sexta-feira, 8 de julho de 2022

Angola | O CONSTRUTOR DA CATEDRAL DA LIBERDADE – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Aldemiro Vaz da Conceição mostrou-me um despacho do Presidente José Eduardo dos Santos que dizia mais ou menos isto: “Angola, África e o Mundo têm de conhecer tudo sobre a Batalha do Cuito Cuanavale”. Para cumprimento dessa tarefa, nomeou uma equipa de homens da sua confiança. Aldemiro, meu antigo companheiro na Redacção da Emissora Oficial de Angola (RNA), incumbiu-me de levar à prática essa tarefa, com notícias e reportagens, publicadas no Jornal de Angola sob o título genérico OS MESES QUE MUDARAM ÁFRICA E O MUNDO. 

Comigo trabalhou, a tempo inteiro, o repórter “50” (Paulino Damião). Como a tarefa decorreu ao longo de um ano, outros entraram na equipa, como Santos Pedro e Adalberto Ceita, dois camaradas com quem gostava muito de trabalhar. O General Nando Cuito foi incansável nessa missão de limparmos o lodo que cobria um dos feitos mais importantes da História Universal. Porque ali, mas colinas do Tumpo, as Forças Armadas Populares de Libertação de Angola (FAPLA) derrotaram o regime racista da África do Sul, uma mancha ignominiosa na Honra da Humanidade. 

A todas e todos que me ajudaram nessa tarefa, nomeadamente membros do Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuito Cuanavale (FOCOBACC), a minha eterna gratidão.  Já no fim da carreira profissional, muito mais velho do que rapaz novo, fiz as reportagens da minha vida! Obrigado ao Presidente José Eduardo dos Santos.

Nunca bajulei ninguém, nunca tive uma relação fácil com os detentores do Poder, jamais abandonei os meus princípios de libertário. Quando aconteceu a maka do Quadro e a Peça de Teatro, no início do mandato presidencial de José Eduardo dos Santos, escrevi um texto publicado no semanário português “Expresso” no qual critiquei duramente a detenção de quem pôs de pé essas actividades culturais, nomeadamente Fernando da Costa Andrade (Ndunduma). Responsabilizei o Presidente da República por essas detenções. 

Hoje, dia 8 de Julho de 2022, recordo que Angola deve a José Eduardo dos Santos e seus colaboradores (tremenda equipa de mulheres e homens excepcionais) a Paz. A Reconstrução Nacional. As Novas Centralidades (Pela primeira vez na História Universal um governo construiu novas cidades de raiz, com mais habitantes do que muitas pequenas e médias urbes no chamado mundo ocidental). A democracia representativa (Praticamente toda a direcção da UNITA lhe deve a vida). 

Um dia se saberá até que ponto a sua obra é importante. Porque temos de confrontá-la com a obra dos que lhe vão suceder. A História não tem pressa de acolher os seus actores e de medir a sua grandeza.

José Eduardo dos Santos deu poucas entrevistas. Numa delas, quando o jornalista lhe perguntou como gostava de ser lembrado, ele respondeu, sem a mínima hesitação: “Quero ser lembrado como um bom cidadão e um bom angolano”.

No mundo, queiram ou não os arautos dos donos, O Presidente José Eduardo dos Santos será sempre lembrado como o líder político que libertou África e o Mundo do regime de apartheid na África do Sul. O libertador de Nelson Mandela, O político sagaz que envolveu os próceres do regime racista numa teia de liberdade que restituiu o Poder à maioria negra sul-africana. E pulverizou a “Solução UNITA” para África. Após a morte de Jonas Savimbi em 22 de Fevereiro de 2002, as potências ocidentais já não podem indicar títeres para tratar dos seus negócios. África mudou. 

Se Angola estudar e respeitar o legado de José Eduardo dos Santos será sempre um país livre. Mas também é impossível não seguir, não estudar, não respeitar. Pelo menos enquanto o MPLA existir. 

Não vou apresentar as minhas condolências à família enlutada. Isso seria tão redutor que roçava as fronteiras do insulto. Apresento as minhas sentidas condolências ao Povo Angolano. Um dia todos saberão a dimensão da perda. 

Hoje morreu o construtor da catedral da liberdade

ªJornalista

MORREU JOSÉ EDUARDO DOS SANTOS, ANTIGO PRESIDENTE DE ANGOLA

José Eduardo dos Santos estava internado numa unidade de cuidados intensivos em Barcelona, Espanha. Presidente de Angola decreta cinco dias de luto nacional.

Morreu esta sexta-feira José Eduardo dos Santos, antigo Presidente de Angola, aos 79 anos.

O antigo chefe de Estado estava internado desde o dia 23 de junho nos cuidados intensivos de uma clínica em Barcelona, Espanha, onde recebia tratamentos médicos desde 2019.

A notícia da morte de José Eduardo dos Santos foi comunicada pela Presidência da República de Angola através de uma nota publicada no Facebook.

"O Executivo da República de Angola leva ao conhecimento da opinião pública nacional e internacional, com um sentimento de grande dor e consternação, o falecimento de Sua Excelência o ex-Presidente da República, Engenheiro José Eduardo dos Santos, ocorrido hoje às 11h10, hora de Espanha certificada pelo boletim médico da clínica, em Barcelona, após prolongada doença", lê-se no comunicado.

"O Executivo da República de Angola inclina-se, com o maior respeito e consideração, perante a figura de um Estadista de grande dimensão histórica, que regeu durante muitos anos com clarividência e humanismo os destinos da Nação Angolana, em momentos muito difíceis", acrescenta ainda a nota.

O Executivo da República apresenta à família "os seus mais profundos sentimentos de pesar" e "apela à serenidade de todos neste momento de dor e consternação".

José Eduardo dos Santos sucedeu a Agostinho Neto como Presidente de Angola em 1979 e deixou o cargo em 2017, cumprindo uma das mais longas presidências no mundo, sendo regularmente acusado por organizações internacionais de corrupção e nepotismo.

Em 2019, José Eduardo dos Santos passa a viver na cidade catalã de Barcelona, para realizar com maior facilidade tratamentos no Centro Médico Teknon, uma das melhores unidades hospitalares europeias na valência de oncologia, que já tratava o ex-Presidente angolano há cerca de oito anos.

Nas últimas semanas, o seu estado de saúde agravara-se. Em coma e com lesões consideradas irreversíveis, a saúde de José Eduardo dos Santos motivou polémica dentro da própria família.

O Presidente de Angola, João Lourenço, decretou cinco dias de luto nacional, a começar no sábado. "É declarado o luto nacional a ser observado em todo o território nacional e nas missões diplomáticas e consulares", pode ler-se num decreto presidencial assinado pelo chefe de Estado.

Segundo o decreto, o luto nacional começa às 00h00 de sábado, 9 de julho, e tem a duração de cinco dias, durante os quais a bandeira nacional será colocada a meia haste e serão cancelados todos os espetáculos e manifestações públicas.

TSF

OCIDENTE AMEAÇA RECONSTRUIR O MUNDO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A II Guerra Mundial devastou a Europa. Os nazis mataram milhões de seres humanos e destruíram tudo que encontraram pela frente. No dia 9 de maio de 1945 a Alemanha nazi rendeu-se à União Soviética. Os vitoriosos perderam 27 milhões de pessoas, quase 14 por cento da população total, em 1939, o ano do início do mais sangrento conflito armado que a Humanidade enfrentou. É preciso lembrar sempre. O regime nazi matou cinco milhões de judeus dos quais três milhões na Polónia e um milhão na União Soviética.

Hoje os regimes nazis, ainda que encapotados, prosperam na Polónia, na Ucrânia e nos países bálticos. A História está a repetir-se com um actor de quinta categoria a ser manipulado, como marioneta, no palco de Kiev. Uma tragicomédia que está em cartaz há pouco mais de quatro meses mas ninguém sabe quando cai o pano e toca o órgão.

Entretanto, os palhaços aparecem nas televisões fardados de soldadinhos, pintados com o sangue de milhares de vítimas, fazendo piruetas e cócegas para nos rirmos em vez de darmos um murro na mesa e exigirmos o fim imediato desta guerra encomendada pelos EUA, a União Europeia e a OTAN (ou NATO). O negócio mais repugnante que alguma vez o sistema engendrou.

No final da II Guerra Mundial os EUA criaram o Plano Marshal para financiar a reconstrução da Europa devastada. Os números variam entre 12,6 a 14 biliões de dólares. Hoje esse número seria de cem biliões. Para reconstruir toda a Europa, inclusive Portugal, que o ditador Salazar declarou um estado neutro ainda que apoiasse abertamente o III Reich de Hitler. Convenhamos que cem mil milhões de dólares é muito dinheiro. Mas o negócio posto em marcha na Ucrânia pelas potências ocidentais veio mostrar que é uma verba irrisória.

Três dezenas de países encontraram-se na Suíça (Lugano) para tratar da reconstrução da Ucrânia. Desiludam-se os mais ingénuos, eles não foram tratar do fim da guerra. Pelo contrário, fizeram tudo para que ela continue com o seu cortejo de mortes e destruições. Eles vão reconstruir um país que está a ser empurrado para uma longa guerra. Todos os dias enviam mais armas e munições. Todos os dias aparecem mais assessores para ensinarem a manejar armas. Todos os dias políticos da União Europeia e dos EUA declaram que a guerra vai continuar até à derrota da Federação Russa.

Norte da África torna-se uma arena para o confronto da OTAN com a Rússia e China

Abdelhamid Jmahri*

O Norte de África faz agora parte da área de interesses estratégicos da NATO, pois é uma arena de confronto com a Rússia, escreve a mídia pan-árabe Al Araby Al Jadeed. E a Espanha terá um papel significativo neste confronto.

#Traduzido em português do Brasil

O novo conceito estratégico da OTAN colocou o Norte de África na área de interesses estratégicos da Aliança no flanco sul. Assim, o novo mapa político-militar da organização mostra pela primeira vez uma linha de frente deslocada para o sul, para o continente negro, ainda que as declarações, documentos e projetos da OTAN atribuam o papel principal ao flanco oriental da Europa, onde A Rússia está realizando sua operação militar na Ucrânia.

O norte da África é mencionado entre as regiões que constituem uma arena de confronto com a Rússia. Dado que a extensão local da influência de Moscovo varia economicamente, militarmente e outros (na Líbia, Argélia e Marrocos), a posição da OTAN em relação à região é definida pelo decurso do voto contra a Rússia na questão da Ucrânia.

A Argélia se absteve na votação, a Mauritânia condenou as ações russas, enquanto o representante de Marrocos nem sequer esteve presente na sessão da ONU. Isso mostrou que os interesses nacionais foram decisivos na decisão de cada estado, mas não impediu que a situação evoluísse ou adotasse uma posição mais clara no conflito iminente.

O papel da Espanha é provavelmente um dos aspectos que lançam luz sobre o futuro do Norte de África face a acontecimentos estratégicos. Tornou-se decisivo porque Madrid conseguiu elaborar um novo roteiro da Aliança e adotá-lo. Além disso, a Espanha fez todo o possível para garantir a organização bem-sucedida da cúpula. Seu objetivo era afirmar a noção de que o flanco sul da Aliança é tão importante quanto os outros. O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, disse: “Garantimos que o flanco sul da OTAN não fosse esquecido”. Portanto, o papel da Espanha é uma chave importante para entender a situação atual no Norte da África e suas perspectivas.

UM TEMPO GROTESCO

Com o neoliberalismo capitalista a servir doses rituais de violência, a verdadeira catástrofe é o imobilismo: impõe-se a obrigação militante de combater as turbulências das falácias que o sistema moribundo manipula sem parar

Manuel Augusto Araújo | AbrilAbril | opinião

Ursula von Leyen foi perorar ao Parlamento ucraniano expurgado de todos os partidos de oposição ao nazi-fascistas no poder, o que para ela e por extensão a Comissão Europeia a que preside deve ser um exemplo de democracia, para lembrar que é necessário que a Ucrânia acelere os procedimentos contra corrupção. Uma grossa piada, um grotesco número de rasca comédia não só pela composição dos parlamentares, mas por se conhecerem as íntimas relações da máfia dos oligarcas ucranianos com o poder, a começar pelo seu presidente, o pinóquio Zelensky. Ainda que hoje, até nos anos mais próximos por um calculismo sem um pingo de ética, se desconheçam o estado das contas nos paraísos fiscais de toda essa gentalha, pode-se presumir que, com esta guerra e a cornucópia de maravedis todos os dias despejada à ordem de Kiev, devem estar a aceleradamente engordar, a que não deve ser alheio, entre outras fontes de rapinagem, o denunciado contrabando de armas, noticiado por jornais completamente alinhados com a narrativa ocidental, que alguns dizem afectar um terço das enviadas. A senhora Ursula von Leyen afivela a máscara de um inexpugnável ar sério para dar estes conselhos numa charla a um parlamento que só representa a clique mais radical que assaltou o poder na Ucrânia e que, ao sabor das conveniências, ela deve considerar representativo e democrático.

Fê-lo com o mesmo ar conspícuo, até contra a opinião expressa de alguns dos seus vice-presidentes, com que anunciou libertar para a Polónia 36 mil milhões de euros do programa de combate aos efeitos da pandemia sem que esse país tenha dado um único passo para que o poder judicial deixe de estar subordinado ao poder político, o que era e é apontado como uma gravíssima violação do Estado de direito, isto mesmo quando se sabe, até bem demais, que o direito, mesmo no mais democrático dos países, é um valor variável e é sempre o direito do mais forte à liberdade. A presidente da Comissão Europeia, esse órgão de autocratas da UE que nem sequer se maquilha com batons eleitorais, remete, com o maior cinismo, a defesa do Estado de direito democrático para o caixote de lixo, subvertendo os residuais princípios democráticos que a UE tanto aclama, colocando-os na prateleira dos bens que se negoceiam ao sabor das conveniências. Ursula von Leyen não é uma ocidental voz solitária, está bem acompanhada pelos seus pares que, em manada nos mais diversos fóruns ou nos encontros de geometrias variáveis em que se têm desdobrado para espelhar uma unidade sempre à beira de fissurar, têm revelado o pior do relativismo em política.

Tudo isto acontece enquanto a Europa vai sucumbindo económica, militar e politicamente, ficando cada vez mais dependente dos EUA, que vão adiando a sua decadência principalmente com os compromissos que a UE assume, fazendo exercícios de respiração assistida a um dólar cada vez mais frágil, contribuindo para os crescentes lucros do complexo industrial-militar-económico e financeiro do império, salvando da falência a indústria do fracking, o processo mais poluente de extracção de gás e petróleo, que vai vender à Europa a preços quatro ou cinco vezes superiores aos actuais, o que compromete quaisquer hipóteses de crescimento económico e atira para as calendas a tão acarinhada descarbonização com a prevista reactivação de centrais eléctricas a carvão e outros itens que estão a estilhaçar a fé na economia verde e na luta contra as alterações climáticas. Estes são entre outros os sinais que se acumulam no incerto horizonte da Europa.

Portugal | Já que pagamos, vamos lá defender a escola pública

Paulo Baldaia | TSF | opinião

A divulgação dos rankings das escolas que estará entre as noticias mais ouvidas, mais vistas e mais lidas, ajuda a perpetuar um mito que é claramente prejudicial à escola pública. Dirão que é um facto, que as notas que os alunos tiram nos exames, visto na média de cada escola, da mais alta para a mais baixa, diz-nos que o ranking é claramente dominado pelas escolas privadas. É um facto.

O que essas notas não nos dizem é que os privados fazem uma seleção dos alunos, à cabeça os privados que querem mostrar um ensino de excelência. Há colégios privados que só aceitam a entrada de alunos que cheguem com notas altas e outros, sem terem esse grau de exigência, que se limitam a preparar os alunos para os exames de acesso ao ensino superior ou a inflacionar as notas de final do ano.

O que as notas também não dizem é que há uma classe média e alta que pode pagar esses colégios, enquanto a generalidade das famílias não pode. Dirão que tudo se resolveria se houvesse liberdade de escolha, mas isso não é verdade, porque a oferta não é infinita e os de maiores recursos voltariam a ter o exclusivo de acesso ao ensino de excelência. Acontece que também não há nenhum cheque-ensino que dê formação a pais que não a têm e sabemos todos como a qualificação dos pais ajuda no sucesso dos filhos.

Em defesa da escola pública, o que devemos todos exigir é que o governo, este e os que lhe sucederem, faça melhor que este e os que o antecederam. Investido em infra-estruturas de qualidade, promovendo a valorização da carreira dos professores, com verdade e com exigência, para se poder pagar o que merece quem ensina os nossos filhos.

É preciso avançar sem medo de sindicatos que queiram impor regras que não são aceitáveis no tempo em que vivemos. É preciso que os melhores professores sejam reconhecidos, que a valorização das suas carreiras avance de forma diferente e mais rápida em relação aos que não se esforçam. Nada é mais injusto que tratar de maneira igual pessoas que dão de si próprias de maneira diferente, que se valorizam ou desvalorizam.

É tempo de defender a escola pública como se fossemos nós a pagar. Até porque somos nós a pagar.

NOVELAS LUSAS E DE SUA MAJESTADE A PENDURA. DO MUNDO E MAIS ALÉM

Os portugueses chegaram primeiro à concentração. Faltam os do resto do mundo.

Um Portugal curto no Expresso Curto, É o Portugal dos Pequeninos e de uma Europa e resto do mundo a abarrotar de trotil (por enquanto guardem bem o nuclear). Eis em baixo a mirabolante novela de um despenteado mental e inepto chamado Boris Johnson, escória da ilha de sua majestade, que não nossa – lagarto, lagarto e batida três vezes na madeira da Nau Catrineta.

Que esse tal Boris se vai demitir, dizem. Ainda não vimos nada. Esses tais súbditos carneirinhos amodorram, esperam pacientemente, nem balem de modo a serem ouvidos e verem suas vontades realizadas. Andam a sustentar as maluqueiras, bebedeiras e mentiras desse crápula Boris… Que vergonha. Andaram, andam, continuam. O paspalho está grudado ao poder com araldite ou merda muito seca a condizer com ele. Bem haja Sir Robin Hood, esse pai dos pobres e dos desafortunados!

De cá, do Portugal dos pequeninos o Curto tem algumas coisitas a condizer com a modéstia e a cobardia lusa. As escolas dos abastados são melhores que as dos pelintras, diz estudo. Os calhaus empedernidos ainda continuam a estudar estas merdas – que todos sabem, incluindo os iletrados. Não queremos aqui pôr mais na escrita nem nos anteciparmos ao Curto da lavra de Ricardo Marques. Sigam para Bingo. Bom fim de semana de agruras, exploração, de fome, sem teto e muita miséria dos muitos portugueses que disso são vítimas. Felizmente que esta parte quase ninguém sabe ler e muito menos interpretar. “Está tudo na boa, tempo de praia”, dirão com sorriso amarelo.

Inté e boa vida de miséria com balidos merecidos e apropriados. Pois.

MM | PG

Goodbye Boris. We don't want you! Why do you keep clinging to power?

Tradução do título: Adeus Boris. Não te queremos! Por que continuas agarrado ao poder?

Foi, mas não foi: Boris Johnson sai, mas se apega ao poder

Heather Stewart e Jessica Elgot | The Guardian

Primeiro-ministro anuncia dramaticamente sua intenção de renunciar, mas sinaliza que espera permanecer no cargo nos próximos meses

#Traduzido em português do Brasil

Boris Johnson deixou dramaticamente o cargo de primeiro-ministro depois que uma paralisação em massa de parlamentares finalmente selou seu destino, sinalizando o fim de um dos períodos mais divisivos e turbulentos da política britânica.

Em um discurso fora de Downing Street na quinta-feira que foi tingido de amargura, ele culpou os ministros por se voltarem contra ele, mas não expressou arrependimento nem contrição por seus erros.

O desfecho abrupto deu início a uma disputa entre os candidatos para assumir o poder em Downing Street – e exige de alguns parlamentares que ele vá agora e não espere até que a eleição da liderança termine.

Johnson disse a um gabinete interino recém-reformado na tarde de quinta-feira que nenhuma política importante, decisões fiscais ou outras mudanças de direção seriam feitas antes da transferência para um novo líder.

O dia de drama em Westminster começou com mais ministros de Johnson se demitindo em uma tentativa de forçá-lo a sair – incluindo Michelle Donelan, que havia assumido o cargo de secretária de educação apenas dois dias antes.

Johnson ligou para Graham Brady, presidente do Comitê de 1922, no início da manhã de quinta-feira, e saiu do número 10 na hora do almoço para admitir publicamente que havia perdido o apoio de seu partido.

Seu cargo de primeiro-ministro, que terá durado apenas três anos, foi ofuscado pela catastrófica crise do Covid e marcado por persistentes alegações de desprezo, que levaram à renúncia de dois conselheiros de ética .

Mas em seu discurso, proferido enquanto sua esposa, Carrie, estava por perto segurando sua filha, Johnson chamou a decisão de seus colegas de desalojá-lo de “excêntrica”, sugerindo que eles foram movidos por uma mentalidade de rebanho.

“Nos últimos dias, tentei persuadir meus colegas de que seria excêntrico mudar governos quando estamos entregando tanto e quando temos um mandato tão vasto e quando na verdade estamos apenas alguns pontos atrás nas pesquisas, " ele disse.

“Como vimos em Westminster, o instinto de rebanho é poderoso e, quando o rebanho se move, ele se move.”

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