A mentira deliberada, a
manipulação, o embuste são inaceitáveis nos Media. Consultem os jornais, rádios
e televisões privados. Encontram lá todas essas monstruosidades em quantidades
industriais. Consultem as redes sociais e verificam que só vivem disso. Nestas
eleições elevaram esses crimes até ao supremo abuso. Contados os votos temos
uma maioria de deputados que tem de legislar sobre esta matéria.
Obrigatoriamente. Basta do negócio da aldrabice, das falsas notícias, das
violações repugnantes da vida privada, da vida pessoal, da esfera do segredo.
Todas e todos os cidadãos têm o Direito à Inviolabilidade Pessoal, nas suas
projecções física, moral e vital.
As redes sociais não são terra de
ninguém. Não podem ser o paraíso de crimes contra a honra, o bom nome e a
consideração social seja de quem for e muito menos de servidores públicos,
porque estão mais vulneráveis e esses abusos são uma cobardia sem nome. A
questão da Ucrânia provou que é possível acabar com as mentiras, as
manipulações, as falsas notícias. Os patrões das redes sociais bloquearam
milhares de intervenções porque as consideravam “tendenciosas” ou a favor da
Federação Russa. Nem precisavam de ser falsas!
Os governos dos EUA, da União
Europeia e do Reino Unido impuseram a censura a todos os Media russos.
Aproveitaram a oportunidade e censuraram quem pensa de uma forma diferente da
nazi Úrsula von der Leyen, do bufo Boris Johnson ou dos altifalantes do sobeta
Biden. O resto do mundo pode e deve fazer o mesmo quando se trata de reprimir a
propagação de mentiras, falsas notícias e manipulações grosseiras da
realidade.
Angola deve ser o país onde esse
lixo tem mais peso. Coisas como a televisão Raiar ou a rádio Despertar não
podem existir no panorama mediático. Cito estes dois mas há bem pior. As próximas
eleições não podem ser negócio para mentirosos, falsários e manipuladores.
Trabalhem, senhoras e senhores deputados!
As tropas do general Miala já
entraram em acção. Um
dos seus soldados para todo o serviço, Carlos Alberto, disse na TPA que Bento Bento
é o culpado da derrota em Luanda e João Lourenço salvou o MPLA da derrota
geral. Esta gente nem respeita o luto ou o período de nojo. Entra logo a matar.
Não vou por aí. O responsável do partido em Luanda tem tanta culpa na derrota
como João Lourenço, eu ou a minha comadre Delfina. João Lourenço tem tanta
responsabilidade na conquista da maioria absoluta como o mais obscuro dos
militantes.
Existem muitas razões para o MPLA
se ter unido à Oposição contra o MPLA. Uma de grande peso: Os generais das FAA que
ganharam a guerra recebem pouco mais de mil euros de salário. E deputados do
MPLA ainda queriam obrigá-los a fazerem descontos (o que te passou pela cabeça,
Nini/Ngongo?). Aqueles que tiveram direito a casa, descontam metade do salário
para pagamento da habitação. Os que têm carro não têm dinheiro para mandar
reparar as viaturas quando avariam. Não têm segurança pessoal (Viram o que
aconteceu ao comandante Panda?). Não têm dinheiro para colocar os filhos nas
escolas privadas. Para irem ao restaurante tomar uma refeição têm de pensar
duas vezes e contar os tostões.
A Guerra pela Soberania Nacional
e a Integridade Territorial tinha 600 mil homens e mulheres nas fileiras. Estou
a falar num universo de pelo menos três milhões de votantes, contando
familiares e amigos com quem desabafam. Todas e todos esses patriotas estão
pendurados social e financeiramente! Nem só de pão vive o homem, mas ajuda
muito dar ao dente todos os dias. O Fórum dos Combatentes da Batalha do Cuíto
Cuanavale (FOCOBACC) enfrenta mil dificuldades quando é preciso comprar um
caixão para algum dos seus membros falecidos.
O chefe do Estado-Maior General
das Forças Armadas Angolanas tem tremendas responsabilidades. O seu salário é
rastejante. Igual para todos os oficiais generais no activo. Alguns oficiais
superiores (majores, tenentes-coronéis e coronéis) das FAA, se têm carro
próprio, fazem serviço de táxi quando vão para as suas unidades militares e
quando regressam a casa. Por uma questão de pudor, só se fardam no quartel.
Fazem-se passar por civis lutando pela vida no processo de candongueiros. Nem
só de pão vive o homem mas ajuda muito dar ao dente todos os dias. Estes factos
são mais do que suficientes para justificar a união do MPLA à Oposição contra o
MPLA de João Lourenço. Mas há mais.
O falecimento do Presidente Eduardo dos Santos em Barcelona foi tratado de uma forma que suscitou uma onda de
solidariedade (muito silenciosa…) para com ele e familiares próximos. Para
piorar a situação, o Estado prepotente apostou na divisão familiar, o que deu
uma disputa do cadáver. Pior gestão do problema, era impossível. Dando de
barato que não foi o Estado que o criou. Podem acreditar que este infausto
acontecimento levou o MPLA a unir-se à Oposição contra o MPLA. Ninguém acredite
que é possível gerir o partido com estas fracturas profundas.
Ninguém pense que é possível
governar Angola sem antes promover a unidade partidária. A maioria absoluta não
vai servir para nada. A unidade e reconciliação nacional passa pelo interior do
MPLA. Quem não perceber isto, não percebe nada e pode começar a preparar o seu
sobado. Depois convida o Adalberto da Costa Júnior para os comes e bebes da
inauguração.
Um primeiro passo importantíssimo
seria criar uma comissão de sábias e sábios ( “Homens Bons”) que vai buscar
familiares do Presidente José Eduardo ao estrangeiro, para participarem nas
exéquias fúnebres. Depois as mesmas personalidades acompanham essa parte da
família no regresso aos países onde residem. É um bom começo, mas duvido que
essa parte da família aceite. E ninguém pode exigir que colaborem. Quem é
agredido, agride. Os abandonados também abandonam. Isso viu-se nas eleições. O
círculo provincial de Luanda falou bem alto. Os eleitores gritaram
estridentemente que se foram abandonados, na primeira oportunidade também
abandonaram.
Democracia, a UNITA não sabe o
que é. A esta hora, o líder do partido já devia ter feito uma declaração
pública felicitando os vencedores e agradecendo a todos os que participaram nas
eleições. Já devia ter feito um apelo aos abstencionistas para aparecerem em
massa nas urnas em 2027. Sabem o que aconteceu? Mandaram o criminoso de guerra
Abílio Camalata Numa fazer um apelo à rebelião. Porque houve fraude eleitoral!
A direcção da UNITA, nada.
Silêncio absoluto. Já devem estar a fazer contas ao dinheiro que vão receber
dos cofres do Estado, a lista das mordomias, quantas mulheres mais vão acomodar
no seu harém, quantos carros Lexus vão ter na frota, a lista das viagens ao
estrangeiro e outras miudezas.
A UNITA passou de 51 deputados
para 90. Um grande feito? As aparências iludem. Não, não foi nada de especial.
Abel Chivukuvuku ofereceu os 16 deputados da CASA-CE, que desapareceu da
Assembleia Nacional. Só com esta boleia passou para 67 deputados. Os outros 23
foram oferecidos pelo MPLA que castigou o MPLA de João Lourenço. Adalberto da
Costa Júnior não alargou a base de apoio da UNITA. Pelo contrário, encolheu.
Nada de foguetes antes da festa.
Atenção aos resultados eleitorais
nas províncias de Zaire e Cabinda. Os senhores do petróleo já não se contentam
com o movimento separatista de Cabinda. Querem alargá-lo à província vizinha
para constituírem o “pacote energético”. O Adalberto da Costa Júnior quer
alargar o negócio dos diamantes de sangue ao petróleo. Estava tudo a dormir
quando estes resultados eleitorais foram cozinhados. De certeza. Acordem!
Um editorialista às ordens do
general Miala garante que a maioria absoluta do MPLA nas eleições se deve ao
mérito de João Lourenço! Não façam isso. Não cavem a divisão interna. Escrever
que João Lourenço promoveu a meritocracia é para rir às gargalhadas durante
cinco anos! O Miala é exemplo do mérito. Escrever que João Lourenço combateu a
mediocridade é uma anedota de mau gosto, Olhem para o Francisco Queiroz e têm à
frente um medíocre do pescoço aos pés. Cabeça não tem.
Escrever que João Lourenço
estancou a fuga de quadros é uma falsidade repugnante. O melhor quadro angolano
na área da comunicação social foi escorraçado. Chama-se José Ribeiro e foi o
responsável da Empresa Edições Novembro. Os generais que ganharam a guerra
foram simplesmente ignorados para não dizer escorraçados.
Angola não é uma buala. O MPLA é
uma instituição com profundas e fortíssimas raízes populares. Os parasitas que
chulam o partido desde pequeninos deviam, no mínimo, ter juízo, para
continuarem a mamar.
O editorialista do Novo Jornal
diz que o MPLA perdeu votos em 2008, em 2012, em 2017 e nestas eleições.
Mentira. Manipulação. O partido ganhou as eleições de 2008 (as primeiras depois
de acabar a rebelião do criminoso de guerra Jonas Savimbi) com 81,64 por cento
dos votos. Em 1992 teve 53,7 por cento. A subida foi de quase 30 pontos! Mais é
impossível.
Nas eleições seguintes, já na
vigência da Constituição da República de 2010, o MPLA não perdeu nada.
Tratando-se de um novo regime e de uma nova forma de eleição,2012 foi o ano
zero. O MPLA teve 71 por cento. Este foi o ponto de partida. Na primeira etapa,
eleições de 2017, o MPLA mudou a liderança. Agora sim, o MPLA ganhou com
maioria qualificada mas perdeu dez pontos. Uma espécie de ajustamento lógico e
natural.
Nestas eleições acabou a maioria
qualificada mas o MPLA ainda conquistou uma maioria absoluta. O partido perdeu
mais dez pontos recuando à votação de 1992. As causas desta descida são
conhecidas. Mas não apontem o dedo a João Lourenço. O MPLA é um colectivo. Para
governar e ganhar as próximas eleições tem de estar unido. Sem apontar o dedo a
ninguém.
*Jornalista