sábado, 23 de abril de 2022

Portugal | A GERAÇÃO MAIS QUALIFICADA

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Com grande frequência, os nossos governantes e outras entidades classificam a geração que vem concluindo o seu percurso educativo e que está - ou devia estar - a entrar no mundo do trabalho como "a geração mais qualificada de sempre".

Tal narrativa tem dimensões de sustentação que importa realçar pelo acerto de políticas seguidas e pelas apostas das famílias portuguesas na educação e formação. Mas, por outro lado, oculta contradições que acabam por diminuir, ou até anular, o potencial para o desenvolvimento do país que aquela afirmação pretende significar.

"A geração mais qualificada de sempre" choca frontalmente com uma estrutura produtiva assente em setores de baixo valor acrescentado, relações de trabalho desequilibradas e marcadas pela imposição unilateral do poder patronal, num quadro geral de desvalorização (material e simbólica) do trabalho. Na Administração pública a situação é idêntica. O resultado é um desemprego elevado nesta geração, a emigração em larga escala, o fenómeno perverso de estarmos a formar para os países ricos do "centro". Muitos jovens dão por adquirido que para terem a vida que anseiam terão de emigrar. É preocupante.

Durante anos e anos, temos tido políticas de emprego que enfocam o lado da oferta, no pressuposto errado de que os problemas da economia e do desenvolvimento do país se resolvem a partir da aquisição individual de "competências". São indispensáveis políticas estratégicas e investimento na criação de emprego, salvaguarda de direitos fundamentais no trabalho, definição e afirmação de perfis e carreiras profissionais em quase todos os tipos de emprego, muito maior atenção às políticas de mobilidade, de habitação, de coesão territorial.

A educação e a formação, sendo absolutamente indispensáveis, não são suficientes e é criminoso remeter para o universo dos "desqualificados" os jovens que só façam o ensino obrigatório. O saber fazer tem de estar presente em todos os níveis da escola. É preciso combater a mercadorização do Ensino Superior e da Ciência, cujo subfinanciamento favorece as clivagens de classe e territoriais dentro daquela geração.

As capacitações necessárias para o trabalho e o emprego no futuro são bem mais amplas que uma boa manipulação de teclados associada ao "mito da automação" e a outros determinismos tecnológicos, que conduzem ao desperdício de competências e formações. E o investimento em processos ricos de formação e de aprendizagem nos locais de trabalho pode valorizar projetos educativos menos longos, desde que propiciadores de formações ao longo da vida.

Faltam políticas industriais que puxem pelas potencialidades de diversos setores, contrariando o caminho que tem sido seguido, assente, sobretudo, em políticas reativas a procuras internacionais. Portugal carece dos parâmetros gerais de um projeto de desenvolvimento, da priorização de políticas que favoreçam o investimento, da modernização e capacitação da Administração Pública. Será preciso qualificar a gestão e a organização do trabalho nas empresas. Só assim se descobrem, evidenciam e potenciam as competências dos trabalhadores.?

Em 25 de Abril de 1974 havia um défice colossal de educação, formação e qualificações. Vencemos esse bloqueio assegurando bases para um avanço civilizacional. Não borreguemos desaproveitando essa conquista.

*Investigador e professor universitário

LISBOA É CADA VEZ MAIS SELVA URBANA INDESEJADA QUE VAI DE MAL A PIOR

Instalações da PSP atacadas à pedrada em Chelas

Instalações da PSP, em Chelas, Lisboa, foram atacadas à pedrada ao início da madrugada deste sábado. Polícia procura autores.

"Desconhecidos arremessaram várias pedras contra instalações da PSP, que estão a ser utilizadas para alojamento de polícias, localizadas na zona J de Chelas, na Avenida João Paulo II em Lisboa", informou o Comando Metropolitano de Lisboa (COMTELIS), em comunicado, este sábado.

O ataque partiu dois vidros e causou danos numa viatura estacionada junto à aquele edifício, que segundo o COMTELIS não pertence à PSP ou a qualquer agente.

"Estão a ser desenvolvidas diligências no sentido de identificar os autores destes ilícitos visando a sua responsabilização perante a justiça", diz o COMTELIS, adiantando que o ataque não causou feridos.

Jornal de Notícias

RU | Pesadas perdas para conservadores nas eleições locais por causa do Partygate

# Traduzido em português do Brasil

Conservadores enfrentam pesadas perdas nas eleições locais por causa do Partygate, disse o primeiro-ministro

Proeminente backbencher Steve Baker diz que o partido vai 'colher o turbilhão no dia da votação'

Foi dito a Boris Johnson que a fúria pública nos partidos de Downing Street que quebram o bloqueio resultará nos conservadores sofrendo perdas substanciais nas eleições locais do próximo mês, com a possibilidade de o primeiro-ministro receber mais multas da polícia antes do dia da votação.

Steve Baker, um proeminente parlamentar conservador de bancada, disse que os eleitores estavam mencionando repetidamente o escândalo do Partygate na campanha e os conservadores deveriam se preparar para “colher o turbilhão” de apoiar Johnson.

O ex-ministro do Brexit, que pediu a saída de Johnson no início desta semana, disse ao Daily Telegraph que ficou claro que o primeiro-ministro não foi sincero quando pediu desculpas ao parlamento por quebrar as regras de bloqueio, acrescentando: “O problema é que a contrição não durou. muito mais tempo do que levou para sair do escritório do diretor. Quando chegamos à reunião do Comitê de 1922 naquela noite, era o festival usual de bombástica e orgia de adulação. Levei cerca de 90 segundos para perceber que ele não estava realmente arrependido.”

Eleitores franceses escolhem entre Emmanuel Macron e Marine Le Pen

Os franceses elegem este domingo, na segunda volta das eleições presidenciais, o próximo ou a próxima Presidente da República francesa. Os dois candidatos finalistas estiveram até esta sexta-feira em campanha.

Na última deslocação de campanha, Emmanuel Macron esteve em Figeac, no sudoeste francês, num cenário de carta postal, com ruelas, praças antigas e a natureza em todo o lado. As imagens são importantes em política.

Um espaço perfeito para falar de ruralidade, mas também ecologia. O Presidente-cessante espera recuperar votos do candidato ecologista Yannick Jadot e do líder da França Insubmissa, Jean Luc Mélenchon.

Na quinta-feira, Emmanuel Macron esteve em Saint-Denis, a segunda cidade mais pobre do país, uma forma de se dirigir às classes mais pobres, os eleitores que a opositora Marine Le Pen quer conquistar. Uma operação de comunicação. Dirigiu-se a associações e a moradores. Emmanuel Macron prometeu lutar até ao último segundo.

"Chamo à atenção, porque não foi possível falar disto no debate. Um dos pontos do projeto, talvez um dos mais perigosos da extrema-direita, é o financiamento do projeto. Não esquecendo o facto de eles quererem nacionalizar as autoestradas num valor de seis milhares de euros, quando custam 40 milhares. Que ela propõe reforçar a segurança do país e ir buscar dois milhares de economias à polícia, sob pretexto - talvez pelo espírito santo - haverá menos imigração com a extrema-direita e vão ser precisos menos polícias. Como se fizéssemos economias nos próximos cinco anos em guarda-chuvas porque, subitamente, decretaríamos o bom tempo permanente", ironizou.

Balanço da liberdade de imprensa no âmbito do conflito ucraniano

“A liberdade da imprensa deve ser inviolável." - John Quincy Adams

Patrícia Akester* | Diário de Notícias | opinião

A liberdade de imprensa invoca um imperativo "em qualquer país onde as pessoas são livres" (Theodore Roosevelt) e uma inconveniência para "quem pretende eliminar a liberdade de uma nação" (Benjamin Franklin). Pilar de uma sociedade democrática, a liberdade de imprensa assenta na liberdade de expressão, compreendendo, por um lado, o direito de transmitir informação e, por outro lado, o direito de receber essa informação - sem ingerência ou interferência de terceiros.

Consequentemente, a liberdade de imprensa apenas é respeitada quando os jornalistas desempenham a sua missão com autonomia e sem temor e quando o público tem livre acesso a informação fidedigna.

Trata-se de uma moeda com 2 lados (o dos jornalistas e o do público) cujo balanço requer, no âmbito do conflito ucraniano, a consideração (i) da situação dos jornalistas que enfrentam diariamente riscos e ameaças em território ucraniano para fornecer informação precisa, rigorosa e autêntica e (ii) da desinformação que grassa em território russo e que impede a respectiva população de ter acesso a informação genuína.

Ucrânia | EVOLUÇÃO DA GUERRA DESUMANA NA ANTECÂMARA DO NUCLEAR

É a terceira guerra mundial, estúpido!

Via Jornal de Notícias/Augusto Correia e Agências elaboramos um breve resumo sobre a situação da invasão da Rússia na Ucrânia e a ação de desnazificação que aquele país invasor tem por objetivo, para além de demonstrar a sua reprovação relativamente à expansão da NATO/EUA para leste.

Destas breves referências retiradas do JN não incluímos declarações de Zelensky, o comediante presidente ucraniano, por considerarmos a sua arte dramática de jogar com sentimentos que não deve. Os seus exageros de propaganda, as suas referências a rechear o catálogo das fake news com objetivos manipulatórios, etc. Nem por uma vez registamos que o comediante cede com dignidade para livrar a Ucrânia dos nazis que ele integrou nas forças armadas (p. ex.), nem a ser inquestionável adepto da paz que devia poupar os sofrimentos e mortes de populações do seu país. Aquilo que lhe ouvimos insistentemente é o pedido de armas, de sanções ao inimigo e a apologia da escalada da guerra. Insistindo também sistematicamente em erguer “papões” de que a Rússia vai atacar aqui e ali outros países do Leste e provavelmente ainda mais a ocidente. 

O comediante Zelensky não se cansa de regar a situação de fogo com gasolina, em vez de procurar entendimento para o apaziguamento e paz efetiva que permita à Ucrânia, à Europa e ao mundo livrar-se deste pesadelo tão real e indesejável para a humanidade. Muitos afirmam, pelas evidências, que o bando Zelensky aceitou e chamou à sua responsabilidade a guerra por procuração dos EUA contra a Rússia. Até nisso demonstrou e demonstra a indiferença pelos destinos do seu país e do povo ucraniano. Muito menos lhe importa o destino da União Europeia que se deixou arrastar pelos EUA/NATO para o conflito que tem fortes probabilidades de reduzir-nos a pó, sendo a quase extinção do planeta e da humanidade a certeza que ocorrerá, se…

Redação PG

As ‘breves’ de hoje sobre o teatro de guerra na Ucrânia

Rússia diz que destruiu mais de 20 armazéns com armas e equipamento militar

As forças russas destruíram nas últimas horas mais de 20 armazéns com armas e equipamento militar na Ucrânia, anunciou hoje o Ministério da Defesa russo.

"A aviação operacional-tática das Forças Aeroespaciais russas realizou ataques a 66 instalações militares na Ucrânia", afirmou o porta-voz militar russo, Igor Konashenkov.

Os militares da Rússia também realizaram ataques de mísseis terrestres de alta precisão contra 11 alvos, acrescentou o responsável, citado pela agência espanhola Efe.

Ministério da Defesa britânico diz que continuam combates intensos em Mariupol

O Ministério da Defesa britânico (MoD) informou que continuam "combates intensos" em Mariupol, apesar de a russo "afirmar que conquistou" aquela importante cidade portuária do sul da Ucrânia.

Na mais recente atualização, o MoD considera que "os combates estão a frustrar as intenções russas de capturar a cidade e a atrasar mais o desejado progresso no Donbass".

Segundo o relatório, "apesar da atividade crescente, as forças russas não conseguiram ganhos significativos nas últimas 24 horas, na medida em que os contra-ataques ucranianos continuam a frustrar os esforços russos".

Nova tentativa de retirada de civis em Mariupol

Uma nova tentativa de retirada de civis do porto ucraniano de Mariupol, largamente controlado pelo exército russo, está prevista para hoje, disse a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Verechtchuk.

"Hoje estamos novamente a tentar retirar mulheres, crianças e idosos", escreveu a vice-primeira-ministra no Facebook, acrescentando que os civis começaram a reunir-se perto de um centro comercial na cidade.

Mais de 100 mil pessoas -- abaixo da população pré-guerra de cerca de 430 mil -- estarão presas na cidade costeira de Mariupol com pouca comida, água ou aquecimento, e mais de 20 mil civis foram mortos em quase dois meses, de acordo com as autoridades ucranianas.

Tentativas repetidas para retirar os civis da cidade falharam devido aos bombardeamentos russos contínuos.

Guterres em Kiev na quinta-feira após encontro com Putin em Moscovo

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, vai visitar a Ucrânia na próxima semana, após reunir-se em Moscovo com o Presidente russo Vladimir Putin, informou o porta-voz do líder da ONU.

"O secretário-geral irá visitar a Ucrânia na próxima semana. Terá uma reunião de trabalho com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Dmytro Kuleba, e será recebido pelo Presidente, Volodymyr Zelenskyy, a 28 de abril", pode ler-se na nota enviada às redações.

Jornal de Notícias

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