua luta pela liberdade e que o Comité das Nações Unidas contra a Tortura tenha condenado Marrocos duas vezes por ter torturado repetidamente presos saharauis.

Em vez de enxugar os pés no direito internacional e colocar lenha na fogueira, alimentando as tensões no Magrebe, o partido presidencial e Emmanuel Macron, o seu líder, fariam melhor em olhar para o sofrimento do povo saharaui e sobre as questões da paz.

Que vergonha aqueles que desprezam o direito dos povos à autodeterminação!

Vergonha para aqueles que vendem o direito internacional por interesses eleitorais na véspera das eleições locais e nacionais!

Que vergonha para aqueles que usam conflitos internacionais para aumentar sua popularidade a meio mastro: Netanyahu, Trump e Macron, a mesma luta?

POR UN SAHARA LIBRE

Nova manifestação estudantil na Argélia pela libertação de detidos

Uma concentração de estudantes, professores e simpatizantes voltou hoje às ruas de Argel para exigir a libertação de ativistas e presos por delito de opinião, após a confirmação da prisão preventiva para 24 manifestantes detidos no fim de semana.

O protesto, que todas as terças-feiras junta uma maioria de estudantes, decorreu hoje sem incidentes apesar dos apelos para a libertação dos ativistas detidos no fim de semana durante uma ação de rua do movimento 'Hirak', indicou a agência noticiosa AFP.

"Libertação dos detidos", brandiram os manifestantes que exibiam cartazes com as fotos dos prisioneiros.

Na segunda-feira, 24 manifestantes foram detidos por "atentado à unidade nacional", após serem interpelados durante uma marcha do 'Hirak' que decorreu no sábado em Argel, indicou o Comité Nacional para a Libertação dos Detidos (CNLD).

Líbia devastada por senhores da guerra

Paul Martial | L’Anticapitaliste

Aniversário muito amargo para os líbios, dez anos após a revolução que levou à queda de Khadafi. Alguns podem contestar o próprio termo revolução.  No entanto, acabou sendo uma revolta popular que derrubou uma ditadura com mais de 40 anos.

Kadhafi manteve o poder por cálculos inteligentes na compra de paz social através da riqueza do petróleo, e apoio político e divisão entre as diferentes tribos que compõem o país. Esse poder também foi mantido por uma repressão feroz contra todos aqueles e todos aqueles que poderiam ser uma ameaça real ou imaginária ao líder supremo.

As mobilizações da "Primavera Árabe" varrerão Gaddafi mesmo que os líbios sejam rapidamente despojados de sua revolução pela intervenção militar da França e da Grã-Bretanha apoiada pelo governo Obama. Uma intervenção que excedeu em muito a votação da resolução 1973 do Conselho de Segurança da ONU. Previa a proteção de civis, mas não a derrubada do regime. Isso não impedirá David Cameron e Nicolas Sarkozy, a conselho de Bernard-Henri Lévy, de se imporem no processo revolucionário.

Com sua intervenção na Líbia, a França tentará esconder décadas de apoio às ditaduras árabes. Recordaremos a intervenção de Michèle Alliot-Marie, Ministra dos Negócios Estrangeiros, que ofereceu ao ditador tunisino Ben Ali o know-how da França "para resolver situações de segurança deste tipo" .

KILL THE BILL

Anabela Fino*

Na Grã-Bretanha está em curso a aprovação final de legislação cujo conteúdo é o de um Estado policial. Com ela, as autoridades terão praticamente carta branca na repressão, não do crime, mas de qualquer acção pública de protesto. Vem na embalagem de um confinamento que banalizou o policiamento de toda a vida quotidiana, que veda a rua aos vulgares humanos, que limita e anula direitos e liberdades. Não é só na Grã-Bretanha que tal se verifica, e o alerta vem tão a propósito ali, como em França, como provavelmente em Portugal.

A consigna «Kill the Bill» que por estes dias ressoa em diversas cidades britânicas parece o nome de uma banda desenhada ou de um filme de cowboys da série B, mas não é de nada disso que se trata e o caso está longe de se situar no domínio da ficção.

Vertida para português, a palavra de ordem traduz a ideia de «matem o projecto de lei», referindo-se à legislação de mais de 300 páginas sobre Polícia, Crime, Penas e Tribunais, a aplicar em Inglaterra e no País de Gales, que dará à polícia e ao ministro do Interior britânicos amplos poderes para limitar a liberdade de manifestação.

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