terça-feira, 21 de junho de 2022

ASSIM VAI A GUERRA NA UCRÂNIA…

Rússia está a provocar uma "destruição catastrófica" em Lysychansk. Mais de 1.500 civis detidos em prisões russas, denuncia Kiev

Os combates intensificam-se na região de Lugansk, com a vice-ministra da Defesa ucraniana a admitir que a situação "é extremamente difícil". O presidente da Ucrânia voltou a pedir aos países do Ocidente mais armas para repelir ofensiva russa. "É uma questão de vida ou morte", reiterou.

As forças russas estão a provocar uma "destruição catastrófica" em Lysychansk, a oeste de Severodonetsk, no leste da Ucrânia, afirmou esta terça-feira o governador da região de Lugansk, Serguei Gaiday.

"Há combates na zona industrial de Severodonetsk e uma destruição catastrófica em Lysychansk", afirmou Gaiday numa mensagem divulgada pela rede social Telegram.

"As últimas 24 horas foram difíceis" para as forças ucranianas, acrescentou.

"Os russos querem conquistar totalmente a região de Lugansk até 26 de junho", disse o governador, referindo que as forças de Moscovo não vão conseguir atingir o objetivo em apenas cinco dias.

AFP

Moscovo deverá convocar embaixador da UE

Em causa está o bloqueio parcial da Lituânia ao trânsito de mercadorias para Kaliningrado. A Rússia exige o "levantamento imediato destas restrições", fez saber o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo numa declaração citada pela agência espanhola EFE.

As autoridades lituanas restringiram, desde sábado, o trânsito ferroviário através do seu território para Kaliningrado no âmbito das sanções impostas pela UE à Rússia.

Kremlin disse que a decisão da Lituânia é ilegal e ameaçou responder com medidas em defesa dos "interesses nacionais".

Perante esta situação, Moscovo deverá convocar esta terça-feira o embaixador da UE, Markus Ederer, informou o governador de Kaliningrado, Anton Alikhanov.

Mais de 1.500 civis ucranianos estão detidos em prisões russas, denuncia Kiev

A vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, afirmou na segunda-feira que "mais de 1.500 civis ucranianos encontram-se detidos em prisões russas" nas regiões de Rostov e Kursk, de acordo com o The Guardian.

Aos jornalistas, a vice-primeira-ministra detalhou que estes civis "estão detidos como prisioneiros de guerra, embora não o sejam".

"Devem ser libertados", declarou durante a conferência de imprensa.

Canais russos de televisão chegam a Kherson, diz exército russo

O exército russo anunciou esta terça-feira que toda a região de Kherson, atualmente controlada pela Rússia no sul da Ucrânia, tem já acesso "gratuito" a canais de televisão russos.

"Especialistas das unidades de transmissão das Forças Armadas russas ligaram e reconfiguraram, para transmitir canais russos, o último dos sete transmissores de televisão na região de Kherson", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.

O comunicado referiu que cerca de um milhão de habitantes da região têm agora acesso "gratuito" aos principais canais russos, em particular os do grupo público VGTRK, cujas notícias refletem de forma fiel a visão do Kremlin.

Lusa

Rússia quer controlar toda a região de Lugansk até domingo, diz Kiev

A vice-ministra da Defesa ucraniana afirmou que o Kremlin ordenou aos militares russos que conquistassem toda a região de Lugansk, no leste da Ucrânia, até domingo.

Em comentários transmitidos pela televisão ucraniana, Hanna Maliar disse que, "sem exagero, batalhas decisivas estão a ocorrer" na região, onde as forças da Ucrânia estão a tentar evitar serem cercadas, apesar de as tropas russas a controlarem cerca de 95% de Lugansk, foco da ofensiva russa nas últimas semanas.

"Devemos entender que o inimigo tem uma vantagem em termos de pessoal e de armas. Então a situação é extremamente difícil. E neste exato momento essas batalhas decisivas estão em andamento na intensidade máxima", acrescentou.

Por seu lado, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, voltou a pedir mais armas aos países ocidentais para repelir o ataque russo.

"Precisamos de apoio, precisamos de armamento, armas que tenham melhores capacidades do que as armas russas", disse, numa intervenção, por videoconferência, num fórum organizado pelo grupo de reflexão geopolítica ISPI, em Milão.

"Esta é uma questão de vida ou morte", reiterou.

O governador de Lugansk, Sergey Gaidai, disse à agência Associated Press (AP) que os combates mais ferozes decorrem em aldeias nos arredores de Severodonetsk e Lysychansk, duas cidades da região que ainda não foram capturadas pelos russos.

Também os bombardeamentos e ataques aéreos russos nas zonas industriais em redor de Severodonetsk se intensificaram, disse.

Gaidai disse que a situação em Severodonetsk era "muito difícil", com as forças ucranianas a manter o controle sobre apenas uma área: o complexo químico de Azot, onde vários combatentes ucranianos, juntamente com cerca de 500 civis, estão abrigados.

Os russos continuam a enviar tropas e equipamentos adicionais para área, disse.

"É um inferno lá. Tudo está envolto em fogo, os bombardeamentos não param nem por uma hora", disse Gaidai.

Lusa

Susete Henriques | Diário de Notícias | Imagem: © EPA/SERGEY KOZLOV

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