quarta-feira, 29 de junho de 2022

OS TAMBORES DA GUERRA E NOTÍCIAS CRIMINOSAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Kremenchuk é uma cidade ucraniana. O presidente Zelensky disse que as tropas russas atacaram um centro comercial onde estavam mil pessoas. Posteriormente a propaganda da OTAN (ou NATO) e do estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) mostrou imagens com o edifício totalmente destruído. Quem estava no interior morreu. Os serviços de protecção civil ucranianos disseram hoje que morreram 20 pessoas! Não explicaram o que aconteceu às outras 980 anunciadas ao mais alto nível. Mais uma aldrabice criminosa.

Um português que vive nas imediações do centro comercial declarou a propagandistas da televisão portuguesa que ao lado existe uma fábrica, ocupada pelas forças armadas. Vamos falar de crimes. Gravíssimo crime de guerra é manter aberto um centro comercial vizinho de uma fábrica transformada em quartel de tropas e depósito de armas e munições. 

O senhor Zekensky anunciou em Fevereiro, nas redes sociais, que os seus agentes da pide (Serviços de Segurança da Ucrânia-SBU) prenderam o líder da Oposição, Viktor Medvedchuk, presidente do partido Plataforma de Oposição Pela Vida, imediatamente ilegalizado com outros dez partidos que se opõem aos nazis no poder. Os democratas ocidentais que vão ao beija-mão a Kiev não querem saber do prisioneiro.

Viktor Medvedchuk desapareceu. Ninguém sabe em que presídio se encontra. A família não sabe dele. Os dirigentes e deputados da Plataforma de Oposição Pela Vida não sabem do seu paradeiro. As autoridades limitam-se a dizer que está detido num local secreto por razões de segurança. É um prisoneiro incomunicável. Não pode ter visitas. A Cruz Vermelha Internacional sobre este acontecimento nada diz. A agência da ONU para os Direitos Humanos remete-se ao silêncio. O Tribunal Penal Internacional, nada. Úrsula von der Leyen cauciona a prisão do líder da Oposição ucraniana dizendo que Kiev defende a democracia na Europa. Os outros todos seguem o exemplo.

Ninguém quer saber de um prisioneiro na situação de incomunicável faz hoje quatro meses? Ninguém exige a Zelensky que mostre se ele está vivo ou morto e atirado para as valas comuns de Irpin e Bucha, destino de todas e todos que se opõem à guerra? Ninguém quer saber até quando os 11 partidos da Oposição ilegalizados vão continuar nessa situação? Entretanto, a União Europeia aceitou com gaItinhas, tambores e bandeiras a “candidatura” da Ucrânia ao cartel.

Os tambores da guerra soam c ada vez mais fortes para os lados do Ocidente. Os líderes ocidentais foram todos atacados pela síndroma das baleias que se suicidam quando perdem a noção das rotas da vida. Londres proclamou que a guerra vai continuar até à vitória total da Ucrânia, O chefe do Pentágono foi mais cruel e declarou que o objectivo da guerra é pôr a Federação Russa de joelhos. O chefe da OTAN (ou NATO) acaba de dizer em Madrid que agora a Federação Russa tem as fronteiras cercadas por países do bloco militar, dado o sucesso da adesão da Suécia e Finlândia. Esta marcha triunfal para o suicídio tem um problema: Acaba mesmo com a morte, como pretendido.

A guerra contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia pela União Europeia, OTAN (ou NATO) e estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) estava a ser preparada desde 2008. De tal forma que até ao ano passado, os países do bloco militar aumentaram brutalmente o número de tropas na região. 

O resultado foi este: A Lituânia é o país do mundo com mais militares por 100 mil habitantes, exactamente 620,8. Ninguém quer saber por que razão um país com menos de três milhões de habitantes, quase todos russos, tem tanta tropa. O terceiro país do mundo com mais militares por 100 mil habitantes é a Estónia, 513, 1. Ninguém quer saber por que razão, um pequeno país com pouco mais de um milhão de habitantes precisa de tanta tropa, depois de aderir à OTAN (ou NATO), em 2004. Em quarto lugar no número de militares por 100 mil habitantes é a Noruega, (406,2). No quinto vem a Bulgária (377), no sétimo a Roménia (358,6) e no oitavo lugar vem a Letónia (353). 

Os EUA ocupam o sexto lugar. Mas não precisam de nenhum militar, têm sangue e vidas por tudo quanto é mundo. Contas feitas, o bloco militar mais agressivo e reacionário do mundo tem em prontidão 3. 282.000 militares para canhão. O envio de armas e munições para o teatro de operações não adianta grande coisa. O governo da Federação Russa, quando vê que entre os líderes ocidentais o desvario é quase criminoso, dá sinais evidentes aos ucranianos, que o melhor para eles é não darem ouvidos a loucos. 

O míssil balístico intercontinental Sarmat ainda não entrou em acção. Oxalá não entre. Porque esta arma de destruição maciça vai mais longe do que todas as anteriores. E garante à Federação Russa a superioridade em armas nucleares estratégicas até à década de 2070. É o míssil intercontinental mais poderoso do mundo. Um Sarmat pode transportar 7,5 megatoneladas nucleares para qualquer ponto do mundo. Tem capacidade para desferir um ataque não nuclear de alta precisão. A sua energia cinética causa destruição atómica sem radiação. Um só Sarmat destrói toda a costa Leste dos EUA em segundos. Todos sabem disso, mas enquanto forem os ucranianos a morrer, tudo bem.

Instigar a guerra na Ucrânia para enfraquecer a Federação Russa é um suicídio mas é igualmente um crime de guerra. Porque todos sabem que é impossível um desfecho, que não seja a derrota da OTAN (ou NATO) e da União Europeia por conta do estado terrorista mais perigos do mundo (EUA). É que além dos Sarmat, a Federação Russa tem igualmente os temíveis Kinzal e Kalibre. Mais os mísseis de cruzeiro intercontinentais e nucleares atómicos. Pior ainda. Nos arsenais russos existem milhares de “mísseis de destino final”. Onde forem usados, fica tudo destruído.

A adesão da Finlândia e da Suécia à OTAN (ou NATO) mais o envio de 300 mil militares para a “Frente Leste” (países bálticos)  e Polónia significa o escalar da guerra, porque vai sair do palco da Ucrânia para outros palcos bem mais sensíveis e onde as populações não são tão pobres nem dependentes. Vai doer e muito.

A União Europeia está nas mãos de nazis engravatados e loiras platinadas de raiz hitleriana. A OTAN (ou NATO) é o braço armado dos mercados. Biden é uma espécie de sonâmbulo descerebrado. A cimeira de Madrid restaurou a guerra-fria sem dó nem piedade dos povos que vão sofrer as agruras do belicismo radical. 

Enquanto decorria a cimeira de Madrid, a inflação em Espanha, arma de destruição maciça dos salários, ultrapassou os dez por cento. Os outros países da União Europeia estão iguais ou muito piores. Os EUA muito, muito piores. Já têm uma inflação igual à que existia na grande Depressão. Foucault tem razão. Na sociedade capitalista, quem não for louco, vai parar a um hospício, amarrado de pés e mãos. 

Imaginem que agora querem mudar a composição do Conselho de Segurança da ONU, expulsando a Federação Russa! Não fica pedra sobre pedra. Nem os loucos se safam. Um “analista” português disse hoje isto: “Temos que juntar sangue ao tesouro”.

Atenção, atenção! O estado de saúde, seja de quem for, não está disponível para a comunicação social. O Direito à Inviolabilidade Pessoal, na sua projecção física, inclui a esfera privada, esfera pessoal, esfera do segredo e a história pessoal. A sua violação é crime muito grave ainda que seja punido com bagatelas penais, com o convém ao banditismo político e mediático. Se as e os violadores forem familiares da vítima, além de crime, é um acto próprio de leprosas e leprosos morais. Fazer de Direitos de Personalidade um circo mediático é uma baixeza tão grande que dificilmente ficará sem castigo, infringido num Tribunal ou pelo Povo. Nenhum crime fica sem castigo.

*Jornalista

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