sábado, 28 de janeiro de 2023

MEIA-NOITE NUCLEAR -- Martinho Júnior

"Advertimos os patrocinadores ocidentais da máquina militar de Kiev de encorajar provocações nucleares e chantagem. Sabemos que o tanque Leopard 2, bem como os veículos de combate de infantaria Bradley e Marder, estão armados com projéteis perfurantes de núcleo de urânio, o uso que leva à contaminação da área, como aconteceu na Iugoslávia e no Iraque. Se Kiev for fornecida com tais projéteis para equipamento militar pesado da OTAN, consideraremos isso como o uso de bombas nucleares sujas contra a Rússia, com todas as consequências decorrentes"https://ria.ru/20230125/snaryad-1847362826.html 

Martinho Júnior, Luanda

Está-se à beira de se ouvir ressoar as primeiras badaladas do relógio da meia-noite nuclear, quando desde 2004/5, desde a “revolução laranja”, os golpistas de Kiev vêm atravessando todas as “linhas vermelhas” de Moscovo, porque é desde então que deixou de haver segurança comum na Europa, desesperadamente sabotada pela hegemonia unipolar com as “revoluções coloridas” golpistas em Kiev!

Essa travessia foi feita nos últimos onze meses de derrota em derrota, porque um amontoado de “ruidosas” táticas, face a estratégias incisivas e bem concertadas, nada mais são, desde a nascença, senão contundentes derrotas!... “Cão que ladra não morde”!

A Rússia destruiu o material empregue nas 3 ondas de assalto à “concha” do Donbass e em termos humanos, acentuam-se as perdas “até ao último ucraniano”!

O Pentágono e o instrumentalizado zombi-híbrido UE/NATO vão agora preparar a 4ª vaga de assalto, derrotada desde a nascença impulsiva, arremedo ainda mais “ruidoso” de manobra tática!

De ruído em ruído, é o Pentágono e a NATO que estão a ruir, pois qualquer que seja a onda de armamentos injectados, é a derrota que os espera!

Angola | EXECUTIVO COMPARA AMIGOS A INIMIGOS – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda

Hoje é dia de anedotas para desopilarmos o fígado e não levarmos demasiado a sério o mobutismo reinante em Angola mais a diplomacia de Kinkuzu. Sempre fui mau contador de piadas mas nesta que se segue vou sair-me bem.

O Ministério das Relações Exteriores publicou ontem um comunicado no qual revela a posição da República de Angola “no conflito que opõe a Federação Russa à República da Ucrânia”. Já não me ria tanto desde as noites em que o meu camarada Armando Guinapo contava, em casa do comandante Ndozi, que tinha uma tia santa. Ainda que morta, sem qualquer tratamento, o seu corpo ficou sempre incorrupto e uma vez por ano, chorava copiosamente. Isto contado pelo meu querido e saudoso amigo Guinapo era de morrer as rir.

O Ministério das Relações Exteriores, no seu comunicado, afirma que “na qualidade de actor internacional comprometido, a República de Angola mantém a sua posição de princípio, reiterando o seu apelo pela cessação incondicional das hostilidades pelos beligerantes, priorizando sempre a via pacífica para a resolução desta crise”. À Voz da América, o Presidente João Lourenço exigia da Federação Russa “o cessar-fogo incondicional”. A coisa agora está mais moderada. A cessação incondicional das hostilidades já inclui “os beligerantes”.

A UPA desencadeou a Grande Insurreição em 15 de Março de 1961 com o apoio incondicional dos EUA. O MPLA tinha dado o tiro de partida para a Luta Armada de Libertação Nacional no dia 4 de Fevereiro. Menos de um mês e meio antes. Os apoios vieram dos combatentes que quebraram as algemas. E das forças progressistas africanas, mais a União Soviética, incansável na libertação de África. 

O comunicado do Ministério das Relações Exteriores diz isso mesmo: “Desde os primórdios da luta pela independência nacional da República de Angola, incluindo durante o período do conflito armado, o povo russo manifestou sempre a sua amizade e solidariedade para com o povo angolano. Hoje em dia, a República de Angola e a Federação Russa mantêm fortes laços de amizade que sustentam uma relação de cooperação estreita, dinâmica e multiforme a todos os níveis”. 

Muito bem senhor ministro Tete António. Parabéns. Mas dispensávamos a anedota que vem a seguir. Leiam: ”A República da Ucrânia é igualmente um importante parceiro com quem a República de Angola mantém boas relações diplomáticas e de cooperação”. Sinceramente, não percebi se esta parte é mesmo uma piada ou nesta fase do comunicado o escriba já estava a pingar de bêbado. Seja o que for, brincar com coisas sérias é sempre sinónimo de mau gosto.

A Ucrânia ascendeu à independência em 1991. No ano seguinte tivemos eleições em Angola no âmbito do Acordo de Bicesse. A UNITA foi derrotada clamorosamente e regressou à guerra. Mas como, se por força do acordado não podia ter armas nem homens armados? E mais: A chamada “comunidade internacional”, via ONU, comprometeu-se a não fornecer armamento ao Governo e à UNITA. 

OS TRIBUNAIS DE BELMARSH EXIGEM JUSTIÇA PARA JULIAN ASSANGE

Amy Goodman e Denis Moynihan | Democracy Now

“A primeira baixa quando a guerra chega é a verdade”, disse o senador norte-americano Hiram W. Johnson, da Califórnia, em 1929, debatendo a ratificação do Pacto Kellogg-Briand, uma tentativa nobre mas fracassada de banir a guerra. Refletindo sobre a Primeira Guerra Mundial, que terminou uma década antes, ele continuou, “ela começa com o que estávamos tão familiarizados há apenas um breve período, esse modo de propaganda pelo qual... lutar. Já vimos isso no passado; isso acontecerá novamente no futuro.

Uma e outra vez, Hiram Johnson provou estar certo. O impulso de nosso governo de controlar a informação e manipular a opinião pública para apoiar a guerra está profundamente arraigado. Os últimos vinte anos, dominados pela chamada Guerra ao Terror, não são exceção. Campanhas de relações públicas sofisticadas, uma mídia de massa complacente e a máquina de propaganda difundida do Pentágono trabalham juntas, como o intelectual público Noam Chomsky e o falecido Prof. Lippman, considerado o pai das relações públicas.

Uma editora que constantemente desafia a narrativa pró-guerra promovida pelo governo dos EUA, tanto sob os presidentes republicanos quanto democratas, tem sido o site de denúncias Wikileaks. Wikileaks ganhou atenção internacional em 2010 depois de publicar um tesouro de documentos classificados vazados do exército dos EUA. Incluídos estavam numerosos relatos de crimes de guerra no Iraque e no Afeganistão, a morte de civis e imagens chocantes de um helicóptero em Bagdá massacrando uma dúzia de civis, incluindo um jornalista da Reuters e seu motorista, no chão abaixo. O Wikileaks intitulou esse vídeo de “Assassinato colateral”.

O New York Times e outros jornais fizeram parceria com o Wikileaks para publicar histórias baseadas nos vazamentos. Isso atraiu mais atenção para o fundador e editor-chefe do Wikileaks, Julian Assange. Em dezembro de 2010, dois meses após o lançamento do vídeo Collateral Murder, o então vice-presidente Joe Biden, aparecendo na NBC , disse que Assange estava "mais perto de ser um terrorista de alta tecnologia do que os documentos do Pentágono". Biden estava se referindo ao documento confidencial divulgado em 1971 por Daniel Ellsberg, que revelou anos de mentiras do Pentágono sobre o envolvimento dos EUA na guerra do Vietnã.

Com um grande júri secreto formado na Virgínia, Assange, então em Londres, temia ser preso e extraditado para os Estados Unidos. O Equador concedeu asilo político a Assange. Incapaz de chegar à América Latina, ele buscou refúgio na embaixada do Equador em Londres. Ele morou dentro da pequena embaixada do tamanho de um apartamento por quase sete anos. Em abril de 2019, depois que um novo presidente equatoriano revogou o asilo de Assange, as autoridades britânicas o prenderam e o trancaram na notória prisão de Belmarsh, em Londres, frequentemente chamada de “Guantánamo da Grã-Bretanha”. Ele foi mantido lá, em condições difíceis e com problemas de saúde, por quase quatro anos, enquanto o governo dos EUA busca sua extradição para enfrentar espionagem e outras acusações. Se extraditado e condenado nos EUA, Assange pode pegar 175 anos em uma prisão de segurança máxima.

INCENTIVANDO A RÚSSIA A ATACAR A OTAN -- Caitlin Johnstone

A mensagem para Moscou neste momento - com a desescalada e a détente totalmente ausentes do discurso público - é que eles serão pressionados cada vez mais até que ataquem a própria OTAN. 

Caitlin Johnstone* | Consortium News | # Traduzido em português do Brasil

Os demônios omnicidas da guerra venceram o debate sobre o envio de tanques para a Ucrânia, então agora é hora de começar a defender o envio dos F-16.

Em um artigo “A Ucrânia está de olho em caças após garantir suprimentos de tanques”, a Reuters relata o seguinte: 

“A Ucrânia agora pressionará por caças ocidentais de quarta geração, como o F-16 dos EUA, depois de garantir o fornecimento dos principais tanques de batalha, disse um conselheiro do ministro da Defesa da Ucrânia na quarta-feira.

A Ucrânia ganhou um grande reforço para suas tropas quando a Alemanha anunciou planos de fornecer tanques pesados ​​para Kyiv na quarta-feira, pondo fim a semanas de impasse diplomático sobre o assunto. Os Estados Unidos estão preparados para fazer um anúncio semelhante”.

Bem a tempo das boas notícias, a Lockheed Martin anunciou que a gigante da fabricação de armas está pronta para aumentar a produção de F-16, caso sejam necessários para envio à Ucrânia.

“A Lockheed Martin disse que está pronta para atender às demandas por caças F-16 se os EUA e seus aliados decidirem enviá-los para a Ucrânia”, relata Dave DeCamp  , da Antiwar . “Até agora, os EUA e seus aliados têm hesitado em enviar caças à Ucrânia devido a preocupações de que possam ser usados ​​para atingir o território russo. Mas as potências ocidentais parecem cada vez menos preocupadas com a escalada, já que os EUA e a Alemanha agora prometeram enviar seus principais tanques de batalha”.

Portugal | A INSTITUIÇÃO DE EMERGÊNCIA

Carvalho da Silva* | Jornal de Notícias | opinião

Tenho afirmado que a palavra crise se tornou uma das instituições mais poderosas à escala global e no quotidiano da vida dos portugueses. A invocação de crises serve para justificar políticas oportunistas que vão sendo adotadas, com destaque para as que mais sacrifícios impõem aos trabalhadores e aos povos. Relembro esta perspetiva porque a revisão da Constituição da República (CR) em curso pode significar, em áreas sensíveis, a passagem da institucionalização das crises para a normalização das emergências. Diz-se que para facilitar as "respostas às crises".

O presidente da Assembleia da República afirmou, no início do processo de revisão, que "há urgências reconhecidas". Ele e dirigentes políticos que puxam por esta revisão dão como exemplo a necessidade de se enfrentar eficazmente "emergências sanitárias". Infelizmente, viveremos tempos de emergências de variado tipo: altera-se a Constituição da República sempre que for declarada uma? O que funcionou tão mal na resposta à pandemia, que imponha uma revisão constitucional?

Na crise anterior (2010/2015), os "troicanos" pregaram a necessidade de, em contextos como aquele, poderem sacrificar-se direitos do trabalho e sociais fundamentais, para "salvaguardar a economia". Ora, esse austeritarismo prossegue. Por outro lado, o desequilíbrio de poderes no sistema de relações laborais e em órgãos de diálogo e negociação, como é o caso da Comissão Permanente de Concertação Social ou do Conselho Económico e Social, é uma evidência que não deve ser camuflada numa hipotética alteração ao seu enquadramento constitucional.

A pandemia ainda anda por aí. Pegar em observações de contexto de emergência e transformá-las em urgências reconhecidas pode ser perigoso. Transferir poderes sobre matérias delicadas onde estão em causa direitos humanos, cívicos e políticos e colocá-los na mão do poder executivo não será bom caminho. O enfraquecimento dos poderes do Parlamento, em regra, significa maior desproteção dos cidadãos.

Outro tema trazido para o campo das "urgências reconhecidas" é o dos metadados. Sabemos que a evolução tecnológica e comunicacional será contínua e influenciará muito as respostas necessárias neste tema. São grandes os perigos de violação de dimensões da vida privada vindos da criação de instrumentos para a ação da polícia, de procedimentos de serviços públicos ou das apropriações de dados por entidades privadas. Esta matéria é muito sensível.

O individualismo exacerbado do neoliberalismo (inculcado na cabeça de muitos deputados) acantona as pessoas, autorresponsabilizando-as pelo que deve e não deve ser da sua responsabilidade. Esse individualismo enfraquece os direitos dos indivíduos enquanto membros da comunidade em cuja vida têm de participar. Como sem comunidade não existe democracia, coloquemo-nos alerta.

Constitucionalistas consagrados, diversos atores políticos e institucionais têm colocado fortes reservas a esta revisão constitucional. Lamentavelmente, o presidente da República, que é um especialista na matéria, vai fazendo afirmações avulsas, ao ritmo da sua prática de comentador-mor do reino. Falta análise fundamentada sobre o papel da Constituição, a necessidade e oportunidade desta revisão, e o que se deve fazer para diminuir violações de princípios e normas constitucionais. Um bom debate público sobre estas matérias até poderia mobilizar a juventude.

Procuremos agir contra o tacticismo político e por um futuro que não seja uma sucessão de emergências.

*Investigador e professor universitário

Portugal | Maioria absoluta do PS há (quase) um ano. O que dizem os partidos?

Foi a 30 de janeiro de 2022 que o Partido Socialista venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta. Quase um ano depois, o que têm a dizer os partidos?

A 30 de janeiro de 2022, o Partido Socialista (PS) venceu as eleições legislativas antecipadas com maioria absoluta e elegeu 120 deputados. Seguiu-se o Partido Social Democrata (PSD) em segundo lugar, com 77 parlamentares. O Chega conseguiu a terceira maior bancada, com 12 deputados, seguindo-se a Iniciativa Liberal, com oito, o PCP, com seis, o BE, com cinco, o PAN, com um, e o Livre, também com um.

Um ano depois, não faltam críticas ao terceiro governo de António Costa. Contudo, o PS defende que é normal, num contexto de maioria absoluta, que partidos ou movimentos da sociedade "se concentrem" na confrontação ou diálogo com o Governo.

Em entrevista à agência Lusa, o líder parlamentar do PS, Eurico Brilhante Dias foi questionado sobre se as recentes polémicas com governantes e a apresentação de duas moções de censura no parlamento são um sinal de enfraquecimento do Governo. O dirigente socialista começou por dizer que "as maiorias absolutas têm uma característica que é a de colocar no centro da atividade política - e política muito para além do hemiciclo - o Governo e a ação do Governo".

"É normal é que as outras forças políticas, com perspetivas muito diferentes - não são todas iguais, naturalmente - se concentrem em fazer oposição ao Governo e que todos os movimentos da sociedade, quer desde o ponto de vista sindical e outros, se concentrem no essencial na sua agenda de confrontação, ou também de diálogo, com o governo", salientou.

ABRAM OS OLHOS ELITES DOS PODERES, BASTA DE POBREZA E INJUSTIÇA SOCIAL!

Portugal: A realidade bate à porta em 2023

“A pobreza é inaceitável em pleno século XXI. Construir pontes e não muros deve ser, pois, um desígnio nacional. A desigualdade não deve condenar os pobres ao abandono, à miséria e à esmola, sob a indiferença do Estado”

“Os ricos estão cada vez mais ricos e os pobres, cada vez mais pobres”. A frase é dita amiúde, mas não são palavras à toa. A população portuguesa está mais pobre. As famílias penam com os preços dos alimentos, energia elétrica, gás e gasolina, que contagiam todos os outros preços. A inflação está nos níveis mais elevados das últimas décadas e corrói salários, e a política de subida da taxa de juros, para conter a trajetória ascendente da inflação, em nada contribui para a melhorar da economia. A pandemia e agora a guerra criaram maior fosso entre mais ricos e mais pobres, empurrando pessoas para a informalidade, para a fome e para a miséria. As últimas estatísticas põem a nu a realidade: as desigualdades na distribuição da riqueza continuam a acentuar-se. Há mais ricos, com maiores fortunas, mas também há mais pessoas no limiar da pobreza que são cada vez mais pobres. Em 2020, comparando com o ano anterior, a pobreza aumentou 12,5%, naquela que é a maior subida deste indicador em oito anos. Ao todo, Portugal tem quase 4,5 milhões de pessoas pobres. Mas com apoios sociais, este número desce para 1,9 milhões, o que corresponde a quase 20% da população. No extremo oposto, o número de ricos em Portugal aumentou cinco vezes, fazendo de Portugal um dos países com uma disparidade maior na UE.

O mundo mudou. Ainda estava a recuperar de uma pandemia global e foi empurrado para navegar numa tempestade geopolítica após a invasão da Ucrânia. Uma guerra que obscurece a estabilidade económica e social. E os agravamentos tendem a acentuar-se com a economia mundial (e portuguesa) a travar a fundo. A recessão económica global é esperada em 2023. Multiplicam-se os avisos: com os bancos centrais a subirem os juros para travar a alta inflação, reduzindo o consumo das famílias e o investimento das empresas, há o risco de a economia mundial entrar em recessão. Todos os fatores macroeconómicos parecem, pois, estar reunidos para que a tempestade económica se forme a nível mundial. E perante a crescente complexidade dos desafios sociais, o combate à pobreza não passará apenas pela distribuição de rendimento. O problema é mais complexo e exige soluções multidimensionais como o combate à carência energética, o acesso a uma habitação de custos controlados, travar da precariedade laboral, não deixar que as famílias passem por privações nas áreas de saúde e educação. Este flagelo não atinge só os mais pobres, pois há cada vez mais pessoas da classe média - esmagada pela carga fiscal - em perigo de cair em situação de pobreza. E o seu combate não se pode fazer só com apoios sociais.

A pobreza é inaceitável em pleno século XXI. Construir pontes e não muros deve ser, pois, um desígnio nacional. A desigualdade não deve condenar os pobres ao abandono, à miséria e à esmola, sob a indiferença do Estado.

É hora de solidariedade e de agir com determinação, para erradicar, sem hesitações, a pobreza que nos envergonha em Portugal, resolvendo as causas estruturais. O país vai terminar 2022 mais pobre do que era há uma década e vêm aí tempos difíceis. A realidade bate à porta em 2023.

O NovoLígia Simões - Subdirectora do Jornal Económico  -  31.12.2022 08:00

ATROPELOS E DESPREZO DE ELITES E IGREJA ÀS CARÊNCIAS DOS PORTUGUESES?

MAIS MILHÕES DE EUROS - é fartar vilanagem!

O altar-palco que a Igreja propôs para o Parque Eduardo VII e que a CML rejeitou

O altar do Parque Eduardo VII tem um custo estimado de cerca de dois milhões de euros.

O Observador divulgou esta sexta-feira a imagem daquele que poderá ser o segundo palco da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), no parque Eduardo VII, em Lisboa.

Segundo a SIC, a proposta da imagem que está a ser avançada, um palco de grandes dimensões com uma longa escadaria e várias torres brancas, foi rejeitado por quatro vezes pela Câmara de Lisboa, não só pelo tamanho da estrutura mas também por causa do preço. Contudo, ainda nada está adjudicado.

O altar do Parque Eduardo VII, refira-se, tem um custo estimado de cerca de dois milhões de euros.

Face aos custos do primeiro palco, no Parque Tejo, o Presidente da República já havia alertado sobre este segundo palco, tendo pedido um "altarzinho".

Deverá ser neste local que será dado o pontapé de saída da Jornada Mundial da Juventude em Lisboa, a 1 de agosto, com a missa presidida pelo Cardeal Patriarca de Lisboa.

A Jornada Mundial da Juventude, considerada o maior acontecimento da Igreja Católica, vai realizar-se este ano em Lisboa, entre 01 e 06 de agosto, sendo esperadas cerca de 1,5 milhões de pessoas.

As principais cerimónias da jornada decorrem no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

Este evento nasceu por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude.

Diário de Notícias

Portugal | QUASE 33 MIL PROFESSORES SÃO PRECÁRIOS

Existem 32.939 professores contratados. Em 2016, eram 50 mil. Diminuição é reflexo de mais vinculações ao abrigo da norma-travão, mas também, da falta de diplomados em ensino.

Em 2016, havia 50 mil professores contratados em Portugal. No último concurso (ano letivo 2022/2023), eram 32.939. Um número significativamente mais baixo que, segundo Davide Martins, professor de Matemática e colaborador no blogue ArLindo (um dos mais lidos no setor da Educação), se explica pela vinculação de cerca de dois mil docentes a cada ano, ao abrigo da norma-travão em vigor, mas também pela falta de diplomados em ensino (ver caixa).

Contas feitas, nos últimos seis anos, foram cerca de 12 mil os professores contratados que conseguiram vincular, mas o sistema perdeu mais de cinco mil novos candidatos para dar aulas. "Vão saindo docentes e não há novos a entrar. A lista está cada vez mais curta e, se tirarmos o Pré Escolar e os grupos de Educação Física, então o número é muito mais baixo. E dos professores precários disponíveis, apenas 6242 são jovens diplomados, sem nenhum dia de serviço", conta.

O ritmo acelerado de aposentações a cada ano traduz-se num saldo negativo. Em 2022, reformaram-se 2441 professores, mas a entrada de jovens está muito longe de compensar as saídas de docentes. Para atrair novos professores para a profissão, o Ministério da Educação (ME) tem implementado várias medidas e prometeu, nesta terceira ronda de negociações com os sindicatos, reduzir o número de precários.

João Costa, ministro da Educação avançou com a vontade de vincular 10500 professores contratados. Um número que, a acontecer, significaria a redução de um terço dos docentes precários. Mas a informação dada por João Costa ainda carece de explicação na sua redação final. O que se sabe é que os professores terão de ter dado 1095 dias de aulas (corresponde a três anos de serviço) e terão de estar, neste ano letivo, colocados num horário completo. Por esclarecer estão ainda questões de "pormenor" que permitam perceber quem "encaixa" na medida, nomeadamente, se o horário completo tem de ser anual ou equiparado a anual (caso os docentes tenham ficado colocados até à Reserva de Recrutamento 3), ou se os horários podem ser ou não temporários.

Cynthia Valente | Diário de Notícias

Portugal | Glutões: VÃO ESBANJAR QUASE 200 MILHÕES FORA AS 'DERRAPAGENS'

JMJ: Investimentos do Governo, municípios e Igreja totalizam pelo menos 161 milhões de euros

De acordo com o Portal Base da contratação pública, foram já adjudicadas pelo menos duas dezenas de empreitadas e/ou aquisições de serviços.

A realização da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, em agosto, terá um custo de pelo menos 161 milhões de euros, segundo as estimativas apresentadas pela Igreja Católica, pelo Governo e pelos municípios de Lisboa e Loures.

Aquele que é considerado o maior acontecimento da Igreja Católica vai decorrer entre os dias 01 e 06 de agosto em Lisboa por escolha do Papa Francisco, que participa no encontro. As principais cerimónias vão ter lugar no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As previsões de investimento do executivo nacional socialista e das duas autarquias foram conhecidas já em 2022, tendo o memorando de entendimento com as respetivas responsabilidades ficado definido no final do ano.

Ainda em julho, a Câmara de Lisboa anunciou em comunicado a sua disponibilidade para investir "até 35 milhões de euros na exigente criação de condições para os diferentes eventos" integrados na JMJ, um valor confirmado esta semana pelo presidente da autarquia, Carlos Moedas (PSD).

Em outubro, o Conselho de Ministros aprovou um reforço do seu investimento que, segundo fonte do gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, elevou para 36,5 milhões de euros os gastos do Governo, sem incluir custos com segurança, mobilidade, saúde, entre outras, uma vez que as inscrições para o evento não estavam ainda abertas e o número final depende do total de participantes.

Mais lidas da semana