domingo, 11 de dezembro de 2022

Manifesto de Olaf Scholz confirma as ambições hegemónicas da Alemanha

Manifesto de Olaf Scholz para a revista Foreign Affairs confirma as ambições hegemónicas da Alemanha

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

 O líder alemão acaba de publicar o que pode ser interpretado como seu manifesto explicando por que seu país deveria supostamente restaurar seu status hegemônico anterior, e foi divulgado por ninguém menos que a mesma revista dirigida pelo Conselho de Relações Exteriores, considerada uma das mais importantes plataformas de formulação de políticas influentes no Golden Billion do Ocidente liderado pelos EUA. O próprio fato de terem publicado seu manifesto pode ser considerado como o apoio tácito de fato do bloco da Nova Guerra Fria às ambições hegemônicas da Alemanha.

A Polónia não é tão paranoica quanto alguns especulam

O cardeal cinza polonês Jaroslaw Kaczynski não errou ao alertar recentemente contra a dominação alemã na Europa em comentários que ecoaram os de um ano atrás, quando ele acusou aquele país de querer construir um “ Quarto Reich ”. Seu país já havia exaltado a ameaça militar de seu vizinho à Europa Central para que Varsóvia consolidasse sua influência regional, mas o manifesto do chanceler Olaf Scholz para a revista Foreign Affairs prova que as ambições hegemônicas de Berlim realmente existem.

A nova cultura estratégica da Alemanha

Intitulado “ O Zeitenwende Global: Como Evitar uma Nova Guerra Fria em uma Era Multipolar ”, o líder alemão articulou a gama de meios que o líder de fato da UE está prestes a empregar para entrincheirar sua influência em todo o bloco com base em supostamente reagindo ao conflito ucraniano . O primeiro terço da peça é apenas uma explicação de como tudo chegou a esse ponto da perspectiva de seu governo, mas depois ele passa a falar sobre políticas tangíveis.

Nas palavras de Scholz, “o novo papel da Alemanha exigirá uma nova cultura estratégica, e a estratégia de segurança nacional que meu governo adotará daqui a alguns meses refletirá esse fato”, que enquadra tudo o que segue em seu artigo. A Rússia é o alvo principal desta estratégia, conforme comprovado pelo chanceler declarando que “a questão norteadora será quais ameaças nós e nossos aliados devemos enfrentar na Europa, mais imediatamente da Rússia”.

Ele então se elogiou por promover reformas constitucionais no início do ano para facilitar os planos de seu governo de expor aproximadamente US$ 100 bilhões na modernização do Bundeswehr, que ele descreveu com precisão como “marcando a mudança mais radical na política de segurança alemã desde o estabelecimento do Bundeswehr em 1955.” Dois por cento do PIB também serão investidos em defesa, de acordo com as exigências anteriores dos EUA a seus parceiros da OTAN.

TIRANDO A “PAZ” DO PRÉMIO NOBEL DA PAZ

Apesar do ocasional aceno educado para Alfred Nobel, o comitê – que nomeará o prêmio deste ano no sábado – nunca deu a conhecer sua visão de paz por meio da desmilitarização global,  escreve Fredrik S. Heffermehl. 

Fredrik S.Heffermehl, em Oslo | especial para Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Esta semana, cem anos se passaram desde que o Comitê Norueguês do Nobel concedeu o prêmio da paz de 1922 a Fridtjof Nansen, um explorador polar norueguês, cientista e pensador que mais tarde foi nomeado o Norueguês do Século.

Os noruegueses ficaram exultantes ao vê-lo receber as honras do Nobel, mas o mundo tinha todos os motivos para lamentar isso como uma despedida da grande doação de Alfred Nobel para a paz global.

De acordo com o Comitê Nobel, foi o “trabalho de Nansen para prisioneiros de guerra e pessoas famintas que garantiu a Nansen o Prêmio da Paz”. Grande trabalho humanitário para aliviar as consequências da guerra é uma causa digna, mas Nobel tinha ambições maiores: um prêmio para acabar com a guerra pela cooperação global em paz e desarmamento.

Prevenir é muito melhor do que reparar. Em seu testamento, Nobel descreveu o tipo de destinatários e o tipo de trabalho pela paz que ele tinha em mente para seu “prêmio para campeões da paz”. Está repleto de linguagem sobre a comunidade das nações, desarmamento e congressos de paz.

Biden preocupa-se mais agradar a minorias que recuperar espião ianque preso na Rússia

Os duradouros interesses de segurança nacional dos EUA foram irreparavelmente danificados por este acordo, o que o torna ainda mais um sucesso estratégico para a Rússia do que a maioria das pessoas imagina.

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

A última troca de prisioneiros russo-americanos que viu o empresário Viktor Bout ser trocado pela jogadora de basquete Brittney Griner foi um constrangimento autoinfligido para o governo Biden. Em vez de garantir a libertação do espião condenado Paul Whelan, o que teria ajudado a restaurar a confiança nos ativos de inteligência da América de que seu patrono sempre lutará por seus interesses se forem pegos em flagrante infringindo a lei como ele foi, preferiu cortar um negociar a libertação de uma pequena celebridade do esporte.

A CNN citou fontes não identificadas próximas às negociações para relatar que a Rússia não estava interessada em trocar Whelan por Bout, com apenas a libertação de Griner supostamente sendo proposta de seu lado. Falando objetivamente, isso não deveria ter acontecido, já que alguém com a reputação de Bout é incomparavelmente muito mais importante do que uma jogadora de basquete de quem poucos ouviram falar antes de sua prisão no início deste ano por traficar cartuchos de maconha para a Rússia.

Seja como for, indiscutivelmente, o próprio fato de a Rússia ter feito uma oferta tão ousada, recusando-se a considerar desistir de Whelan (separadamente ou junto com Griner) em troca de Bout e, finalmente, fechar esse acordo completamente desigual mostra o quão bem ele entende as prioridades do governo Biden. Os estrategistas russos sabiam que o presidente se importava mais em agradar as minorias do que em garantir a libertação de um espião condenado, por isso eles se agarraram à sua proposta ridícula e conseguiram o que queriam.

Esse insight deve alarmar todos os americanos, pois significa que Moscou pode manipular com maestria o que supostamente é o homem mais poderoso do mundo. Eles conseguiram que Biden desistisse de Bout, seu compatriota preso de maior destaque no exterior, em troca de uma celebridade esportiva menor, enquanto mantinham um espião americano condenado. Aqueles que estouram o champanhe comemorando a libertação de Griner obviamente ignoram o fato de que essa troca nada mais é do que uma vitória de Pirro para seu país.

A administração Biden deveria ter se recusado a concordar com qualquer acordo que não envolvesse Whelan, pois mantê-lo preso na Rússia enquanto libertava um jogador de basquete envia a pior mensagem possível para o resto de seus ativos em todo o mundo. Em vez de estarem confiantes de que os Estados Unidos sempre lutarão por seus interesses se forem pegos em flagrante infringindo a lei, todos eles agora sabem que concordarão com acordos desiguais que favorecem minorias étnicas e sexuais para fins políticos de curto prazo. - razões de serviço.

Os duradouros interesses de segurança nacional dos EUA foram, portanto, irreparavelmente danificados por este acordo, o que o torna ainda mais um sucesso estratégico para a Rússia do que a maioria das pessoas imagina. Não apenas trocou uma celebridade esportiva menor por seu compatriota preso de maior destaque no exterior, ao mesmo tempo em que manteve um espião americano condenado, mas o segundo resultado mencionado resultou na Rússia esmagando a reputação global da comunidade de inteligência americana e desferindo um golpe mortal em a confiança de seus ativos nele.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade.

Soft power da RPC arrasa o hard power da hegemonia unipolar anglo-saxónica

Martinho Júnior, Luanda

A NOVA ROTA DA SEDA CONQUISTA AS ARÁBIAS

A ÁSIA ESTÁ SATURADA DOS YANKEES E DOS CONFLITOS QUE SEMEARAM A FIM DE GARANTIREM SEU DOMÍNIO EM CONFORMIDADE COM A IIIª GUERRA MUNDIAL

UM APONTAMENTO ACTUAL

A viragem árabe acontece neste momento e a partir de 2023 até 2030 o Médio Oriente Alargado apagará um a um os conflitos que restam, semeados pelo domínio bárbaro da hegemonia unipolar, cujas regras se esgotam no enxofre do absurdo.

A visita de estado do Presidente XI Jinping à Arábia Saudita, pulverizou o “hard power” da hegemonia unipolar: só resta quinquilharia militar inútil, que nem para museu serve (o melhor será aproveitar o aço dos canhões para pacíficos fins civis… bom aço para os arados). 

A lógica unipolar com suas regras espremidas até ao absurdo e contrariando frontalmente a Carta das Nações Unidas, no espaço mais energético do “Commonwealth” chega ao fim e está a ser afanosamente substituída pela lógica da cooperação, da solidariedade, da multilateralidade e da paz sinergética que desde a Ásia já vai impactando também a Europa.

Os reis vão ser salvos não por via de sua vassalagem em relação ao império dominante, mas pelo “soft power” que se distende e galopou até ao Médio Oriente Alargado, numa irresistível sintonia: as verbas colossais que antes a Arábia Saudita gastava na aquisição de arsenais militares, agora paulatinamente vão ser encaminhadas na direcção da paz sinergética, a paz com segurança vital estimulada pelas Novas Rotas da Seda, sem que isso iniba independência, soberania ou o sacrifício de perdas socioculturais, ou sociopolíticas de vulto.

Angola | DIA DOS GRANDES VENCEDORES -- Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje é o dia do MPLA. Faz 66 anos, sempre na luta pela dignidade e a liberdade do Povo Angolano. Os adversários dizem que é um Partido Estado. Estão enganados. É o partido que dirigiu a luta armada de libertação até à Independência Nacional. É o Povo Angolano. É Angola. Criou o Estado Angolano. Neste 66º aniversário do MPLA recordemos alguns grandes vencedores, ao ritmo da poesia de Agostinho Neto. 

À frente do povo em armas estiveram grandes líderes. Agostinho Neto esteve aos comandos do primeiro grito de revolta até à morte. Em 1962, foi eleito Presidente de Honra do MPLA e desde então, até falecer, teve uma vida sem tréguas. Derrotou os exércitos estrangeiros do Zaire (hoje República Democrática do Congo) e da África do Sul. Em Março de 1976, quando os últimos soldados do apartheid abandonaram o solo sagrado da Pátria, Neto proclamou o Carnaval da Vitória. 

O Presidente Agostinho Neto conseguiu unir o MPLA em 1974, quando surgiram as chamadas “revoltas”. E no ano de 1975, proclamou a Resistência Popular Generalizada contra os invasores estrangeiros, os mercenários, os fascistas do Exército de Libertação de Portugal (ELP) e as forças da FNLA e UNITA que serviram de capa às invasões estrangeiras. 

Em Ndalatando, com os mercenários e as tropas zairenses no Lucala, Agostinho Neto fez um discurso que ficou gravado nos anais da História de Angola: “Nós somos milhões e contra milhões ninguém combate”. O inimigo não ouviu o seu aviso e acabou derrotado.

(A quitanda. / Muito sol / e a quitandeira à sombra / da mulemba. /  – Laranja, minha senhora, / laranjinha boa!)

Agostinho Neto proclamou a Independência Nacional e fez tudo para aliviar o cerco a Angola, um autêntico bloqueio não declarado. De Pretória surgiu uma proposta de acordo que garantisse a segurança de Angola e África do Sul. No Grande Hotel da Huíla houve uma reunião de alto nível, em 1976. Magnus Mallan, ministro da Defesa, e Pick Botha, ministro das Relações Exteriores da África do Sul chefiaram a delegação que foi negociar ao Lubango. A delegação angolana era chefiada por Iko Carreira, ministro da Defesa. 

As conversações terminaram e os sul-africanos confirmaram a sua proposta: Segurança na fronteira do Sul de Angola e proibição de actividades em solo angolano dos combatentes do ANC e da SWAPO. Os angolanos renegados eram impedidos de qualquer actividade política na África do Sul. Agostinho Neto teve conhecimento da proposta e a resposta foi dada num comício no Estádio da Cidadela: “Angola é uma trincheira firme da revolução em África. A nossa luta prolonga-se na Namíbia, no Zimbabwe e na África do Sul”. Ele é um dos vencedores do 10 de Dezembro.

Angola | MENTIRAS PLANEADAS

Kuma | Tribuna de Angola | opinião

Isabel dos Santos nunca teve dinheiro vivo disponível como agora, pagar contas a advogados com diamantes é uma conversa para enganar os papalvos, até porque nesta fase ela tem os valores mais garantidos nas pedras preciosas.

Germano Marques da Silva e Marco António Costa são dois advogados políticos e  ouvem-se bem nos corredores do Poder, Isabel já recebeu muitas dezenas de milhões de dólares, e se Angola não agir urgente e com eficácia, ela e Manuel Vicente vão, com certeza, com a cumplicidade de alguns, desviar património da Sonangol investido por ambos, caso de realce a GALP e o Millénium BCP.  

Isabel dos Santos a par de Manuel Vicente e Dino, têm assegurada proteção a troco de investimentos avultados, no Dubai e no Qatar foram construídas duas ilhas para albergar foragidos da justiça que possam cumprir requisitos de luxos e negócios, Manuel Vicente já investiu em grande na segunda maior construtora do Dubai, e Isabel está com os seus advogados ingleses e portugueses a preparar-se para paragens seguras.

Manuel Vicente, a par de Dino e Kopelipa formam o trio mais corrupto de Angola, vêem agora dar o património em Angola como perdido, depois de terem transferido quase tudo para familiares, em Portugal Manuel Vicente colocou tudo em nome da esposa e do enteado.

Isabel dos Santos está a proteger-se na herança de Sindika Dokolo, acrescida agora com a herança do pai, a coleção de diamantes, pedras raras pelo seus tamanhos, confiscados em Angola. 

A PGR angolana tem alguma estimativa concreta do valor da herança de José Eduardo dos Santos, onde está e quem tem acesso a ela?

Borrell pensa ridiculamente que os africanos nunca ouviram falar de Putin ou da Rússia

Estes não são os delírios de um velho senil como os supremacistas do Bilhão de Ouro do Ocidente liderado pelos EUA podem tentar descartá-los casualmente como mais um ataque deliberadamente racista contra todos os africanos que está sendo feito contra eles no contexto da Nova Guerra Fria do continente, guerra por procuração russo-francesa em toda a Rússia.

Andrew Korybko* | Substack | # Traduzido em português do Brasil

O chefe de política externa da UE, Josep Borrell, que em meados de outubro deu a entender que a África é uma “selva” que está “invadindo” o “jardim” europeu e ameaçando sua “identidade”, está de volta com seus comentários racistas depois de alegar ridiculamente que Os africanos nunca ouviram falar do presidente Putin ou mesmo da Rússia. Esse insulto à inteligência deles é ainda pior do que aquele relacionado ao presidente francês Macron durante o verão, quando ele insinuou que eles são supostamente tão estúpidos que Moscou pode facilmente manipulá-los.

De acordo com o principal diplomata da UE , “a Rússia é capaz de desviar a culpa, distorcer a realidade e encontrar uma audiência em algumas partes do mundo. Eu vi nas telas de TV esses jovens africanos nas ruas de Bamako [capital do Mali] com outdoors dizendo '[presidente russo Vladimir] Putin, obrigado. Você salvou Donbass e agora vai nos salvar.' É chocante. Você pode considerar que essas pessoas não sabem onde Donbass está ou talvez nem saibam quem é Putin”.

Estes não são os delírios de um velho senil como os supremacistas do Bilhão de Ouro do Ocidente liderado pelos EUA podem tentar descartá-los casualmente como mas um ataque deliberadamente racista contra todos os africanos que está sendo feito contra eles no contexto da Nova Guerra Fria do continente guerra por procuração russo-francesa em toda a Rússia O poder brando o apoio de segurança de Moscou visam facilitar e garantir seus últimos avanços anti-imperialistas, respectivamente, enquanto Paris está tentando desesperadamente se agarrar à sua “esfera de influência” decadente lá.

Também não é coincidência que Borrell lançou sua diatribe contra os malianos, já que seu governo interino é um pioneiro africano em enfrentar orgulhosamente a França depois de expulsar suas tropas de seu país e recentemente banir todas as suas frentes de inteligência “ONG”. Essa política pró-soberania também provou ser imensamente popular, como evidenciado pelas pessoas que saíram às ruas para apoiar seus líderes, a que o principal diplomata da UE se referia em seu ataque racista.

Considerando o contexto geoestratégico e a posição profissional de Borrell, pode-se concluir que seu último ataque racista contra os africanos, afirmando que eles nunca ouviram falar do presidente Putin ou mesmo da Rússia, é a reação pueril da UE a eles se levantando contra a hegemonia neocolonial da França. Em vez de reconhecer calmamente que os africanos são inspirados pelo Manifesto Revolucionário Global do presidente Putin , que ele articulou nas duas últimas temporadas, ele prefere fingir que eles ignoram os assuntos globais.

Isso é extremamente condescendente e reforça a realidade de que o Bilhão de Ouro é profundamente racista, apesar de suas negações pouco convincentes do contrário, especialmente quando se lembra da comparação de Borrell de seu continente com uma “selva” que supostamente “invade” seu “jardim” e ameaça seu "identidade". Se há alguma fresta de esperança neste último episódio é que a UE é impotente para reverter os recentes avanços anti-imperialistas da África, daí porque seus líderes como Borrell e Macron estão recorrendo ao racismo por despeito.

*Andrew Korybko -- Analista político americano especializado na transição sistêmica global para a multipolaridade.

Unidade e resistência ao imperialismo na Conferência dos Povos da África Ocidental

Partidos políticos, sindicatos e movimentos populares em toda a África Ocidental estão se reunindo em Gana para desenvolver um entendimento comum dos desafios enfrentados pela região e elaborar estratégias para resistir ao imperialismo

Prasanth R. | Internationalist 360º  | # Traduzido em português do Brasil

150 pessoas de partidos políticos, sindicatos, organizações comunitárias, grupos de mulheres e outros movimentos sociais da África Ocidental se reunirão em Winneba, Gana, de 8 a 10 de dezembro para traçar uma estratégia conjunta de luta em um momento crucial para a região.

A Conferência dos Povos da África Ocidental por um Novo Mundo pretende ser um fórum para compartilhar as demandas e aspirações dos povos em luta na região. A conferência está sendo realizada em um momento em que há um recrudescimento de sentimentos anti-imperialistas em toda a região, bem como graves crises econômicas devido às políticas neoliberais. A maioria dos delegados vem dos 16 estados membros da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), mas também há participantes de organizações de outras partes do continente.

Na sessão inaugural da conferência, Philippe Noudjenoume, do Partido Comunista do Benin e chefe do Comitê Preparatório Interino da conferência, invocou o espírito do primeiro primeiro-ministro de Gana e ícone do pan-africanismo, Dr. Kwame Nkrumah, que certa vez disse que a independência de Gana não tinha sentido até que fosse ligada à libertação total do continente africano.

Portugal | OS PERIGOS DAS PRIVATIZAÇÕES NA SAÚDE

Esta ideia de querer privatizar os cuidados de saúde primários é muito grave e deveria chamar a nossa atenção. Por Rui Tavares.

O SNS foi uma das maiores conquistas do 25 de abril de 1976 e a ideia de querer privatizar tudo, que a solução é sempre as chamadas PPPs (Parcerias público-privadas) deixa-me bastante apreensivo e principalmente preocupado pois daqui a dois dias vamos estar completamente nas mãos dos privados e eles vão exigir tudo o que querem de nós e vão autenticamente fazer da saúde o negócio das vidas deles.

O Governo diz que nunca houve tanto Orçamento para a saúde como agora, mas esquece-se de dizer que 40% dessa verba vai direitinha para os grandes grupos da saúde, ou seja, praticamente metade. E este Orçamento do Estado dá mostras que o fim do SNS público e universal já esteve mais longe, e cada vez mais caminhamos para aquilo que é a visão dos liberais, que tem como modelo os Estados Unidos, onde quem tem dinheiro trata-se quem não tem fica a morrer às portas do Hospital. E já agora, deixo uma curiosidade, uma das maiores causas de falência nos Estados Unidos são as dividas gigantescas da saúde.

Eu tenho uma visão muito diferente do mundo. Acho sim, que os privados têm que existir e desempenhar o papel deles, aliás não é por acaso que concordei com a nova lei de Bases da saúde que diz que quando necessário há que contratualizar com os privados mas, considero que o Serviço Nacional de Saúde deve ter um papel predominante no nosso País, trabalhando em rede, com mais profissionais com carreiras dignas e justas e com mais condições e ferramentas de trabalho.

Por isso, mesmo com alguns problemas estruturais e de financiamento que precisam urgentemente de ser resolvidos, este é o único que não fecha a porta a ninguém.

Para terminar, deixo aqui um exemplo sobre o desastre das privatizações: em Faro os pacientes que precisam de fazer radioterapia e que não têm dinheiro para pagar no privado têm que se deslocar a Sevilha para fazer esse tratamento pois nessa área geográfica a radioterapia encontra-se toda privatizada. Aliás, no mar de privatizações que já fizeram gostava de saber alguma em que deu algum resultado prático/favorável para os utentes.

Rui Tavares ! Esquerda.net

Portugal | INFLAÇÃO E CONTAS CERTAS… PARA QUEM?

Há um conjunto de preços e prestações que têm mecanismos anuais automáticos de actualização do seu valor para reagirem à taxa de inflação. Temos o caso das pensões, das rendas, das concessões rodoviárias. Mas há mais.

Manuel Correia | AbrilAbril | opinião

ace a uma inflação de 10%, o que fazer? Aumentar todos esses preços e prestações 10%? Aumentar umas coisas e não aumentar outras? É um debate que surgiu naturalmente. E também naturalmente já se formaram dois grupos de opiniões – uns a exigir que sejam aumentados os salários e pensões e travados os aumentos de preços que for possível ir travando, e outros, apontando a necessidade de conter o aumento de salários e pensões, mas respeitando as obrigações contratuais do Estado para com as empresas.

No fundo, e de forma crua, cada lado olhando o mundo por antagónicos interesses de classe.

Vejamos o caso das portagens. Há quem as pague e há quem as receba. Tomando partido pelas necessidades de quem as recebe, lemos, com uma clareza que é rara, a constatação do Jornal de Negócios sobre o impacto de um eventual não aumento de 10% nas portagens, alertando que o impacto se faria igualmente sentir «quer na do próximo ano, quer até ao final do prazo das concessões, já que um travão ao aumento das portagens no próximo ano afecta a base em que serão determinadas futuras actualizações até ao fim dos contratos.»

Isto é verdade. Para quem recebe e para quem paga. Veja-se o exemplo do quadro 1:

Mesmo com aumentos iguais em 2024 e 2025, o menor aumento em 2023 vai ter um impacto por toda a vida destas concessões.

Portugueses pagam | FALCON CATIVADO PARA VIAGENS AO MUNDIAL NO CATAR

Cada viagem ao Qatar custa 70 mil euros ao erário público

O Falcon está monopolizado pelo Mundial de Futebol do Qatar para levar o Presidente, o primeiro-ministro e o presidente da Assembleia da República a assistir a jogos da seleção portuguesa e trazê-los de volta. Outras visitas de Estado têm vindo, por isso, a ser adiadas. Cada viagem ao Qatar custa 70 mil euros ao erário público.

O Falcon 50 da Força Aérea Portuguesa, destinado a transportar representantes do Estado em viagens oficiais, encontra-se cativado até ao fim do Campeonato Mundial de Futebol para levar individualidades nacionais ao Qatar – apurou o Nascer do SOL de fonte do Ministério da Defesa. Assim, o Presidente da República e o primeiro-ministro têm assegurada a sua deslocação para assistir aos jogos da seleção nacional, mesmo que esta chegue à final da prova.

Encontrando-se o Falcon, em permanência, ao serviço do Mundial, outras viagens de Estado têm vindo a ser proteladas, como aconteceu com uma deslocação prevista da ministra da Defesa à República Centro-Africana, onde estão militares portugueses. A visita, tradicionalmente efetuada na quadra natalícia, já teve de ser adiada duas vezes.

A viagem de Helena Carreiras esteve programada para terça-feira passada, mas foi protelada porque nesse dia António Costa, após participar na cimeira UE-Balcãs, em Tirana, na Albânia, rumou ao Qatar para assistir à partida dos oitavos de final entre Portugal e a Suíça. A segunda tentativa da titular da Defesa de ir àquele país africano estava para ter lugar no próximo dia 17, acabando contudo por ser cancelada por coincidir com a véspera da final da competição.

Só a 20 de dezembro, já muito perto da consoada, o Falcon estará livre para outros voos, estando previsto que leve Marcelo Rebelo de Sousa a visitar o destacamento militar português na Roménia (enquanto o primeiro-ministro, na mesma ocasião, seguirá num avião da OMNI – uma empresa privada de aviação sediada em Porto Salvo – para se encontrar com as tropas em missão na República Centro-Africana, sendo possível que a ministra o acompanhe).

Portugal | Suspeitos de corrupção na Defesa pagam caução para ficar em liberdade

Os três antigos decisores de topo da Defesa Nacional assim como os três empresários detidos na operação da Polícia Judiciária que investiga um esquema de corrupção na Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) foram, este sábado, libertados pelo Tribunal Central de Instrução Criminal mediante a prestação de uma caução de 200 mil euros.

Segundo apurou o JN, o antigo diretor-geral dos Recursos da Defesa Nacional, Alberto Coelho, o ex-diretor de Serviços de Gestão Financeira, Paulo Branco, e ainda o antigo diretor de Infraestruturas e Património, Francisco Marques, assim como os três empresários também ficaram de entregar os seus passaportes e estão proibidos de contactar com qualquer interveniente no processo.

Recorde-se que os arguidos são suspeitos de corrupção ativa (empresários) e passiva (diretores da Defesa, que são civis), peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e branqueamento de capitais. Terão montado um esquema entre 2018 e 2021 que lhes permitiu lucrar cerca de 500 mil euros com contratos e adjudicações na DGRDN. Seriam obras fictícias contratadas para quartéis e edifícios do Ministério da Defesa Nacional, como o antigo Hospital Militar de Belém, em Lisboa. Inicialmente, a remodelação do edifício estava orçamentada em cerca de 750 mil euros, mas acabou por custar cerca de 3,2 milhões.

Alexandre Panda | Jornal de Notícias

Comitiva da seleção chega a Portugal domingo à tarde, mas dez jogadores não viajam

Muito obrigado rapazes!

Equipa das quinas foi eliminada do Mundial este sábado. Cristiano Ronaldo está entre os jogadores autorizados a juntar-se às famílias, não viajando com a comitiva nacional.

seleção portuguesa de futebol parte de Doha às 12h00 locais (9h00 em Lisboa), rumo a território português, deixando o hotel duas horas antes, num momento que a TSF vai acompanhar em direto.

A viagem demorará cerca de oito horas, estando a chegada a Portugal prevista para as 17h15, hora portuguesa.

Alguns jogadores foram, no entanto, autorizados a juntar-se às famílias, presentes no Catar, pelo que não vão viajar com a comitiva portuguesa. São eles: Rui Patrício, Raphaël Guerreiro, Cristiano Ronaldo, Rafael Leão, Bruno Fernandes, Matheus Nunes, Rúben Neves, Bernardo Silva, João Cancelo e Diogo Dalot.

A seleção portuguesa de futebol despediu-se do Mundial do Qatar ao perder por 1-0 com Marrocos, estreante nesta fase, no Estádio Al Thumama, em Doha.

Um golo de Youssef En Nesyri, aos 42 minutos, selou o triunfo dos marroquinos, que se tornaram a primeira seleção africana a atingir as meias-finais de um Mundial, enquanto Portugal não conseguiu repetir as 'meias' de 1966 e 2006.

António Botelho | TSF

POIS, POIS, POIS, VELHO PEPE... NA FIFA NEGOCIATAS E CORRUPÇÓES É CERTO*

"Tenho muita experiência e digo que eles vão dar o título à Argentina" - diz Pepe

Defesa-central, que acabou o jogo com um braço fraturado, não gostou da nomeação de árbitros argentinos.

Na zona de entrevistas rápidas, e depois da eliminação lusa por 1-0, Pepe assinalou que estiveram no jogo "oito ou nove árbitros e cinco deles eram argentinos". De seguida, a acusação: "Posso dar um palpite e posso estar muito errado, mas tenho muita experiência, e digo que eles vão dar o título à Argentina."

Sobre a partida, o jogador assinalou que os marroquinos "fizeram um golo" na única ocasião em que se aproximaram da baliza nacional. Já "todas" as jogadas que Portugal construía eram paradas "e o árbitro não castigava os jogadores marroquinos".

Na segunda parte, assinala Pepe, "foi mais do mesmo", com o guarda-redes Bounou "a perder tempo, muitas faltinhas e o árbitro sem dar amarelo".

A seleção portuguesa de futebol despediu-se do Mundial do Qatar ao perder por 1-0 com Marrocos, estreante nesta fase, no Estádio Al Thumama, em Doha.

Um golo de Youssef En Nesyri, aos 42 minutos, selou o triunfo dos marroquinos, que se tornaram a primeira seleção africana a atingir as meias-finais de um Mundial, enquanto Portugal não conseguiu repetir as 'meias' de 1966 e 2006.

TSF com Lusa | Imagem: © Ali Haider/EPA | *Titulo PG

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