Olimpíadas, e um balanço vergonhoso para toda a humanidade…
Martinho Júnior, Luanda
O "hegemon" espelha-se de forma nociva no desporto global: o desporto está a ser um negócio! África ultraperiférica continua a ser o grande perdedor!
01- O mercenarismo e o dinheiro estão de há largas décadas e paulatinamente e à prova de gerações, a tomar conta do desporto e as Olimpíades de Tóquio foram um espelho disso, não havendo ninguém a denunciar o que há de tanto arbítrio na fabricação dos mercenarismos!
Levanto eu aqui uma ponta dum véu que deveria estar na ordem do dia para quem tanto se arroga como paladino de direitos humanos!
Deste modo não se vai despir a paz, a educação, a saúde e a justiça social global, das vestes da hipocrisia e do cinismo que continuam a fazer-se prevalecer!
Uma percentagem significativa das medalhas foram para atletas africanos que correm por outros países, entre Estados Unidos, Canadá, países europeus e do Médio Oriente Alargado..
Esse “fenómeno” que ilustra bem África como ultraperiferia, beneficia entre outros as antigas potências coloniais, as que melhor “atracção” oferecem nas suas áreas de influência: Grã-Bretanha, França, Bélgica, Holanda e Portugal espelham o que está a acontecer, influindo no quadro de medalhas.
A situação de conflitos em cadeia influi na actual situação, obrigando a ondas e ondas de refugiados que, em muitos casos, nos países de acolhimento passam a dedicar-se ao desporto e são absorvidos como atletas representativos nacionais…
O agravamento da situação climático-ambiental vai decerto agravar o actual quadro de migração que alimenta a representação europeia utilizando atletas de alta competição que têm origem sobretudo em África!
Entre os africanos mais lesados estão a Etiópia, a Somália e o Quénia!