sábado, 30 de abril de 2022

O GENERAL AS RUÍNAS E O BURRO -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Era uma vez um velho, um rapaz e um burro. Foram da Chikuma à Ganda ver em que paravam as modas e se o sisal do Cubal já tinha chegado às plantações de café. O burrinho ia à frente, marcando o passo, e os dois atrás. Na primeira aldeia todos se riram imenso da figura que faziam. Uma voz falou alto:

- Que matumbos! O burro folgado e os dois a pé!

Um pouco mais à frente o velho disse ao rapaz para montar no burro e ele seguia à frente, marcando o passo. O rapaz montou. Quando passaram por outra aldeia ouviram grande alarido. E uma voz trovejou fortíssimo:

- O mundo está perdido. Venham só, o rapaz vai de burro e o velho a pé!

Nova paragem na picada. O velho disse ao rapaz para desmontar e ele ia de burro. Assim foi. O moço ia atrás, acompanhando a passada pachorrenta do burrinho. Ao atravessarem mais uma aldeia ouviram grande galhofa. E uma vos potente berrou:

- Velho desalmado! Vais de burro e o rapazinho a pé. Não tens vergonha?

Mal saíram da aldeia, o velho disse ao rapaz que o melhor era irem os dois de burro. E assim se fez. Antes de chegarem à Ganda entraram na sanzala grande onde planeavam beber água. Ninguém nega o precioso liquido a viajantes e a um burrinho sequioso. Mal chegaram às primeiras casas ouviu-se um clamor crítico. E uma voz irada berrou:

- Que selvagens! Dois homens em cima de um burrinho. Querem matar o animal!

Os viajantes nem pararam. Seguiram viagem e o velho disse ao rapaz:

A partir daqui não ouvimos mais ninguém. Não tarda nada, vão exigir que levemos o burrinho às costas. Voltamos ao princípio. Nós vamos a pé. Foi assim que o engenheiro à civil Adalberto da Costa Júnior, o burrinho de Chikuma, chegou a chefe dos galos.

Toque de recolher no aniversário do massacre de Odessa que provocou rebelião

Odessa impôs um toque de recolher de dois dias no aniversário da queima viva de manifestantes anti-Maidan em 2 de maio de 2014, relata Joe Lauria. 

Joe Lauria -- Especial para o Consortium News -- COM VÍDEOS

Autoridades da cidade portuária ucraniana de Odessa estabeleceram um toque de recolher de 24 horas de 1 a 3 de maio para evitar protestos em comemoração à queima viva em 2 de maio de 2014 de 48 pessoas que rejeitaram o golpe apoiado pelos EUA em Kiev no início daquele ano.

A cidade, que está “(sob o controle das tropas ucranianas) anunciou a introdução de um 'toque de recolher' na cidade das 22h00 de 1º de maio às 5h00 de 3 de maio. não têm permissão para sair de suas casas”, disse o grupo Repressão à Esquerda e Dissidentes na Ucrânia em um post do Telegram . “ Obviamente, esta decisão das autoridades se deve ao fato de que 2 de maio é uma data muito importante para os habitantes de Odessa.”

Naquele dia, oito anos atrás, hooligans e grupos de extrema-direita incendiaram deliberadamente um prédio sindical onde manifestantes contra o golpe se refugiaram. A polícia não interveio. Imagens de vídeo mostram pelo menos um policial e outros disparando suas armas contra o prédio. A multidão está aplaudindo como muitas das pessoas presas dentro pularam para a morte.

Os eventos daquele dia “ainda não foram investigados pelas agências policiais da Ucrânia”, disse o grupo. Na época, os apelos das Nações Unidas e da União Européia para que a Ucrânia investigasse foram ignorados. Três investigações do governo local ucraniano foram frustradas pela retenção de documentos secretos.

Um relatório sobre o incidente do Conselho Europeu (CE) na época deixa claro que não realizou sua própria investigação, mas contou com investigações locais, especialmente pela Comissão de Investigação Temporária da Verkhovna Rada. A CE reclama em seus relatórios que também foi impedida de ver informações classificadas. Baseando-se nas investigações locais, a CE relata que manifestantes pró-russos, ou pró-federalistas, atacaram uma marcha pró-unidade à tarde, provocando batalhas de rua. Então:

“Por volta das 18h50, os pró-federalistas arrombaram a porta [do prédio do sindicato] e trouxeram vários materiais, incluindo caixas contendo coquetéis molotov e os produtos necessários para fazê-los. Usando paletes de madeira que sustentavam barracas na praça, bloquearam as entradas do prédio por dentro e ergueram barricadas. Quando chegaram à praça por volta das 19h20, os manifestantes pró-unidade destruíram e incendiaram as tendas do acampamento Anti-Maidan. Os restantes manifestantes pró-federalismo entraram no prédio do Sindicato, de onde trocaram tiros e coquetéis molotov com seus oponentes do lado de fora. …

Por volta das 19h45 ocorreu um incêndio no Edifício do Sindicato. Perícias forenses indicaram posteriormente que o incêndio tinha começado em cinco locais, nomeadamente no átrio, nas escadas à esquerda e à direita do edifício entre o rés-do-chão e o primeiro andar, numa sala do primeiro andar e no patamar entre o segundo e o terceiros andares. Além do incêndio no saguão, os incêndios só poderiam ter sido iniciados pelos atos das pessoas dentro do prédio. Os relatórios forenses não encontraram nenhuma evidência para sugerir que o incêndio tenha sido pré-planejado. As portas fechadas e o efeito chaminé causado pela escadaria resultaram na rápida propagação do fogo aos pisos superiores e num rápido e extremo aumento da temperatura no interior do edifício.”

A investigação local culpou os manifestantes anti-Maidan por iniciarem o incêndio em todo o prédio. Mas este vídeo, que mostra eventos naquele dia que levaram ao incêndio, mostra o incêndio principal no saguão. Mostra extremistas do Setor Direita jogando coquetéis molotov no prédio e um policial atirando nele. Não mostra nenhum coquetel jogado do prédio. Não mostra confrontos no início do dia, embora um manifestante pró-unidade diga que eles foram atacados na Praça da Catedral e vieram queimar os manifestantes anti-Maidan no prédio por vingança.

O FIM DO DOMÍNIO OCIDENTAL

Thierry Meyssan*

As sanções ocidentais contra a Rússia, decididas unilateralmente por Washington, são apresentadas como uma justa punição da agressão contra a Ucrânia. Mas, sem falar da sua ilegalidade face ao Direito Internacional, todos podem constatar que elas não atingem o alvo. Na prática, os Estados Unidos isolam o Ocidente esperando manter a hegemonia sobre os seus aliados.

Os Estados Unidos, que só tardiamente participaram nas Guerras Mundiais e não sofreram quaisquer danos no seu território, saíram vitoriosos dos conflitos mundiais. Herdeiros dos impérios europeus, elaboraram um sistema de dominação que os tornou os « gendarmes do mundo ». No entanto, a sua hegemonia era frágil e não podia resistir ao desenvolvimento de grandes nações. Desde 2012, politólogos começaram a descrever a « armadilha de Tucídides » por analogia com a explicação que o estratega grego havia dado das guerras que opuseram Esparta a Atenas. Segundo eles, o aumento de poderio da China tornava assim inevitável o confronto com os Estados Unidos. Constatando que, se a China se tornara a primeira potência económica mundial, a Rússia se tornou a primeira potência militar, Washington decidiu combatê-las uma a seguir à outra.

É neste contexto que surge a guerra na Ucrânia. Washington apresenta-a como « agressão russa », adopta sanções e força os seus aliados a adoptá-las também. A primeira ideia que salta ao espírito, é que os Estados Unidos achando-se inferiores militarmente, mas superiores economicamente, decidiram escolher o seu campo de batalha. No entanto, a análise de forças em presença e das medidas tomadas desmente esta leitura dos acontecimentos.

O AUMENTO DA POBREZA E DAS DESIGUALDADES EM PORTUGAL

O aumento da pobreza e das desigualdades em Portugal, e a ausência de medidas do governo em relação a elas

Eugénio Rosa * | Diário

A pobreza e as desigualdades já eram elevadas em Portugal antes da pandemia e da guerra, e com o COVID e com o efeito bumerangue das sanções aplicadas à Rússia estão a tornar a vida para a maioria dos portugueses cada vez mais difícil e insuportável. Se juntarmos o congelamento ou o aumento irrisório dos salários e pensões e o escalar da inflação, o disparar da pobreza no nosso país era inevitável, como os próprios dados divulgados pelo INE confirmam. 

Na “nova” proposta do O.E.-2022 apresentada pelo governo as pessoas são de novo esquecidas, o apoio às famílias pobres é ridículo e mesmo ofensivo, o controlo dos preços da energia é uma ilusão. O ministro das Finanças, com a insensibilidade e arrogância que o caracteriza, e que caracteriza também um governo de maioria absoluta, declara ao “Expresso” que “deixei de ser ministro político e despesista em 15 dias”, como se apoiar os mais vulneráveis fosse ser “despesista”.

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NUTRIR AS RAÍZES DO SINDICALISMO

Manuel Carvalho Da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Este ano, a evocação do Dia Internacional do Trabalhador, dia 1.º de Maio, ocorre num quadro político e social de enorme complexidade e carregado de riscos. A história mostra-nos que em contextos como o que estamos a viver, em que a humanidade parece caminhar para o abismo, é imprescindível uma atenção redobrada ao mundo do trabalho e à importância da organização e da ação coletiva dos trabalhadores.

Que economia vamos ter no rescaldo da guerra em curso na Ucrânia que, tendo por consequência imediata o massacre de um povo e a destruição de um país, se situa no cerne dos movimentos tectónicos da geopolítica, com disputas interimperialistas que alimentam não só aquela, mas muitas outras guerras à escala global? Que economia é esta que gera a brutal concentração de riqueza que permite ao senhor Elon Musk oferecer 44 mil milhões de euros (mais de 3 PRR) pelo Twitter? Que democracia, que direitos humanos, que emprego e direitos laborais e sociais sobrevirão se prosseguirem estas selvajarias? Que Estado social teremos se permitirmos que, como está a ser preparado, parte significativa da riqueza produzida possa ser sacrificada no altar da escalada belicista em curso?

Os perigos que se perfilam são grandes, mas ultrapassáveis. É preciso vencer medos pela ação cívica e política. A democracia ganha vida, e as alternativas germinam, a partir da participação organizada dos trabalhadores, dos cidadãos, do povo. As respostas aos problemas difíceis são complexas e trabalhosas, não surgem repentinamente de um superdotado qualquer, nem se coadunam com os quadros a preto e branco que os poderes político e comunicacional instalados manipulam.

António Guterres, na sua passagem pela Ucrânia, criticou os que entendem a política como "uma feira de vaidades". Oxalá os governantes europeus, e também os grandes meios de comunicação, se comportem, não como vassalos de um império, mas antes como defensores empenhados dos valores humanistas e da paz, dos interesses dos povos que representam, da sua cultura e valores no cenário daquelas disputas interimperialistas.

Suécia começou a tributar cerca de 2500 residentes em Portugal

A Suécia identificou 2500 cidadãos que beneficiavam da Convenção para evitar a dupla tributação entre este país e Portugal e que, com o fim desta, começaram a ser tributados na Suécia, mas o número pode aumentar.

Em resposta à Lusa, fonte oficial a autoridade tributária sueca afirmou ter identificado "cerca de 2500 pessoas que estavam sujeitas a responsabilidade fiscal limitada na Suécia" por se encontrarem ao abrigo da Convenção para evitar a dupla tributação, e que, devido ao fim desta Convenção, começaram "a ser tributadas desde 1 de janeiro de 2022".

A mesma fonte oficial ressalva, que além destas cerca de 2500 já identificadas, há um conjunto de pessoas, cujo número ainda se desconhece, que estão agora a declarar o seu rendimento de 2021 - ano em que a Convenção ainda esteve em aplicação - e que poderão também passar a reunir condições para serem tributadas na Suécia.

A Convenção para evitar a dupla tributação entre Portugal e a Suécia terminou em 31 de dezembro de 2021 e um dos efeitos mais imediatos foi o de devolver a este país o direito de tributar os pensionistas suecos residentes em Portugal cujas pensões são pagas por fundos privados.

Antes de avançar para o fim da Convenção, a Suécia manifestou intenção de rever os seus termos como resposta ao facto de discordar do regime fiscal que Portugal atribui às pensões pagas por outros países ao abrigo do regime do Residente Não Habitual (RNH).

O POVO DO IÉMEN TAMBÉM SOFRE ATROCIDADES

Kathy Kelly*

Grupos de direitos humanos criticaram a coligação liderada pela Arábia Saudita/EAU por bombardear estradas, zonas de pesca, instalações de esgotos e saneamento, casamentos, funerais e até mesmo um autocarro escolar infantil. Num ataque recente, os sauditas mataram sessenta migrantes africanos mantidos num centro de detenção em Saada.

A meta das Nações Unidas era arrecadar até 15 de março mais de US$ 4,2 mil milhões para o povo do Iémen devastado pela guerra. Mas quando esse prazo terminou, apenas US$ 1,3 mil milhões tinham chegado. 

“Estou profundamente desapontado”,disse Jan Egeland, secretário-geral do Conselho Norueguês para Refugiados. “O povo do Iémen precisa do mesmo nível de apoio e solidariedade que vimos para o povo da Ucrânia. A crise na Europa afetará drasticamente o acesso dos iemenitas a alimentos e combustível, tornando ainda pior uma situação já terrível.”

Com o Iémen a importar mais de 35% do seu trigo da Rússia e da Ucrânia, a interrupção do fornecimento de trigo causará aumentos crescentes no preço dos alimentos.

“Desde o início do conflito na Ucrânia, vimos os preços dos alimentos dispararem mais de 150%”, disse Basheer Al Selwi, porta-voz da Comissão Internacional da Cruz Vermelha no Iémen. “Milhões de famílias iemenitas não sabem como fazer a sua próxima refeição.”

O terrível bloqueio e bombardeio do Iémen, liderado pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidos, está agora a entrar no seu oitavo ano. As Nações Unidas estimaram, no outono passado, que o número de mortos no Iémen chegaria a 377.000 pessoas até o final de 2021.

Os Estados Unidos continuam a fornecer peças sobressalentes para os aviões de guerra da coligação saudita/EAU, juntamente com a manutenção e um fluxo constante de armamentos. Sem esse apoio, os sauditas não poderiam continuar os seus ataques aéreos assassinos.

OS EUA E O CARDÁPIO DOS CRIMES DE GUERRA COMETIDOS - foram muitos mais

Soldados americanos posam para foto junto a uma vala com os cadáveres de civis filipinos mortos no Massacre de Bud Dajo, em 7 de março de 1906

Crimes de guerra dos Estados Unidos da América na impunidade

 Wikipédia, a enciclopédia livre

Os crimes de guerra dos Estados Unidos são violações de leis da guerra que desrespeitam princípios básicos da proteção aos direitos humanos previstos no direito internacional. O termo engloba crimes perpetrados pelas Forças Armadas, pela Guarda Nacional ou por outras forças de segurança e serviços de inteligência dos Estados Unidos contra sua própria população ou contra cidadãos de países signatários das Convenções de Haia de 1899 e 1907, bem como as violações análogas à definição de crime de guerra acordada durante as Convenções de Genebra. Tipificam-se como crimes de guerra, entre outros, o genocídio, as execuções sumárias de combatentes inimigos capturados, maus-tratos de prisioneiros durante interrogatórios, estuprostortura e uso de violência contra populações civis e não-combatentes.[1]

Consideram-se crimes de guerra de responsabilidade dos Estados Unidos aqueles ocorridos após a independência do país em 1776. Os primeiros registros historiográficos de violações análogas a crimes de guerra cometidos por militares norte-americanos remontam ao século XVIII. Ao longo do século XIX, vários crimes foram perpetrados contra combatentes, civis e nativo-americanos no contexto da Guerra de Secessão, da Marcha para o Oeste e da Doutrina do destino manifesto. A partir do século XX, com a consolidação de uma política intervencionista, recrudescimento do belicismo e o desenvolvimento do complexo militar-industrial, os Estados Unidos tornam-se protagonistas de uma série de conflitos internacionais marcados pela ocorrência de atrocidades e violações das leis da guerra. É nesse contexto que surgem as acusações sobre o genocídio filipino (durante a Guerra Filipino-Americana) e sobre crimes de guerra ocorridos na Segunda Guerra Mundial (incluindo-se o debate sobre os bombardeamentos de Hiroshima e Nagasaki com armas nucleares), na Guerra Fria (abusos ocorridos durante as operações de mudança de regime na América Latina e massacres de civis na Guerra do Vietnã e na Guerra da Coreia) e nas intervenções norte-americanas no Oriente Médio (vide as alegações de estupro e execuções extrajudiciais na Guerra do Golfo e na Guerra do Iraque), entre outros conflitos.[2][3]

Malgrado o longo histórico de crimes de guerra, o sociólogo Joachim Savelsberg afirma que as atrocidades associadas aos Estados Unidos costumam atrair menos condenação e escrutínio público e estão menos sedimentadas no imaginário dos norte-americanos, em função de uma abordagem mais condescendente da imprensa, da mídia, da indústria do entretenimento e dos livros didáticos, gerando, nas palavras de Savelsberg, "uma amnésia coletiva no que diz respeito aos capítulos negros da história da nação".[4] A legislação norte-americana trata da punição a essas violações por meio da Lei de Crimes de Guerra de 1996 e de vários artigos do Código Uniforme de Justiça Militar. Não obstante, o governo federal dos Estados Unidos historicamente se opõe à Corte Penal Internacional, sob a alegação de que o tribunal internacional não seria balizado por um sistema de freios e contrapesos,[5] rejeitando dessa forma a jurisdição da corte sobre seus cidadãos.[6][7] Em março de 2020, a Corte Penal Internacional autorizou a abertura de uma investigação para apurar alegações de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade cometidos por tropas norte-americanas durante a Guerra do Afeganistão.[8] Em retaliação, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, autorizou a aplicação de sanções econômicas e restrições de viagem aos membros do tribunal.[9]

DEPRAVAÇÕES E IMPUNIDADE DOS EUA NOS SEUS IMENSOS CRIMES DE GUERRA

Kirby, o actor, "comovido" pela "depravação" da Rússia, pretendendo branquear os crimes dos EUA

Porta-voz do Pentágono diz que comportamento de Putin é "depravado"

O porta-voz do Pentágono, equivalente ao Ministério da Defesa nos países europeus, acusou o Presidente da Rússia de "depravação" e "brutalidade" pela maneira como as tropas russas estão a comportar-se na Ucrânia.

Questionado durante uma conferência de imprensa sobre o comportamento do líder russo, John Kirby teve de interromper a frase para segurar as lágrimas e afirmou que "é difícil olhar para algumas das imagens e imaginar um líder sério a fazer isso", referindo-se às atrocidades de que as tropas russas têm sido acusadas de cometer na invasão à Ucrânia.

"É difícil olhar para o que ele está a fazer, para o que as suas tropas estão a fazer, e pensar que qualquer indivíduo ético, moral, pode justificar isso; é difícil olhar para as imagens... e imaginar que qualquer líder pensante, sério, maturo, faria isso", acrescentou John Kirby, concluindo: "Não posso falar sobre o seu estado psicológico, mas penso que todos percebemos a sua depravação".

"DEPRAVADO" - crimes de guerra... Perguntando: E OS EUA NÃO SÃO MUITO MAIS DEPRAVADOS. NÃO TÊM COMETIDO CRIMES DE GUERRA IMPUNEMENTE. TANTOS, TANTOS PELO MUNDO… RESUMINDO RECORDEMOS: IRAQUE, AMÉRICA LATINA, VIETNAME May Lai. 

Olhemos por exemplo a Wikipedia: "O massacre de Mỹ Lai (em vietnamita: thảm sát Mỹ Lai) foi um assassinato em massa de civis sul-vietnamitas desarmados por tropas dos Estados Unidos no distrito de Sơn Tịnh, província de Quảng NgãiVietnã do Sul, considerado um crime de guerra dos Estados Unidos, onde em 16 de março de 1968 cerca de 504 civis sul-vietnamitas, sendo 182 mulheres (17 grávidas) e 173 crianças, foram executados por soldados do exército dos Estados Unidos no maior massacre de civis cometido por tropas americanas durante a guerra no Vietname." 

A história e as imagens às vezes conseguidas mostra os crimes dos EUA, impunes (não por acaso os EUA nada quer com o Tribunal Penal Internacional, sabem os crimes de guerra e contra a humanidade que têm no seu macabro historial. My Lai e muitas mais imagens AQUI.

É evidente que os crimes praticados pelos EUA por todo o mundo não ilibam a Rússia nem outras nações dos crimes que cometeram e cometem. Indubitavelmente e impunemente os EUA têm um longo historial de crimes de guerra cometidos e continuam a gozar de escandalosa e incompreensível impunidade. Assumem a asquerosa figura de putas fingidas. Kirby, e os EUA, estado terrorista, que tenham vergonha e que assumam os seus crimes na Justiça, no TPI. São imensos! (PG)


"Viagem de Guterres foi essencial apesar das baixas expectativas"

A viagem do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, a Moscovo e a Kiev foi "essencial", apesar das expectativas para "impactos práticos e tangíveis serem muito baixas", disse à Lusa Jeffrey Feltman, ex-subsecretário-geral da organização.

Para o diplomata norte-americano, que foi subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos e ex-secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos da América (EUA) para o Médio Oriente, Guterres não deverá ser julgado sobre se a sua viagem foi um sucesso ou um falhanço, mas sim sobre se representou os valores e os princípios das Nações Unidas.

"Acho que António Guterres tinha a obrigação de fazer estas deslocações. Penso que as expectativas que todos tínhamos para impactos práticos e tangíveis eram muito baixas, mas isso não minimiza a importância desta viagem, que foi essencial e simbólica", observou Feltman.

Empresa nuclear russa enviou especialistas para Zaporijia

As autoridades ucranianas informaram a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) de que a empresa estatal nuclear russa Rosatom enviou um grupo de especialistas para Zaporijia, a maior central nuclear da Europa, no sul da Ucrânia.

Segundo um comunicado, os especialistas têm "exigido à direção do complexo relatórios diários sobre 'questões confidenciais', como a operação da central nuclear, que abrange aspetos relacionados com (...) atividades de manutenção e reparação, segurança e controlo de acesso e gestão de combustível nuclear".

O grupo foi enviado pela Rosenergoatom, uma subsidiária da empresa Atomenergoprom, que faz parte do grupo estatal nuclear russo Rosatom, referiram as autoridades ucranianas.

EUA começaram a treinar militares ucranianos na Alemanha

Os Estados Unidos iniciaram na Alemanha a formação militar às forças ucranianas, para que estas aprendam a manusear o equipamento de combate que Washington está a enviar para Kiev, divulgou este sábado o Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano.

Os militares ucranianos estão a receber formação sobre o uso de veículos blindados e sistemas de radar que os norte-americanos anunciaram recentemente que estão a transportar para a Ucrânia, referiu o porta-voz do Pentágono, John Kirby.

TSF | Lusa

O OCIDENTE NUNCA ESTEVE TÃO SOZINHO

Enquanto a Europa e os EUA nunca estiveram tão alinhados, o 'Ocidente' paradoxalmente também nunca esteve tão sozinho

Alastair Crooke*

Aí está – a linha de fundo: permitir que a carnificina na Ucrânia continue; ficar sentado a observar os 'heróicos ucranianos a sangrarem a Rússia até secar'; fazer o suficiente para sustentar o conflito (fornecendo algumas armas), mas não o suficiente para intensificá-lo; e interpretá-lo como a luta heroica pela democracia, para satisfazer a opinião pública.

Muito ocasionalmente, uma única anedota pode resumir quase completamente um momento da história. E est fê-lo: em 2005, Zbig Brzezinski, o arquiteto do Afeganistão como atoleiro para a União Soviética, e autor de O Grande Tabuleiro de Xadrez (que incorporou a máxima de Mackinder segundo a qual “aquele que controla o coração da Ásia controla o mundo” na política externa dos EUA), sentou-se em Washington com Alexander Dugin, filósofo político russo e defensor de um renascimento cultural e geopolítico do “território central” .

Brzezinski já tinha escrito no seu livro que, sem a Ucrânia, a Rússia nunca se tornaria uma potência do território central; mas, com ela, a Rússia pode e quer. O encontro realizou-se  tendo por cenário o suporte fotográfico de um tabuleiro de xadrez colocado entre Brzezinski e Dugin (para promover o livro de Brzezinski). Essa ilustração com um tabuleiro de xadrez levou Dugin a perguntar se Brzezinski considerava o xadrez um jogo para dois: “Não, retorquiu ele: é um jogo para um. Sempre que  uma peça de xadrez se move você vira o tabuleiro e move as peças de xadrez do outro lado. Não há 'outro' neste jogo”, insistiu Brzezinski.

É claro que o jogo de xadrez com uma só mão estava implícito na doutrina de Mackinder: "Aquele que controla o território central" era uma mensagem para as potências anglo-americanas nunca permitirem uma potência central unida. (Isso, claro, é precisamente o que está a acontecer a cada momento).

E, na segunda-feira, Biden citou Brzezinski em voz alta, enquanto discursava na Mesa Redonda dos Negócios nos EUA. Chegou ao final do seu breve discurso, onde falou sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia e o futuro económico da América:

“Acho que isto nos apresenta algumas oportunidades significativas para fazer algumas mudanças reais. Estamos num ponto de inflexão, acredito, na economia mundial: [e] não apenas na economia mundial – [que] ocorre no mundo a cada três ou quatro gerações. Como um dos meus, como me disse um dos principais militares numa reunião reservada no outro dia, morreram 60 milhões de pessoas entre 1900 e 1946; e desde então estabelecemos uma ordem mundial liberal o que não acontecia há muito tempo. Muitas pessoas morreram, mas em parte nenhuma se chegou perto do caos. E agora é a hora em que as coisas estão a mudar. Haverá uma nova ordem mundial lá fora; e temos de liderá-la e de unir o resto do mundo livre para fazê-lo.”

Novamente, não há 'outro' no tabuleiro. Quando os movimentos se realizam, o tabuleiro  gira 180º para jogar do outro lado.

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