quinta-feira, 13 de outubro de 2022

Portugal | SETE ANOS DEPOIS, COSTA NO CAMINHO DE PASSOS

Joana Petiz | Dinheiro Vivo | opinião

Não há margem, a palavra de ordem é contenção. Os portugueses têm de apertar o cinto, que isto agora vai ser a doer e o dinheiro para apoios vai esgotar-se nas contas que é preciso manter secas e certas. Os pensionistas e os funcionários públicos terão cortes nos rendimentos - o valor que se lhes subtrai nunca o chegarão a receber, portanto o Constitucional não o proíbe, como proibiu nos tempos da troika. E as empresas que se façam ao caminho, que de São Bento não vale a pena ficarem à espera de grande coisa. Os impostos que existem são para manter, porque é fundamental garantir receita fiscal - para redistribuir, para pagar dívida e para fazer do défice superavit - e o consumo, confirmando-se a travagem a fundo que o governo antecipa para 2023, vai cair a pique, com os mealheiros dos portugueses já rapados e as contas todas a subir, efeito da inflação e das taxas de juro que se elevam para a travar.

Sete anos depois de ter empurrado Pedro Passos Coelho da liderança do país, assumindo-a para si com a missão de desfazer as políticas de contas certas que "atropelavam os portugueses", é o próprio António Costa que dá a guinada de volta a essas prioridades, impondo a sua própria dose de austeridade a um país massacrado por crises simultâneas - falta de matérias-primas e de mão-de-obra, cadeias logísticas de pantanas, pandemia, guerra e inflação, descarbonização a jato, digitalização...

Costa pode mascará-lo como quiser, mas as suas ações demonstram que reconhece por fim a virtude do caminho que o governo de Passos Coelho tomara com o objetivo de pôr Portugal a crescer com ambição, de nos libertar do miserabilismo histórico através de reformas que há muito deviam ter sido cumpridas. A essas, infelizmente, a maioria absoluta de Costa continua a fazer orelhas moucas. Mas ainda há mais de três anos de PS em maioria e as dificuldades crescentes deverão precipitá-las. Já o vimos na TAP, que os socialistas seminacionalizaram, depois compraram o que restava nas mãos de privados, apenas para perceber que não podia ser o Estado a geri-la e que tê-la na esfera pública seria ditar-lhe a morte - acabando agora o mesmo governo, que a desbastou de valor e recursos, a querer vendê-la com urgência e sem grande critério.

A consolidação que Fernando Medina abraçou de corpo e alma faz sentido, Portugal precisa de ser e de se mostrar capaz de se governar com o que tem - nem que seja para poder pedir em melhores condições, quando a isso seja obrigado. O governo podia ir mais longe ou ter mais critério nos apoios que desenhou, sim. É uma questão de opções. De escolhas políticas. Se tivéssemos prosseguido as que o governo PSD-CDS tomou há sete anos, talvez não estivéssemos a sofrer tanto agora. Podíamos ser mais Irlanda do que Grécia.

Que olhar para trás nos sirva para duas coisas: aprender com os erros, evitando repeti-los; e avaliar a validade e as consequências das escolhas feitas. E talvez uma terceira: aprender a pedir contas, em lugar de embarcar em demagogia e facilitismos anunciados. A responsabilização começa por nós.

SITUAÇÃO DA FOME NO MUNDO EM 2022 É SOMBRIA

"A sobreposição das crises que o mundo enfrenta está a revelar as falhas dos sistemas alimentares, dos globais aos locais, e a realçar a vulnerabilidade das populações de todo o mundo", diz o Índice Global da Fome.

"Sombria" é como o Índice Global da Fome 2022 classifica a situação da fome no mundo, agravada pelas últimas crises e pelas atualmente em curso: impacto da pandemia de covid-19, guerra na Ucrânia e alterações climáticas.

"Como mostra o Índice Global da Fome (IGF) de 2022, a situação global da fome é sombria. A sobreposição das crises que o mundo enfrenta está a revelar as falhas dos sistemas alimentares, dos globais aos locais, e a realçar a vulnerabilidade das populações de todo o mundo em relação à fome", lê-se no seu mais recente relatório, hoje divulgado.

No documento, o IGF denuncia que "a percentagem de pessoas sem acesso regular a calorias suficientes está a aumentar", em relação aos "cerca de 828 milhões de pessoas subalimentadas em 2021, o que representa uma inversão de mais de uma década de progresso no combate à fome", devido a "uma onda de crises".

O estudo prevê que "a situação é suscetível de piorar perante a atual onda de crises globais sobrepostas - conflito, alterações climáticas e repercussões económicas da pandemia de covid-19 - todas elas poderosas potenciadoras de fome".

"A guerra na Ucrânia veio aumentar ainda mais os preços globais dos alimentos, de combustíveis e fertilizantes e tem o potencial de agravar ainda mais a fome em 2023 e nos anos seguintes", sustentam os especialistas responsáveis pela elaboração do índice, considerando que "estas crises vêm juntar-se a fatores subjacentes, tais como pobreza, desigualdade, governação inadequada, fracas infraestruturas e baixa produtividade agrícola, que contribuem para a fome e vulnerabilidade crónicas".

"A nível mundial e em muitos países e regiões, os atuais sistemas alimentares são inadequados para enfrentar estes desafios e acabar com a fome", vaticinam.

Segundo os especialistas, "sem uma mudança significativa", existe um potencial de agravamento da situação já em 2023, não se prevendo que o mundo no seu conjunto consiga atingir um nível baixo de fome até 2030, como previsto nas metas definidas na chamada Agenda 2030 (traçada pela ONU e composta por 17 grandes objetivos de desenvolvimento sustentável).

O IGF apresenta uma escala de gravidade da fome que inclui os níveis "baixo, moderado, grave, alarmante e extremamente alarmante".

De acordo com o estudo, "a fome elevada persiste em demasiadas regiões", os níveis de população que se encontram subnutridos estão a aumentar e não se prevê qualquer melhoria até 2030.

O sul da Ásia é a região que apresenta os valores mais elevados e a África subsaariana a segunda região com os níveis de fome mais graves, com a subalimentação e a taxa de mortalidade infantil "mais altas do que qualquer outra região do mundo", nos termos do relatório, que considera que também em regiões como a África oriental, a Ásia ocidental e o norte de África "os valores são preocupantes".

O sul asiático é também a região com maior taxa de atraso no crescimento infantil (raquitismo) e, "de longe, a maior taxa de emaciação infantil do que qualquer outra região do mundo".

Emaciação infantil significa percentagem de crianças com menos de cinco anos com baixo peso para a sua altura, o que é reflexo de subnutrição aguda, explica o IGF no relatório, apontando este como um dos quatro indicadores em que se baseia como instrumento "para medir e acompanhar de forma abrangente a fome a nível global, regional e nacional ao longo dos últimos anos e décadas".

Os outros três indicadores que utiliza na sua fórmula para captar "a natureza multidimensional da fome" são a subalimentação, o atraso no crescimento infantil (que reflete subnutrição crónica) e a taxa de mortalidade infantil de crianças com menos de cinco anos.

Os especialistas apontam para que cinco países do mundo estejam num nível alarmante -- quatro deles africanos e o Iémen, um país em guerra civil desde 2014, que provocou, segundo a ONU, "a pior crise humanitária do mundo" e que, em outubro de 2020, a edição anual do IGF incluía já entre os países com níveis de fome alarmantes.

Além disso, o IGF coloca quatro países num nível provisoriamente alarmante -- mais três países africanos e a Síria, também palco de uma guerra civil desde 2011 - e 35 países num nível grave de fome (a maioria dos quais também africanos, além de Timor-Leste, Haiti, Índia e Paquistão, Papua-Nova Guiné, Coreia do Norte e Afeganistão, onde os talibãs retomaram o poder há pouco mais de um ano e que enfrenta uma grave crise económica).

As possíveis soluções apontadas no relatório passam pela transformação dos sistemas alimentares, bem como pela importância do papel que os Governos locais desempenham nestas regiões.

"Num sistema alimentar global que ficou aquém do fim sustentável da fome, é importante olhar para a governação dos sistemas alimentares a nível local, onde os cidadãos estão a encontrar formas inovadoras de responsabilizar os decisores pela resolução do problema da insegurança alimentar e nutricional", refere uma das especialistas, Danielle Resnick, num ensaio incluído no relatório do IGF deste ano.

"Embora a transformação dos sistemas alimentares requeira, em última análise, intervenções a múltiplos níveis, justifica-se uma maior concentração na governação local dos sistemas alimentares", porque "as práticas de gestão dos recursos naturais, os métodos agrícolas e pecuários e as preferências alimentares assentam frequentemente nas tradições culturais locais, experiências históricas, e condições agroecológicas", defende Resnick.

Para o relatório do Índice Global de Fome de 2022, foram avaliados dados de 136 países. De entre estes, havia dados suficientes para calcular a pontuação de IGF de 2022 e classificar 121 países (a título de comparação, foram classificados 116 países no relatório de 2021), refere ainda o documento.

Diário de Notícias | Lusa

EUA MENTEM AO FALAR SOBRE PROPOSTAS DE PAZ – Russian FM

Lucas Leiroz, pesquisador em Ciências Sociais da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro; consultor geopolítico.

Durante uma coletiva de imprensa em 11 de outubro, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, criticou severamente o recente discurso americano de que Moscou havia rejeitado propostas de paz supostamente oferecidas pelo Ocidente. O ministro afirmou que nenhuma proposta séria foi feita por Washington, portanto, não houve relutância russa em negociar a paz.

Lavrov afirmou que os americanos de fato fizeram algumas ligações, mas não mostraram nenhuma proposta concreta de paz durante as negociações. Segundo ele, nem mesmo esses apelos foram ignorados, tendo Moscou respondido, mostrando vontade de continuar o diálogo para buscar a formulação de um plano específico que beneficie ambas as partes. No entanto, o Ocidente mostrou-se desinteressado em iniciar conversas nesse sentido.

“Isso é uma mentira [que a Rússia se recusa a negociar]. Não recebemos nenhuma proposta séria para entrar em contato. Houve algumas chamadas não muito sérias, às quais também não respondemos negativamente, mas nos oferecemos para formular propostas específicas, com as quais algumas pessoas querem entrar em contato conosco por meio de contatos indiretos. E, neste caso, não recebemos explicações mais específicas de ninguém”, disse.

Um dia antes da entrevista de Lavrov, o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, John Kirby, reiterou publicamente que Moscou não estava respondendo aos pedidos dos EUA por negociações. Anteriormente, alguns funcionários e jornalistas dos EUA já haviam dito que não haveria mais diálogo, pois o governo russo não estava interessado em nenhuma proposta. Mas a Rússia não endossa essa narrativa e afirma que nenhuma proposta dos EUA foi apresentada.

Os jornalistas também pediram a opinião de Lavrov sobre a possibilidade de retomar as negociações de paz com a Turquia como mediadora, dados os recentes rumores de que Ancara está planejando uma nova negociação para o conflito. Segundo Lavrov, nenhum funcionário russo recebeu ainda qualquer informação sobre tal iniciativa, mas deixou clara a disposição russa de negociar se as propostas parecerem razoáveis. Ele afirmou que o encontro entre Putin e Erdogan em Astana seria uma boa oportunidade para esclarecer esse assunto.

Sobre a decisão ucraniana de não continuar qualquer forma de diálogo com a Rússia e vetar as negociações de paz, Lavrov ressaltou que não parece ser algo realmente resoluto. Para ele, as decisões de Zelensky podem mudar a qualquer momento, dependendo de uma série de fatores, principalmente seu “humor”, considerando a instabilidade já demonstrada por Zelensky até agora, e as ordens que receberá do Ocidente em um futuro próximo. Para Lavrov, se as potências ocidentais ordenarem que Zelensky inicie negociações de paz, ele simplesmente aceitará e pedirá para falar com Moscou.

“Não descarto que ele, como se proibiu [de falar com a Rússia], depois se esqueça disso, dependendo do seu humor quando se levanta de manhã e do que faz. Bem, ou ele vai receber uma ordem de Washington, de Londres – ele vai dizer 'sim' e descobrir como explicar tudo isso para não perder a cara”, disse Lavrov.

O veto às negociações de paz é justamente uma consequência das ordens recebidas pelo Ocidente, que é o lado menos disposto a negociar e que mais busca escalar o conflito. Assim, se a opinião dos líderes ocidentais sobre a direção das negociações de paz eventualmente mudar, espera-se que Zelensky repense o veto e de repente peça para falar com Moscou.

A narrativa de que “Moscou não quer negociar” foi difundida justamente para justificar novas ações de apoio à participação ativa de Kiev e do Ocidente no conflito. Em muitas ocasiões, o Ocidente deixou claro que quanto mais durar a luta, mais benéfico será para os interesses da OTAN, pois, diante da impossibilidade de derrotar militarmente a Rússia, o que se busca é simplesmente prolongar a situação de instabilidade de segurança no o ambiente estratégico russo.

Desde fevereiro, o lado russo é o único a buscar ativamente as negociações de paz. Para interromper a operação militar especial, Moscou deixa claro que espera apenas que uma lista de requisitos seja cumprida. Esses requisitos incluem alguns objetivos territoriais e políticos russos, como a autodeterminação das regiões de maioria russa e a desmilitarização de Kiev. Para Moscou, isso não é uma “ambição expansionista”, como diz o Ocidente, mas uma necessidade real, já que a atual Ucrânia é uma ameaça direta ao Estado russo.

Para que a paz surja na Ucrânia, o Ocidente deve “autorizar” Kiev a agir soberanamente e negociar com a Rússia propostas que atendam às demandas feitas por Moscou. Não há como negociar a paz sem cumprir esses requisitos e o que impede os ucranianos de segui-los é justamente a ordem que recebem dos líderes ocidentais para continuar lutando em uma guerra em que não têm chance de vencer.

South Front

Imagem: O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov

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Em 12 de outubro, o alerta aéreo soou em diferentes regiões da Ucrânia pelo terceiro dia consecutivo. As regiões leste e central do país foram as mais afetadas, incluindo a capital Kiev.

#Traduzido em português do Brasil

Enquanto as forças russas não param de danificar a infraestrutura militar e energética estratégica em toda a Ucrânia, Kiev está avaliando os danos. De acordo com o Ministro da Energia ucraniano, os dois dias de greves maciças resultaram em danos em cerca de 30% da infraestrutura energética do país.

Entre os alvos atingidos por mísseis russos, também existem instalações militares estrategicamente importantes. Por exemplo, os entroncamentos ferroviários foram danificados em Pavlograd, que é a principal linha de abastecimento para o agrupamento ucraniano no Donbass.

Em meio aos ataques de mísseis e UAV em andamento, os militares russos ganharam vantagem em algumas linhas de frente.

Na noite de 11 de outubro, as forças ucranianas tentaram novamente invadir as posições russas perto de Kremennaya. A ofensiva dos militares ucranianos foi repelida e até levou a uma contra-ofensiva russa. Unidades russas conseguiram avançar em direção ao rio Zherebets e assumir o controle das aldeias de Terny e Novosadovoye.

Apesar dos esforços ucranianos para romper as defesas russas perto de Svatovo e Kremennaya, os russos ainda mantêm o controle das cidades, bem como da estrada entre elas.

Na RPD, as forças lideradas pela Rússia continuam as operações de limpeza nos arredores de Bakhmut e avançam profundamente na cidade. Grupos de assalto Wagner também estão se aproximando de Bakhmut na direção sul. A ofensiva russa também está em andamento nos arredores ocidentais da cidade de Donetsk.

Espera-se que os danos recentes nos entroncamentos ferroviários compliquem os suprimentos militares ucranianos e possam ameaçar as defesas ucranianas nas linhas de frente do Donbass.

Nas regiões de Zaporozhie e Kherson, as unidades ucranianas continuam seus ataques às posições russas com pequenas forças em diferentes áreas, mas até agora sem sucesso.

Em 12 de outubro, Kiev confirmou o recebimento de quatro veículos de combate HIMARS adicionais, cuja alocação foi anunciada pelos EUA em 4 de outubro. Além disso, foi confirmada a chegada de quatro sistemas alemães de defesa aérea IRIS-T à Ucrânia.

Os parceiros ocidentais continuam a fornecer armas ao regime terrorista ucraniano. Apesar dos avisos de Moscou, Kiev não impediu as tentativas de realizar ataques terroristas no território russo. As Forças de Segurança da Rússia frustraram um ataque terrorista preparado por um cidadão ucraniano nos arredores de Moscou. O terrorista foi capturado com o portátil Igla MANPADS. Outro terrorista ucraniano foi capturado ao preparar uma explosão na região russa de Bryansk. No mesmo dia, o Serviço de Segurança Russo identificou 12 cúmplices de um ataque terrorista na Ponte da Crimeia. Oito deles foram detidos, incluindo cidadãos da Ucrânia e da Armênia. O orquestrador do ataque que custou a vida de quatro civis russos era o chefe da inteligência militar da Ucrânia.

South Front

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FÓRUM DA PAZ É INSTRUMENTO DE GUERRA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

O senhor António Guterres vai passar à História como o primeiro secretário-geral da ONU que fez da organização um instrumento de guerra contra um estado-membro, no caso Federação Russa. Outros foram pagos ou chantageados para tomarem posições vergonhosas de parcialidade. Mas sem perderem a compostura. Perez de Cuellar, dois dias antes da invasão dos EUA ao Iraque, foi a Bagdade e garantia que “vou fazer tudo para evitar a guerra”. Soube umas horas depois, pela voz do Presidente Saddam Hussein, que ele foi apenas levar-lhe uma mensagem de rendição para assinar, em troca de paz. Mas as aparências estavam salvas.

Um exemplo muito conhecido e que ajuda a perceber tudo o que está em causa hoje, no território da Ucrânia. A Guerra do Vietname. Os EUA ocuparam, criaram um estado-fantasma (Vietname do Sul), mataram, torturaram, lançaram bombas químicas. Os arquivos estão cheios de Imagens com tropas norte-americanas cometendo violências brutais contra civis vietnamitas. Os invasores e ocupantes dos EUA ainda fizeram uso de armas com agente laranja. Existem locais que, até hoje, estão contaminados, e milhares de soldados norte-americanos e cidadãos vietnamitas sofreram com as consequências do uso desse químico.

As tropas ocupantes de Washington, em dez anos de guerra, mataram dois milhões de civis! Mais de três milhões de guerrilheiros “Vietcong” foram mortos. Do lado invasor há o registo oficial de 58 mil baixas. Um bom negócio que ameaça repetir-se na Ucrânia. Um aspecto relevante:  A ONU nunca condenou a invasão do Vietname. 

Guerra do Golfo um. As tropas do Iraque invadiram o Kwait. A ONU aprovou a Resolução 660, que condenava a invasão e ordenava que as forças iraquianas abandonassem o Kuwait de imediato. Ao mesmo tempo, tropas norte-americanas e britânicas concentraram-se nas suas bases da Arábia Saudita, uma colónia de Londres e Washington. Em 29 de Novembro de 1990, o Conselho de Segurança da ONU emitiu a Resolução 678 exigindo novamente a retirada das forças iraquianas do Kwait. Tudo a fingir. Os EUA, à frente de uma “coligação internacional” invadiram o país mais próspero e mais progressista do Médio Oriente, Partiram tudo. OS EUA ainda têm bases militares no Iraque e governam o país através dos seus agentes da CIA.

Guerra do Golfo dois. Sob o pretexto da existência de armas de destruição maciça no Iraque, os EUA concluíram a ocupação e desmantelamento do país como estado soberano, Até hoje. A ONU apoia entusiasticamente a tragédia humana que ali se vive, desde 1990. Milhões de mortos. Milhões de deslocados e refugiados. Falência de um estado próspero.

Guerra da Jugoslávia. Os EUA e a NATO destruíram a República Federativa da Jugoslávia. Fizeram do Kosovo uma base militar norte-americana. O país desapareceu e ainda hoje sofre os efeitos das destruições causadas pelos invasores. A ONU ficou a assistir no camarote.

 Guerra da Líbia. Potências ocidentais completamente falidas decidiram roubar o petróleo líbio porque é muito fácil e barato extraí-lo. Os bombardeiros da OTAN (ou NATO) destruíram tudo. Os assassinos a soldo mataram o presidente Kadhafi. A ONU agora anda a fingir que está preocupada com a desintegração de um estado que era dos mais prósperos do mundo!

Guerra da Síria. Sempre de olho na rota da energia, as potências ocidentais decidiram colocar as riquezas da Síria sob seu domínio. Os sírios resistiram. Tropas norte-americanas e de outros países ocidentais invadiram um estado soberano. A ONU assobia para o lado. E se fala, é contra os resistentes! Contrataram grupos terroristas. A Federação Russa deu uma mão aos resistentes e os ladrões tiveram de recuar. Mas ainda não desistiram.

Guerra do Leste. Após a implosão da União Soviética ficou acordado que uma vez unificada a Alemanha, as bases da NATO não passavam “uma polegada” para Leste das fronteiras alemãs. Passaram. Já instalaram as suas armas à porta do Kremelin: Polónia, Bulgária, Tchéquia, Eslovénia, Estónia, Letónia, Lituânia. E agora estão de entrada a Suécia e Finlândia, A Ucrânia entrou mas como carne para canhão na Guerra da União Europeia, EUA e NATO contra a Federação Russa. António Guterres ficou calado quando o comissariado para os direitos humanos denunciou que existe, desde 2014, uma limpeza étnica no Leste da Ucrânia executada pelo Batalhão Azov.

Hoje o secretário-geral da NATO (ou OTAN) afirmou: “Se a Rússia ganhar a guerra, a derrotada é a NATO ”. Ele quer dizer que é preciso derrotar a Federação Russa em nome da “civilização ocidental”. António Guterres não foi capaz de dizer uma palavra de denúncia contra uma tão grave posição belicista. Aquele rato assustado de sacristia transformou a ONU num instrumento de guerra contra a Federação Russa, Pior é impossível. Antes, Úrsula von der Leyen, Borrel e Charles Michel já tinham assegurado que a União Europeia é um instrumento de guerra contra a Federação Russa. 

Mais grave ainda. O ataque às torres de Nova Iorque foi considerado um ataque terrorista. O país atacado aproveitou a oportunidade para disparar de toda a maneira e feitio contra todos os que fossem obstáculos aos seus interesses. Destruíram o Afeganistão, para combater o terrorismo. Destruíram a Líbia para combater o terrorismo, Destruíram a Síria para combater o terrorismo. Destruíram o Iraque para combater o terrorismo. Voos secretos da CIA. Guantanamo. Milhões de mortos. E o ratito de sacristia Guterres, calado. 

Os nazis de Kiev sabotaram uma ponte na Crimeia causando-lhe sérios danos.  Mataeram civis inocentes. António Guterres ficou em silêncio. Biden silencioso. Todos os líderes ocidentais silenciosos. A Federação Russa atacou os terroristas de Kiev. Guterres diz que está horrorizado. Úrsula von der Leyen pede morte aos comunistas. Os terroristas podem ser perseguidos, se os perseguidores foram os EUA e seus aliados. Passam a coitadinhos se forem castigados pelos russos.  

O grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) anunciou o seu apoio à guerra contra a Federação Russa por procuração passada à Ucrânia, “o tempo que for preciso”. Quem são os sete? Alemanha, uma base militar norte-americana na Europa. Canadá, Estados Unidos, França, Itália (uma base dos EUA), Japão (base norte-americana no Oriente) e Reino Unido, também uma base militar dos EUA. Na verdade G7 é um pseudónimo de Estados Unidos da América. Tomam estas decisões porque estão a facturar como nunca e quem paga as despesas são os povos. Estes loucos desafiam uma potência nuclear e acham que vão ganhar!

*Jornalista

PIPELINES vs EUA -- Scott Ritter

Scott Ritter* | Especial para o Consortium News

Intenção, motivo e meios: Pessoas que cumprem penas de prisão perpétua em prisões dos EUA foram condenadas por motivos mais fracos do que as provas circunstanciais contra Washington pelo ataque aos oleodutos Nord Stream.

#Traduzido em português do Brasil

A prova circunstancial, assim como a prova direta, pode ser usada para provar os elementos de um crime, a existência ou realização de certos atos e a intenção ou estado mental do réu. De um modo geral, um promotor, para obter uma condenação, precisa mostrar além de qualquer dúvida razoável que um réu cometeu um determinado ato e que o réu agiu com intenção específica.

O Nord Stream 1 é um projeto multinacional operado pela Nord Stream AG, com sede na Suíça, destinada a fornecer cerca de 55 bilhões de metros cúbicos (bcm) de gás natural russo anualmente para a Europa, transportando-o diretamente da Rússia, através de dutos duplos de 1.224 quilômetros de comprimento. abaixo do Mar Báltico, para um hub alemão, de onde o gás seria distribuído para outros consumidores europeus.

O primeiro dos gasodutos duplos foi concluído em junho de 2011 e começou a fornecer gás em novembro de 2011. O segundo foi concluído em abril de 2012 e começou a fornecer gás em outubro de 2012. A Gazprom, gigante russa do gás, possui 51% de participação no Nord Stream 1 projeto de tubulação.

O Nord Stream 2 é um clone próximo do projeto Nord Stream 1, consistindo em dutos gêmeos de 1.220 quilômetros colocados sob o Mar Báltico, conectando a Rússia à Alemanha. Iniciado em 2018, foi concluído em setembro de 2021. Assim como o Nord Stream 1, o Nord Stream 2 foi projetado para fornecer aproximadamente 55 bcm de gás natural da Rússia para a Europa através da Alemanha. O Nord Stream 2, como o Nord Stream 1, é operado por uma empresa multinacional na qual a Gazprom tem 51% de participação.

Ao contrário do Nord Stream 1, o Nord Stream 2 nunca teve permissão para começar a fornecer gás.

Os gasodutos Nord Stream 1 e 2 são um anátema para a política de segurança nacional dos EUA, que há décadas tem sido azeda pelo grau em que o gás natural russo domina o mercado de energia europeu. Esse ânimo talvez tenha sido melhor capturado por uma coluna publicada no jornal alemão Die Welt em julho de 2019.

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