sábado, 28 de janeiro de 2023

Portugal | QUASE 33 MIL PROFESSORES SÃO PRECÁRIOS

Existem 32.939 professores contratados. Em 2016, eram 50 mil. Diminuição é reflexo de mais vinculações ao abrigo da norma-travão, mas também, da falta de diplomados em ensino.

Em 2016, havia 50 mil professores contratados em Portugal. No último concurso (ano letivo 2022/2023), eram 32.939. Um número significativamente mais baixo que, segundo Davide Martins, professor de Matemática e colaborador no blogue ArLindo (um dos mais lidos no setor da Educação), se explica pela vinculação de cerca de dois mil docentes a cada ano, ao abrigo da norma-travão em vigor, mas também pela falta de diplomados em ensino (ver caixa).

Contas feitas, nos últimos seis anos, foram cerca de 12 mil os professores contratados que conseguiram vincular, mas o sistema perdeu mais de cinco mil novos candidatos para dar aulas. "Vão saindo docentes e não há novos a entrar. A lista está cada vez mais curta e, se tirarmos o Pré Escolar e os grupos de Educação Física, então o número é muito mais baixo. E dos professores precários disponíveis, apenas 6242 são jovens diplomados, sem nenhum dia de serviço", conta.

O ritmo acelerado de aposentações a cada ano traduz-se num saldo negativo. Em 2022, reformaram-se 2441 professores, mas a entrada de jovens está muito longe de compensar as saídas de docentes. Para atrair novos professores para a profissão, o Ministério da Educação (ME) tem implementado várias medidas e prometeu, nesta terceira ronda de negociações com os sindicatos, reduzir o número de precários.

João Costa, ministro da Educação avançou com a vontade de vincular 10500 professores contratados. Um número que, a acontecer, significaria a redução de um terço dos docentes precários. Mas a informação dada por João Costa ainda carece de explicação na sua redação final. O que se sabe é que os professores terão de ter dado 1095 dias de aulas (corresponde a três anos de serviço) e terão de estar, neste ano letivo, colocados num horário completo. Por esclarecer estão ainda questões de "pormenor" que permitam perceber quem "encaixa" na medida, nomeadamente, se o horário completo tem de ser anual ou equiparado a anual (caso os docentes tenham ficado colocados até à Reserva de Recrutamento 3), ou se os horários podem ser ou não temporários.

Cynthia Valente | Diário de Notícias

Sem comentários:

Mais lidas da semana