quinta-feira, 13 de abril de 2023

Angola | OS ZUNGUEIROS DO GOLPE NITISTA – Artur Queiroz

Nito Alves

Artur Queiroz*, Luanda

Portugueses e angolanos publicaram livros sobre o golpe de estado militar em 27 de Maio de 1977. Alguns apresentam-se como “sobreviventes”. Mas contam tantos filmes de terror que têm de explicar muito bem como escaparam. Essas e esses falsários falam em 30 mil mortos. 80 mil. Mais de cem mil. Quem lê, vê ou ouve não quer saber pormenores. Bastam os números terríveis. Mas se cada qual pensasse um pouco saberia que os falsários manipulam, mentem, inventam. 

Luanda ficou com um terço da sua população em 1975 (menos de 80.000 habitantes). Primeiro aconteceu a fuga em massa dos portugueses e angolanos que eram funcionários públicos, operários especializados, técnicos médios e superiores ou profissionais liberais. Quando a FNLA e a UNITA decidiram abandonar o Governo de Transição, em Junho de 1975, os seus representantes no Colégio Presidencial, Johnny Eduardo Pinnock e José Ndele fizeram apelos aos microfones da Emissora Oficial de Angola (RNA) ao “povo do norte” e ao “povo do sul” para abandonarem Luanda imediatamente.

Os dois primeiros-ministros do Governo de Transição provocaram uma catástrofe humanitária na capital. Multidões acumularam-se nos terrenos em frente ao Hospital Militar, para apanharem autocarros com destino ao Huambo e outras rotas do centro e sul de Angola. Não tinham instalações sanitárias. Não tinham água nem alimentação. E ali ficaram dias e dias. Militantes do MPLA tentavam minimizar a catástrofe distribuindo água e comida. Foram mobilizadas carrinhas e camiões particulares para transportarem as pessoas. 

Na estação do caminho-de-ferro do Bungo mais multidões tentavam fugir para o Norte. As pessoas chegavam ao Porto de Luanda e à Avenida 4 de Fevereiro (Marginal) mas também ao Eixo Viário. Os ferroviários organizaram muitos comboios especiais para escoar tanta gente. Mas também foram necessárias as carrinhas e camiões civis para transportarem quem queria fugir da capital. Uma catástrofe humanitária que deixou Luanda com um terço da sua população habitual.

No ano de 1977 o panorama era igual. Ainda que tivessem chegado refugiados do Sul, devido à invasão das tropas do regime racista de Pretória, que traziam às costas Jonas Savimbi e a UNITA. Se durante o golpe de estado e a sua contensão tivessem morrido 30.000 pessoas Luanda ficava deserta. E não ficou. Ninguém deu pela falta do Carlos Pacheco, do Tonet, do Reginaldo Silva, do Fuso e de outros aldrabões da Praceta José Anchieta.

O Carlos Pacheco não só foi libertado mas também ganhou uma bolsa de estudo para se pavonear no Brasil como historiador. Recebeu uma vivenda de primeira na Corimba, ele que era dos Coqueiros. Em 1992 foi comigo e com Mário Pizarro a casa do comandante Ndozi. Lá encontrámos o comandante Rui de Matos. Tenho as fotos desse convívio de amigos. 

AS ELEIÇÕES NA TURQUIA AFETARÃO SEU LUGAR NUM MUNDO MULTIPOLAR?

Uma vitória da oposição nas próximas eleições poderia "ocidentalizar" a política externa de Turkiye e interromper o delicado ato de equilíbrio de Ancara na nova ordem multipolar.

Ceyda Karan | TheCradle |  # Traduzido em português do Brasil

Em 14 de maio de 2023, as eleições muito esperadas, mas críticas de Turquia, ocorrerão tanto para a presidência quanto para os assentos parlamentares. As próximas eleições são cruciais para o presidente Recep Tayyip Erdogan, cuja reputação política doméstica foi manchada pela forma como lidou com o terremoto de 6 de fevereiro, agravado pelo aprofundamento da crise econômica nos últimos dois anos.

Apesar das manobras pragmáticas para equilibrar leste e oeste, a política externa de Erdogan também está sob ataque. O líder turco de longa data não apenas está enfrentando o maior teste de sua carreira política , mas a futura direção de Turquia também está potencialmente em jogo.

Nas últimas duas semanas, vários partidos, incluindo o Partido DEVA, o Partido do Bom, o Partido Jovem, o Partido da Libertação do Povo, o Partido da Esquerda, o Partido da Pátria e o Partido da Ressurreição se opuseram à candidatura de Erdogan.

Eles argumentam que ele não pode concorrer a um terceiro mandato, de acordo com a constituição turca – uma objeção que reuniu nacionalistas, socialistas, centro-direita, islâmicos, kemalistas e as “sete dissimilaridades” da política turca.

O principal partido da oposição, o Partido Republicano do Povo (CHP), que é o partido fundador de Turquia, não tentou se opor à candidatura de Erdogan.

Nove países árabes vão discutir relações com a Síria a convite da Arábia Saudita

Anúncio foi feito pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar.

Nove países árabes vão reunir-se na Arábia Saudita para discutir as relações com a Síria, divulgou esta terça-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, num momento em que se intensificam os esforços para reduzir o isolamento do Presidente sírio.

A reunião irá decorrer em Jidá, no oeste da Arábia Saudita, entre altos responsáveis de seis países do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), que inclui o Bahrein, Kuwait, Omã, Qatar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, e ministros do Egito, Iraque e Jordânia, revelou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Qatar, Majed Al-Ansari.

"O principal objetivo é discutir a situação na Síria", referiu, em conferência de imprensa, acrescentando que a Arábia Saudita convocou esta reunião "consultiva" através do CCG.

A Arábia Saudita e o secretariado do CCG não comentaram de imediato este anúncio do Qatar, noticiou a agência France-Presse (AFP).

O Presidente sírio, Bashar al-Assad, está isolado no cenário internacional desde a repressão de 2011 a uma revolta popular que resultou num longo conflito.

Organização palestina insta o TPI em Haia a levar a sério os crimes de Israel

O Centro Palestino de Direitos Humanos (CPDH) reforçou os apelos nesta terça-feira (11) para que o procurador Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, realize uma investigação “séria” sobre os crimes cometidos pela ocupação israelense contra os palestinos.

Monitor do Oriente | # Traduzido em português do Brasil

O comunicado sucede em um dia da morte a tiros de Mohammad Awadat, de 17 anos, no campo de refugiados de Aqabat Jabr, na cidade de Jericó, na Cisjordânia ocupada.

Declarou a organização: “Os recentes ataques da ocupação, que deixaram um menor palestino morto e três feridos em Jericó, constituem o padrão dos crimes de guerra israelense e outras atrocidades resultantes do uso excessivo da força.”

A Defesa Internacional das Crianças – Palestina (DCIP) destacou em relatório: “Forças de Israel entraram no campo de Aqabat Jabr por volta das 9h40 da manhã, ao se retirarem, dispararam munição real, atingindo Mohammad na cabeça, no peito, no abdômen e na pélvis.”

“Uma ambulância do Crescente Vermelho da Palestina levou Mohammad ao hospital público de Jericó, onde foi declarado morto por volta das 11h30 da manhã”, prosseguiu a nota.

Ayed Abu Eqtaish, diretor do programa de responsabilização da DCIP, afirmou: “A impunidade sistêmica cria um contexto permissivo e sem limites às forças israelenses, que rotineiramente dispara contra crianças palestinas para matá-las, em circunstâncias sem ameaça iminente.”

“Os assassinatos ilegais de menores palestinos se tornaram a norma; as tropas israelenses se sentem cada vez mais autorizadas a usar a força letal deliberada em situações não justificadas”, acrescentou. “Em resumo, esses são crimes de guerra ainda sem resposta.”

O CPDH reivindicou da comunidade internacional que abandone sua política de duplo padrão e  intervenha imediatamente para conter os crimes da ocupação israelense.

Awadat é o 18º menor palestino morto pelas forças israelenses em 2023, segundo a DCIP.

Imagem: Funeral de Mohammed Bilhan, de 15 anos, morto por soldados israelenses durante invasão ao campo de refugiados de Aqabat Jaber, em Jericó, Cisjordânia ocupada, 10 de abril de 2023 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Leia em Monitor do Oriente:

Dia da Criança Palestina: as forças de ocupação israelenses atacam principalmente a infância

Hilariante Goon Show da conversa sobre democracia de Biden para líderes do sul global

Quanto mais Joe Biden continua com suas iniciativas de política externa errôneas e infelizes, mais a América se afasta do Sul Global.

Martin Jay* | Strategic Culture Foundation | # Traduzido em português do Brasil

Quem disse que os americanos não fazem ironia? Este campo de treinamento que Biden dirige, coloca os EUA como a alta ordem e o grande mestre dos direitos humanos que classifica os alunos da classe e lhes dá uma maçã se eles adorarem os EUA. E quem fica ao lado da América na mesa principal? Israel é claro!

Quanto mais Joe Biden continua com suas iniciativas de política externa errôneas e infelizes, mais a América se afasta do Sul Global. A administração de Biden ficará marcada na história não tanto por aquela associada à guerra na Ucrânia, mas pelo período no cargo que viu o rápido avanço dos BRICS e a influência cada vez menor de Washington nos preços mundiais da energia; alguns também podem acrescentar a essa lista o dólar perdendo sua vantagem à medida que mais países o descartam como moeda de reserva, muitas vezes simplesmente para se proteger das sanções dos EUA e da América vista como espectadora de questões globais, em vez de líder.

Esse status de 'perdedor' é cristalizado imaculadamente com a recente 'Cúpula da Democracia' presidida pelo próprio Biden - uma conferência de zoom com a presença de mais de 100 países que se propõe a promover a democracia, liderada por Washington entregando a tutela moral às massas ignorantes, como Missionários britânicos em 1890 penetrando na costa leste da África e indo para o interior para trazer 'luz' aos perdidos. É um mundo muito antigo e normalmente fora de alcance. Normalmente Biden.

A conferência ao vivo é uma farsa e apenas mostra ao mundo como o Oriente está crescendo tão rápido e com tanta força que uma palavra –  delirante  – tende a entrar na mente. Durante a mesma semana em que muitos jornalistas e comentaristas estavam lutando com a verdade quando resumiram o que um aniversário de 20 anos da guerra do Iraque significa para a maioria dos iraquianos – um país muito pior desde que a América invadiu em nome da “democracia” – outros estavam pensando mais atrás. Durante a mesma semana da pantomima democrática de Biden, os historiadores nos lembravam do assassinato de Patrice Lumumba, que foi o primeiro primeiro-ministro eleito do Zaire em 1960. Os americanos e britânicos não pensaram muito nele e em suas idéias antiamericanas e prontamente o assassinaram, substituindo-o por “seu filho da puta” Mobuto.

Portugal | A TAP NÃO DEVE TER GESTÃO POLÍTICA?

Pedro Tadeu* | Diário de Notícias | opinião

Na comunicação, via Agência Lusa, que o primeiro-ministro português entendeu dever fazer sobre o caso TAP, na manhã de segunda-feira passada, lê-se que António Costa afirmou o seguinte: "Não confundo a natureza pública com gestão política. O acionista define orientações estratégicas e avalia a gestão na apreciação das contas. Não pode interferir na gestão corrente da empresa."

Eis uma afirmação de intenções governativas que a realidade e o debate político demonstram ser de aplicação impossível - e o caso da TAP explica claramente por que afirmo isto.

Se fizermos uma breve revisão a tudo o que sabemos até agora, a afirmação de António Costa implicaria que o governo não deveria ter qualquer intervenção na maioria das "broncas" com que todos temos sido confrontados.

Seria assim logo no primeiro e mais exemplar acontecimento mediático que espoletou todo o escândalo: a questão da indemnização de 500 mil euros que foi atribuída como pagamento para a rescisão da administradora Alexandra Reis nunca deveria ter, segundo esta afirmação de António Costa, uma apreciação política. Teria de se limitar a uma apreciação técnico-administrativa, de gestão corrente, de avaliação jurídica e pouco mais - o Estado teria de se portar como se fosse um acionista de uma empresa privada e não meter política no assunto.

Esta é, aliás, a tese geralmente também prevalecente nos partidos de direita quando falam sobre a gestão das empresas públicas - há, na verdade, uma defesa mais acirrada e frequente da autonomia da gestão do que da salvaguarda do interesse público dessa gestão.

Portugal | TRABALHO DE BRUXOS? NÃO. ABRAM OS OLHOS MULAS DISTRAÍDAS!

Bom dia. Do Portugal de alguns portugueses que põem e dispõem recorremos ao Curto do Expresso do tio Balsemão de Bilderberg Impresa SGPS SA (assim mesmo, que bonitinho).

Enleado no Caso TAP este Curto quase não passa da cepa torta. Coisas que não são defeito mas sim feitios. Por tal, torcendo o rabo à porca, aconselhamos que leiam no PG o ‘ascensório upa-upa’ Daniel Oliveira na prosa acerca da TAP sob o título O CERCO À TAP, opinião que retirámos da TSF há dias atrás.

A TAP está a ser um grande tapa olhos para os portugueses. Afinal nunca devia ter sido privatizada. Se não fosse o tal discípulo de Cavaco Silva, Passos Coelho e grupinho escolhido a carteira, decerto que a empresa pública não estava agora a vaguear pelas ruas da amargura… Enfim, Portugal tem aquilo que merece e anda a chafurdar no pântano desde os reis ou muito provavelmente desde os mouros, dos suevos, dos romanos e dessa tropa toda que foi deixando pelo rectângulo o seu ADN. Mixórdia é aquilo que pela Lusitânia abunda. Faltam tim-tins e muito mais outras coisas por inerência. Pois. Em terra de cegos quem tem olho é rei. Pronto. Vão a São Bento e a outros locais das ilhargas correlativas e mirem o que está há séculos a guinchar nas evidências…

Doutros assuntos talvez pecaminosos é passada uma esponja. O costume. É geral. O Curto e os compridos seguem vários tapa-olhos. Há um que já se anda a pôr a jeito e nos diz que vamos ter eleições para breve. Quer dizer que o Costa vai cair e com ele toda a traquitana que o acompanhará. O PR Marcelo está há muito todo aplicado a sorrir e a passar rasteiras sempre que Costa e adidos estupidamente fazem trampa da enorme – chamemos-lhes grandes cagadas. Desculpem o mau odor. Brevemente será sabido que os portugueses vão votar muito mais à direita… E depois passarão a ganir muito mais que agora… Pois. Vêm aí tempos de muito mais fartura para os mesmos do costume e misérias para a maioria otária que vai nas lengalengas dos habitués anafados das políticas de descasca pessegueiro. Infelizmente a previsão é, evidentemente, real e próxima no tempo… Trabalho de bruxos? Não. Abram os olhos mulas distraídas!

É tempo de deixar de olhar para as evidências encandeantes. Vede o Curto do Expresso, vale sempre a pena mesmo que a alma lusa seja pequena. Coitada, está a mirrar.

Bom dia. O Cristo Redentor já anda aí, porque foi há poucos dias que ressuscitou. Azar o dele. E nosso.

Pelo sim pelo não siga para o Curto.

MM | PG

Portugal | NA MIRA


Henrique Monteiro | Henricartoon 

AS CAUSAS REAIS DO DECLÍNIO DO OCIDENTE

Discurso conservador aponta “falência moral”. Mas em nome da liberdade, Estado Social foi destroçado e as condições de vida caem em 90% dos países. Novos modelos de celular não mascaram o desespero, nem o colapso da democracia

Owen Jones* | The Guardian | em Outras Palavras | Tradução: Maurício Ayer | # Publicado em português do Brasil

Se existe algo como uma marcha avante do progresso humano, ela não apenas parou, como está dando marcha à ré. No outono passado, um relatório da ONU, que foi pouco discutido, observou que o índice de desenvolvimento humano havia diminuído em 90% dos países por dois anos consecutivos, uma queda sem precedentes por mais de três décadas. A pandemia e a invasão da Ucrânia pela Rússia tiveram um papel, mas a queda também foi consequência de “grandes mudanças sociais e econômicas, mudanças planetárias perigosas e avultamentos maciços na polarização política e social”.

Talvez você esteja familiarizado com essa conversa de “declínio do Ocidente”: tende a ser uma pauta da direita reacionária, que culpa, de várias maneiras, a decadência moral, o multiculturalismo e uma reavaliação da história da Europa por nossa queda. Mas certamente a culpa nessa história não é dos direitos das minorias, da diversidade ou do reconhecimento dos crimes do Ocidente. Nossa sorte coletiva virou dramaticamente. E esta virada foi produzida por um sistema econômico que prometeu liberdade pessoal, mas em vez disso trouxe insegurança em larga escala, e que nos prejudicou de todas as formas concebíveis, desde nosso bem-estar emocional e físico até as circunstâncias materiais em que vivemos.

Tome uma medida básica: vida e morte. O governo do Reino Unido foi forçado a atrasar o aumento da idade da aposentadoria pelo Estado após uma queda na expectativa de vida sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial. Embora certamente o índice tenha piorado com a pandemia, a expectativa de vida já vinha decaindo em muitas comunidades inglesas anos antes da covid chegar às nossas costas. Nos EUA, a expectativa de vida diminuiu de quase 79 anos, em 2019, para 76 dois anos depois, a maior queda em um século.

Brasil | Militares envolvidos em atos terroristas prestam depoimento à PF

O general Dutra negociou junto ao então interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, o veto à ação da Polícia Militar no acampamento golpista de Brasília ainda na noite das invasões aos três Poderes.

Correio do Brasil, Brasília | # Publicado em português do Brasil

A Polícia Federal (PF) iniciou, nesta quarta-feira, a oitiva de cerca de 80 militares do Exército sobre os episódios de invasão e vandalismo em prédios públicos ocorridos em 8 de janeiro, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Três deles são generais. Os investigadores buscam esclarecer a possível participação ou omissão das tropas antes ou durante os atos golpistas, que deixaram as sedes dos Três Poderes amplamente depredadas.

Entre os militares já ouvidos nesta manhã está o general Gustavo Henrique Dutra de Menezes, que era responsável pelo Comando Militar do Planalto (CMP) no dia 8 de janeiro. Ele já foi ouvido pelos agentes federais por mais de duas horas. No Diário Oficial da União (D.O.U) desta quarta-feira, o militar foi exonerado da chefia do CMP. A medida era esperada desde 16 de fevereiro, quando fora anunciada pelo Exército.

O general Dutra negociou junto ao então interventor na segurança do Distrito Federal, Ricardo Cappelli, o veto à ação da Polícia Militar no acampamento golpista de Brasília ainda na noite das invasões aos três Poderes.

Radicais

Dentre os comandantes ouvidos pela manhã estão ainda os generais Carlos Feitosa Rodrigues, ex-secretário de segurança do Planalto, e Carlos José Russo Assumpção Penteado, ex-número 2 do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Outro militar ouvido nesta quarta é o coronel Jorge Fernandes da Hora, que nos dias dos ataques era o chefe do Batalhão de Guarda Presidencial, responsável pela proteção do Palácio do Planalto.

Uma força-tarefa com aproximadamente 50 agentes foi montada pela PF para colher os depoimentos dos militares. Os interrogatórios ocorrem na Academia Nacional de Polícia da Capital Federal. A ideia foi ouvir a todos num único dia, técnica que visa evitar que um saiba o que foi dito por outros.

Presidente Lula inicia viagem à China em busca de cooperação bilateral mais próxima

Liu Yang, Yu Xi e Wang Cong | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva iniciou oficialmente na quarta-feira sua tão esperada visita à China, após um breve atraso devido ao seu estado de saúde.

Lula chegou a Xangai no final da quarta-feira para iniciar uma visita de Estado que se acredita impulsionar a cooperação bilateral em uma ampla gama de áreas, incluindo o uso de moedas locais em acordos comerciais e a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) proposta pela China.  

A parada de Lula em Xangai, que inclui uma visita ao recém-inaugurado centro de pesquisa e desenvolvimento (P&D) e inovação de uma empresa brasileira, destacou que o destaque da agenda de sua viagem não é apenas a tradicional cooperação econômica e comercial, mas também a colaboração em novas tecnologias emergentes e a economia digital, observaram os observadores.  

Além disso, após uma série de viagens de alto nível à China por líderes estrangeiros nas últimas semanas, a viagem do presidente brasileiro também promoverá o verdadeiro multilateralismo e a colaboração em várias plataformas multilaterais, particularmente sob a plataforma dos BRICS - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, disseram observadores.

Reduzidos a ferramentas políticas, a mídia ocidental retrata o mau gosto como etiqueta

Global Times | # Traduzido em português do Brasil

Recentemente, o Dalai Lama, de 87 anos, tornou-se foco de polêmica devido a um vídeo que o mostra pedindo a um menino que chupe sua língua. Posteriormente, o escritório do Dalai Lama emitiu uma declaração de desculpas que esclareceu a situação. Enquanto isso, alguns meios de comunicação ocidentais tentaram encobrir seu comportamento, como a BBC, que afirmou que "mostrar a língua pode ser uma forma de saudação".

Esses meios de comunicação visavam sugerir que as ações do Dalai Lama são justificadas pelos costumes e práticas culturais tibetanas e, portanto, perdoáveis. No entanto, deve-se ressaltar que esta é uma deturpação completa, pois colocar a língua para fora e chupar a língua de outra pessoa são coisas completamente diferentes.

Ignorando esses argumentos da mídia ocidental, um estudioso tibetano que pediu anonimato afirmou que na Região Autônoma de Xizang, colocar a língua para fora pode ser considerado uma forma de mostrar respeito, mas pedir a alguém para chupar a língua definitivamente não é uma forma de mostrar educação. Em outras palavras, não há base nos costumes tradicionais tibetanos para o pedido do Dalai Lama para que o menino chupe a língua. Esse comportamento não é higiênico nem decoroso e é contrário à civilização moderna.

Nie Shujiang, professor associado da Escola de Jornalismo e Comunicação de Guangming da Universidade de Ciência Política e Direito da China, observou que o comportamento do separatista Dalai Lama não é um costume tradicional nem um sinal de respeito pela criança, mas mostra seu mau gosto , que deve ser criticado. Como meios de comunicação internacionais, a BBC e outros não relatam a verdade, mas estão tentando encobri-la, o que apenas manchará sua reputação.

Além disso, o escritório do Dalai Lama não mencionou em sua declaração de desculpas que "mostrar a língua pode ser uma forma de saudação", mas tentou defender o comportamento dizendo que "sua santidade muitas vezes provoca as pessoas que conhece de maneira inocente e brincalhona". maneira, mesmo em público e diante das câmeras." Mesmo eles não ousaram usar o "costume" como desculpa por medo de despertar maior raiva pública.

Com a China na mira: UNIVERSIDADES E O COMPLEXO MILITAR-INDUSTRIAL AUKUS

Binoy Kampmark* | South Front | # Traduzido em português do Brasil

Aqui vão eles. Vice-reitores, gerentes universitários e criaturas com títulos inomináveis ​​e sem sentido (deputados, semi-deputados, subdeputados), toda uma cavalgada de criaturas parasitas que precisam ser castradas, ansiosas por perseguir outra ideia idiota. As universidades australianas não querem perder o complexo militar-industrial-educacional, quaisquer que sejam seus perigos. Com o pacto de segurança AUKUS inspirado na guerra, que promete a redução do orçamento australiano no valor de $ 368 bilhões de dólares australianos ao longo de três décadas, um sistema corrupto promete piorar.

A distração do AUKUS não poderia ter vindo em melhor hora. O setor terciário na Austrália está se tornando cada vez mais cadavérico, marcado por cortes de custos, precarização desenfreada e ensino pesado e cargas de trabalho para aqueles que lutam nas trincheiras pedagógicas.

Em um artigo recente do repórter de educação superior do Guardian Australia , um acadêmico, que preferiu permanecer anônimo com medo de represálias institucionais, comparou a moderna universidade australiana a um supermercado. Os alunos eram os clientes que passavam pelos balcões de autoatendimento; a equipe, cada vez mais irrelevante, era prontamente descartável.

As histórias são familiares há anos, mesmo quando as ofensas da administração da universidade continuam inabaláveis: tutores sendo pagos insuficientemente para ler e avaliar o trabalho adequadamente; segurança de trabalho praticamente inexistente; a supressão da liberdade acadêmica e a crítica das horríveis práticas de gestão. Dado o sigilo patológico sob o qual as universidades trabalham, é virtualmente impossível obter dados essenciais que esclareçam o tamanho das turmas, a proporção entre professores e alunos e os contratos com empresas privadas.

Mas, apesar do setor universitário australiano se mostrar insustentável, sem princípios e desajeitado, indivíduos como Catriona Jackson, CEO da Universities Australia, estão em busca de novas fronteiras. No ano passado, a submissão das Universidades da Austrália à Revisão Estratégica de Defesa estava quase implorando para vincular as universidades às necessidades de defesa do país. Tudo o que o Departamento de Defesa e as Forças de Defesa Australianas precisavam fazer era perguntar.

Como o Australian Financial Review relatou na época, “As universidades precisam estar preparadas para responder de maneira adaptável e eficiente a um claro sinal de demanda da defesa em termos de necessidades de força de trabalho – tanto habilidades quanto números – bem como necessidades de tecnologia e hardware.”

Que sorte, então, que AUKUS veio desajeitado. Para Jackson, princípios na educação são menos importantes do que oportunidades comerciais infladas ou, para usar sua linguagem, comercialização. Distante do próprio processo de aprendizagem, alheia à oferta de cursos e à sala de aula, ela vê esse pacto de segurança da guerra como promissor. “É força de trabalho, força de trabalho, força de trabalho”, ela disse ao apresentador do Sky News, Kieran Gilbert. “Não precisamos apenas de físicos nucleares, embora precisemos de alguns deles e seja uma profissão muito especializada. Quase todas as áreas do empreendimento humano precisam de um aumento de capacidade, então engenheiros, médicos, enfermeiras, psicólogos, praticamente todo mundo.”

Evidentemente, ouvindo os jingles de guerra chegando, Jackson está viajando para Washington para reuniões com oficiais de segurança nacional do Departamento de Estado dos EUA e da National Science Foundation. Ela espera que o número de parcerias com universidades australianas seja expandido, “com mais de 10.000 parcerias formais já estabelecidas com outras instituições em todo o mundo”. A mensagem que ela leva à capital dos EUA será, no entanto, focada em “desenvolver a capacidade [das universidades australianas] de entregar o projeto, inclusive por meio do fornecimento de trabalhadores qualificados e pesquisa e desenvolvimento de classe mundial”.

Certas publicações também exalaram elogios chauvinistas sobre o novo papel do setor terciário da Austrália.  O australiano , um dos principais trapos de espuma e bile de Rupert Murdoch, é sempre confiável a esse respeito. O editor de ensino superior do jornal, Tim Dodd, em uma contribuição de março, fez duas perguntas ao setor universitário: as universidades australianas já desempenharam um papel tão vital na defesa nacional como provavelmente o farão nas próximas duas décadas na construção submarinos movidos a energia nuclear? Será que eles gostariam de estar envolvidos?

Ao longo de seu artigo, Dodd parece pensar que um sistema universitário desvinculado do sistema de defesa é algo moralmente questionável. Ao fazer isso, ele revela sua ignorância sobre as sábias palavras do senador democrata J. William Fulbright, que alertou que “ao se prestar demais aos propósitos do governo, uma universidade falha em seus propósitos mais elevados”.

Dodd pode apenas observar que, “No período pós-guerra, as universidades ainda não eram essenciais para os programas de defesa”. AUKUS e o programa submarino nuclear mudaram as coisas. “A Austrália está agora embarcando em um enorme programa para construir, operar e manter submarinos movidos a energia nuclear e um objetivo claro é a capacidade soberana.” Em suma, foi “uma prioridade nacional crítica à qual as universidades têm razão em dar todo o seu apoio. O apoio deles é fundamental.”

Deixando de lado bobagens banais como “capacidade soberana” – a tecnologia, perícia, controle e orientação sobre esta nova maquinaria prometida sempre serão dirigidas por Washington – os sentimentos são claros. O complexo militar-industrial-universitário é motivo de comemoração. Existem, por exemplo, “outras partes do AUKUS” que envolverão “nossas melhores universidades” em áreas como “pesquisa avançada em segurança cibernética, inteligência artificial e tecnologias quânticas”.

Estranhamente, Dodd entende a questão sobre a liberdade acadêmica da maneira errada: que expressar uma escolha em favor da flagrante bateria de guerra de AUKUS é algo que deveria ser feito para acadêmicos. Se ele tivesse alguma ideia sobre os ambientes universitários despóticos, saberia que os acadêmicos, com o que quer que eles concordem, terão pouco a dizer sobre o assunto. Gerências distantes e alienadas, inexplicavelmente entronizadas em torres administrativas, tomarão tais decisões por eles; a única liberdade de expressão real será exercida por aqueles que se opõem à medida. 

*O Dr. Binoy Kampmark foi bolsista da Commonwealth no Selwyn College, Cambridge. Atualmente leciona na RMIT University. E-mail: bkampmark@gmail.com

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GUERRA RÚSSIA – UCRÂNIA: LISTA DOS PRINCIPAIS EVENTOS, DIA 414

À medida que a guerra Rússia-Ucrânia entra em seu 414º dia, analisamos os principais desenvolvimentos.

Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Aqui está a situação atual na quinta-feira, 13 de abril de 2023:

- Cerca de 354.000 soldados ucranianos e russos foram mortos ou feridos desde que Moscou invadiu a Ucrânia em fevereiro do ano passado, de acordo com um tesouro de supostos documentos de inteligência dos Estados Unidos publicados online que também alertavam que a guerra poderia durar muito além de 2023.

- Autoridades ucranianas condenaram os militares russos depois que um vídeo que circulou nas redes sociais mostrou a decapitação de um prisioneiro ucraniano.

- O exército ucraniano rejeitou a alegação de que as tropas russas capturaram "mais de 80 por cento" de Bakhmut e disse que "consideravelmente" mais de 20 por cento das ruínas da cidade oriental permanecem nas mãos dos ucranianos.

- O Ministério da Defesa do Reino Unido disse que as forças russas construíram extensas linhas defensivas na região de Zaporizhia, que Moscou afirma ter anexado, junto com outras três regiões ucranianas, mas não controla totalmente.

- O Kremlin disse que são necessárias medidas para tornar os rascunhos digitais para resolver o que chamou de “uma bagunça” nos escritórios de recrutamento militar.

- Centenas de cemitérios perto das linhas de frente serão fechados para os ucranianos que desejam prestar homenagens aos túmulos de parentes na Páscoa ortodoxa neste fim de semana devido aos perigos de minas e munições não detonadas.

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