terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Portugal | PS RENOVADO

Manuel Portugal Lage | Diário de Notícias | opinião

Gostando-se mais ou menos, é inegável que as eleições internas do maior partido português, que tiveram lugar este fim-de-semana, impuseram uma renovação interna e, simultaneamente, uma renovação externa.

Não se trata de uma opinião, mas antes de uma constatação de facto. O PS é o primeiro dos "grandes" partidos a escolher um "filho da madrugada" como líder, o que por si é um sinal de renovação, especialmente quando as próximas legislativas se disputarão a um mês e meio das comemorações dos 50 anos do 25 de abril.

Por outro lado, e apesar da comprovada experiência política do novo líder do PS, um rejuvenescimento é sempre uma lufada de ar fresco na política portuguesa e, nas circunstancias atuais, acarreta consigo grandes responsabilidades. Trata-se de unir e somar mais em torno do projeto político do PS, com o objetivo de permitir a Portugal continuar no caminho da prosperidade.

Longe de qualquer facilidade, o novo líder do PS vai ser posto à prova já no primeiro Congresso Nacional. Aí perceber-se-á o nível de compromisso alcançado com os adversários que consigo disputaram a liderança, apresentando uma lista única aos órgãos nacionais do partido. Logo a seguir entrará em campanha para as legislativas, que principiará a 7 de janeiro, e pelo meio terá ainda as eleições regionais nos Açores, a 4 de fevereiro.

O PS demonstrou no espaço de um mês que conseguiu levar a cabo uma campanha nacional - que pouco teve de interna, dada a cobertura mediática - em que, de forma leal e plural, o partido demonstrou aos portugueses que está em condições de continuar a governar o país em março de 2024.

Pedro Nuno Santos vê assim concretizado um objetivo político que traçou e para o qual se preparou em antemão. O Partido confiou nas suas propostas e na sua liderança para continuar a governar Portugal. Mais ainda: acreditou que o fará contando com todos os militantes do PS e com todos os portugueses que queiram um Portugal mais justo e solidário.

Esta passagem de testemunho "sem apagar ninguém" é um sinal de maturidade e de pluralismo. Assim, a partir de agora todos os olhos estarão postos no novo líder e no que o mesmo vai apresentar ao país.

Março parece estar ao virar da esquina, mas ainda há um grande caminho a percorrer para lá chegar. Nos próximos dois meses conhecer-se-ão as propostas dos diversos partidos e candidatos, bem como os cenários em que se apresentarão, se coligados, isolados e o que tais formatos significam.

A certeza para já é uma: o maior partido português mudou a sua liderança de forma tranquila, plural, democrática e absolutamente inequívoca. E, com nota de destaque, fica a imagem de união entre aqueles que haviam disputado as eleições, que não demonstraram rancores, amarguras, mas sim um exemplo de camaradagem e espírito livre que caracteriza os verdadeiros democratas.

Estou certo de que Portugal continuará a saber escolher e a distinguir o essencial do acessório. Será de supra suma relevância aquilo que cada um dos intervenientes apresentará, sendo que na realidade as novidades virão seguramente dos que agora entram na corrida e não daqueles que cá têm estado a tentar beliscar e conquistar o poder.

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