sábado, 25 de dezembro de 2021

CÃO QUE LADRA NÃO MORDE

A GEOESTRATÉGIA MULTIPOLAR EM TORNO DO CONTENCIOSO DE PAZ EMERGENTE QUE TEM COMO FULCRO A RÚSSIA E A CHINA ESTÁ DEFINITIVAMENTE A IMPOR-SE

Martinho Júnior, Luanda

O “hegemon” está a entrar na “quixotesca” fase de sua “última cruzada” contra os emergentes…

A passagem de 2021 para 2022 está a marcar o ocaso da agressividade anglo-saxónica no mundo, com alguns actos que são um arremedo de desespero, inútil e sem possibilidade de dar melhores frutos do que a verborreia de sempre, em nome duma “civilização” que está incapaz de se afirmar substantivamente como tal e não passa duma anacrónica barbárie feudal!

Assim a “civilização ocidental” vai fazendo um exercício de verborreia agressiva própria de palhaços que dão apenas continuidade a uma inércia – de facto o “hegemon” unipolar é já um “tigre de papel” cada vez mais autodestrutivo pela sua voracidade que não respeita sequer os limitados recursos da Mãe Terra!

O “hegemon” que tem seu arraial nos Estados Unidos, está irreversivelmente perdido em suas “genéticas” contradições, estando cada vez mais em causa a sua sustentabilidade sociocultural, sociopolítica, socioeconómica e financeira!

A emergência multipolar é hoje em plena praça como um toureiro que tem hoje em dia uma capacidade acrescida para “lidar” com o touro “hegemon”, obrigando-o ao sôfrego esgotamento de que há já sobejos sinais!

Nem na Ucrânia contra a Rússia, nem em Taiwan contra a China, por muitos neonazis e mercenários que façam proliferar, haverá suficientes forças dispostas para o beco sem saída de mais uma artificiosa guerra por que os povos conhecem muito melhor hoje a manipulação-armadilha que as oligarquias querem fazê-los cair!

O caos, o terrorismo e a desagregação só em África têm o seu último reduto!

Gorbatchov diz que os EUA se tornaram arrogantes após queda da União Soviética

"Os EUA tornaram-se arrogantes e autoconfiantes. Declararam vitória na Guerra Fria, quando salvámos juntos o mundo de um confronto", afirmou o último líder da URSS

A crise entre a Rússia e os países ocidentais tem origem na "arrogância" dos Estados Unidos após a queda da União Soviética, afirmou esta sexta-feira o último líder da URSS, Mikhail Gorbatchov.

"Os EUA tornaram-se arrogantes e autoconfiantes. Declararam vitória na Guerra Fria, quando salvámos juntos o mundo de um confronto", declarou Gorbatchov à agência de notícias RIA Novosti.

O crescimento da NATO para as ex-repúblicas soviéticas é, segundo o presidente Vladimir Putin, a principal causa da crise entre a Rússia e o Ocidente, que considera a estratégia uma ameaça para a segurança de ​​​​​​​Moscovo.

O Ocidente "decidiu construir um novo império e assim surgiu a ideia de ampliar a NATO", disse Gorbatchov, último presidente da antiga União Soviética (URSS). "Como se pode contar com relações de igualdade com os Estados Unidos e o Ocidente em tal posição?", questionou, na véspera do 30.º aniversário da sua renúncia como líder da URSS.

Portugal | E EIS SUSANA PERALTA A MOSTRAR-SE MERECEDORA DO SEU REDIL

Jorge Rocha | opinião

As presidenciais já decorreram há quase um ano, mas algumas dúvidas por essa altura relacionadas com uma candidatura que não apoiei - e por isso me continuo a congratular! -, a de Ana Gomes, vão-se esclarecendo por si mesmas. Por exemplo sobre o que faria no rol das apoiantes à «socialista», que só diz mal do seu partido, a professora de economia da Nova SBE Susana Peralta. É que os seus textos regulares no «Público» apontam invariavelmente para uma empenhada visão de um tipo de capitalismo que, não sendo neoliberal, também dificilmente se enquadra no que vai sendo defendido pelos seus cultores neokeynesianos.

No texto desta semana a referida comentadora vai desconchavar de alto a baixo o plano para a recuperação da TAP gizado pela equipa de Pedro Nuno Santos (ainda sobra a questão de saber para que foi ele apoiar a truculenta candidata presidencial), servindo-se de argumentos de um dos fundadores da Iniciativa Liberal: Carlos Guimarães Pinto.

Compreende-se que, nos sofisticados corredores da universidade de Carcavelos, ela tenha as lentes distorcidas pelo que peroram os seus patrões, mormente os que financiam aquele campus. Afinal não podemos esquecer a altura em que Susana Peralta quis sair do redil e quase viu em perigo os seus estipêndios e demais mordomias da sua condição. Parece que os resultados estão à vista: ao juntar-se à campanha contra a política daquele a quem, por momentos, se terá juntado aquando do apoio a Ana Gomes, ela demonstra a quem a lê, e a quem lhe paga, que as tentações socialistas se quedaram por ali. 

*Jorge Rocha | Ventos Semeados

Portugal | A FALSA SIMETRIA DOS EXTREMOS

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Tem estado em crescendo a campanha promocional de soluções políticas de "centro", a banha da cobra moderna com poderes curativos para todas as maleitas do país e dos portugueses. A experiência política dos últimos seis anos, em que tivemos governos do Partido Socialista (PS) com apoios parlamentares à sua esquerda, tirou o sistema político português dos seus velhos eixos. O êxito da solução, a confiança e a estabilidade política geradas, desarmaram os defensores do grande centrão de interesses. Agora, a queda do Governo e o cenário eleitoral permitem-lhes sair da toca e passar ao ataque.

Viu-se no congresso do PSD que o programa político da Direita se resume a ganhar o PS para regressar ao que "é normal", ou seja, a um regime de simulação de divergências, de onde saem "governos normais": umas vezes do centro-esquerda com o consentimento do centro-direita; outras vezes do centro-direita com o consentimento do centro-esquerda; e, em caso de grande necessidade, com o centro bicéfalo fundido num bloco. No PS não faltam encantamentos por este velho concubinato. E a União Europeia incentivará o concúbito.

A "normalidade" é descrita como um sistema simétrico que tem dois extremos, o da direita e o da esquerda, pretensamente em equidistância do centro. Sem um mínimo de rigor na análise, os dois supostos extremos são considerados, de forma igual, forças do mal. Trata-se de uma monumental cabala. Os extremismos surgem mais à esquerda ou mais à direita conforme os contextos e períodos históricos e, hoje, nos planos global, europeu e nacional o perigo é a extrema-direita e o fascismo que atentam contra as liberdades e a democracia, que espezinham valores humanos. Por outro lado, catalogar o Bloco de Esquerda e o Partido Comunista como forças da extrema-esquerda é um absurdo. São forças do Regime Democrático, empenhadas nos seus valores e instituições, com propostas políticas bem moderadas.

FELIZ NATAL?

NÃO EXISTEM "VALORES COMUNS" ENTRE OS EUROPEUS E OS EUA

Thierry Meyssan*

A cimeira virtual para a democracia, organizada a partir de Washington, é um gigantesco qui-pro-quo. Muitos comentadores notaram que ela não visa promover um regime político, mas consolidar ideologicamente a aliança militar por trás dos Estados Unidos ; uma evolução que prepara novas guerras. Thierry Meyssan mostra que, longe de ser hipócrita, Washington é, pelo contrário, muito claro quanto ao seu objectivo. São os seus parceiros quem carrega as culpas fingindo ignorar que as palavras empregues não têm, de forma alguma, o mesmo significado para eles.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, organizou uma cimeira virtual para a democracia, em 9 e 10 de Dezembro de 2021 [1]. Não escapou a ninguém que o seu objectivo não era melhorar apenas as democracias, mas também e sobretudo dividir o mundo em dois : de um lado as « democracias » que é preciso apoiar, do outro os « regimes autoritários » que devem ser combatidos. Primeiros visados, a Rússia e a China colocaram imediatamente em causa a hipocrisia de Washington e expuseram a sua filosofia de democracia [2].

Pela nossa parte gostaríamos, não de retomar as críticas russa e chinesa, mas de examinar de um ponto de vista ocidental a credibilidade da pretensão norte-americana de ser o « farol da democracia »; ou, em termos bíblicos, a « luz que brilha sobre a colina ». A concepção russa de democracia é exactamente a mesma que a dos outros Estados da Europa continental. A da China é muito diferente. Não a iremos abordar aqui.

A nossa intenção é a de mostrar que, apesar da propaganda da OTAN, não existem «valores comuns» entre os Estados Unidos e a Europa continental. Trata-se de duas culturas fundamentalmente diferentes, mesmo se as elites da União Europeia já não são culturalmente europeias, mas em grande parte «americanizadas».

Por que Biden se recusou a pagar restituição a famílias separadas na fronteira

Uma garota de Honduras olha do outro lado do Rio Grande para os Estados Unidos de Matamoros, México, em 2018, onde sua família está hospedada em um acampamento perto de um posto de controle na fronteira. Fotografia: Jahi Chikwendiu / The Washington Post / Getty 

# Publicado em português do Brasil 

Jonathan Blitzer* | The New Yorker - 22 de dezembro de 2021

Funcionários da Casa Branca finalmente decidiram que um acordo havia se tornado uma responsabilidade política maior do que qualquer consequência potencial de uma promessa quebrada.

No final da semana passada, após dez meses de negociações, o governo Biden retirou-se das negociações de acordo com o objetivo de fornecer compensação financeira às famílias que haviam sido separadas na fronteira pelo governo de Donald Trump. A mudança foi um choque até mesmo para funcionários atuais e antigos do governo. Anteriormente, o presidente havia deixado pouco espaço para duvidar do que pensava da decisão da administração Trump de deliberadamente tirar cerca de quatro mil crianças de seus pais a fim de intimidar futuros requerentes de asilo. Era “criminoso”, “abominável” e “viola todas as noções de quem somos como nação”, disse Biden. No mês passado, ele disse sobre os pais: “Vocês merecem algum tipo de compensação, aconteça o que acontecer”.

O que mudou a opinião do presidente? Uma resposta é seu crescente nervosismo por parecer muito frouxo na fronteira. Outra é a Fox News. Em outubro, o Wall Street Journal relatou que os defensores estavam pedindo ao governo que considerasse dar quatrocentos e cinquenta mil dólares a cada membro da família que havia sido separado sob a política de tolerância zero de Trump. Esse número, segundo fontes com conhecimento das palestras, não era definitivo; o DOJ não concordou com isso, e a oferta inicial do governo nas negociações, que ainda não foi divulgada, foi substancialmente menor. Mas os republicanos não perderam tempo usando a figura para atacar Biden. “Enquanto as famílias americanas estão lutando”, o líder da minoria no Senado, Mitch McConnelldisse, "o presidente agora quer tornar milionários as pessoas que cruzaram a fronteira ilegalmente." Junto com três outros senadores republicanos, McConnell passou a apresentar um projeto de lei para bloquear quaisquer pagamentos; eles o chamaram de “Ato de proteção aos dólares do contribuinte americano contra a imigração ilegal”.

Conheça as Elites do Norte da Europa, Hardcore Militante da OTAN

# Publicado em português do Brasil

Claudio Gallo* | Strategic Culture Foundation

Se você quiser encontrar o militante hardcore da OTAN, terá de encontrar as elites do Norte da Europa, escreve Claudio Gallo.

O sol já está nascendo no Norte há algum tempo nas terras da OTAN. Desde meados de 2009, a presidência do secretário-geral da OTAN tem sido ocupada por políticos do Norte da Europa: primeiro o ex-primeiro-ministro dinamarquês Anders Fogh Rasmussen e depois (desde outubro de 2014) o ex-primeiro-ministro norueguês Jens Stoltenberg. Bruxelas prorrogou o contrato de Stoltenberg até setembro de 2022. O prazo ainda não estabelecido já está gerando as primeiras discussões entre os parceiros atlânticos.

No próximo ano, o novo secretário pode ser apresentado na cúpula da OTAN em Madri, no final da primavera ou início do verão. De acordo com o zeitgeist ocidental, espera-se que uma mulher alcance o topo do posto civil dentro da OTAN pela primeira vez. Para completar o identikit, você deve considerar a mudança em direção ao Norte, Nordeste da Aliança que, desde a queda da União Soviética em 1991, está progressivamente posicionando suas tropas ao redor das fronteiras russas.

Os três primeiros nomes em circulação são os ex-presidentes Kolinda Grabar-Kitarović da Croácia e Dalia Grybauskaitė da Lituânia; e o atual presidente da Estônia, Kersti Kaljulaid. A peça está longe de terminar e muitos outros países vão empurrar seus candidatos. Apesar de suas fracas habilidades de relações públicas e carisma, o Reino Unido poderia tentar com a ex-número 10, Theresa May. Em uma época de tensão crescente com a Rússia, uma coisa é certa: o padrão do novo presidente deve seguir a mesma atitude achatada em relação a Washington que os dois últimos secretários do norte garantiram tão zelosamente.

O GLOBAL GATEWAY EUROPEU

Octávio Serrano* | opinião

Cito! “A Comissão Europeia divulgou, esta quarta-feira, um plano para investir 300 mil milhões de euros a nível mundial até 2027 em projectos de infra-estruturas, digitais e climáticos como uma melhor alternativa à "Belt and Road Initiative", da China. O plano, denominado Global Gateway, visa reforçar as cadeias de abastecimento da Europa, impulsionar o comércio da UE e ajudar a combater as alterações climáticas, centrando-se nos sectores da digitalização, saúde, clima, energia e transportes, bem como na educação e investigação.”

Realmente só peca, por ser muito tardio;os burocratas de Bruxelas embalados no neoliberalismo globalista prevalecente até ao começo à crise do Covid 19, parece estarem agora a acordar; a Europa deixou-se embalar no mito de um euro forte que compra tudo; logo havia muito produto que não valia a pena produzir; só começaram, dolorosamente, a abrir os olhos, quando as rupturas do abastecimento aconteceram com a crise epidemica do Covid 19; lembre-mo-nos dos tristes episódios acontecidos na Europa no inicio da pandemia; nomeadamente com a falta de máscaras; ao ponto de ter acontecido, que países europeus, membros da mesma comunidade, terem agido como piratas, desviando em seu proveito, as referidas mascaras; até ai, se revelou o real egoísmo, de cada um; e que a CE, não é mais do que um conjunto de vontades, que às duas por três, perante uma grave crise, se poderá desmembrar em virtude de cada um querer “puxar a brasa à sua sardinha”!

E à longo tempo que se percebeu a estratégia chinesa; a China carece de muito género de matérias primas; para se conseguirem alçar ao invejável patamar de fábrica do mundo, tiveram forçosamente de assegurar a firme aquisição de matérias primas; para isso seria forçoso, controlarem a produção e o transporte destas; devido à necessidade de assegurar o controle politico dos paises onde as obtinham, trataram de os enredar, numa rede de endividamento e dependência; devidamente acompanhada da corrupção desbragada das suas classes dirigentes; deste modo, instituiu-se o saque generalizado de muito país do terceiro mundo; e um neocolonialismo chinês!

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