sexta-feira, 6 de agosto de 2021

As pegadas do Pegasus na espionagem global

José Goulão * | AbrilAbril | opinião

Numa sociedade de vigilância, da qual os poderes e interesses dominantes extraiam vantagens específicas as vítimas serão sempre os cidadãos, a esmagadora maioria dos quais ignoram a devassa da sua privacidade.

A sociedade de vigilância avança a todo o vapor num ambiente sem regulamentações nacionais ou internacionais porque, nesta matéria, o direito é sempre muito mais lento que a capacidade de explosão tecnológica. Além disso, como facilmente se percebe através das situações aproveitadas na esteira do combate à Covid-19, as elites governantes mundiais convivem muito bem com esta discrepância entre as leis e o desenvolvimento da tecnologia, da mesma maneira que vão violando os direitos humanos enquanto juram que os defendem.

O mais recente exemplo identificado de assalto à privacidade dos cidadãos é o software Pegasus, de produção israelita: aspira tudo o que está contido nos smartphones individuais, desde as conversas aos contactos, mensagens e o mais que exista nos discos rígidos dos aparelhos. Para entrar em funcionamento não é preciso que o titular do aparelho faça alguma coisa porque ele penetra, sorrateiro, e cumpre a sua missão como qualquer vírus1.

Pegasus é obra de agentes da unidade 8200 dos serviços de espionagem militar israelita e de elementos do Mossad, que se transferiram das suas funções públicas para a propriedade de uma empresa privada chamada Grupo NSO, a quem cabe negociar as vendas com governos estrangeiros mas tem na rectaguarda o aparelho de Estado sionista.

Centros de Saúde sem condições e a funcionarem mal

Centros de Saúde sem condições para avaliar casos suspeitos de Covid-19

Em antecipação ao artigo exposto a seguir, via AbrilAbril, que refere a inoperacionalidade e cumprimento adequado, que é implícito aos Centros de Saúde em Portugal, fazemos notar que para além do referido no artigo que segue, existem imensos Centros de Saúde que estão em falta nas obrigações de cumprimento daquilo que nas normas e na lei está regulado. Em Lisboa há Centros de Saúde que "empurram" os doentes para os hospitais quando não se justifica. O argumento é o covid-19 e adultos e crianças vêem a assistência médica negada por estes centros e por médicos. A situação vai-se arrastando há tempos, havendo quem precise de uma consulta médica normalíssima mas que a vê negada. Até quando? (PG)

Os centros de saúde de Almada e do Seixal deixaram de garantir condições de segurança para observação de doentes com queixas respiratórias, denuncia o sindicato.

Em comunicado, o Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS) refere que, após inúmeras queixas de profissionais e utentes, apresentou uma providência cautelar para garantir que as normas da Direcção-Geral da Saúde (DGS) são cumpridas.

O objectivo é o de reverter a decisão, por parte da Direcção do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) Almada-Seixal, de instalar as Áreas Dedicadas a Doentes Respiratórios (ADR) nos seus centros de saúde, sem garantir as mínimas condições de segurança para profissionais e utentes.

O sindicato denuncia que a Direcção do ACES Almada-Seixal decidiu encerrar a ADR que funcionava no Seixal, em instalações independentes cedidas pela autarquia, com base no argumento de um «reduzido número de novos casos de Covid-19», apesar do aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo.

Chega diz desconhecer que tem neonazis nas suas fileiras

Com todo o descaramento o Chega – que é uma chaga nesta democracia lusa tão deficitária – afirma desconhecer que tem neonazis nas suas fileiras. É sabido que descaramento não falta a Ventura e aos seus “muchachos” e suas “muchachas”. E ainda lhe vão perguntar? 

Também é sabido que o Chega é constituído por racistas de primeira água (suja), assim como também se tem comprovado pelos seus dizeres que pelo menos são uma das antecâmaras do nazismo a aproveitar-se da democracia deficitária que existe em Portugal, na União Europeia, no mundo ocidental eivado de neoliberais e criminosos do capital.

O Expresso, em trabalho dos jornalistas da casa, levanta a ponta do véu das dúvidas infantis e ingénuas que contém e foi esclarecer se o Chega tem conhecimento da “infiltração” de neonazis nas suas fileiras. O Chega respondeu que desconhece mas que está a investigar. Resposta esperada e evidente. Ou queriam que a colheita de resposta tivesse sido afirmativa, ao estilo: “Sim senhor, temos neonazis nas nossas fileiras com muito prazer”?

Numa assentada: Só não sabe quem não tem os cinco alqueires bem medidos na carola ou esterco em vez de miolos, que o Chega é neonazi, que é racista, de acordo com a sua doutrina, e que se cometer violência descarada, reconhecendo-a, só tem a perder. Por tal tem de fazer de conta que é um partido político democrata e tolerante – quando não o é. Como os apaniguados de Hitler e do nazismo aproveita-se da democracia, das eleições, dp populismo descarado e manipulante, para se ir impondo e crescer. Depois, conseguindo-o, é o que se sabe, o nazismo, a desumanidade, os crimes, são mostrados puros e duros.

Está mais que provado que temos compatriotas, cidadãos, vizinhos, que parece que são cegos. Lamentável e muito perigoso.

Do Expresso deixamos um lamiré do que a propósito é publicado contidamente. Só um resumo. Para ler na integra é exigido que sejamos assinantes… As finanças de uma larga maioria “anda curta”, uma constatação infeliz deste Portugal tão roubado e vilipendiado pelos senhores da política, da alta finança e outros vigaristas – aqueles de poderes que se vieram implantando pé ante pé após o 25 de Abril de 1974.

“Fascismo nunca mais” – diziam os portugueses a plenos pulmões após a queda do regime salazarista e colonial-fascista… Pois. Veremos se assim será.

MM | PG

Portugal | Groundforce: "handling" de pressão

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

A insolvência da Groundforce, decretada pelos Juízos de Comércio do Tribunal da Comarca de Lisboa na sequência de um pedido da TAP, é o culminar de uma luta de meses entre a companhia aérea e a Pasogal de Alfredo Casimiro e injecta - directamente na empresa - um capital de esperança e dois administradores de insolvência.

A Groundforce há muito que deixou de ser uma empresa que presta serviços de apoio em terra a aeronaves, passageiros, bagagem, carga e correio. A Groundforce dedicou-se a ser uma empresa de "handling" de pressão, intolerável, sobre os seus 2400 trabalhadores. Uma empresa perita em "bullying" que utiliza os seus trabalhadores como plataforma de pressão. Nas últimas semanas, Alfredo Casimiro serviu-nos todos os tipos de golpes de teatro, golpeamentos baixos para quem vive todos os dias com o fantasma do incumprimento salarial e a porta dos fundos aberta para a progressão das carreiras.

Nos últimos 15 dias, assistimos a salários por pagar pela Groundforce, a vencimentos, subsídios de férias e anuidades pagas directamente pelo Estado aos trabalhadores e à antecipação de pagamento de facturas por serviços prestados (mas não vencidos) para regularizar salários do mês de Julho, à recusa da empresa de "handling" de aceitar transferências da TAP, à decisão do Juízo Central Cível de Lisboa que declarou improcedente a providência cautelar interposta pela Pasogal para impedir o Montepio de alienar a sua participação na Groundforce, a propostas rejeitadas por Alfredo Casimiro que o próprio anunciou como aceites em praça pública. É evidente que é necessário alterar a estrutura acionista da Groundforce. Há uma quebra total dos laços de confiança e de lealdade entre a TAP, através do Estado português, e a Pasogal de Alfredo Casimiro. E essa ruptura é uma ferida há demasiado tempo aberta.

Não há coincidências. A 10 de Maio, a assembleia-geral de accionistas da Groundforce deliberou a destituição do presidente executivo, Paulo Neto Leite, por justa causa decorrente de actos lesivos à empresa. Alfredo Casimiro assume, então, a presidência executiva. Nesse mesmo dia, porque não há coincidências, a TAP requereu a insolvência da Groundforce na qualidade de credora, justificando que o objetivo da acção passava por salvaguardar "a viabilidade e a sustentabilidade da mesma, assegurando a sua atividade operacional nos aeroportos portugueses". Recentemente, Paulo Neto Leite integrou o grupo que fez uma oferta de compra ao Montepio das acções que ainda detém na Groundforce, entre elogios ao comportamento do Estado português e ao ministro das Infraestruturas e Habitação, Pedro Nuno Santos. Justificados, já agora. Desde a inconcebível e lesiva privatização da TAP de 2015 que é tempo de identificar e isolar agiotas.

*O autor escreve segundo a antiga ortografia

*Músico e jurista

As ilusões peculiares dos liberais ocidentais

# Publicado em português do Brasil

Tim Anderson * | Al Mayadeen

Todos amam a liberdade individual, principalmente aqueles que sofreram sob as botas coloniais. Mas nas culturas ocidentais, a liberdade individual foi elevada ao status de culto, distorcendo as percepções sociais.

Não que as sociedades ocidentais sejam baseadas na liberdade individual, longe disso. Embora haja uma versão idealista do liberalismo ocidental, o projeto histórico real do liberalismo anglo-americano sempre foi o de liberdades aplicadas seletivamente para beneficiar as elites poderosas.

É por isso que a 'Revolução Inglesa' do século 17 levou a uma explosão massiva no comércio privado de escravos , a 'Revolução Americana' do século 18 falava de liberdades universais ao expandir o maior sistema escravista da história humana , enquanto os liberais ingleses da O século 19 elogiou o colonialismo britânico e o neoliberalismo norte-americano dos séculos 20 e 21 que impulsionou guerra após guerra pela dominação "hegemônica".

Ainda assim, no nível da cultura popular ocidental, incluindo muitos dos críticos de seus próprios sistemas sociais, o individualismo e o libertarianismo continuam muito populares. De fato, para muitos, o individualismo se tornou um artigo de fé e um substituto para princípios sociais maduros.

Isso levou a uma série de ilusões peculiares, mesmo entre aqueles que são críticos de seus próprios regimes neocoloniais. 

Esses liberais são enganados por seu individualismo constitutivo ou metodológico (vendo a liberdade individual como fundamental, em vez de um fruto do desenvolvimento social), por uma consequente apreciação limitada das lutas sociais e conquistas sociais e por uma voz e auto-imagem imperiosas, que os obriga a pronunciar-se com autoridade aparente sobre praticamente tudo. 

Essa é uma mistura muito ocidental, pouco dela é vista nas culturas pós-coloniais.

Guerra Suja do Governo Britânico contra a Síria

# Publicado em português do Brasil

Steve Sweeney | Al Mayadeen

A descoberta de um “fundo secreto para grupos jihadistas” do governo britânico de £ 350 milhões não deixa dúvidas de que a Grã-Bretanha está travando uma guerra suja secreta contra a Síria.

Jornalistas investigativos do Reino Unido desclassificado publicaram os resultados da pesquisa na semana passada detalhando como o Fundo de Conflito, Estabilidade e Segurança do governo clandestino (CSSF), que parece ter muito pouca supervisão, tem financiado projetos de oposição na Síria há anos.

Naturalmente, Westminster se manteve tímido sobre exatamente quais grupos estão recebendo o dinheiro dos contribuintes britânicos, recusando-se a fornecer mais detalhes do que o necessário. Ele se esconde por trás de noções vagas de “segurança nacional” para justificar sua falta de transparência.

A CSSF se dedica a apoiar “Grupos Armados Moderados” na Síria, embora não esteja totalmente claro quais organizações se referem. 

Mas, dado que a maioria dos projetos opera em áreas controladas por organizações afiliadas à Al-Qaeda, é razoável concluir que eles provavelmente são grupos jihadistas que, segundo a própria definição do governo britânico, seriam classificados como facções terroristas.

EUA continuam a roubar toneladas de petróleo à Síria (vídeo)

Ocupação dos EUA contrabandeia petróleo roubado da Síria para o norte do Iraque

# Publicado em português do Brasil

A ocupação militar dos EUA continua a exportar petróleo roubado da Síria da governadoria de Al-Hasakah para o território iraquiano.

Os militares dos EUA continuam a exportar petróleo sírio roubado da governadoria de Hasaka para o território iraquiano, em paralelo com suas contínuas viagens de vaivém por vilas e cidades rurais para recrutar tribais árabes para trabalhar nele, como parte do esquema chamado "Despertar".

Fontes tribais confirmaram ao "Sputnik" anteriormente que a nova medida americana não atraiu atenção suficiente dos homens das tribos no interior do governadorado de Al-Hasakah, projetando uma rejeição mínima a esta medida porque a ocupação americana está por trás das tragédias, particularmente no Jazira região e Síria em geral.

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