Amnistia Internacional pede aos EUA para retirar acusações contra Assange
A Amnistia Internacional (AI) pediu hoje ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, para que sejam retiradas as acusações contra o fundador da Wikileaks, Julian Assange, cuja extradição de Londres é reclamada por Washington.
O Supremo Tribunal britânico fará quarta-feira uma audiência preliminar sobre o recurso que a Justiça norte-americana apresentou contra a decisão de um tribunal de Londres rejeitar a transferência de Assange sob o fundamento de que há risco de suicídio.
"A tentativa do Governo dos Estados Unidos de fazer com que o tribunal mude a decisão [...] reivindicando novas garantias diplomáticas é um jogo flagrante de prestidigitação jurídica", disse o diretor da AI para a Europa, Nils Muiznieks, num comunicado.
Em janeiro passado, a justiça britânica decidiu não extraditar Assange, sobre quem pendem 18 acusações de espionagem e de intrusão informática que, em conjunto, pode configurar, nos Estados Unidos, uma pena de prisão até 175 anos.
As revelações no portal digital WikiLeaks expuseram segredos sobre as ações dos Estados Unidos no Iraque e no Afeganistão, informações sobre detenções extrajudiciais na prisão de Guantánamo (na ilha de Cuba) e telegramas diplomáticos que revelaram abusos dos direitos humanos em todo o mundo.
O ativista australiano continua encarcerado na Prisão de Alta Segurança Belmarsh (sudeste de Londres), já que a juíza Vanessa Baraister negou o pedido de liberdade condicional enquanto o recurso dos Estados Unidos estiver a ser analisado.
Assange "ainda não ganhou o caso", advertiu a magistrada ao ler a decisão.
"Pela justiça, os Estados Unidos podem questionar a minha opinião, mas, se Assange fugir durante o processo, perderá a oportunidade de o julgar", disse a juíza que negou a extradição por motivos de saúde, mas rejeitou os restantes argumentos apresentados pela defesa.
Notícias ao Minuto | Lusa | imagem: © Reuters
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