sexta-feira, 1 de outubro de 2021

EUA consideram o sequestro e até o assassinato de Assange

# Publicado em português do Brasil

Chip Gibbons | Jacobin

Enquanto o governo dos Estados Unidos luta para extraditar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, um novo relatório bombástico revelou o quão longe a CIA contemplava ir em sua guerra contra o jornalista australiano. Pesava não apenas sequestrar, mas assassinar Assange.

No mês que vem, promotores britânicos, em nome do governo dos Estados Unidos, argumentarão perante a Suprema Corte britânica que a decisão de um juiz de bloquear a extradição do jornalista australiano Julian Assange deve ser anulada. Isso marcará o último ataque legal dos Estados Unidos contra o fundador do WikiLeaks. Ainda assim, enquanto a Suprema Corte se prepara para ouvir os argumentos que ajudarão a decidir se Assange será julgado nos Estados Unidos, uma imagem mais completa e sombria emergiu da campanha extralegal do governo dos EUA contra Assange.

Uma investigação bombástica do Yahoo News , baseada em entrevistas com mais de trinta ex-funcionários dos EUA, dá o quadro mais detalhado até o momento da guerra da CIA contra o WikiLeaks. E é realmente perturbador. As táticas avaliadas pela CIA sob o comando de Mike Pompeo - incluindo sequestro e assassinato - eram tão radicais que até alarmaram membros do Conselho de Segurança Nacional e advogados da Casa Branca, dificilmente partidários de Assange.

Alguns ficaram tão preocupados com a legalidade do que a CIA estava propondo que alertaram os comitês de supervisão do Congresso. De acordo com Michael Isikoff, um dos três repórteres que trabalharam na história do Yahoo News , as discussões sobre o sequestro de Assange “foram um dos debates de inteligência mais controversos da presidência de Trump, e tudo foi feito em segredo. O público não tinha ideia de que isso estava acontecendo. ” Pompeo respondeu publicamente às alegações, afirmando que aqueles que falaram com o Yahoo deveriam ser processados ​​por expor  as atividades da CIA. Mas ele admitiu que "partes disso são verdadeiras".

O pragmatismo de Merkel fez a ponte entre o leste e o oeste

# Publicado em português do Brasil

Johanna Ross* | Global Research / InfoBrics

Poucos líderes mundiais, se houver, terão um verbo em sua língua com o nome deles. Angela Merkel é uma exceção a isso. ' Merkeln ' no vernáculo juvenil alemão, cunhado há cerca de uma década, significa, de acordo com o editor de dicionário alemão Langenscheidt, “não fazer nada, não tomar decisões, não emitir declarações”.

A reticência de Merkel em relação à tomada de decisões passou a ser uma característica de seu governo de 16 anos. Por isso, ela recebeu críticas de muitos setores, com jornalistas agora avaliando seu legado como um que, embora estável, era desprovido de qualquer desenvolvimento realmente inovador.

Em uma nota positiva, Merkel efetivamente conduziu a Alemanha através de várias crises: a crise financeira de 2008 e os problemas econômicos que se seguiram; o êxodo de refugiados que fugiram da Síria devastada pela guerra em 2015 e a recente pandemia de Covid. Mas o país ainda está atrasado no que diz respeito à inovação tecnológica e digitalização, com Merkel se referindo à internet como um " território desconhecido ", pelo qual foi ridicularizada.

A realidade é que a Alemanha no século 21 não está totalmente à altura da era da informação, com escolas clamando por computadores modernos e autoridades de saúde ainda dependendo de aparelhos de fax em vez de e-mail. Ao contrário dos países europeus vizinhos, muitos serviços municipais ainda não estão disponíveis online. Na verdade, um relatório da UE este ano classificou a Alemanha em 21º lugar entre os 27 países membros do bloco (mais o Reino Unido) por oferecer serviços online aos seus cidadãos. O problema foi destacado durante a pandemia de Covid, já que muitas escolas simplesmente não foram criadas para ensino à distância.

Uma tentativa de golpe no FMI

# Publicado em português do Brasil

Kristalina Georgieva, diretora geral do FMI desde 2019, tem sido uma destacada líder no combate à crise econômica causada pela pandemia, assim como no posicionamento do Fundo como pioneiro global na luta contra o aquecimento global. Os atuais esforços para removê-la do cargo não são apenas injustos, eles podem comprometer a administração do Fundo por anos

Joseph E. Stiglitz* | em Carta Maior

NOVA YORK – Existem atualmente iniciativas visando substituir, ou pelo menos enfraquecer, Kristalina Georgieva, diretora geral do Fundo Monetário Internacional desde 2019. Trata-se da mesma Georgieva cuja magnífica resposta à pandemia proporcionou rapidamente fundos para que países não naufragassem e para que fosse enfrentada a crise de saúde. Ela defendeu com sucesso a emissão de US$ 650 bilhões em “dinheiro” do FMI (direitos especiais de saque, ou DES) essenciais para que países de média e baixa renda se recuperassem. Além disso, ela posicionou o FMI para assumir uma liderança global na resposta à crise existencial da mudança climática.

Por todas essas iniciativas, Georgieva deveria receber aplausos. Então, qual é o problema? E quem está por trás dos esforços para desacreditá-la e removê-la?

O problema é um investigação que o Banco Mundial contratou com o escritório de advocacia WilmerHale referente a um relatório anual do banco, Doing Business, que classifica os países de acordo com a facilidade em se abrir e operar firmas comerciais. A investigação alegou –ou, para ser mais preciso, sugeriu – que houve impropriedade envolvendo China, Arábia Saudita e Azerbaijão nos relatórios de 2018 e 2020.

Portugal | Os foragidos


Henrique Monteiro | HenriCartoon

PS, PSD, CDS-PP, CH e IL contra aumento do salário mínimo

PORTUGAL

Cinco partidos votaram contra o projecto de resolução do PCP que recomendava ao Governo o aumento do salário mínimo nacional para 850 euros. 

A resolução, que foi votada esta manhã em sessão plenária no Parlamento, obteve os votos favoráveis de PCP, BE, PAN, PEV e das deputadas não inscritas Joacine Katar Moreira e Cristina Rodrigues.

No debate da iniciativa, ontem, o PCP insistiu no aumento do salário mínimo nacional para 850 euros (actualmente está nos 665 euros), pressionando o PS para clarificar a sua posição sobre a questão.

A comunista Diana Ferreira apontou que a resposta aos problemas nacionais exige uma valorização do trabalho e dos trabalhadores, a valorização geral dos salários, de carreiras, a revogação de normas gravosas da legislação laboral, o combate à precariedade, entre outras medidas.

«Uma resposta global que nenhum Orçamento pode ignorar no seu conteúdo nem no caminho que aponta, mas vai além do Orçamento do Estado no conjunto de medidas e opções que precisam de ser concretizadas», alertou.

Portugal | O espelho de Rendeiro

Miguel Guedes* | Jornal de Notícias | opinião

João Rendeiro foi um banqueiro sem escrúpulos, um dos principais responsáveis pela falência do nosso sistema bancário, lesando-o em 450 milhões de euros com a falência do Banco Privado Português (BPP), arrastando para a desgraça milhares de pessoas e uma economia inteira.

Em 2013, o Banco de Portugal condenou-o a uma multa de 1,5 milhões de euros e, em 2015, a CMVM condenou-o ao pagamento de mais 1 milhão. Em 2020, foi condenado a 5 anos e 8 meses de prisão por falsidade informática e falsificação de documento (sabendo-se - há um mês - que a decisão era definitiva, após o Tribunal Constitucional ter rejeitado a admissão de recurso). Há quatro meses, condenado a 10 anos de prisão efectiva por abuso fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais. Na terça-feira, condenado a 3 anos e 6 meses de prisão por burla qualificada. Ao todo, uma bonita soma de mais de 19 anos de prisão em três processos que apenas o obrigaram, pela benevolência e confiança da justiça, ao longo do tempo e apesar de sucessivas condenações, à mais benigna medida de coacção prevista na lei, o termo de identidade e residência.

Verdade, a quanto obrigas e feres as ilusões em saldo

O conteúdo do Expresso Curto desta sexta-feira está disposto mais em baixo, o artífice da prosa é David Dinis, do Expresso. Claro que, como deverá saber, o Expresso é um derrame, desde há décadas, vertido do então jovem Francisco Pinto Balsemão do opaco Bilderberg, da Quinta da Marinha dos muitíssimo ricaços – que dizem que para possuir fortunas se fartaram de trabalhar…

Desses existem os que devem de se sentir muito bem ao dizê-lo frente ao espelho pontapeando pela surra as consciências sabujas que como o grilo do Pinóquio desata a trautear verdades passadas que os inquietam. Tudo bem. Afinal para a ganância não existe remédio e até os muito pobres são por essa maleita atacados. Coitados, raramente, muito raramente, conseguem singrar e melhorar as suas vidas um poucochinho. Ao minimo descuido voltam a cair na miséria e na exploração atroz.

Alguns dizem que existe um chá de consciência de classe dos explorados e oprimidos nestas democracias de faz-de-conta em vigor. Chá que poderia contribuir para amenizar a dita ganância, corrupções, roubos dos de colarinhos brancos, esclavagistas e etc. e tal. Dizer dizem, mas é facto que vimos que existe é o adeus chá porque cada vez estamos piores. Mais enganados, mais roubados, mais vilipendiados, mais pobres, mais controlados, mais oprimidos e com a ação-psicossocial à solta a querer convencer-nos que somos sortudos, muito felizes, justiçados, a viver numa sociedade de competentes governantes e afins. Uma sociedade de leite e mel… Tretas, para vigarizar maloios. Oh, sim.

Eis que sabemos que estamos a pregar no deserto e que as víboras atrás referidas, que ondulam nas areias poluídas, se estão nas tintas exultantes da miséria alheia. Exatamente por isso nada mais acrescentamos. Basta desejar bom fim-de-semana, sorte e muitos risos e sorrisos no engano dos plebeus que tão endrominados deambulam pelo globo terrestre e se orgulham das cegueiras que os afetam, julgando que é a democracia, a justiça e outras falsas realidades que nos regulam, como os vendilhões de mentiras tanto propalam. Olhem que, na realidade, não. Nada disso vimos. Toda a falsidade, hipocrisia, corrupções, roubos e debulhos é que são a realidade. Sim, aqui e ali, deparamos com exceções. Tem de ser, caso contrário a revolta em larga escala seria eminente, porque a noção da realidade em que milhões perecem ou sobrevivem já seria impermeável a esperanças de um país melhor, de uma vida melhor, de uma sociedade justa e realmente democrática.

Uma vez mais: bom fim-de-semana. Boas cegueiras. Boas visões da realidade que nos vitima.

Sigam para o Curto, se acharem por bem. É sempre útil saber o que dizem, o que opinam, o que anunciam… E pensar. Isso não dói nada e é algo que nos faz ver melhor o que nos rodeia, como somos e quem somos. Nós, a humanidade maioritária que é vantagem e o azo do abuso de uns poucos, uns quantos mais ou menos energúmenos da humanidade.

Credo. Verdade, a quanto obrigas e feres as ilusões em saldo.

SG | PG

Desconfinamento. O que muda a partir desta sexta-feira?

PORTUGAL

Há 18 meses que não estávamos tão próximos da vida pré-pandemia da covid-19. As novas regras entram em vigor com o mês de outubro. Licença para dançar, jantar com grupos grandes. O que muda e o que se mantém?

última fase do levantamento das restrições impostas para a controlar a pandemia entra em vigor em Portugal continental na sexta-feira, com a reabertura de bares e discotecas e o fim das limitações de ocupação para lojas e restaurantes.

Na sexta-feira, o território continental passa também a estar em situação de alerta, o nível de resposta a situações de catástrofe mais baixo previsto na Lei de Base da Proteção Civil e que vai vigorar até às 23:59 de 31 de outubro.

Conforme previsto nesta terceira fase do desconfinamento, os estabelecimentos comerciais, restaurantes, cafés e a generalidade do comércio deixam de estar sujeitos a um número máximo de clientes ou de pessoas por grupo, sendo também levantadas as restrições aos seus horários de funcionamento.

Os espaços de diversão noturna, encerrados desde março de 2020 devido à pandemia de covid-19, podem reabrir a partir de sexta-feira, numa altura em que o país está prestes a atingir os 85% dos residentes com a vacinação completa.

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