Jorge Figueiredo
Carnets de guerre COVID-19 , de Didier Raoult, tem um subtítulo significativo: "O maior escândalo sanitário do século XXI". A obra, publicada este ano, conta a trajectória de um sábio com mais de 3000 artigos publicados que tentou (e tenta) estabelecer alguma racionalidade quanto à chamada pandemia. Semana a semana, em intervenções no You Tube desde 14/Janeiro/2020 até o fim de 2020, tem sido uma batalha tenaz para cumprir o que é o dever de qualquer médico: curar os seus pacientes – mas forças poderosas tentaram (e tentam) impedi-lo.
Parece simples dizer que a obrigação de um médico é curar os pacientes – essa é a história milenar da medicina. O raciocínio médico clássico segue três etapas: 1) parte dos sintomas; 2) chega ao diagnóstico e 3) procura a terapia. Assim, a preocupação imediata diante de uma nova doença não é a descoberta de uma vacina pois estas vêm quando vêm. Podem-se passar anos até o surgimento de uma e até pode acontecer que isso nunca se verifique (para muitas doenças, como a malária por exemplo, não existem vacinas). Mas no caso desta pandemia toda a lógica foi invertida.
O que está por trás disto? O Prof. Raoult nos conta passo a passo. Como
director do Instituto de Infectologia de Marselha (IHU), ele acompanhou todos
os surtos infecciosos das últimas décadas (Ébola, MARS, vaca louca, antrax,
gripe aviária, chicungunha, etc). Além disso, teve o benefício da colaboração
de cientistas chineses, que rapidamente conseguiram efectuar a análise das
sequências do ADN e do ARN dos novos micro-organismos. Ele denuncia "a grande
deriva da OMS", cujo alarmismo foi propagado pelos media até ao ponto que
se pode chamar de terrorismo sanitário.
No IHU de Marselha o Prof. Raoult tomou as providências para receber os novos
infectados pelo coronavirus, inclusive com câmaras de isolamento. Acerca das
medidas preventivas, ele é categórico: "A única coisa que se demonstrou
funcionar é a lavagem de mãos", assim como o álcool. Quanto à utilização
de máscaras, "a única coisa que foi demonstrada é para os médicos que cuidam
dos pacientes infectados, para os próprios infectados e para os médicos em
geral". Esta contenção contrasta com a imposição generalizada de máscaras
nas ruas, agora promovida pelas autoridades de saúde.
Os cientistas chineses, além de isolarem o vírus de modo quase imediato
começaram as testar todas as moléculas, inclusive as antigas. Descobriram assim
que a cloroquina, que já funcionava com o SARS, funciona também sobre o novo
vírus. "Eles dizem que a cloroquina não custa nada, que é provavelmente o
medicamento mais seguro e mais prescrito no mundo, todas as pessoas o tomavam
todos os dias para a profilaxia do paludismo. (...) Portanto este vai ser o
tratamento de referência" (p. 46). Em consequência, a cloroquina,
prescrita há mais de 80 anos e utilizada em mais da metade do mundo, foi o
tratamento adoptado no IHU.