O primeiro-ministro Boris Johnson
foi receber um banho de apoio a Kiev já que em casa nem os companheiros
partidários o apoiam e os londrinos manifestam-se nas ruas contra o aumento do
custo de vida. Também exigem ao governo que corte nos custos das guerra e não
nos salários de quem trabalha. Os combustíveis na Europa atingiram o preço do
ouro e a inflação devora os rendimentos dos trabalhadores. A democracia deles
está cada vez mais reduzida aos votos. Só assim se compreende que Reino Unido,
União Europeia e o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) se ajoelhem
aos pés dos nazis que desde 2014 tomaram o poder na Ucrânia.
Úrsula von der Leyen garante que
a Ucrânia está a defender os valores da União Europeia. A morrer por eles, por
isso, merece viver dentro do cartel. Draghi, Scholtz e Macron foram ajoelhar-se
ante Zelensky a Kiev e elogiaram a democracia ucraniana. Garantiram que vão
ajudar os ucranianos a ganha a guerra. A ida de todas e todos os políticos de
topo do Ocidente a Kiev (Boris Johnson repetiu a dose), incluindo o
secretário-geral da ONU, tem sempre o mesmo roteiro. Vão a Irpin e a Bucha ver
os estragos feitos não se sabe por quem, dão uma volta na praça onde está
sedeado o poder, fazem declarações de amor a Zelensly e retiram em boa ordem.
Os russos são terríveis. Podiam poupar-nos a estes espectáculos degradantes com
uns mísseis ultrasónicos mas preferem castigar-nos.
Esses números circenses
mal-amanhados são cobertos por dezenas de jornalistas ocidentais que fazem as
perguntas previamente combinadas. Mas até hoje ninguém quis saber por que razão
Guterres, Úrsula von der Leyen, Charles Michel, Borrel, Macron., Scholtz,
Draghi ou António Costa não falaram com os líderes dos partidos da Oposição. Ou
com os seus deputados eleitos. Sendo todos tão defensores da democracia, tão
amantes do regime democrático, é incompreensível que cheguem a Kiev, vão ver as
valas comuns a Irpin e Bucha, dão duas de conversa a Zeklensky e cai o pano
sobre o palco.
O mundo precisa de saber o que
pensam os políticos da oposição ucraniana sobre a guerra que está a devastar o
país. Que está a matar milhares de ucranianos. O que pensam desse crime de
guerra atroz que é os nazis de Zekensky servirem-se das populações mais
vulneráveis como escudos humanos. E também precisamos de saber se a Oposição na
Ucrânia está de acordo com a guerra dos EUA e da OTAN (ou NATO). Com a adesão à
União Europeia. Com o endividamento perpétuo de um país onde o salário médio é
de 250 euros e o mínimo 130 euros! Porquê estes números num país que afinal é o
celeiro do mundo.
Sobre essa coisa da adesão da
Ucrânia à União Europeia, a Oposição ucraniana não tem uma palavra a dizer? A
decisão não tem de ser tomada, obrigatoriamente, no Parlamento, pelos deputados
eleitos? O secretário-geral da ONU, tão indignado com os crimes de Bucha não
quis saber porque foi abatido pela pide do Zelensky, um alto funcionário do
estado que fazia parte da primeira equipa de negociações. Não quis saber do
paradeiro do líder da Oposição, Viktor Medvedchuk, preso pela pide do Zelensky
num lugar que nem a família sabe. Nenhum líder político ocidental quis saber da
situação em que se encontram os dirigentes e deputados dos 11 partidos da
Oposição ilegalizados. Os políticos ocidentais turistas de Kiev são coniventes
com esses crimes. Cúmplices.
O que se passa na Ucrânia é
demasiado grave para ser tratado pelos Media ocidentais como um espaço de
entretenimento ou encher chouriços televisivos em horário nobre. Zelensky é
actor de profissão, Mas Guterres, Úrsula, Biden, Jens Stoltenberg, Macron,
Draghi, Scholtz, Boris Johnson, todas e todos querem mostrar que são melhores
do que ele, na arte da palhaçada. Como pode a Ucrânia aderir à União Europeia,
se Zekensky for corrido do poder pelo povo a quem prometeu acabar com a guerra
no Leste e levar o país para a OTAN (ou NATO)? Os partidos da Oposição foram
ilegalizados para sempre? Viktor Medvedchuk vai ser executado ou fica
perpetuamente na cadeia?
Na democracia deles, isso é
possível. Mas não vai ser fácil. Porque a Federação R ussa comprometeu-se a
desarmar e desnazificar a Ucrânia. Isso significa que as tropas russas só
retiram quando os nazis forem desarmados e afastados do poder. Mais uma vez, o
Presidente Putin tem razão. Quando a operação na Ucrânia acabar, nadas mais
será igual. Porque no decurso das acções militares, já aconteceram coisas tão
extraordinárias que o mundo unipolar se vai desmoronar.
Quem mais acredita em democratas
que vão à Ucrânia e ignoram a prisão do líder da Oposição? Que se estão nas
tintas para a ilegalização de 11 partidos da Oposição? Para a eliminação
selectiva de todas e todos os que ousam manifestar-se contra a guerra? (Depois
são atirados para as valas comuns de Irpin e B ucha) Quem mais confia em
políticos que vão a um país e nem sequer se preocupam em falar com um dirigente
ou um deputado da Oposição?
As potências ocidentais pensavam
que com a guerra à Federação Russa por procuração passada a Zelensky, iam criar
uma vaga de fundo planetária contra os comunistas. Falharam. A russofobia ia
triunfar. Falharam. Os cidadãos do mundo acidental sabem que o comunismo faz
falta para não sermos todos tratados como os ucranianos. E sabem que o
Presidente Putin é tão comunista como eu sou uma rosa branca às riscas
amarelas. Pode ser que a desnazificação da Ucrânia alastre ao resto da Europa e
aos EUA.
O fórum económico de São
Petersburgo pode ter marcado o ponto de partida para esse sucesso ímpar. Só é
pena que os ucranianos estejam a ser empurrados para a morte, pelos EUA, a
União Europeia e o Reino Unido. Não havia necessidade. Não lhes digam que já
ganharam a guerra, que vão ganhar a guerra, que está prestes a vitória na
guerra. Todo o mundo sabe que a Federação Russa, se quiser, resolve tudo nuns
minutos. Esperemos que os líderes ocidentais não sejam tão irresponsáveis e cruéis
que arrastem a guerra até esse ponto. Se assim acontecer, é caso para se criar
um novo Tribunal de Nuremberga. Biden, se entretanto não cair da bicicleta, tem
lá u lugar garantido. Os seus criado da OTAN (ou NATO) e da União Europeia,
também.
*Jornalista