quarta-feira, 29 de junho de 2022

SERPENTES DE ENCANTAR

Martinho Júnior, Luanda

… SERPENTES DE TODAS AS DIMENSÕES E VERSÕES, “RADICALIZADAS” ATÉ À OBSESSÃO…

OS PARLAMENTOS DUMA AUROPA OCUPADA PELO PENTÁGONO E VASSALA DA HEGEMONIA UNIPOLAR POR VIA CAMISA DE FORÇAS DA NATO, APLAUDEM DE PÉ GOLPISTAS E AQUELES QUE AO ALIMENTAREM A EXCLUSÃO, SE FURTAM AO DIÁLOGO, À BUSCA DE CONSENSOS E ESTIMULAM A GUERRA, AO INVÉS DE CULTIVAR A PAZ!

01- Zelenski explica como se produz, interpares, um bárbaro feudalismo em pleno século XXI…

O fundamentalismo que nutre o campo da hegemonia unipolar tem seus alucinados quadros, cenários e actores muito próprios, como se operassem fazendo sistemático uso (e abuso) dum poderoso magnetismo imagético, seja em formato micro, seja em macro formato, subvertendo com as suas acções as próprias palavras que pronunciam!

É assim que se esvazia por completo a democracia!

Um operador “ómega” no terreno dos relacionamentos torna-se omnipresente em função da intensa actividade das “presstitutas” extasiadas pelo lucro do raio de acção de suas mensagens alienadoras, na hora de seus comandados enfrentarem as armas da libertação!

Eles desconhecem até, na sua alucinada alienação liberal-nazi, que tudo se desfaz em pó, em fogo e fumo, por que a “carne para canhão” nem um segundo teve, enquanto permaneceu vegetal mergulhado em banho de formatação, possibilidade para acordar da cristalizada estupidificação a que foi condenado pelos suseranos do mundo, como um desprezível servo da gleba condenado à escavisão a que foi conduzido e em que se tornou! 

O servo da gleba não teve sequer tempo, muito menos capacidade, para fazer qualquer tipo de melhor conversão, ou encontrar uma opção alternativa, nem que fosse de última hora… simplesmente seus horizontes tornaram-se tão curtos que não consegue perceber o que quer que seja para além dos cerros que cercam o curto labirinto do seu habitat!

Presos na extensa teia de alucinação ideológica, os comandados de Zelenski no terreno tomam até a realidade como virtual, com ou sem o recurso às drogas, uma virtualidade trágica, carregada de símbolos recuperados dos tempos de Hitler, uma virtualidade excludente e bárbara!… 

OS TAMBORES DA GUERRA E NOTÍCIAS CRIMINOSAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Kremenchuk é uma cidade ucraniana. O presidente Zelensky disse que as tropas russas atacaram um centro comercial onde estavam mil pessoas. Posteriormente a propaganda da OTAN (ou NATO) e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) mostrou imagens com o edifício totalmente destruído. Quem estava no interior morreu. Os serviços de protecção civil ucranianos disseram hoje que morreram 20 pessoas! Não explicaram o que aconteceu às outras 980 anunciadas ao mais alto nível. Mais uma aldrabice criminosa.

Um português que vive nas imediações do centro comercial declarou a propagandistas da televisão portuguesa que ao lado existe uma fábrica, ocupada pelas forças armadas. Vamos falar de crimes. Gravíssimo crime de guerra é manter aberto um centro comercial vizinho de uma fábrica transformada em quartel de tropas e depósito de armas e munições. 

O senhor Zekensky anunciou em Fevereiro, nas redes sociais, que os seus agentes da pide (Serviços de Segurança da Ucrânia-SBU) prenderam o líder da Oposição, Viktor Medvedchuk, presidente do partido Plataforma de Oposição Pela Vida, imediatamente ilegalizado com outros dez partidos que se opõem aos nazis no poder. Os democratas ocidentais que vão ao beija-mão a Kiev não querem saber do prisioneiro.

Viktor Medvedchuk desapareceu. Ninguém sabe em que presídio se encontra. A família não sabe dele. Os dirigentes e deputados da Plataforma de Oposição Pela Vida não sabem do seu paradeiro. As autoridades limitam-se a dizer que está detido num local secreto por razões de segurança. É um prisoneiro incomunicável. Não pode ter visitas. A Cruz Vermelha Internacional sobre este acontecimento nada diz. A agência da ONU para os Direitos Humanos remete-se ao silêncio. O Tribunal Penal Internacional, nada. Úrsula von der Leyen cauciona a prisão do líder da Oposição ucraniana dizendo que Kiev defende a democracia na Europa. Os outros todos seguem o exemplo.

Ninguém quer saber de um prisioneiro na situação de incomunicável faz hoje quatro meses? Ninguém exige a Zelensky que mostre se ele está vivo ou morto e atirado para as valas comuns de Irpin e Bucha, destino de todas e todos que se opõem à guerra? Ninguém quer saber até quando os 11 partidos da Oposição ilegalizados vão continuar nessa situação? Entretanto, a União Europeia aceitou com gaItinhas, tambores e bandeiras a “candidatura” da Ucrânia ao cartel.

NATO: A MAIOR E MAIS LETAL MÁQUINA DE GUERRA

A Cimeira da NATO em curso a 29 e 30 de junho, em Madrid. A par da resposta à guerra na Ucrânia, discutir-se-á o alargamento da Aliança, a extensão do seu papel e da sua área de influência e intervenção, nomeadamente no que respeita ao Indo-Pacífico. Dossier organizado por Mariana Carneiro.

O secretário-geral da NATO já veio afirmar que a cimeira da organização em Madrid marcará o rumo da Aliança para a próxima década e será “histórica”, ao “repor a dissuasão e a defesa”. Jens Stoltenberg frisou igualmente que será uma “oportunidade importante para reafirmar os valores da NATO”. No que respeita ao Conceito Estratégico, o documento que estabelece as estratégias da Aliança Atlântica nos próximos anos, este definirá “a posição conjunta sobre a Rússia, os desafios emergentes e a China”, e ainda “a associação com a União Europeia, que atingiu níveis sem precedentes”.

A NATO vive um momento de marcada revitalização, como consequência da invasão da Ucrânia por parte da Rússia. A maior e mais letal máquina de guerra do mundo tem vindo a reforçar a sua presença e segue um caminho de notória expansão, cavalgando a aparente amnésia sobre as consequências da sua política imperialista e das incursões belicistas por si protagonizadas. Perante a escalada de tensão, o aprofundamento da militarização e a corrida ao armamento, e a tendência marcadamente expansionista da NATO, são várias as vozes que alertam para a perigosidade desta organização e exortam à luta pela Paz, pelo desarmamento e pelo desmantelamento de alianças militares agressivas como a Aliança Atlântica.

Neste dossier, José Gusmão, Gilbert Achcar, Luís Fazenda, Étienne Balibar, Silvia Federici, Michael Löwy e Marcello Musto, Anuradha Chenoy, José Manuel Pureza, Michael Klare, Vijay Prashad e Daniele Ganser traçam-nos um retrato do que é a NATO, explicam-nos o que estará em cima da mesa na Cimeira dos próximos dias 29 e 30 de junho e alertam-nos para os perigos que o mundo enfrenta mediante o reforço do poder e da presença da Aliança Atlântica.

Mais de 19 milhões de iemenitas passam fome e as ajudas diminuem

Depois de o Programa Alimentar Mundial ter anunciado cortes drásticos na ajuda ao Iémen, a ONU revela que a fome atinge o patamar mais elevado no país árabe desde o início da guerra de agressão, em 2015.

Numa nota emitida esta terça-feira, o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA, na sigla em inglês) afirma que os cortes nos fundos estão a limitar a sua capacidade de ajudar as pessoas que necessitam de assistência, incluindo os 160 mil iemenitas que se encontram à beira da fome.

«Cinco milhões de pessoas receberão menos de metade das suas necessidades diárias e oito milhões de pessoas receberão menos de um terço daquilo de que necessitam diariamente», revelou a UNOCHA.

Explicou que, em Dezembro último, o Programa Alimentar Mundial (PMA) foi obrigado a reduzir as rações alimentos para oito milhões de pessoas no país árabe devido a falta de financiamento e que teve de efectuar mais cortes no mês passado.

No domingo, o PMA anunciou na sua conta de Twitter que foi obrigado a «tomar decisões extremamente difíceis» no que respeita à ajuda alimentar que presta à população iemenita, por não receber fundos suficientes, devido às condições económicas a nível global e aos efeitos colaterais contínuos da guerra na Ucrânia.

Na nota ontem emitida, a UNOCHA informou ainda que o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) poderá ter de suspender, em Julho, o apoio a 50 mil crianças com má-nutrição severa, bem como o apoio à saúde materno-infantil que, até Julho, deve abranger até 2,5 milhões de crianças e 100 mil mulheres.

No mesmo mês, a Unicef deverá igualmente suspender o trabalho que realiza ao nível da água potável e saneamento, e que abrange cerca de 3,6 milhões de iemenitas.

A guerra de agressão e o bloqueio impostos por Riade, aliados regionais e ocidentais ao mais pobre dos países árabes provocou aquilo que as Nações Unidas definiram como «a pior crise humanitária».

Apesar da trégua iniciada em Abril e prolongada em Junho, sob os auspícios da ONU, a coligação liderada pelos sauditas não pôs fim ao bloqueio nem ao confisco de petroleiros com destino ao porto de Hudaydah.

AbrilAbril

Portugal | OS MISERAVEIS DE 2022

Eduardo Oliveira e Silva |  jornal i | opinião

Há uma impenetrável vida nos diversos mundos e submundos da sociedade portuguesa que de repente salta à vista horrorizando a comunidade dita normal.

1. Quem diria que mais de 48 anos depois do 25 de Abril, proclamado como um feito para o povo e em nome do povo, haveríamos, embora em paz e democracia, de estar ainda confrontados com tantas franjas da população a viver numa miséria económica, social e moral? Porém, desde o dia em que Portugal se tornou mero candidato à então CEE, recebemos milhares de milhões de fundos de pré-adesão e estruturais. Mas, apesar dos progressos, continuamos na cauda da Europa e cheios de problemas humanos.

O drama da criança de Setúbal (que tinha cinco irmãos dados à assistência e que provavelmente nunca viu), outros de violência doméstica e de todos os tipos que vemos diariamente só são diferentes quando saltam para plano mediático que, em regra, os explora à exaustão por mero espetáculo, que, ainda assim, adota o politicamente correto como a omissão étnica ou nacional de alguns envolvidos. Em contrapartida, há dias, a propósito de uma burla, o pudico Público não hesitou em especificar que a arguida é sobrinha neta de um ex-Presidente da República, como se isso tivesse relevância.

Por todo o lado, no continente e nas ilhas, nas cidades, nos subúrbios, nas aldeias, nos campos, há situações de grande violência física, psicológica e total marginalidade, criminosa ou não. Vê-se gente a viver na maior pobreza económica, moral e num isolamento desolador. Há uma impenetrável vida nos diversos mundos e submundos da sociedade que de repente salta à vista. Os factos horrorizam a comunidade. Esta revolta-se, às vezes com violência, contra os criminosos, contra um Estado incapaz nas suas vertentes de justiça e proteção, no fundo contra si própria, o que facilita a afirmação de certas correntes políticas extremistas de esquerda e de direita. A existência de verdadeiros guetos, de crimes crapulosos, de violência sexual, de extorsão, de rixas de gangs, de ajustes de contas, de rezas, de feitiços ou amarrações não são exclusivo dos meios pobres. Mas é neles que assumem maior frequência, o que resulta do acumular de desgraças sem saída.

Quase meio século depois do 25 de Abril, olhamos para os mais pobres de nós e verificamos que, em muitos casos, tirando os lenços da cabeça que caíram em desuso, há muita gente que parece saída de uma imagem a preto e branco do arquivo da RTP. Gente que não sabe exprimir-se, que está desdentada, que nada tem e cujo interesse maior é viver intensamente um ‘Big Brother’ do momento. Assim sobrevive sem se aperceber que é também vítima porque tinha dez anos na revolução e que hoje deveria estar noutro patamar de educação, de desenvolvimento, de apreensão da realidade, de responsabilidade cívica, beneficiando de algum conforto e de uma assistência digna, em nome da qual a Europa nos mandou comboios de dinheiro.

Teria sido fundamental que o Estado, em vez de se tornar autofágico e falsamente assistencialista, se tivesse assumido como criador de oportunidades, riqueza e um fiscalizador e não um glutão. Situações como a de Setúbal há em muitos países bem mais desenvolvidos e que têm, como a França, problemas agravados com a criminalidade juvenil, ódios raciais e religiosos que entre nós existem incipientemente. Não serão as intervenções de especialistas, de polícias e todo o tipo de autoridades e comentadores que vão mudar a nossa realidade. Outros casos acontecerão e alguns vão voltar a chocar, como ainda se viu segunda-feira com o abandono de um bebé num contentor.

Ao menos que o de Setúbal sirva para prevenir um ou dois dramas potenciais, através de alertas de gente que ligue, por exemplo, o número específico para assinalar crianças em perigo. É preciso é que, depois, haja sequência e responsabilidade. Se assim for, nem que seja uma vez, já se poderá retirar algo de menos mau de um caso tão sórdido, tão sádico e tão ilustrativo das muitas vidas miseráveis que ainda há em Portugal em 2022. 

Portugal | JUSTIÇA CEGA


Henrique Monteiro | Henricartoon

Portugal | O SNS JÁ REBENTOU, SEGUE-SE A EDUCAÇÃO

Joana Petiz | Diário de Notícias | opinião

Dois terços das crianças do 2.º ano erraram ou nem sequer conseguiram responder ao que lhes perguntavam. Até podem saber juntar as letras e ver ali palavras, mas pouco entendem do que estão a ler e as dificuldades que têm para se exprimir por escrito são dramáticas. É apenas a ponta de um imensamente destrutivo icebergue, que representa (também) os estragos de dois anos de covid numa área fundamental para o futuro do país. E que nem toda a boa vontade dos professores pôde impedir, entre escolhos antigos e a flagrante falta de meios para tentar evitar novo naufrágio: os computadores que ainda vão chegar, a internet que não é certa, o desprezo a que quem ensina foi votado por um governo que ainda finge acreditar que atribuir mais uns milhões no orçamento (que nunca chegam) resolve problemas. Mas poucochinhos, que as contas têm de se manter certas e os tempos não estão para brincar, como ainda ontem avisou Christine Lagarde.

Nas escolas, tenta-se remediar o que se vai mantendo miraculosamente de pé, mas a Educação continuará para lá de remédio possível enquanto a solução passar por meros remendos de ocasião, sem visão, sem plano de fundo, sem estratégia para recuperar um ensino público esgotado e anacrónico.

Repito, a responsabilidade não é dos professores, a quem tantas vezes é apontado o dedo pelas falhas que tentam constantemente contornar e ultrapassar. Mas a degradação que já vinha acontecendo, fruto do desinvestimento de quem julga que ter uma escola pública é um bem imutável, acelerou a fundo. E cavou muito mais fundo o fosso entre os que têm - dinheiro, acesso, suporte, apoio, cultura, estrutura - e os que não têm.

O ensino das cada vez mais raras crianças em Portugal foi perdendo exigência e meios a cada mudança bianual, sem que alguma vez se medisse os resultados do que se foi (des)fazendo. Os professores foram abandonados à sua sorte com incompreensíveis programas curriculares ao colo e uma quantidade de tarefas burocráticas a cargo, que nada têm que ver com educação. A avaliação tornou-se opressiva - para alunos e para professores - e proscrita. Uma negativa deixou de ser sinal de que era preciso investir no aluno para se tornar estigma de professor incompetente; e chumbar é tarefa impossível exceto quando se entra em braço-de-ferro por causa da Educação Cívica.

No atual sistema, é mais importante passar aos alunos a ideia de que a Biologia não é uma ciência do que perceber (e resolver) porque há ainda tantas crianças e adolescentes que não entendem o que leem, que não sabem filtrar, relacionar ou interpretar a informação que lhes despejam em cima sem preocupação de quanto é verdadeiramente aprendido, não decorado.

O pré-escolar tornou-se obrigatório, como a educação física e a artística e os psicólogos escolares, mas raras vezes qualquer deles é mais do que uma anedota contada a quem pergunta o que se faz nessas horas letivas, que somam mais umas notas à pauta (que já não se pode afixar para proteger os dados e os sentimentos dos meninos e das respetivas famílias).

Perante o desastre iminente, qual é a maior preocupação do governo? Acabar com a balda dos professores que fingem estar doentes só para não serem colocados a 200 km de casa - mas para esses aldrabões os dias estão contados, graças às novas regras de mobilidade. Isso sim, uma medida urgente, por oposição à ordem, à lógica e à justiça que nunca chegaram às colocações. Isso sim, muito mais relevante do que garantir que, mais do que livros de graça só para quem está no público, há ensino de qualidade e adaptado à era digital. Isso sim, verdadeiramente relevante, quando comparado com garantir condições para as nossas crianças terem de facto acesso a atividades desportivas, culturais, artísticas de qualidade. E apoio na medida em que dele necessitem.

Só falta mesmo ouvirmos ao ministro algo semelhante ao que escutámos, em plena pandemia, à colega que tutela a Saúde: nisto da Educação, é preciso é resiliência. Depois de o colapso do SNS ter sido desvalorizado como "um problema específico das urgências obstétricas", ainda vão tentar convencer-nos que a destruição na educação foi só um professor com uma crise de soluços.

A NATA DA NATO REUNE-SE HOJE E AMANHÃ AO SERVIÇO DOS EUA

No Curto do Expresso temos à cabeça do texto da jornalista Isabel Leiria a reunião da nata da NATO. De caudas a dar-a-dar lá vão todos importantes e empertigados os servos do Império do Mal deste planeta, das matanças internas e externas e porto de abrigo do terrorismo de estado e da invasão e subjugação de imensos países e povos do mundo. 

O servilismo europeu sempre foi notório e na atualidade é cego e radicalizou-se. O referido Império diz e os dirigentes europeus aquiescem obedientemente e cumprem. É visto, sentido e prevalecem os sarilhos, a instabilidade plantada desde uma Casa Branca que oculta ingloriamente a negritude e desgraças que gera e contém no âmago quase por açambarcamento planetário. A Europa anda às ordens disso, desses. Sem vontade própria. Dominados cidadãos aquiescem. Sucumbem perante as lavagens ao cérebro de de midias formadas pela automatização néscia, criminosa, que corta a raiz ao pensamento e interrompe a vida a milhares-milhões de cidadãos do mundo. A aqui referida e efetiva nata já azedou há muito tempo, pelo menos há muitas décadas. Nem por isso as elites natadas europeias, nem grande parte dos cidadãos europeus, deixam de chafurdar naquele pestilento caldo azedo, intragável, que urge fazer embicar para os esgotos que devolvam aos EUA a porcaria com que nos vem impregnando…

Aqui estamos e aqui vamos continuando sem sermos nós próprios, europeus. Queremos a PAZ, façamos a PAZ, sem interferências, sem os tiques terroristas dos rapazes das vacas, dos cowboys.

Do Expresso Curto, a seguir. De certo com uma percentagem de lenga-lenga… Pensem. Ajam.

MM | PG

JOÃO LOURENÇO À RTP: Só Vamos Ter Coisas Boas no Meu Segundo Mandato

Artur Queiroz*, Luanda

Silva Costa foi um grande jornalista português. Sei disso porque ele era chefe de Redacção do Diário de Notícias quando o mais antigo diário português batia recordes de tiragens, circulação e expansão. Nessa época eu era o correspondente em Angola e na África Austral. Um grande profissional do jornalismo também se vê nas mesas de lerpa e nós sentámo-nos muitas vezes praticando esse jogo só para intelectuais. 

Isabel Silva Costa, filha do grande mestre da notícia e da lerpa, entrevistou hoje o Presidente João Lourenço. Ouvi tudo, anotei tudo e no fim perguntei-me: Escrevo um texto sobre isto? A decisão que tomei já vai no segundo parágrafo. Faço-o por dever profissional. As minhas e os meus leitores precisam de saber o que aconteceu em Lisboa, ante as câmaras e os microfones da RTP, o canal público português.

O Presidente João Lourenço entrou em campo ao ataque. E fez dois remates que deram golo: “No próximo mandato vamos concluir a rede viária n acional e continuar a luta contra a sede nas províncias do Sul, Parte da Huila, Cunene, Namibe e Cuando Cubango. Vamos concluir a electrificação do país. Já iniciámos a produção de energia fotovoltaica, primeiro em Benguela. Vamos investir mais dois mil milhões de dólares s noutros projectos no sul de Angola, nomeadamente nas províncias do Namibe, Huila, Cunene e Cuando Cubango. Depois as províncias de Leste, Lunda Norte, Lunda Sul e Moxico”.

A entrevistadora diz que há muita contestação juvenil em Angola. Mas João Lourenço contestou dizendo: “No início do próximo mandato vamos concluir a construção do Aeroporto Internacional Dr. António Agostinho Neto. E mais uma grande barragem, a hidroeléctrica de Caculo Cabassa.  

O dia a dia das pessoas é muito difícil, inflação a subir, preços a subir…

O Presidente João Lourenço segurou o meio campo e partiu para o contra-ataque:

“Mais inflação não. Preços mais altos não. Os produtos básicos têm os preços mais baixos. Graças à criação da Reserva Estratégica Alimentar conseguimos o equilíbrio dos preços”. 

TCHIZÉ DOS SANTOS DIZ QUE JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS “ESTÁ VIVO”

Filha de José Eduardo dos Santos diz que não vai permitir que desliguem as máquinas

Tchizé dos Santos afirma que José Eduardo dos Santos "está vivo", com "todos os órgãos a funcionar" e o seu estado de saúde é estável.

A filha do antigo presidente angolano, Tchizé dos Santos, afirmou esta terça-feira (28) que "não vai permitir que desliguem as máquinas" a José Eduardo dos Santos e acusou o atual chefe do executivo, João Lourenço, de estar a fazer uma gestão política do caso.

Num áudio posto a circular nas redes sociais, sob a forma de recado "para quem anda a fazer os preparativos para o funeral do presidente emérito do MPLA", Tchizé dos Santos afirma que José Eduardo dos Santos "está vivo", com "todos os órgãos a funcionar" e o seu estado de saúde é estável.

Acusou ainda o médico João Afonso, que acompanha o ex-presidente há vários anos e com quem entrou em rota de colisão, de "andar a plantar" informações na comunicação social para preparar a opinião pública para a morte do antigo presidente, que governou Angola durante 38 anos, enquanto "tentam convencer a família" que deve autorizar os médicos a desligar as máquinas.

"Eu, como filha, nunca irei permitir que desliguem as máquinas de um pai vivo, que tem o coração a bater normalmente, um coração que está bom, não teve ataque cardíaco, não teve AVC", afirma a empresária e antiga deputada do MPLA, partido no poder em Angola desde a independência, em 1975.

Tchizé dos Santos reforça que visitou o pai e que este, apesar de internado há quatro dias, "está vivo".

Dirigindo-se a João Lourenço, que orientou o ministro angolano das Relações Exteriores para viajar até Barcelona para acompanhar o estado de saúde do ex-chefe de Estado, aconselhou o Presidente angolano a preparar o seu próprio funeral e avisou que "ninguém vai permitir que se desliguem as máquinas".

Acusou ainda João Lourenço de querer retirar dividendos políticos, "para aparecer em grande e meterem bandeiras do MPLA em cima do caixão" de José Eduardo dos Santos.

Alguém "que está extremamente dececionado consigo e com o MPLA, está extremamente triste e não ia fazer campanha para vocês", prosseguiu Tchizé dos Santos, aludindo às eleições gerais marcadas para 24 de agosto.

"Provavelmente iria mesmo querer ver alternância política", rematou.

O conflito entre João Lourenço e alguns dos filhos do seu antecessor teve início quase após a tomada de posse, em setembro de 2017, agravando-se com os processos em tribunal que contra a empresária Isabel do Santos, ainda em curso, e Filomeno dos Santos, já julgado e condenado mas aguardando recurso depois de ser condenado a uma pena de prisão no âmbito do caso que ficou conhecido como "500 milhões"

Por seu lado, Tchizé dos Santos saiu do país em 2019 por, alegadamente, correr risco de vida, foi suspensa do comité central e acabou por perder também o seu mandato de deputada na bancada do partido do poder, MPLA.

As duas filhas de José Eduardo dos Santos têm manifestado publicamente as suas divergências com o regime, afirmando ser vítimas de perseguição e acusando o governo angolano de usar a justiça de forma seletiva para atingir familiares e outras pessoas próximas do seu antecessor.

O ministro das Relações Exteriores de Angola viaja quarta-feira de manhã para Barcelona para acompanhar o estado de saúde do ex-presidente José Eduardo dos Santos, cuja situação de saúde se deteriorou nas últimas horas, disse fonte oficial à Lusa.

José Eduardo dos Santos está internado numa clínica em Barcelona e encontra-se em coma depois de ter sofrido uma queda e já depois de ter recuperado de uma infeção de covid-19.

"A situação está a ser acompanhada de perto por Angola ao mais alto nível", acrescentou a mesma fonte.

O antigo Presidente encontra-se há alguns dias nos cuidados intensivos, no Centro Médico Teknon, em Barcelona, Espanha, em coma induzido.

Ao longo dos últimos meses, tem estado acompanhado por alguns dos seus filhos. O ex-presidente, de 79 anos, tem problemas de saúde há vários anos e tem sido acompanhado em Barcelona desde 2006.

Eduardo dos Santos governou Angola entre 1979 e 2017, tendo sido um dos Presidentes a ocupar por mais tempo o poder no mundo e era regularmente acusado por organizações internacionais de corrupção e nepotismo.

Em 2017, renunciou a recandidatar-se e o atual Presidente, João Lourenço, sucedeu-lhe no cargo, tendo sido eleito também pelo Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que governa no país desde a independência de Portugal, em 1975.

Diário de Notícias | Lusa

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