domingo, 23 de abril de 2023

OS MUÇULMANOS DEVEM VISITAR JERUSALÉM?

À medida que a violência israelense contra os palestinos no terceiro local mais sagrado do Islã aumenta, nós, muçulmanos, precisamos reconsiderar como viajamos para Jerusalém.

Heb Jamal* | Al Jazeera | opinião | # Traduzido em português do Brasil

Enquanto as comunidades muçulmanas em todo o mundo celebram o Eid e o fim do Ramadã, os muçulmanos palestinos na Jerusalém Oriental ocupada estão se recuperando de mais um mês sagrado em que Israel decidiu desencadear uma violência brutal contra eles. Mais uma vez, as forças de segurança israelenses invadiram a Mesquita de Al-Aqsa – o terceiro local mais sagrado do Islã – para brutalizar os palestinos em oração.

Israel não tem jurisdição sobre al-Haram al-Sharif (o Nobre Santuário), onde Al-Aqsa está localizada. Sob o status quo reconhecido internacionalmente, a Jordânia e o Conselho Waqf de Jerusalém nomeado pela Jordânia têm o direito de decidir o que acontece em suas instalações.

No entanto, as autoridades israelenses impuseram a proibição do culto noturno no complexo de Al-Aqsa, impedindo os palestinos de praticar livremente sua fé, o que encontrou resistência palestina. As autoridades israelenses também proibiram mais uma vez muitos palestinos de visitar o local sagrado, violando não apenas seu direito ao culto gratuito, mas também seu direito de circular livremente dentro de sua própria terra natal.

A essa altura, a mídia internacional deixou de lado a história da violência israelense na Jerusalém Oriental ocupada, mas a comunidade muçulmana não deveria. É hora de refletirmos sobre como devemos abordar as violações israelenses do local sagrado do Islã e a brutalidade israelense contra nossos irmãos e irmãs palestinos.

Uma questão importante é como os muçulmanos devem abordar a peregrinação a Al-Aqsa e viajar para a Palestina ocupada.

ISRAEL QUER LIMITAR A PRESENÇA DE CRISTÃOS NA CIDADE SANTA

Adán Iglesias Toledo, Cuba | Cartoon Movement

Toda primavera um milagre ocorre na Terra Santa. O Espírito Santo acende uma vela em uma pequena sala na Igreja do Santo Sepulcro em Jerusalém. Ali, a ação divina acende uma fogueira sobre o que se acredita ter sido o túmulo de Jesus. O patriarca grego ortodoxo e o seu homólogo arménio partilham esta chama com centenas de velas e tochas que iluminam a igreja, chegando a outras capelas da Terra Santa e a outros locais de presença ortodoxa. Mas neste ano, as restrições das autoridades israelenses explodiram com tanta força que apagaram a chama da comunidade cristã palestina em seus dias mais sagrados. A celebração ortodoxa da Páscoa foi prejudicada pela estratégia de longa data das autoridades israelenses de expulsar os cristãos de Jerusalém.

Coreia do Sul é ‘míope' e 'imprudente’ para agradar aos EUA provocando a China

Esperando favores dos EUA e provocar a China sobre Taiwan é 'míope' e 'imprudente' para a Coreia do Sul: especialistas

Provocar a China sobre seus interesses centrais prejudicará seriamente o relacionamento cooperativo com a China, bem como a reputação internacional de Seul, alertaram especialistas chineses, após uma série de provocações recentes feitas pelo governo sul-coreano contra a China sobre a questão de Taiwan. Os movimentos de provocação foram para agradar os EUA antes da próxima viagem do presidente Yoon Suk-yeol a Washington, disseram especialistas.

Wang Qi | Global Times | # Traduzido em português do Brasil

É uma escolha política extremamente "míope" agradar aos EUA sacrificando os interesses nacionais da Coreia do Sul e colocando a segurança de Seul em uma situação mais perigosa no nordeste da Ásia, disseram eles.

Em uma entrevista recente à Reuters, o presidente Yoon afirmou que a questão de Taiwan é uma "questão global", como a da península coreana. Yoon disse que se opõe às tensões "ocorrendo por causa de tentativas de mudar o status quo pela força", referindo-se à China.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China rejeitou os comentários de Yoon na quinta-feira, enfatizando que "a questão de Taiwan é puramente um assunto interno no centro dos interesses centrais da China", instando Seul a "manter-se comprometido com o princípio de Uma Só China e tratar com prudência assuntos relacionados a a questão de Taiwan."

União Europeia | Borrell e seus semelhantes devem evitar levar a Europa a uma vala

O Parlamento Europeu passou uma semana inteira discutindo a China, e o Alto Representante da UE para Relações Exteriores e Política de Segurança, Josep Borrell, reunirá ministros das Relações Exteriores de toda a UE em 24 de abril, horário local, para discutir o mesmo tópico. Antecipando esta reunião, Borrell publicou uma coluna em 22 de abril instando a UE a assumir um papel mais ativo na questão de Taiwan e convocando as marinhas europeias a patrulhar o estreito de Taiwan.

Global Times | editorial | # Traduzido em português do Brasil

Essa declaração altamente provocativa imediatamente atraiu muita atenção, especialmente à luz do fato de que o líder sul-coreano fez comentários igualmente incorretos sobre Taiwan na mesma época. Podemos presumir razoavelmente que a reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7, realizada no Japão não muito tempo atrás, discutiu a questão de Taiwan de maneira coordenada, e o resultado foi que a vontade de Washington foi mais plenamente implementada. Para a Europa e a Coréia do Sul, isso não é apenas uma triste perda de independência, mas também significa se aproximar de riscos sem sentido.

Borrell foi criticado por se envolver na "diplomacia da canhoneira", que é mais uma zombaria sarcástica do que uma crítica. Isso não apenas lembra as pessoas da infame história colonial, que ainda é esquecida por alguns europeus, mas também torna mais repugnante que a Europa não consiga abandonar a ideia de interferir nos assuntos da Ásia-Pacífico, apesar de seu declínio absoluto no poder e estar atolado em múltiplas dificuldades. Assim como um velho senil que há muito está fora de contato com os tempos, se os navios de guerra europeus ainda quiserem mostrar sua força no Pacífico hoje, o resultado seria apenas um fracasso embaraçoso. Para o Exército Popular de Libertação, que tem uma força poderosa para defender a sua pátria, enfrentar os navios de guerra europeus que vêm para provocar e exibir não vale a pena erguer uma sobrancelha.

Portugal | A PAZ E O PÃO

Joana Amaral Dias* | Diário de Notícias | opinião 

É triste que a grande crítica quase uníssona, da direita à esquerda volver, seja o facto de Lula da Silva ter afirmado que já é tempo dos EUA e da UE pugnarem pela paz na Ucrânia e investirem nas respectivas diligências negociais. Errado e bizarro é que todas as diplomacias não tenham começado a trabalhar desde 24 fevereiro de 2022 nesse bem precioso (ou, de preferência, até antes - mas será que foi por isso que negaram até ao último minuto que a guerra eclodiria?). Errado e bizarro é que alimentem o conflito de todas as formas, que apostem na escalada bélica, que até a queiram, aparentemente, eterna.

Pensar a paz, falar de paz, defendê-la é tomar o lado russo? Optar pelo diálogo e pelas conversações, procurar poupar milhões de vidas é abandonar a Ucrânia? Possivelmente, como em muitos outros processos negociais, nenhuma das partes veria todas as suas exigências e pretensões realizadas, mas a paz é sempre o único caminho.

Seja como for, é lamentável que o Brasil tenha Lula como presidente da república e que os tontos do nosso regime o chamem para as celebrações da nossa data debute. Lula carrega e representa o odioso do ptralhista, José Dirceu e José Sócrates, a canga toda da corrupção, da lavagem de dinheiro, do Lava Jato, dos ditadores amigos da Venezuela à Nicarágua, passando por Cuba.

Lula no 25 de abril?! Por acaso é alguma referência de civilização? Algum modelo democrático?

Acontece que, até à chegada da comitiva presidencial do Planalto a Lisboa, esta polémica não verteu uma lágrima de tinta ou uma palavra falada em qualquer jornal ou tv brasileira. Os nossos governantes e seus acólitos bem podem beijar os pés e o chão que Lula pisa, que os nossos irmãos "estão nem aí". Não é recíproco. Só que o presidente do Brasil teve que antecipar a sua chegada a Portugal para fugir de escândalos domésticos e, como se não bastasse, a sua mulher foi apanhada já na capital portuguesa às compras numa das lojas ultra luxuosas na Avenida da Liberdade, onde as gravatas custam centenas de euros e as T-shirts milhares. Na véspera da viagem, Lula teve que demitir o ministro responsável pela segurança após a divulgação de um vídeo da invasão em Brasília. Nele, vê-se o general Gonçalves Dias, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional - e elementos da segurança presidencial - a dar apoio aos invasores do Palácio do Planalto, a 8 de Janeiro. Ao lado dos manifestantes violentos, mostram uma conduta passiva e, em alguns momentos, até lhes prestam assistência. Portanto, não se trata de um escândalo qualquer, mas de um assunto magno, de uma impostura e/ou colaboracionismo. Também a "mãe dos pobres", já conhecida como a Janja que Esbanja, torrar dinheiro em bens supérfluos e luxuosos é especialmente mal recebido já que, para além do mais, Haddad quer criar "Digital Tax" - imposto para roupa barata.

E pronto, é isto. É esta gente que Marcelo, o governo e os deputados, querem trazer para a festa dos cravos. E quem se opõe diz que o problema é apelar à paz. Credo. Podia recomendar-se que se juntassem todos para estragar só uma casa. O problema é que estragam duas. E arruínam milhões.

* Psicóloga clínica. Escreve de acordo com a antiga ortografia

Portugal | Paulo Raimundo concorda com Lula e critica países que fornecem armas

"Não consigo perceber o espanto sobre as declarações do presidente Lula", apontou o líder comunista

O secretário-geral do PCP, Paulo Raimundo, reafirmou não perceber o espanto em torno das declarações de Lula da Silva sobre a Ucrânia e criticou os países que defendem o caminho de acrescentar armas à guerra.

"Não consigo perceber o espanto sobre as declarações do presidente Lula [da Silva ], quando ele, no fundo, aquilo que coloca é uma questão o que é essencial para toda a gente, a necessidade de falar-se mais de paz e menos de guerra", declarou hoje Paulo Raimundo.

À margem de um encontro com pescadores, em Peniche, o líder do PCP considerou que as palavras do presidente do Brasil, Lula da Silva, refletem um apelo que "os países, independentemente das opções que tenham investiam todo o seu esforço na construção da paz e não na construção da guerra".

"É uma aspiração legítima e uma urgência" no momento atual, disse, questionando: "quantas mais mortes serão necessárias, e quanto mais destruição será necessária para se perceber que o caminho que os povos têm que trilhar é o caminho da paz e não o caminho da guerra".

"É preciso cada vez mais gente que pressione os apoiantes e os intervenientes na guerra para se sentarem à mesa para as negociações de paz, porque é isso que os povos precisam", afirmou Paulo Raimundo.

Reagindo aos entendimentos sobre a posição de Lula da Silva, expressos noutros países da Europa, o líder do PCP manifestou estranheza que "face à destruição que está em curso, às mortes e quando o que se impõe é a paz, uma parte dos países da União Europeia acham que o caminho é acrescentar mais armas às armas, mais guerra à guerra, enquanto o povo ucraniano e o povo russo vai morrendo".

Paulo Raimundo falava em Peniche, no final de um almoço com pescadores de todo o distrito de Leiria.

Diário de Notícias | Lusa | Imagem: Paulo Raimundo © RODRIGO ANTUNES/LUSA

"Brasil não deve pedir licença aos EUA para defender seus próprios interesses"

"Brasil não deve pedir licença aos EUA para defender seus próprios interesses", diz Genoíno sobre posicionamento de Lula

Brasil 247 | # Publicado em português do Brasil

Ex-presidente nacional do PT afirmou que Lula adotou posições corajosas e lúcidas ao se aproximar da China e Rússia, situando o país em um mundo “que já é multipolar”

247 - O ex-presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, aprovou o que considera como um reposicionamento do governo brasileiro nas relações exteriores, com a recente viagem de Lula (PT) à China, as declarações do presidente sobre a Guerra da Ucrânia e a recepção ao chanceler russo Sergey Lavrov em Brasília nesta semana.

“Eu acho que a viagem do Lula à China foi um reposicionamento do Brasil em relação à guerra da Ucrânia, comparando com a votação no G20 e com a votação na resolução da ONU. Acho que foi um posicionamento corajoso e lúcido, porque situou uma posição política num mundo que já é multipolar, e ao colocar a questão a partir da defesa dos interesses brasileiros. O Brasil não pode querer e nem pode achar legítimo - como querem alguns jornalistas e órgãos de imprensa - pedir licença aos EUA para defender seus próprios interesses. Os EUA estão numa situação de decadência econômica, crise interna, eles têm uma supremacia militar e a OTAN querendo ser a polícia do mundo. Portanto, o Lula colocou as coisas em seu devido lugar”, analisou o ex-deputado, que também é um dos fundadores do PT, em entrevista à TV 247.

Genoíno também ressaltou que as decisões do governo estão acima de quaisquer declarações de representantes dos interesses estadunidenses, que podem usar a mídia para pressionar a condução política de Lula: “ao colocar esse posicionamento, ele [Lula] abre uma estrada para construir a política externa altiva e ativa, com base nos artigos 1, 2, 3 e 4 da Constituição, que é o modelo de relação soberana, com base na autodeterminação dos povos, na paz e nos valores da democracia. Essa é uma questão muito importante, e eu acho que o Lula acertou de maneira lúcida. Por isso, não compete ao assessor de segurança ditar regras de como deve ser o governo Lula (PT). Nem muito menos o ex-embaixador dos EUA no Brasil, através de um grande jornalão, estabelecer comentários sobre as funções do Lula na questão da Ucrânia, da China, de Taiwan”.

“Ele vai acumular prestígio internacional, mas nós vamos ter que estar preparados para a reação interna, porque os entreguistas, via interesse econômico, associação com os americanos e via mídia corporativa e familiar, vão estabelecer críticas, fazer pressão e criar constrangimentos”, concluiu. 

Imagem: Diógenis Santos/Agência Câmara

O BRASIL SANGRA

O presidente brasileiro, agora em Portugal, gosta de fazer flores de retórica em matéria de política externa. As frações mais primitivas da direita portuguesa repudiaram-no por considerá-lo como "de esquerda". No entanto, os discursos de Lula da Silva não têm qualquer correspondência com a sua política interna. 

O Brasil continua a sangrar e definhar sob a ditadura feroz do capital financeiro. A taxa de juro de referência é monstruosa (13,75%). Mas nos seus primeiros 100 dias o governo Lula nada fez para cobro a esta situação. Na verdade, nada fez em termos estruturais. Limitou-se a medidas assistencialistas que nada resolvem e além disso são modestíssimas (o montante do programa Bolsa Família, por exemplo, de 108€/mês, equivale a 0,5% do PIB). Haddad, o ministro das Finanças escolhido por Lula, é um neoliberal. Uma esquerda farsesca é palatável para banqueiros. 

Quem tiver dúvidas que assista à entrevista recente do Prof. Ladislau Dowbor.

Resistir.info

Angola | MEMÓRIAS – Comandante Lelo Congo entrevistado por Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

No ano de 2012, entrevistei em Cabinda o comandante Lelo Congo, figura importante da FLEC. Foi gravemente ferido em combate e as Forças Armadas Angolanas (FAA) capturaram-no. Recebeu tratamento médico e cirúrgico. Quando teve alta ficou um homem livre. Mas ressentido com a direcção da FLEC e os instigadores da guerra, que ele apontou a dedo. Na entrevista denunciou os padres Raul Tati e Jorge Casimiro Congo como instigadores da guerra. Encomendavam acções terroristas! Sendo alta figura da FLEC reuniu com os mandantes da guerra, várias vezes. E conta quase tudo.

Na província encontrei Abel Chivukuvuku fazendo campanha eleitoral pela CASA-CE acabada de nascer. Com ele estava um candidato a deputado, o autóctone e advogado das Américas, William Tonet. Apesar de se colar ao líder, falhou a sua eleição no Círculo Provincial de Luanda. Nas eleições desse ano, o MPLA ficou a escassos 300 votos de dar 5-0 no Círculo Eleitoral de Cabinda. 

Hoje envio a entrevista que já tem 11 anos. Pelas afirmações do comandante Lelo Congo é fácil inferir que Jorge Congo, padre excomungado, bispo das Américas e por fim empregado do Estado Angolano que traía com quantas punhaladas tinha à mão porque, segundo o seu sócio de extorsão e chantagem Raul Tati, lutou até à morte  pela independência de Cabinda. Leiam:

COMANDANTE LELO CONGO ARRASA PADRES EXCOMUNGADOS

“Os que Enriqueceram à Custa da FLEC Querem Continuar a Guerra”

“Perturbar a Paz em Cabinda É Atentado Contra os Direitos Humanos

ARTUR QUEIROZ

O comandante Lelo Congo bateu-se de armas na mão, nas fileiras da FLEC. Em 1993 foi gravemente ferido em combate. Hoje vive em Cabinda com a sua gente mas os seus dias são perturbados “pelos ecos que me chegam de apelos à guerra por parte de intelectuais que enriqueceram à custa do sangue dos guerrilheiros que se bateram nas matas”. Um pássaro verde e amarelo poisa num galho e solta o seu canto alegre. É um tchimpepele. O comandante aponta para a ave e diz: “este pássaro gosta de se aproximar das pessoas quando elas estão a conversar. Vai dar-nos sorte”.

Jornal de Angola - A sorte que lhe faltou quando foi ferido em combate?

Lelo Congo - Quem vai à guerra não espera pela sorte. Sofri graves ferimentos, perdi um braço e coxeio de uma perna. Mas se pensarmos bem, tive sorte. Estou vivo e regressei ao convívio dos meus amigos e familiares. Vejo o meu país progredir. Os angolanos vivem hoje melhor do que viviam ontem e pelo que estamos a ver, amanhã vamos todos viver muito melhor. O tchjimpepele está comigo.

JA - Por que razão ainda há homens da FLEC em armas?

LC - Essa pergunta deve ser feita ao Nzita Tiago e ao Alexandre Tati. Eles que respondam, mas com verdade. Digam por que razão continuam a fazer a guerra quando decidimos que a solução é o diálogo. Mas há outros que ainda têm mais responsabilidades do que eles nessa loucura de alimentar um clima belicista.

JA - Há quem mande mais do que eles na FLEC?

LC - Hoje temos de falar da FLEC Estado, capitaneada pelo Nzita, e da FLEC Enclave, dirigida pelo Alexandre Tati. Teoricamente, eles é que mandam. Mas nesta fase, em que não há um único homem em armas na província de Cabinda, quem manda é o dinheiro. Os negócios escuros dominam a organização pela qual me bati e derramei o meu sangue.

Angola | O MAPA DAS FLORESTAS E O ERRO DE LULA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

O estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) ajuda Angola a elaborar o mapa das suas florestas. Vigarice mais refinada é impossível. O próprio embaixador em Angola fez uma declaração anódina e apalhaçada sobre tão importante cooperação. Tudo à responsabilidade do canal público de televisão. Tanta ignorância. Tanta irresponsabilidade. Tanto colaboracionismo com quem não baixa os braços enquanto Angola não for um mero protectorado de Washington.

Antes que a memória me deixe ficar mal, informo o senhor Tulinabo Mushingi (muxinga que nos vai amarrar) que os EUA financiaram, armaram e municiaram a UNITA, que serviu de capa à devastação das florestas do Cuando Cubango pelos madeireiros sul-africanos. As árvores gigantescas mussivi (guibourtia coleosperma) ficaram em vias de extinção. Uma tragédia humana porque as populações Khoisan alimentam-se do seu fruto e o caroço é tempero para os cozinhados. 

Antes que cheguem os “peritos” do estrado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) informo que além desta espécie, a UNITA e seus patrões karkamanos, levaram o girassonde (pterocarpus angolensis) e a muiumba (erythrophleum africanum) às portas da extinção. O mapa está feito. Se querem espiar e dar um chouriço em troca de mil porcos arranjem outra desculpa.

O Executivo quer conhecer o mapa das florestas de Angola? Tem de começar pelo extremo Norte. Vai aos arquivos da Companhia de Cabinda (um estado dentro do estado) e encontra lá tudo. Nos Dembos, Cuanza Norte, Uíge e Zaire temos madeiras preciosas de elevadíssima qualidade. Querem saber tudo? Vão aos arquivos da Junta de Investigação do Ultramar. Não precisam dos bandoleiros representados pelo embaixador Mushingi.

Já agora procurem também uma obra científica fundamental para os nossos investigadores e cientistas de hoje: “Cretaceous and Terteary Nautiloids ftrom Angola”. Os autores são A. K. Miller e Lee B. Carpenter. Temos poucos anos de Independência Nacional mas milénios de existência. É sempre bom sabermos donde viemos para não nos enganarmos no caminho para onde vamos.

Eu sou bom rapaz. Vou dar uma ajuda ao Executivo mas em troca expulsam imediatamente os espiões do estado terrorista mais perigoso do mundo. Agora sou motor de busca. Em vez de mergulharem na biblioteca procurando uma agulha entre milhares de títulos, procurem a obra O COMÉRCIO MUNDIAL DE MADEIRAS TROPICAIS AFRICANAS do cientista Manuel Ferreirinha. O livro foi publicado em 1959.

A administração da Companhia de Cabinda, no seu relatório e contas de 1917 reconhecia que “as dificuldades da empresa devem-se exclusivamente à ignorância quase absoluta do que é o Maiombe e a sua riqueza”. Por isso, estudou. Investiu milhões, juntamente com o Banco Nacional Ultramarino (banco emissor dos angolares e das makutas). 

Mas no relatório também se reconhecia que “Cabinda pode ser um centro comercial muito importante, uma vez ligado ao comércio de Chiloango e às explorações madeireiras do Maiombe. Não restando, no entanto, qualquer dúvida de que tanto o cacau, como o café se dão ali, esplendidamente, garantindo de futuro, resultados certos”. Mandem embora os espiões do estado terrorista mais perigoso do mundo. Os mapas das nossas florestas estão feitos há mais de 100 anos!

A I Grande Guerra causou grande escassez de madeiras na Europa. A exploração em Cabinda aumentou e a exportação atingiu números consideráveis. A II Grande Guerra deu mais um impulso. Escassez do produto e melhor conhecimento das espécies locais permitiram que o consumo e exportações atingissem números nunca antes atingidos. A tola branca e a limba representavam mais de 60 por cento do total das exportações de Angola.

A partir de 1950 Angola passou a exportar madeira serrada! Graças à expansão das serrações em Cabinda e todo o Norte da então colónia. O melhor cliente era a África do Sul que importou milhões de travessas para o caminho-de-ferro. Essas travessas eram produzidas a partir de mussivi (Cuando Cubango) e menga-menga (Cabinda). Antes que metam milhões de dólares nos bolsos nos patrões do senhor Tulinabo Mushingi vou fazer o mapa das nossas madeiras mais importantes: Cali, calungue, limba, cambala, moreira, mussivi, n’dola, saya, tola branca, tola xinfuta, undiamunu, undiamuniu preto, girassonde, livuite, menga-menga, quibala, pau ferro, pau preto e pau rosa. 

Angola | O AMIGO IMPROVAVEL DA EUROPA ESCLAVAGISTA – Artur Queiroz

Artur Queiroz*, Luanda 

O Presidente João Lourenço está muito preocupado com a guerra na Europa. Grande homem. Um verdadeiro filho do Povo Heroico e Generoso. A parte da Europa (União Europeia) que tanto preocupa o Chefe de Estado Angolano trouxe para o território que hoje é Angola a cruz e a espada. Comprou, vendeu e exportou seres humanos baptizados de escravos. A Europa do esclavagismo, do colonialismo, do latrocínio, que debica desalmadamente no corpo inerte de África, tem na Presidência da República um esforçado defensor. Apetece-me dizer com os olhos em alvo e as mãos erguidas aos céus: Graças a Deus!

No mundo da política nasce uma estrela fulgente e incandescente. Inatingível. Ontem João Lourenço exigiu o cessar-fogo incondicional na Ucrânia. Amanhã, tenho a certeza, vai exigir que o estado terrorista mais perigoso do mundo, a OTAN (ou NATO) e a União Europeia refaçam a Jugoslávia. Ressuscitem os milhares de mortos. Encerrem a base militar do Kosovo. Paguem todos os estragos causados pelos bombardeamentos aéreos. Já está!

Sem se deter, João Lourenço vai exigir que o estado terrorista mais perigoso do mundo (EUA) e seus parceiros de genocídio ressuscitem o Presidente Saddam Hussein. Reconstruam o Iraque. Devolvam os triliões de dólares roubados dos Fundos Soberanos. Paguem o petróleo roubado até hoje. Mais triliões. João Lourenço é mesmo um campeão da paz.

Imparável, o Presidente da República de Angola vai exigir aos genocidas de Washington, Paris, Londres, Berlim, Lisboa, Madrid e outros sítios mal frequentados que ressuscitem o Presidente Muammar al-Kadhafi  assassinado pelos esbirros da OTAN (ou NATO). Devolvam imediatamente os triliões dos Fundos Soberanos da Líbia. Paguem pelo petróleo que estão a roubar, seus ladrões recalcitrantes! Assustados, os genocidas vão obedecer prontamente ao intrépido líder angolano. É assim mesmo!

O Presidente João Lourenço vai exigir à Europa onde não quer a guerra, que ressuscite e devolva os milhões de escravos. Que ressuscite os mortos das guerras coloniais. Caso sua excelência já não se lembre, em Angola tivemos uma, imposta pela OTAN (ou NATO) e Portugal, que se arrastou entre 4 de Fevereiro de 1961 e 25 de Abril de 1974. Tantra morte. Tanta dor. Tanto sofrimento. Mas isso na Europa não pode acontecer. O Presidente João Lourenço não admite. Guerra só em África, Médio Oriente, Ásia e a América dos pobres, capitaneada pela América dos ricos e seus aliados.

Chuvas causaram a morte de mais de 300 pessoas em Angola desde agosto passado

Chuvas em Angola afetaram mais de 13 mil famílias e 184 feridos. Ministro do Interior angolano avaliou os dados causados pelas chuvas e as medidas para acudir os afetados.

Pelo menos 308 pessoas morreram em Angola em consequências das chuvas, que se iniciaram em agosto passado e que caem nos últimos dias com intensidade, tendo causado também 184 feridos e afetado 13 mil famílias, foi anunciado esta sexta-feira.

Os números das consequências das chuvas em Angola foram avançados esta sexta-feira pelo ministro do Interior angolano, Eugénio Laborinho, em conferência de imprensa, em Luanda, que avaliou os dados causados pelas chuvas e as medidas para acudir os afetados.

Segundo Eugénio Laborinho, grande parte das províncias angolanas registam chuvas, mas a província do Huambo foi a que registou o maior número de vítimas mortais, 54 no total, desde o início da época chuvosa em agosto de 2022 até abril de 2023.

Em relação à Luanda, que desde a última semana regista chuva intensa acompanhada de ventos forte e relâmpagos, as autoridades continuam a fazer o levantamento dos danos, sendo que dados preliminares apontam para cerca de 10 mortos.

França e Turquia na retirada de cidadãos do Sudão. Portugal a "estudar possibilidades"

Em resposta à TSF, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros afirma que estão "a ser estudadas todas as possibilidades de retirada dos cidadãos portugueses, em condições de segurança, e em conjunto com os parceiros da União Europeia".

França anunciou ter iniciado a operação de "retirada rápida" dos seus cidadãos e pessoal diplomático do Sudão e a embaixada da Turquia naquele país africano também sinalizou que a retirada dos seus cidadãos terá início este domingo.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros reafirma que estão a ser estudadas todas as possibilidades para retirar os 16 portugueses que estão retidos no Sudão. Em resposta à TSF, o Ministério português dos Negócios Estrangeiros sublinha que a situação continua a ser acompanhada "em permanência" pela embaixada de Portugal no Cairo, pelo cônsul honorário de Portugal em Cartum e pelas estruturas de emergência consular do Ministério.

"As condições no terreno continuam difíceis, estando a ser estudadas todas as possibilidades de retirada dos cidadãos portugueses, em condições de segurança, e em conjunto com os parceiros da União Europeia presentes no Sudão", pode ler-se na nota enviada à TSF.

O anúncio da "operação de retirada rápida" de cidadãos franceses e pessoal diplomático foi feito hoje pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de França, acrescentando que cidadãos europeus e nacionais de "países parceiros aliados" também são apoiados.

Por seu lado, a embaixada da Turquia no Sudão disse que o processo de retirada dos seus cidadãos também arranca hoje, tendo em conta a situação caótica que se vive atualmente na capital, Cartum, e ao retomar dos confrontos.

"Na sequência das avaliações de segurança realizadas à luz dos conflitos em curso no Sudão, foi decidido retirar os nossos cidadãos, especialmente aqueles que se encontram nas zonas de conflito", refere um comunicado da embaixada, especificando que as pessoas em causa serão levadas para um país terceiro, antes de chegarem à Turquia.

África | Médicos do Sudão surpreendidos entre combates contam horrores em hospitais

Batalhas intensas deixam funcionários e pacientes presos em hospitais por dias, enquanto os médicos tentam tratar um fluxo de feridos, apesar do esgotamento dos recursos.

Arwa Ibrahim | Al Jazeera | # Traduzido em português do Brasil

Quando Alhindy Saad Mustafa, um médico sudanês de 40 anos, ouviu as primeiras explosões de artilharia pesada perfurando o céu azul ensolarado da capital do Sudão, Cartum, ele já estava trabalhando durante um turno movimentado na Al-Moalem Medical City.

Eram cerca de 9h do dia 15 de abril no amplo hospital privado 5 km (3 milhas) ao norte do Aeroporto Internacional de Cartum – um epicentro de combates em uma violenta luta pelo poder entre o exército e as Forças de Apoio Rápido (RSF) paramilitares.

Quando o patologista clínico olhou pela janela do hospital, viu espessas nuvens de fumaça preta saindo do aeroporto. Antes que qualquer funcionário ou paciente conseguisse deixar o hospital, ele foi cercado por veículos da RSF.

Mustafa não tinha nenhum aviso prévio de que algo era incomum naquela manhã de sábado, mas com o passar das horas e dos dias, a situação se tornou “um filme de terror”, disse ele à Al Jazeera.

Nos quatro dias seguintes, disse Mustafa, centenas de feridos “ensanguentados da cabeça aos pés” foram levados às pressas para o hospital enquanto a equipe médica se protegia das balas e granadas que choviam pelas janelas do hospital.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que pelo menos 413 pessoas foram mortas e mais de 3.550 ficaram feridas na semana passada.

“Nunca passei por nada parecido”, disse Mustafa, que ajudou a tratar manifestantes feridos durante uma repressão aos protestos antigovernamentais contra o ex-presidente Omar al-Bashir em 2019.

“Eu queria dar a eles [os pacientes e feridos] tudo o que eu pudesse oferecer”, disse ele. “Muitas pessoas morreram diante de nossos olhos. Não pudemos salvá-los.”

Com o sistema de saúde paralisado depois que dezenas de hospitais foram desativados por dias de violência implacável, médicos e grupos humanitários internacionais soaram o alarme sobre a terrível situação humanitária que se desenrola no Sudão.

O Comitê Central dos Médicos Sudaneses e o Sindicato dos Médicos do Sudão estimaram que 70 por cento , ou 39 dos 59 hospitais, em Cartum e estados próximos tiveram que interromper suas operações.

A OMS alertou que os hospitais estão ficando sem sangue, equipamentos médicos e suprimentos.

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