domingo, 18 de setembro de 2022

Angola | CADEIRAS VAZIAS E MENTIRAS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

A UNITA perdeu as eleições. O seu líder diz que ganhou. A UNITA elegeu 90 deputados. Mal tomaram posse, avançaram com a política de cadeiras vazias, abandonando a Assembleia Nacional. Adalberto da Costa Júnior manifestou o seu orgulho por este gesto, numa entrevista à CNN Portugal. Voltou a dizer (amanhã diz o contrário) que o seu partido vai recorrer às instâncias internacionais para se pronunciarem sobre os resultados eleitorais. Ele ainda não sabe que isso é impossível. Ele ainda não sabe que Angola é um Estado Soberano. Ele ainda está com o regime de apartheid, que serviu sem vacilar e, pelos vistos, sem arrependimento, por ter traído África e o Mundo.

Este homem prometeu ao eleitorado a alternância. Perdeu e logo regressou ao bota-abaixo. O seu objectivo é destruir tudo o que está de pé. Matar tudo o que respira. E trair. Matar, destruir e trair sempre, até um dia tropeçar com o braço longo da Lei, como o seu mentor Jonas Savimbi. 

Este partido que faz política de cadeiras vazias prometeu respeitar e aceitar o jogo democrático. Os seus eleitos só estão interessados no dinheiro e nas mordomias. O abandono, hoje, da Assembleia Nacional é a prova de que não estão interessados no parlamentarismo. Nem sabem o que isso é. Apenas querem o cargo e o que ele dá em dinheiro e mordomias. Traíram os seus eleitores, no primeiro instante da sua vida parlamentar. Vão continuar a trair até ao fim da legislatura.

Adalberto da Costa Júnior continua a dizer que os seus deputados vão avançar para uma Revisão Constitucional. Um líder partidário que fala de alternância e não conhece as regras mínimas da democracia, não passa de um impostor. Ou então finge que não conhece e continua a mentir aos seus apoiantes, depois das aldrabices da campanha eleitoral.

Porque rever a Constituição só é possível nos prazos que ela própria define. E isso atira para o final da legislatura. Rever a Lei Fundamental só é possível com uma maioria qualificada. A UNITA tem uma minoria fugitiva. E abandona o Parlamento quando é preciso trabalhar.

A UNITA abandonou a Assembleia Nacional alegando que tinha combinado com o MPLA ficar com o primeiro vice-presidente. Virgílio de Fontes Pereira, presidente cessante do grupo parlamentar do MPLA, desmentiu liminarmente que tivesse havido qualquer acordo. Nem podia haver. Porque ainda não existe grupo parlamentar do MPLA. Recorrem à mentira com uma desfaçatez nunca vista.  

Adalberto da Costa Júnior diz que a luta da UNITA vai ser na rua mas também na Assembleia Nacional. Mentira. Só querem a rua, através dos “revus” e das hordas de vândalos que todos os dias tentam subverter a ordem democrática. Adalberto defende os arruaceiros e acusa as autoridades. Espero que nunca precise de ser defendido pelos agentes da autoridade, das investidas dos seus aliados de hoje. 

O general Francisco Furtado disse que as forças da ordem já removeram da via pública milhares de pneus que estavam em pilhas, prontos a arder. Adalberto ficou frustrado. Acha que é legal incendiar pneus, fazer barricadas nas ruas, apedrejar autocarros e comboios, destruir equipamentos sociais. É esse o país que ele quer. A cereja no topo do bolo deles vai ser fazer fogueiras na Praça da República e atirar para as chamas as mulheres que estão a ser empoderadas. Odeiam de morte, as elites femininas, 

Ninguém me tira da cabeça que os sicários da UNITA abandonaram a Assembleia Nacional, porque tem uma mulher como presidente. Quem queimou vivas as elites femininas da UNITA e seus bebés nas fogueiras da Jamba, não pode aceitar que uma mulher seja a titular de um órgão de soberania. A política de cadeiras vazias hoje posta em prática no Parlamento é um péssimo sinal. 

O rei dos arruaceiros, deputado Nelito Ekuikui, disse que a UNITA tem muito poder, representa 44 por cento dos angolanos. As suas vozes alugadas e escribas avençados repetem o mesmo. Mentira, sempre a mentira como instrumento de intervenção política. A UNITA registou 43,9 por cento dos votos expressos, 2.727.885 eleitores. O número total de votantes passa os 14 milhões. Angola tem mais de 30 milhões de habitantes. Não, o Galo Negro apenas representa 43,9 porcento dos votos expressos.

Aí está a UNITA da mentira e das cadeiras vazias, pronta para sabotar a legislatura. Quem votou neles que resolva essa maka. Porque eles vão apostar tudo no quanto pior melhor. E isso vai castigar quem já está mal, ainda que 90 sicários da UNITA e seus apêndices tenham uma vida refastelada à custa dos eleitores, que traíram logo na primeira oportunidade, abandonando a Assembleia Nacional.

Esta noite, a TPA emitiu mais um “Política no Feminino”. As femininas deram um festival de racismo e xenofobia. Uma delas disse que os estrangeiros só trazem para Angola e os diplomas mas quem trabalha são os angolanos. Atiraram-se com unhas e dentes aos chineses que vivem em Angola.

Também Falaram da tomada de posse do Presidente e da Vice-Presidente da República. Deram uma pincelada na eleição de Carolina Cerqueira (muito rapidamente…) e ignoraram a notabilíssima intervenção da Presidente do Tribunal Constitucional. Kanguimbu Ananaz chamou a João Lourenço o Pai da Nação. A feminina Josefa diz que o abandono dos deputados da UNITA é bom! 

E cada feminina não de esqueceu de lhe atribuir qualidades extra planetárias. A coisa começa bem. Só falta o estado terrorista mais perigoso do mundo instalar uma base militar em Angola, de preferência no Ambriz. Ou mesmo no Soyo. Quem sabe, em Cabinda.

*Jornalista

Guiné-Bissau | PAIGC teria "maioria absoluta" com eleições livres - Simões Pereira

O presidente do PAIGC, Domingos Simões Pereira, manifestou a convicção de que se as eleições legislativas na Guiné-Bissau se realizassem agora e fossem justas e transparentes o seu partido terá "maioria absoluta".

"Penso que se hoje houvesse eleições livres, justas, transparentes, o PAIGC ganhava com maioria absoluta. Não há nenhuma dúvida sobre isso", disse o líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, na oposição). 

No entanto, admitiu que para as eleições antecipadas previstas para 18 de dezembro o PAIGC poderá fazer coligações com outros partidos "porque hoje os desafios são tão grandes" que exigem "uma frente unida".

Domingos Simões Pereira considerou, no entanto, que o atual regime guineense, liderado pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, não está apostado em realizar eleições "que forneçam ao povo a oportunidade de escolher livremente os seus representantes". O dirigente exemplificou com algumas irregularidades e atropelos à Constituição, como o facto de o mandato da Comissão Nacional de Eleições (CNE) já ter terminado sem que o parlamento, entretanto dissolvido, tivesse nomeado novos membros ou o incumprimento dos prazos em relação ao recenseamento eleitoral.

"Temos uma CNE caduca. Para legitimar uma nova CNE, é preciso a plenária da Assembleia Nacional Popular, que já não existe", disse em entrevista à agência Lusa em Lisboa, depois de ter conseguido sair do seu país, manifestando também dúvidas da viabilidade de realizar um recenseamento de raiz em plena época das chuvas na Guiné-Bissau.

ELEIÇÕES EM SÃO TOMÉ E PRINCIPE - COMPRAR VOTOS É CRIME!

STP: "Número insignificante" de eleitores poderá ficar sem votar

Presidente da Comissão Eleitoral Nacional admite que "um número insignificante" de eleitores que mudaram de residência não vão votar nas eleições de 25 de setembro. José Carlos Barreiros alerta que comprar votos é crime.

"Quantas pessoas poderão ter sido deslocadas de São Tomé e Príncipe para o exterior? De certeza que é um número insignificante", considerou José Carlos Barreiros, em entrevista à Lusa, em São Tomé. "Em relação aos não eleitores que não foi possível fazer o recenseamento [...] terão outra oportunidade nas próximas eleições de fazerem o recenseamento para depois exercer o seu direito de voto", acrescentou o magistrado que preside à Comissão Eleitoral Nacional (CEN).

A CEN anunciou no mês de junho que não iria realizar um recenseamento eleitoral antes das eleições legislativas, regional e autárquicas de 25 de setembro, por considerar que não havia tempo para todos os procedimentos dentro dos prazos legais. A decisão gerou críticas do Presidente da República, Carlos Vila Nova e do maior partido da oposição.

O chefe de Estado considerou que "a nenhum cidadão deve ser coartado o direito constitucional de voto"e que seria "uma violação grosseira e uma grave afronta" à Constituição e "demais normas da República".

Angola | SENTIR A CHUVA E OUVIR O VENTO – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Agostinho Neto concedeu-me uma entrevista, em 1975, durante a qual afirmou que era essencial a realização de eleições, como estava previsto no Acordo de Alvor, para se aquilatar, de uma vez por todas, quem tinha apoio popular. O acordo entre os três movimentos de libertação conseguido em Mombaça, o acordo com a potência colonial no Alvor, as provocações imediatas desencadeadas pela Revolta do Leste e aquele bater e esconder a mão da Revolta Activa, tudo isso só ficava esclarecido de uma vez por todas, com a realização de eleições. Mas a FNLA e a UNITA fugiram do Governo de Transição, assim fugindo das eleições.

A TPA elaborou uma peça sobre esses tempos, onde afirma que os movimentos de Holden Roberto e Savimbi foram expulsos de Luanda, em 1975. Uma mentira hedionda, uma leviandade inaceitável. Os luandenses expulsaram as tropas zairenses que se aquartelavam em Luanda trazidas pela FNLA como se fossem militares do seu braço armado, o ELNA. E o almirante Rosa Coutinho, presidente da Junta Governativa, ainda recambiou para Kinshasa um avião militar vindo do Zaire com centenas de tropas especiais de Mobutu! Nem os deixaram desembarcar.

Os militares zairenses cometeram em Luanda crimes gravíssimos. O povo revoltou-se e expulsou os matadores. Sem as costas quentes pelas tropas de Mobutu, Holden e Savimbi deram ordens aos seus ministros e secretários de Estado para abandonarem o Governo de Transição. Johnny Pinock Eduardo (FNLA) e José Ndele (UNITA), membros do Colégio Presidencial, foram à Rádio Nacional (Emissora Oficial de Angola) e apelaram aos angolanos do Norte e do Sul que viviam em Luanda, para regressarem às suas terras de origem. Causaram um êxodo terrível. 

Depois foram embora, voluntariamente. Porque no Sal (Cabo Verde) e na Ilha Terceira (Açores), Mobutu, Spínola e Nixon tinham decidido dividir Angola em dois países ficando a província de Cabinda para o Zaire, como prémio especial ao ditador de Kinshasa, A verdade é esta. Os movimentos FNLA e UNITA não foram expulsos de Luanda. As tropas zairenses é que foram expulsas.

A TPA podia dar a informação correcta se falasse com Lopo do Nascimento, o representante do MPLA no Colégio Presidencial. Podia falar com Hendrick Vaal Neto, então secretário de Estado da Informação pela FNLA e que acompanhou Johnny Pinock Eduardo e José Ndele à Rádio, quando foram apelar ao êxodo de Luanda. Podiam falar com Manuel Rui Monteiro, que na época eras ministro da Informação. E podia falar com Avelino Soares e Zé Maria, os generais que deram o golpe final às tropas zairenses, no seu quartel-general no Cazenga. Preferem a mentira e a falsificação. 

O ano do centenário do nascimento de Agostinho Neto foi culturalmente paupérrimo, historicamente esteve a um nível rastejante e politicamente foi indigente. Os actos ficam para quem os pratica.

Angola | João Lourenço destaca Agostinho Neto como "lutador intransigente"

O Presidente, João Lourenço, enalteceu a figura de Agostinho Neto, cujo centenário se celebrou este sábado (17.09), considerando que o primeiro Presidente angolano foi "lutador intransigente" e um "guia clarividente".

João Lourenço rendeu este sábado (17.09) homenagem a António Agostinho Neto que, se fosse vivo faria 100 anos, tendo depositado uma coroa de flores no seu sarcófago, no Memorial António Agostinho Neto, em Luanda.

A "visão profética e mobilizadora" da obra poética de Agostinho Neto, o "seu espírito humanista, vocação solidária e internacionalista" foram exaltadas por João Lourenço no livro de honras em sua memória, considerando-o também "lutador intransigente" pela independência, liberdade e bem-estar do povo".

"No seu papel de herdeiro das tradições de resistência dos nossos antepassados e de guia clarividente, o Dr. António Agostinho Neto ensinou-se a confiar nas nossas forças e na justeza da nossa luta, e ter certeza da vitória final, apesar de eventuais recuos momentâneos no nosso processo libertador", lê-se na mensagem.

O Presidente Neto, assinalou João Lourenço, "soube encarnar" os anseios mais profundos e as aspirações mais legítimas do povo pela liberdade e justiça social, consagrados na sua lapidar expressão de que "o mais importante é resolver os problemas do povo".

"Recordar e celebrar a figura histórica de Agostinho Neto é assinalar para as novas gerações o máximo exemplo a seguir no combate universal contra todas as formas de opressão e de exploração do homem pelo homem", acrescentou.

E na sua mensagem à nação por ocasião do centenário de António Agostinho Neto, divulgada na noite de sexta-feira (16.09), João Lourenço afirma que pretende "continuar fiel ao ideário político humanista" de Agostinho Neto. "E renovamos o compromisso de continuar a fazer jus à sua memória para garantir a todos os angolanos as condições de uma vida melhor, no plano de saúde, da educação, habitação, trabalho, cultura e do lazer", referiu.

Todos juntos "podemos construir em harmonia e com empenho, a nação que seria motivo de orgulho para o seu fundador, o Dr. António Agostinho Neto", concluiu João Lourenço.

António Agostinho Neto, que nasceu em Icolo e Bengo em 17 de setembro de 1992 e morreu em Moscovo em 10 de setembro de 1975, proclamou a independência de Angola em 11 de novembro de 1975.

Em Angola hoje é feriado nacional alusivo ao Dia de Herói e Fundador da Nação, António Agostinho Neto, cujo centenário é marcado por várias atividades académicas, desportivas e culturais a nível do país.

Deutsche Welle | Lusa

RDCongo | Ucrânia ordena retirada de todos os seus 'capacetes azuis' na RDC

Os militares da Ucrânia destacados como 'capacetes azuis' na República Democrática do Congo (RDC) abandonaram o país africano por ordem do Governo de Kiev, indicou a missão das Nações Unidas na RDC (MONUSCO).

"A pedido do Governo da Ucrânia, as tropas ucranianas retiraram-se oficialmente da MONUSCO", escreveu este sábado (17.09) a missão da ONU na sua conta da rede social Twitter. "O comandante da força, o general Marcos da Costa, agradeceu [aos soldados ucranianos] os seus 10 anos de imensas contribuições e serviços ao povo congolês", acrescentou.

De acordo com os mais recentes dados disponíveis, a MONUSCO tinha, em novembro de 2021, cerca de 17.800 efetivos destacados no país, incluindo 12.380 militares, sobretudo procedentes do Paquistão (1.974), Índia (1.888), Bangladesh (1.634), Indonésia (1.037), África do Sul (979), Nepal (936) e Marrocos (923).

A Ucrânia não estava entre os 10 países que contribuíam com mais soldados para a missão da ONU, mas o Governo ordenou o seu regresso ao país presumivelmente devido à ofensiva russa ali em curso desde 24 de fevereiro deste ano, que causou até agora um número de vítimas -- militares e civis - ainda por contabilizar, além de mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,2 milhões de refugiados em países europeus, segundo dados atualizados da ONU.

Protestos contra a presença da MONUSCO

Em finais de junho, houve protestos em grande escala na RDC contra a presença da MONUSCO - que ali se encontra há mais de duas décadas -, depois de muitos congoleses considerarem que a missão não está a fazer o suficiente para proteger os civis dos grupos armados que combatem no leste do país.

Algumas dessas manifestações desembocaram em ataques e pilhagens às instalações da ONU em várias localidades, deixando um rasto de pelo menos 33 mortos, incluindo civis e quatro 'capacetes azuis', segundo números oficiais.

No passado mês de agosto, o Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, falou com o secretário-geral da ONU, António Guterres, para abordar a crise, depois de confirmar que está em curso "um plano de retirada progressiva" da MONUSCO que deverá concluir-se em 2024.

O extremo oriental do país está desde 1998 mergulhado num conflito alimentado pelas milícias rebeldes e pelos ataques dos soldados do exército. A ausência de alternativas e métodos de subsistência estáveis levou milhares de congoleses a pegar em armas e, segundo o Barómetro de Segurança de Kivu (KST, na sigla em inglês), o leste da RDC é o campo de batalha de pelo menos 122 grupos rebeldes.

Deutsche Welle | Lusa 

EUROPEUS DESCONFIAM DE NEGÓCIOS DA URSULA... É MESMO DE DESCONFIAR

Von der Leyen esconde informação sobre negócio milionário das vacinas da covid-19

Tribunal de Contas Europeu acusa Comissão de se recusar a divulgar pormenores sobre como foi negociado o maior contrato de vacinas da União Europeia.

A cada dia que passa, as negociações realizadas entre a Comissão Europeia e a Pfizer sobre o maior contrato de vacina covid-19 da União Europeia (UE) assemelham-se menos a um negócio normal e mais a uma história de contornos muito pouco claros.

O negócio parece ainda mais turvo após o Tribunal de Contas Europeu ter publicado, no dia 12 de Setembr, um relatório, acusando a Comissão de se recusar a revelar quaisquer detalhes do papel pessoal da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, nas conversações.

A instituição guardiã das contas da UE descobriu que a presidente da Comissão «deitou fora» o manual de regras em vigor, abrindo caminho para um contrato de até 1,8 mil milhões de doses de vacina contra o coronavírus a assinar em Maio de 2021.

Como nota o site Politico, para todos os outros acordos de vacinas firmados pela UE entre 2020 e 2021, uma equipa conjunta composta por funcionários da Comissão e representantes de sete países membros conduziu conversações exploratórias. O resultado foi então levado a um Comité Director da Vacina, composto por representantes de todos os 27 estados membros da UE, que o ratificou.

Mas este procedimento estabelecido não foi seguido no caso do maior contrato da UE, diz o Tribunal de Contas. Em vez disso, a própria von der Leyen conduziu as negociações preliminares para o contrato em Março, e apresentou os resultados ao Comité Director em Abril. Entretanto, uma reunião planeada de consultores científicos, organizada para discutir a estratégia de vacinas da UE para 2022, nunca teve lugar, escreve o tribunal.

Ao contrário das outras negociações contratuais, a Comissão recusou-se a fornecer registos das discussões com a Pfizer, quer sob a forma de actas, nomes de peritos consultados, termos acordados, ou outras provas. «Pedimos à Comissão que nos fornecesse informações sobre as negociações preliminares para este acordo», escrevem os autores do relatório. «No entanto, nenhuma foi apresentada».

Um auditor superior que ajudou a conduzir a investigação disse ao Politico que a recusa da Comissão em divulgar informações era altamente invulgar. «Isto quase nunca se verificou. Não é uma situação que nós no tribunal normalmente enfrentamos», disse o auditor, que pediu anonimato.

O relatório de auditoria levanta mais preocupações sobre as acções de von der Leyen. Já em Abril de 2021, o New York Times noticiou que o líder da UE tinha trocado mensagens de texto com Albert Bourla, o chefe executivo da Pfizer, no período que antecedeu o acordo. A relação aparentemente cúmplice entre dois dos principais decisores no negócio pareceu pouco normal na altura.

E, como o relatório assinala, a investigação do Provedor de Justiça Europeu sobre o assunto deparou-se com um muro de silêncio. Na altura, a Comissão afirmou que já não tinha as mensagens de texto registadas. Em resposta, o Provedor de Justiça, Emily O'Reilly, determinou que tinha havido má administração.

SUÉCIA RUMA À EXTREMA DIREITA, NAZIS REVELAM ROSTOS E XENOFOBIAS

Democratas da Suécia surgem como um epítome da ascensão da direita na Europa, para atingir os laços EUA-Europa

Global Times | opinião

A Europa está enfrentando uma reviravolta política

A primeira-ministra sueca, Magdalena Andersson, renunciou na quinta-feira, depois que um bloco sem precedentes de direita e extrema-direita venceu as eleições de domingo. Os Democratas Suecos (SD) anti-imigração de extrema-direita estão prestes a se tornar o maior partido da direita e terão uma grande influência no programa do novo governo. 

#Traduzido em português no Brasil

O SD, que tem raízes no movimento neonazista, tem uma postura mais dura em relação ao crime, tem um plano para tornar as regras de imigração da Suécia entre as mais restritivas da UE e prometeu "tornar a Suécia grande novamente", um estilo de Trump. slogan.

O resultado não é surpreendente, disse Cui Hongjian, diretor do Departamento de Estudos Europeus do Instituto de Estudos Internacionais da China. Ele continuou que isso ocorre porque a Suécia está enfrentando um desafio cada vez mais severo. Em comparação com o bloco dominante de centro-esquerda, a ala direita, especialmente o SD, irá propor algumas reformas ousadas e radicais, que atendem à mentalidade do público sueco. Questões como imigração e crime têm sido precisamente o foco dos suecos recentemente, e é nisso que partidos de extrema direita como o SD são habilidosos. Isso pode explicar por que eles ganharam mais apoio.

Alguns especialistas observaram que o público sueco também está descontente com a maneira como o governo em exercício está lidando com a crise de energia. A perda de Andersson também pode ter algo a ver com a política energética de seu governo. Quando a Suécia e outros países europeus seguiram os EUA ao sancionar a Rússia, descobriu-se que apenas a Europa está sofrendo com a crise energética, enquanto os EUA não são incomodados pela escassez de energia. O público tende a ficar desapontado com o fato de o governo seguir cegamente a liderança dos EUA. Esse sentimento ficará mais forte à medida que o inverno se aproxima, disse um acadêmico de relações internacionais que pediu anonimato.

O populismo está em ascensão na Europa, e as forças de extrema direita aumentaram sua influência na política europeia. A líder nacional do Rassemblement de extrema-direita francesa, Marine Le Pen, teve uma forte exibição nas eleições presidenciais de 2022. Com a aproximação da eleição de 25 de setembro na Itália, as pesquisas têm mostrado consistentemente que uma coalizão de direita liderada pelo partido nacionalista Irmãos da Itália e envolvendo também o partido Liga e o Forza Itália está a caminho de uma vitória clara.

Uma razão pela qual os partidos de extrema-direita europeus ganharam apoio e influência crescentes é porque os partidos tradicionais do establishment na Europa são incapazes de encontrar soluções satisfatórias para o crescente número de problemas na Europa, como a crise financeira e de refugiados, bem como o pesado fardo do bem-estar social, enquanto o conjunto de retóricas e propostas da extrema-direita tem mais chances de conquistar o coração das pessoas. 

Além disso, diante de muitos conflitos e desafios, os países europeus tendem a buscar uma solução conservadora como resposta, ou seja, desviar a atenção doméstica, destacando ameaças ou desafios externos. 

Os destinos dos países europeus estão interligados. Quando um partido de extrema-direita ganha poder em um país, logo terá um impacto em outros países. Portanto, não pode descartar a possibilidade de que partidos de extrema-direita sejam populares em mais países europeus. 

Se mais partidos de extrema-direita ganharem influência política evidente e desempenharem um papel vital em seu governo, isso afetará severamente as relações dos EUA com a Europa, e a Europa ficará mais desconfiada dos EUA, disse o especialista anônimo. 

Le Pen disse em abril que deveria haver uma "aproximação estratégica" entre a Otan e a Rússia assim que a crise na Ucrânia terminasse, e ela seguiria uma política externa à mesma distância de Washington e Moscou. Com mais partidos de extrema-direita ganhando terreno, esses países europeus podem mostrar uma postura mais cooperativa em relação à Rússia, continuou o especialista. 

Muitas proposições dos EUA em relação à Europa são atlanticismo, que está em desacordo com as dos partidos de extrema-direita que prometem proteger os interesses nacionais de seus países. Isso afetará fortemente o plano dos EUA de atrair seus aliados europeus para seguir sua liderança em sua estratégia global.

Imagem:  A primeira-ministra sueca Magdalena Andersson chega para uma coletiva de imprensa depois de apresentar sua renúncia ao presidente do Parlamento sueco em 15 de setembro de 2022, em Estocolmo. Foto: AFP

Organização para Cooperação de Xangai expande adesão e apelo internacional

SCO expande adesão e apelo internacional enquanto o presidente Xi descreve prioridades de solidariedade e benefícios compartilhados

Global Times | Por repórteres da equipe do GT

O presidente chinês Xi Jinping e outros líderes dos estados membros da Organização de Cooperação de Xangai (SCO) fizeram conquistas frutíferas na sexta-feira ao assinar a Declaração de Samarcanda e uma série de documentos e declarações não apenas para os países regionais, mas também para a comunidade internacional, mostrando ao mundo a importância da organização. e a busca conjunta de estabilidade e desenvolvimento pelos países regionais em meio a uma complicada situação geopolítica global.

#Traduzido em português do Brasil

A organização próspera está se tornando uma força mais forte na defesa da ordem internacional, apelando a mais países para se juntarem e desempenhando um papel mais importante no cenário econômico global, servindo como uma força estabilizadora dos mercados internacionais de energia e alimentos. A região está trabalhando em estreita colaboração para dobrar os esforços no combate ao terrorismo na região. A SCO representa uma relação internacional ideal que os países desejam há muito tempo, especialmente depois que o unilateralismo liderado pelos EUA, o exclusivismo e a formação de pequenas panelinhas causaram estragos na estabilidade global, disseram especialistas. 

O presidente Xi participou na sexta-feira da sessão restrita da 22ª reunião do Conselho de Chefes de Estado da SCO. Ao fazer um discurso, ele destacou que desde sua fundação, há mais de 20 anos, a SCO manteve o espírito de Xangai e conseguiu explorar um novo caminho para o desenvolvimento de organizações internacionais. 

Xi também delineou várias prioridades para os membros do estado da SCO, incluindo permanecer comprometido com o Espírito de Xangai e aumentar a solidariedade e a cooperação, manter a independência estratégica e salvaguardar a estabilidade regional, buscar inclusão e benefícios compartilhados na promoção da cooperação para o desenvolvimento e avançar no processo de expansão da SCO e fortalecimento das instituições da SCO. 

Zhu Yongbiao, diretor executivo do Centro de Pesquisa do Cinturão e Rota e diretor do Centro de Estudos do Afeganistão da Universidade de Lanzhou, disse ao Global Times na sexta-feira que o conteúdo frutífero da Declaração de Samarcanda mostrou que a OCS está marchando para se tornar um organização internacional a partir de uma organização regional, enquanto sua adesão se expande junto com as questões de interesse dos estados membros. 

O Shanghai Spirit defendido pelos membros da SCO também pode ser aplicado ao lidar com questões internacionais, disse Zhu. 

Na sexta-feira, os estados membros da SCO assinaram a Declaração de Samarcanda e emitiram declarações sobre a proteção da segurança alimentar e energética global, abordando as mudanças climáticas e mantendo uma cadeia de suprimentos segura, estável e diversificada. 

Além da tradicional cooperação regional de segurança e desenvolvimento, a Declaração de Samarcanda também continha várias questões internacionais, como a preocupação com ações protecionistas unilaterais que minam o sistema multilateral de comércio. Também demonstrou que a SCO se tornou mais madura e contribuiu mais para o sistema de governança internacional e melhoria da ordem global, disse Zhu.

Apelar a esforços conjuntos para combater o terrorismo é uma parte importante da declaração. Ele observou que, com base nas leis e na coordenação de cada país, os membros dos estados estão trabalhando para formar princípios e posições comuns na criação de uma lista unificada de proibição de atividades terroristas, separatistas e extremistas. 

A atualização de várias instituições antiterroristas para um centro abrangente de ameaças à segurança, bem como declarações conjuntas sobre questões como segurança alimentar e mudanças climáticas, são uma expansão natural após 20 anos de desenvolvimento da organização, e também é um movimento necessário em meio aos novos desafios de segurança enfrentados a região, disse Zhu. 

A ameaça das "três forças do mal" tem aumentado na região com a retirada imprudente dos EUA do Afeganistão, interferência externa e turbulência política de alguns países da Ásia Central devido a vários fatores, incluindo revoluções coloridas incitadas pelos EUA, disseram analistas. 

Além de enfatizar os esforços conjuntos no combate ao terrorismo, a Declaração de Samarcanda também expressou as preocupações dos Estados membros sobre a segurança do espaço sideral e outros campos controversos. 

"Os Estados membros defendem manter o espaço sideral livre de armas de qualquer tipo e afirmam a grande importância da implementação infalível da estrutura legal existente que prevê apenas o uso pacífico do espaço sideral", diz o documento.

As propostas da SCO sobre questões internacionais aumentaram muito a importância e a inclusão da ONU, já que muitos mecanismos internacionais representam a vontade dos países desenvolvidos, mas não levam em consideração os países em desenvolvimento, segundo Zhu.

QUEM VALORIZA OS “VALORES OCIDENTAIS”? -- Caitlin Johnstone

Caitlin Johnstone* - CaitlinJohnstone.com | em Consortium News

São os críticos do império ocidental que realmente incorporam valores como verdade, liberdade de expressão, igualdade, responsabilidade pelo jornalismo poderoso e adversário.

#Traduzido em português do Brasil

Você já reparou como aqueles que gritam mais alto sobre a tirania em países estrangeiros são as mesmas pessoas que pedem a censura e desplataforma de quem critica o império ocidental?

É um vírus mental onipresente em toda a sociedade ocidental. Qualquer um - e eu me refiro a  qualquer um -  que critica agressiva e consistentemente a política externa dos EUA e seus aliados na frente de uma audiência considerável é rotulado de agente russo pelos apologistas do império, e esse consenso é acompanhado pela opinião cada vez maior de que os agentes da Rússia e idiotas úteis devem ser banidos das plataformas ocidentais.

Defensores do império ocidental não admitirão querer que todos os críticos do império sejam silenciados, mas é isso que você obtém quando combina (A) o fato de que eles veem todos que criticam o império com agressão suficiente como um agente russo com (B) sua opinião que aqueles dados à influência russa deveriam ser censurados.

Sempre que critico a política externa do império ocidental recebo seus apologistas me dizendo que eu nunca poderia criticar meus governantes assim se eu vivesse em uma nação como a Rússia ou a China, quando eles sabem muito bem que se dependesse para eles, eu também não teria permissão para criticar o império ocidental aqui. Eles são os mesmos que os tiranos que dizem desprezar.

O problema com os “valores ocidentais” é que os ocidentais não os valorizam.

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